A VIOLÊNCIA NAS ESCOLAS DA REDE PUBLICA: UM OLHAR SOCIOLOGICO AS CAUSAS SOCIAIS, E A VULNERABILIDADE ESCOLAR.

Por ETSON ITEN | 11/09/2015 | Educação

A VIOLÊNCIA NAS ESCOLAS DA REDE PUBLICA: UM OLHAR SOCIOLOGICO AS CAUSAS SOCIAIS, E A VULNERABILIDADE ESCOLAR.

                                                                                                           ¹ITEN,Etson


Resumo

Varias são as causas sociais que levam a ocorrer diversas formas de violência na sociedade, e esses fatos vem se tornando cada vez mais frequentes. Na literatura brasileira Pilette (2003), constata que existe uma falha na distribuição dos recursos públicos, e o governo investe muito pouco nas áreas educacionais. A violência é uma questão social e envolve todas as classes, sendo que algumas acabam sendo mais prejudicadas, devido à falta de recursos aplicados pelos órgãos responsáveis, entre eles à segurança publica. Frente a essas questões encontramos os jovens, que vivem em meio à sociedade, e estão vulneráveis ao envolvimento em varias formas de violência que ocorre na sociedade, que estão sendo aportadas para dentro das escolas, e ali gerando outros tipos de violência, inclusive a pratica do uso de drogas. A sociedade, inclusive o estado deveria estar mais atento a essas questões, e fazer maiores investimentos na prevenção da violência.

Palavras chave:

Causas sociais, Violência escolar, Vulnerabilidade.                                                                                                         


Abstract

Various are the social causes that leads to various forms of violence occur in society and this fact is becoming increasingly common. The Brazilian literature Pilette (2003), notes that there is a fault in the distribution of public resources and the government invests very little in educational areas. Violence is a social issue and involves all classes, and some end up being most affected due to lack of resources applied by the agencies responsible for public. Safety among them faced with these questions find the young living in the midst of society and are vulnerable to involvement in various forms of violence that occurs in society and are being brought into the schools, and there generating other types of violence including the practice of drug use. The society, including the state should be more aware of issues such as to prevent violence.

 

Keywords:

Social Causes, School violence, Vulnerability.

 

1 Graduado em Docência em Ciências Humanas, e Especialista em Sociologia. Atualmente é aluno no curso de Geografia (PARFOR) e professor na rede de educação básica de MT.

 

 

INTRODUÇÃO

A violência é uma questão social, é um problema muito antigo e que acompanha à história da humanidade. O problema da violência em muitos casos surge pela competitividade de interesses em bens materiais, ou pelo poder. Nos dias atuais encontramos uma disputa acirrada, pelo poder econômico, fato encontrado na sociedade brasileira, devido à existência de grande desigualdade social. São problemas oriundos de séculos passados, e são frutos de disputas, que resultaram no fortalecimento do capitalismo em alguns países, e em outros o agravamento econômico.

A desigualdade social traz vários prejuízos para a sociedade, em que a maioria das pessoas não tem uma garantia de segurança, um melhor atendimento hospitalar, e uma educação de qualidade. São acontecimentos vivenciados a todo o momento e essa problemática é encontrada em todas as sociedades, e também dentro de vários ambientes, gerando assim vários tipos de violência.                         A violência é uma questão a ser analisada, e tratada, pois ela se apresenta não apenas em forma física, ela apresenta também em outras formas, como violência verbal, simbólica, moral, etc. Vários dos casos de violência que ocorrem na sociedade acabam sendo levados para dentro de instituições de ensino, e geram conflitos ainda maiores, pois são prejudicadas e acabam sendo degradados pelos próprios frequentadores desses ambientes, que neste caso os principais envolvidos são os próprios alunos.

Tendo em vista a violência que as escolas enfrentam em seu âmbito, e acabam interferindo nos avanços educacionais dos alunos, bem como comprometimento de todo o corpo docente, e o quadro de funcionários da instituição escolar, esse trabalho tem por objetivo, mostrar a realidade das escolas brasileiras, e possíveis causas que levam algumas instituições apresentarem maior vulnerabilidade, e frente a essas questões estão às escolas de ensino da rede publica, foi através de pesquisas bibliográficas que foram levantadas varias causas que explicam os motivos da vulnerabilidade dessas instituições.

Portanto, é nesses estabelecimentos que os alunos encontram dificuldades em relação à transmissão de conhecimento, e também dificuldades em se relacionar com os professores e outros profissionais que trabalham dentro da escola. Estas escolas são as que apresentam os maiores índices negativos referentes à própria educação, e são consideradas ruins pela sociedade.

Esses casos continuam sendo mais recorrentes em escolas da rede pública de ensino. São fatos e fenômenos que continuam a acontecer, em que muitos casos são registrados até homicídios de alunos dentro da escola. O que é lamentável, pois estas instituições de ensino deveriam ser um local de aquisição de conhecimentos, e de desenvolvimento pleno da educação, bem como a formação de cidadãos.                  Todas as ocorrências relacionadas à violência nas instituições de ensino, podem ser evitadas se houvesse melhor distribuição na economia da sociedade, assim melhorando as formas de investimento na área educacional, e na segurança pública, que poderia com isso inibir o contato do jovem com as drogas, que é uma das causas que leva a prática de violência escolar, fazendo do jovem um dependente de drogas, fato esse que além de prejudicar a si próprio, e no seu social, também causa vários tipos de doenças, inclusive que pode levar a morte. A sua família também acaba sendo prejudicada com isso, na tentativa de procurar soluções para a situação, e depois vem às questões sociais, e suas normas, em que a própria família acaba sendo discriminada pela sociedade, e rejeitados em vários locais, e são alvos de traficantes, e uma hora ou outra, também são denunciados para a segurança pública.                                                                                                                      Todas essas questões podem ser mais bem analisadas e tratadas, porque é nas proximidades das escolas que geralmente traficantes procuram vender seus produtos, sendo que os jovens são curiosos e estão vulneráveis perante a essas pessoas, que estão ali para convencê-lo a fazer o uso desses entorpecentes nessas dependências escolares, esses tipos de delitos devem ser evitados, e ocorrem porque consequentemente esta ligada a falta de segurança, existente nas proximidades das escolas e dentro dela.

Conclui-se que muitos jovens são vitimas de violência, e por traz disso também encontramos a relação do jovem com as drogas, que mantém um comportamento indisciplinar, cometendo delitos na sociedade, e acaba levando para dentro da escola. Abramovay (2002) observa que para as escolas situadas, sobre tudo em “zonas de risco”- pela atuação do trafico de drogas, de gangues, ou marginalidade, a segurança deveria se redobrada.

Vem se buscando alternativas para o controle dessa problemática, mas a muitas críticas ainda em relação a esses alunos, jovens de periferias que vivem frente ao perigo, e se envolvem com traficantes, e sofrem violência de todos os tipos, sendo discriminados pela sociedade, e em muitos casos rejeitados pela sua própria família. Araujo (2009) ressalta que estudos sociológicos associam o crescimento da violência e o aumento da criminalidade, nas ultimas décadas, a situação de vulnerabilidade social.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

AS CAUSAS SOCIAIS E A VIOLÊNCIA ESCOLAR

 

A principal causa da violência que ocorre dentro das instituições de ensino, é influenciada pela desigualdade social, e também pela própria estrutura familiar. Os problemas sociais são vários, como miséria, fome, e desemprego, que se agravam interferindo na aprendizagem dos jovens, tanto educacional quanto social. A falta de investimento pelos órgãos competentes é uma das causas responsáveis pelos problemas gerados na sociedade, e a violência que é originada constantemente, é transmitida de forma coletiva e não individual, sendo caracterizada pelo próprio Estado, pois ocorre muita corrupção, e má distribuição das verbas públicas que investe muito pouco na segurança e nas áreas educacionais, e traz uma sensação de insegurança para toda a sociedade, talvez essa seja uma das principais causas da violência na sociedade brasileira, já que causa revolta e aumenta a pobreza dos menos favorecidos:

 

A tentativa de esforços de alguns setores da sociedade brasileira, as tentativas de democratização Apesar das oportunidades educacionais no Brasil alcançaram até o momento resultados muito limitados. Isso se deve em grande parte a precariedade das condições socioeconômicas e ao desinteresse dos governos pela educação. Apesar dos discursos das autoridades responsáveis no sentido de priorizar o ensino, em especial o fundamental, na, pratica, investe-se pouco e mal em educação e quase nada se faz pela melhoria da qualidade do trabalho escolar. (PILETTI, 2003, p. 124).

A questão quanto à violência dentro de algumas instituições, como as escolas públicas, pode-se dizer que são as que enfrentam os maiores problemas, por estarem mais vulneráveis ao trafico, com isso tendem muitas dificuldades para os professores administrarem as suas aulas, já que a estrutura é fragilizada, há falta de materiais didáticos, e em muitos dos casos não existe segurança nem mesmo dentro da escola. E fora dela à situação é ainda pior. É neste contexto escolar que existe uma fragilidade para que a violência ocorra, e envolve não somente os alunos, mas também todos os colaboradores escolares. A escola enquanto uma instituição de ensino e de inclusão de jovens, e formação de cidadãos aptos para saber conviver em sociedade, acaba encontrando barreiras que impossibilitam o real desenvolvimento das atividades propostas.                                                                          A escola tem cumprido essas missões? A escola tem se preocupado em formar esses alunos para saber viver em sociedade? O aluno de escolas publica terão com certeza uma vaga no ensino superior? Em muitos dos casos as falhas acabam ocorrendo por falta de motivação por parte dos profissionais. E em outra é a falta dos recursos públicos e o apoio familiar. Como citado em parágrafo anterior, a falta de investimento é um dos principais fatores que impedem tais ações, professores têm seus subsídios abaixo de suas condições básicas, isto é, seus salários estão sempre defasados, salas de aula superlotadas, e eles próprios encontram uma deficiência em seus trabalhos porque em muitas vezes as dificuldades já vem da própria formação, e continua ocorrendo, sendo que poucos são os cursos profissionalizantes oferecidos gratuitamente para esses profissionais. Todas essas questões são antigas na educação brasileira, e acaba prejudicando a aprendizagem de ensino dos alunos, como também poucos são feitos trabalhos que tenha o envolvimento na participação dos pais, no desempenho educacional de seus filhos. Para reforçar:

 

 Quem esta educando os seus filhos em casa? Geralmente são pessoas com renda e níveis educacionais acima da média. A maioria delas são famílias cujos pais, mãe e filhos veem menos televisão do que a média- dois fatores que provavelmente contribuem para um desempenho educacional superior. Os mesmos alunos, com os mesmos tipos de famílias e o mesmo apoio de seus pais, talvez se saíssem igualmente bem nas escolas publicas. Como pesquisas revelam, salas de aula pequenas são melhores do que as grandes e um forte envolvimento dos pais e da comunidade é fundamental (R. Cox, 2003 p. 28). (SCHAEFER, 2006, p. 356).

      

São problemas que influenciam a relação desses profissionais em seu trabalho, que frente a isso estão os alunos, que também trazem consigo, os seus problemas que estão relacionados em sua família e a sociedade. A maior parte dos alunos que estudam em escolas da rede pública de ensino, e principalmente algumas daquelas mais distantes dos centros da cidade, são escolas que apresentam uma maior exclusão educacional. Os alunos também são os que apresentam uma maior dificuldade financeira, são alunos que, em vários casos os pais mal têm o ensino fundamental completo, não tem um emprego formal, possuem vários filhos, e seus ganhos às vezes incluindo o trabalho de toda a família mal conseguem se alimentar. E muitas vezes seus filhos permanecem por um período sozinho, sem cuidados de seus familiares e ficam vulneráveis a vários tipos de situações de perigo. Por isso, se envolvem com as drogas e os vários tipos de violências que acabam aportando esses problemas para dentro da escola, e com isso acabam interferindo no seu conhecimento, retardando a sua aprendizagem.         Existem casos que geralmente, os pais não ficam sabendo com quem os seus filhos estão se envolvendo, não sabem os tipos de colegas que se relacionam, e também não tem o habito de conversar com eles, pedir como foi seu dia, ou como foi à aula, neste sentido encontramos o apoio de Valla (1994, p. 69) que compreende e vem nos dizer que:

Os alunos que têm problemas com a aprendizagem vêm de famílias onde os pais não lhes dão apoio. Os alunos que vão bem tem pais “interessados”. Muitas mães não abrem mão do seu trabalho para ir às reuniões dos professores. É preciso conscientizar os pais sobre a importância dessas reuniões na escola. Muitos alunos vão mal à escola porque eles trabalham fora e são obrigados a cuidar da casa; faltam muito ou não têm tempo para o estudo. Frequentemente as famílias são desajustadas, sem assistência. Como ensinar educação sexual quando os membros da família dormem na mesma cama? Muitas vezes a repetência é uma questão de herança em uma mesma família. Enfim as famílias não dão educação aos seus filhos. È preciso “reeducar” os alunos criando hábitos e não só se preocupando em fixar matéria.

            A educação é necessária para a vida humana, sendo que existem dois lados para ela, um lado que a oprime, e outro que a liberta, no Brasil a grande maioria da população não pode completar o ensino fundamental, fato que contribui para manter a injustiça de desigualdade, e também acaba controlando a sociedade.                         Ainda hoje encontramos dois tipos de escolas, uma que é direcionada aos alunos que cujo seus pais têm um poder aquisitivo maior, e que pode pagar para seus filhos terem uma educação de qualidade. E de outro lado encontramos a população, a massa que são os mais prejudicados, e que encontram uma escola sem recursos, sem ginásio de esporte, professores mal remunerados, e que trabalham até mesmo em três turnos para poder se manter.                           Segundo Bagno (2008) reforça que; É verdade que escolas particulares já estão interligadas aos novos meios de comunicação, e as escolas publicas muitas delas não tem se quer um computador. Casos que quem acaba arcando com todas essas consequências são os próprios alunos, fazendo com que aumente a exclusão escolar, causando a desmotivação de seus interesses, sendo um deles a relação com o mercado de trabalho, dando sequência fazendo gerar outros fatores, aumentando a miséria social, o seu desequilíbrio emocional, e talvez problemas para toda a sociedade, porque pode acabar se envolvendo com as drogas, na tentativa em ganhar dinheiro fácil, e não é isso que acontece, o que ocorre são praticas da violência que gera, e começam a causar desvios sociais, praticando atos ilícitos na sociedade.                                                                                                                               Segundo Saviani (2000) assim os setores especializados em educação descuidam dos problemas macro educacionais, pressupondo um sistema já constituído, e a administração publica é considerada apenas cargo político. A degradação de muitas escolas brasileiras é vista pela sociedade, como resultados da falta de investimento, pelos órgãos públicos que deixam a desejar os problemas educacionais. Embora o governo tenha uma arrecadação de muito dinheiro com impostos, e que teria que ser devolvido uma parte dele sob a forma de serviços básicos para a população. Como se esperar, não é isso que acontece. A cidadania não é exercida, pelo contrario muitos de nossos governantes usam o dinheiro publico, que era para ser investido em áreas como a educação, que é um dos pontos que mais leva a exclusão social e ao fracasso escolar, esse dinheiro é usado primeiro para suprir as necessidades particulares dos próprios governantes.

O fracasso escolar, acesso que pode ser entendido como negação da cidadania na medida em que a população não tem os bens universalmente distribuídos. Ser cidadão é ter direitos. No Brasil e nos países de terceiro mundo, de maneira geral, ser cidadão equivale a ter muitos deveres e poucos direitos. Quanto mais pobre mais lesados nos seus interesses. (VALLA,1994, p. 66).

A situação que se encontra em alguns ambientes de ensino, como violência, exclusão, fracasso escolar, deixa claro, que o problema na maioria deles são questões políticas, econômicas, e sociais, e o fruto dessas relações é a desigualdade social. Alguns indivíduos têm o acesso ao consumo dos bens, e aos melhores serviços que são prestados na sociedade, como boas escolas, bons hospitais, frequentam os melhores restaurantes, etc. Enquanto a população de baixa renda são os excluídos da sociedade, considerados marginalizados, e muito deles, não tem o acesso aos bens, em que são produzidos às vezes por eles próprios. São pessoas que apresentam um nível baixo de educação escolar, muito deles não tem conhecimento dos seus direitos que possuem, e acabam cumprindo apenas os seus deveres de cidadão. Dentro dessa perspectiva temos o apoio de Dias (2009, p. 231) que reforça dizendo:

A extensão do direito à cidadania social é um processo que em muitos países ainda não se completou. No Brasil, a constituição assegura o direito das crianças a uma escola e a um meio digno de vida, no entanto estes direitos são violados a todo o momento.

Dentro desse contexto o processo continua sem nenhuma perspectiva, os filhos dessas famílias continuam seguindo os passos de seus pais, alguns casos aparecem e acabam mudando esse padrão de vida, mas na maioria não. São crianças, jovens, que sem esperança, sem uma motivação, vivem apenas na observação de outras pessoas, com um sonho de algum dia, poder desfrutar de algo, e sonham em ser alguém na vida, de ter um futuro melhor.    São crianças, e jovens que se encontram a mercê da sociedade, alguns encontram algum tipo de trabalho. Outros não.                                                                                                    

Em muitos casos trabalham na informalidade, ou fazem bicos para ganhar dinheiro, e no outro período vão para escola, onde é considerado por eles um local como um meio que poderá ajuda-los a melhorar de vida. Mas também é um ambiente que faz com que eles se sintam excluídos. A escola às vezes acaba os excluindo ainda mais da sociedade, pelas formas como a educação vem sendo exercida na sociedade brasileira.                                                                                       A falta de recursos na educação, à baixa capacidade profissional por parte da equipe funcional, e a segurança mínima que é estabelecida nestas instituições, fazem com que o ambiente apresente uma situação de vulnerabilidade a vários tipos de violência.           

OS JOVENS, E SUA RELAÇÃO ÀS FORMAS DE VIOLÊNCIA TRANSMITIDA NA SOCIEDADE.

As formas de violência que ocorrem nas escolas são varias, elas podem ser verbais, físicas, simbólicas, ou patrimoniais. A violência pode se originar através de um xingamento, uma agressão física, através de gestos obscenos, ou algum tipo de dano material provocado por uma intencionalidade. Abramovay (2002, p. 294) reforça nos dizendo que:

 
Constatou-se que muitos jovens são vitimas ou agentes da violência, entretanto, mesmo os que não se envolvem diretamente, relataram inúmeras casos dos quais tomaram conhecimento ou presenciaram no espaço escolar. Essa proximidade contribui para banalizar o comportamento violento, tornando trivial a ocorrência de furtos, roubos, assaltos, estupros, agressões físicas, vinganças, homicídios, depredações entre outros. A gratuidade da violência para eles é uma realidade, e o medo é comum em suas falas.

            A Violência em nossa sociedade esta se banalizando cada dia mais. Basta ligar a televisão, radio, ou acessar equipamentos de informações, para vermos, ou escutarmos, notícias que trazem atos de violências. Questões que estão deixando toda a sociedade assustada com tantos atos de crueldade contra as pessoas. Entre os vários problemas sociais existentes, entre eles esta o problema das drogas, que interfere na vida de varias pessoas, levando os nossos jovens a reproduzir atos de violência, e que se não tratado a tempo, toda a sociedade passara por problemas ocasionados pelos efeitos causados pelo uso desenfreado de drogas.                                   A droga não é um problema que esta atingindo somente as crianças ou jovens, ela esta prejudicando também as pessoas de mais idade, por isso fica ainda mais difícil, sua prevenção, porque os jovens acabam sendo influenciados pelos adultos, porque o jovem ainda não tem uma opinião formada, e são facilmente manipulados. O uso de drogas na sociedade esta a cada dia transformando-se mais comum, e o jovem esta entrando mais cedo neste mundo de fantasias, que por traz desse caminho existe um abismo sem volta, caminho esse que acaba gerando problemas sociais, e que termina em muitos casos, sendo aportada para dentro das escolas, provocando vários tipos de violência sendo ela física, verbal, simbólica, entre outras tantas.

A droga é uma questão global e social, esta em todas as partes do mundo, sendo que existem pontos que estão mais vulneráveis ao seu consumo, neste caso destacam-se as instituições de ensino, que existem falhas nas políticas públicas e sociais. Entre elas esta o poder socioeconômico e a própria estrutura familiar, que coloca os jovens frente aos problemas que estão relacionados às drogas e a relação disso, é o fortalecimento a violência.                                                                                     Os problemas quanto ao uso de drogas tanto as drogas licitas ou ilícitas, encontrados na sociedade, nas ruas, e até dentro das estruturas familiares, estão se fortificando, e ganhando território dentro das escolas. Os jovens acabam ganhando o status de aluno, e as drogas também ganham novos nomes, na tentativa de esconder o seu envolvimento com elas, com isso surge vários tipos de violência, e acabam fazendo do local um tipo de comércio de drogas, principalmente as ilícitas, onde os maiores prejudicados são os próprios alunos, e o mais interessante que as drogas não precisam de propagandas, os clientes são fiéis ao seu consumo.

                                                      Acontece que a escola, a família e até mesmo alguns livros revelam extrema perplexidade e despreparo para participar desse processo. Muitas vezes utilizam de advertências tão aterrorizantes e dramáticas que podem mais despertar a curiosidade e o fascínio do que prevenir e conquistar a confiança e o dialogo. Outras vezes estimulam o uso da droga, por parte das figuras parentais, das chamadas “drogas legais”, tais como: álcool, fumo e medicamentos. (SANTOS, 1997, p. 16).

            As escolas da rede pública de ensino, as que estão localizadas nas áreas de periferias enfrentam maiores problemas, em relação às drogas e a violência. Segundo Guimarães (1996) as escolas localizadas em áreas periféricas, são as que apresentam uma maior vulnerabilidade, as drogas e a violência, pela falta de segurança que é imposta a essas instituições.                                                                A falta de segurança, e de investimentos na educação, são pontos essenciais que poderiam ajudar a inibir o avanço no contato dos jovens com as drogas e o acumulo da violência que é transmitida para a sociedade como um todo, podemos observar que a pobreza das famílias, a falta de oportunidade em uma educação de qualidade, acaba gerando a ausência de uma qualificação profissional, levando a outras carências, como a falta de emprego, e a trabalhos informais, que em muitas das vezes o ganho não é suficiente para se alimentar adequadamente.

As famílias acabam vivendo no desespero, e muitos casos envolvem-se com a criminalidade, pelo dinheiro fácil, (se envolvendo com as drogas) sem medir as consequências, de seus atos, e mais tarde acabam descobrindo outra realidade, podem ser presas, ou acabam mortas. A violência e o uso de drogas estão consequentemente ligados à falta de segurança, existentes nas proximidades das escolas e dentro delas. São fatos vivenciados, e conclui-se que muitos jovens são vitimas de violências, por traz disso encontramos a relação do jovem com as drogas, que mantém um comportamento indisciplinar, cometendo delitos na sociedade, e acaba aportando este comportamento para dentro da escola. Araújo (2009, p. 196) nos orienta que:

Existe uma visão, mais ou menos generalizada, que associa a pobreza à violência. Trata-se de um raciocínio simplista, pois a grande maioria dos pobres esta envolvida em crimes. A elite também cometem crimes. Fato é que as situações de extrema carência social são terrenos férteis para a violência. As condições precárias de moradia, de não acesso a educação e meios para que as pessoas compartilhem dos bens produzidos socialmente estão entre as razões da violência, quando procuram ter acesso aos bens por intermédio do crime.

A sociedade de um modo geral precisa urgentemente criar soluções para esse problema, que vem ao longo dos anos acelerando o seu crescimento de destruição. A atenção deve ser diferenciada, para aqueles alunos, jovens estudantes que se encontram vulneráveis aos problemas que a sociedade transmite para eles, e que acabam interferindo no seu desenvolvimento de aprendizagem educacional. Ao invés de discrimina-los ou excluí-los, deve-se investir nesse aluno, com trabalhos pedagógicos, cursos profissionalizantes, e é importante ressaltar que a violência, o uso de drogas, não é algo que surge dentro da sala de aula, ela vem acompanhada de outros fatores que a cercam, como a violência familiar, social, econômica entre outras.

 

A VULNERABILIDADE SOCIAL: UM PROBLEMA DE TODOS.

Se verificarmos os problemas existentes na sociedade, aos que favorecem as ocorrências de violência social, entre suas causas estão os desajustes familiares, e a falta de políticas públicas, que deveria haver uma melhor organização social, e distribuição dos recursos públicos. Dentro da área educacional, percebe-se que a transmissão de violência gerada dentro das escolas e na sociedade, são frutos de fatores que estão ligados as falhas governamentais, e que acaba comprometendo toda a sociedade. A solução para resolver os problemas da violência no Brasil, envolve não só os órgãos de segurança pública, e sim os mais diversos setores da sociedade, é preciso com urgência investir na área educacional, saúde, habitação, e mais, oportunidade de emprego, que através dele é que o cidadão poderá conquistar a sua dignidade.

É preciso urgentemente uma grande mudança nas políticas públicas maior participação de toda a sociedade, quanto às discussões que envolvem os problemas que são gerados entre a sociedade, e criar soluções para resolvê-las. A escola também tem o dever, e compromisso de resgatar os jovens, que estão frente às questões indisciplinares, e ajuda-los às questões que ocasionam em exclusões, tanto na sociedade, quanto na escola.

Neste contexto todos os funcionários dentro da escola precisam buscar mudanças e transformações. Já que a escola é uma instituição de educação, a responsabilidade não é apenas do professor em lutar na tentativa da produção de educação aos jovens estudantes, e sim todos, porque todos são responsáveis pela educação, e é somente com um trabalho em conjunto que poderão surgir melhorias neste sistema. O caso de violência atinge todo o grupo existente, seja ela qual for à forma de violência originada.

Segundo Dias (2009) ressalta que; O sistema educacional é dos mais importantes instrumentos de socialização nas sociedades modernas, e a educação é uma das atividades básicas das sociedades humanas. Por isso a questão quanto à violência dentro das instituições de ensino da rede pública, é um tema de grande relevância, e que deixa a desejar, tem-se feito trabalhos na tentativa de amenizar a situação, mas não é o suficiente.            Para ocorrer uma melhoria, os trabalhos precisam ser feito por todos incluindo professores, alunos, família, e Estado. Este trabalho deve começar a partir do aluno, que são crianças, jovens, que estão vulneráveis aos processos de educação, de aprendizagem, que tem seus problemas já em sua própria casa, em sua estrutura familiar, que apresentam uma enorme pobreza, e falta de afeto entre seus familiares.                                                                                  Depois encontramos os professores, que são os que estão em contato diretamente com os seus alunos. Estes profissionais vivem desmotivados devido aos baixos salários, e carga horária excessiva, sendo que frente a essa problemática esta o Estado. Que pouco investe nas áreas de educação, deixando a desejar, fazendo o mau uso dos recursos públicos, e que poderia se investir melhor nas escolas publicas, garantindo uma educação de qualidade, que proporcionaria uma melhor condição de vida a esses jovens alunos que vivem em misérias, mora em locais sem infraestrutura, sem as condições básicas de sobrevivência.                        Mas existem algumas escolas que mesmo sendo da rede pública de ensino, possuem boas condições em suas infraestruturas, possuem uma boa equipe de profissionais, e apresentam diversos recursos que propiciam um bom estudo para os alunos, e os levam a vários conhecimentos, esses estabelecimentos são aqueles que possuem pessoas que executam trabalhos em prol da instituição. Promovem vários questionamentos como melhorar o ambiente, e ainda mais, são beneficiados pelos órgãos responsáveis para repasses de seus recursos. Abramovay (2002, p. 316) nos apoia e afirma dizendo que:

Esta visão exclui determinismos, mesmo em áreas caracterizadas por exclusões, o que assegura espaço para ações de prevenção e combate á violência. Assim, há violências que podem ser ocasionais; e há outras, mais permanentes, que dependem tanto de condições internas como externas as escolas. Uma primeira situação refere-se ao entorno, espaço sócio geográfico no qual o estabelecimento está localizado, pois, encontram algumas escolas seguras em locais considerados extremamente perigosos, com grande incidência de ocorrências violentas, e vice-versa. Exemplo disso é uma escola pública situada na periferia do Rio de Janeiro, considerada privilegiada em relação às demais. As suas dependências são conservadas como novas, com professores formando um corpo coeso.

Quanto à família, ela é responsável pelo desenvolvimento da criança, é a base principal de seu crescimento. È a família que reproduzira a sua transmissão da cultura que eles exercem. Mas em muitos casos não é assim que acontecem, famílias não mantém um contato afetivo entre seus familiares, não exercem um dialogo de afetividade, e esses fatores acabam prejudicando no desenvolvimento de seus filhos, esses problemas atingem todas as classes sociais, sendo que existem algumas que estão mais vulneráveis a essas questões, e consequentemente encontramos as famílias que possuem um menor poder aquisitivo, e são nessas questões que encontramos familiares que possuem um baixo nível educacional.

Moraes (1995) destaca que é através de uma educação de qualidade é que podemos resolver vários problemas sociais. Problemas estes são antigos no Brasil, como citado acima à falta de investimento pelos órgãos responsáveis pela distribuição de recursos públicos, fatos que levam muitas pessoas a viverem em condições precárias de vida, porque nos dias de hoje, exige-se certo conhecimento de diferentes tecnologias, e com isso acaba ocorrendo uma exclusão social, acaba ocasionando uma exploração social em certos trabalhos, em que seus salários são abaixo de suas necessidades básicas.                                                                             Esses problemas são vivenciados pelos jovens na sociedade, e refletidos para dentro das escolas, fazendo então o surgimento de conflitos, levando aos tipos de violência. A participação do Estado seria essencial para poder controlar esses envolvimentos dos jovens aos delitos que ocorrem tanto na sociedade quanto nas escolas, um melhor investimento na educação, teria um resultado em curto prazo, programas são realizados pelos órgãos governamentais, mais ainda não é o suficiente para que haja uma educação de qualidade que é através da educação que proporcionaria maior segurança para todas as classes, onde pessoas que tem o acesso de melhores condições de vida poderiam usufruir melhor de seus bens, sem ter medo de ser furtado, roubado, ou sequestrados, entre outros crimes. Para reforçar, Araújo (2009, p. 166) defende que:

                                      A redução do papel do Estado, ou a sua quase ausência, produz efeitos perversos na sociedade. Uma das consequências sentidas pela desproteção social, sem duvidas, tem sido o crescimento da violência em diversos níveis. O desinvestimento do Estado em áreas básicas leva esse mesmo Estado a ter que ampliar o seu aparato policial repressivo. Os grupos mais atingidos pela ausência de Estado são as populações das grandes cidades, moradoras de favelas ou bairros pobres. Diversos estudos sociológicos vêm mostrando que não existe vácuo de poder. Os espaços onde o Estado deveria atuar com ações políticas e sociais passam a ser ocupados por milícias e grupos organizados ligados ao narcotráfico, que tomam como refém a população desses locais, tal qual vem ocorrendo na cidade do Rio de Janeiro, nos anos 2000.

            São através da educação que se podem mudar os problemas sociais, em diminuir a criminalidade, e dar melhores condições de vida as pessoas, é através da educação que pode resgatar os jovens que estão envolvidos, com as drogas, com a violência, e que estão distante da realidade social, e para isso, falta à participação de todos os envolvidos, os que desejam realmente criar soluções para essa problemática social, e dentro dessas questões estão à sociedade, a família e o Estado.





 

 

 

 

 

 

 

CONCLUSÃO

            O artigo apresentado descreve a verdadeira realidade da sociedade brasileira bem como, a fragilidade da sua educação diante de escolas de ensino da rede pública, instituições de ensino que dependem de recursos municipais, estaduais, ou federais. No Brasil a distribuição desses recursos, percebe-se que existe uma falha, em que dever ia-se haver um melhor planejamento desses investimentos, uma melhor distribuição dos recursos tanto nas áreas educacionais, quanto às necessidades básicas da sociedade, como uma educação de qualidade para todos, porque é investindo na educação das pessoas, que conseguiremos melhorar a vida de todos, inclusive transformar o país.                                                                                               Vários questionamentos são feitos quando falamos sobre escolas públicas, sobre o comportamento dos alunos, sobre as exclusões escolares, a falta de uma gestão eficiente, e a formação dos professores, esses casos vem se falando há muitos anos e nada se faz para resolver o problema, a questão é a maior parte dos problemas que ocorre dentro da escola, em muitos dos casos, simplesmente não se originou dentro da escola, e sim, dos problemas que vem de fora dela.                              Sendo que a maior parte dos alunos que estudam em escolas públicas, são alunos que apresentam dificuldades financeiras, como a pobreza em sua estrutura familiar, e em alguns casos chegam à miséria. Esses são casos encontrados em todo a país, e que acabam interferindo na aprendizagem desses alunos, e também casos que levam à associação da violência. Sendo que nem todos os tipos de violência estão agregados às situações econômicas, alguns surgem de outros fatores.   
            Mas Vivemos em uma sociedade muito complexa, e de grande competitividade, em que a minoria tem muito, e a maioria tem muito pouco, esses fatores acabam levando muitas pessoas, em muitos casos jovens, entrar no mundo do crime, pela conquista do dinheiro fácil, e com isso comete vários crimes, vários tipo de violência, sendo o envolvimento com as drogas uma delas, deixando toda a sociedade insegura, com medo até mesmo de sair de casa.                                               A relação dos jovens com as drogas é uma questão que deve ser observada, e tratada, porque as drogas em destaque as ilícitas, é um dos fatores que mais leva a vários tipos de violência que são gerados atualmente na sociedade. Devido ao grande faturamento que ela lhes proporciona ao trafico, ela interfere não só na vida do usuário, e sim de toda a família, e da sociedade, são levados para dentro das escolas, e estão ganhando outros jovens, constata-se que em muitas escolas públicas, a falta de segurança é precária e com isso as escolas acabam sendo vulneráveis ao trafico de drogas, que são facilmente encontrados traficantes aos seus arredores, em muitos casos disfarçados até mesmo de vendedores ambulantes, situações que acabam viciando nossas crianças, e jovens. A maioria desses jovens pensa em seu futuro, em crescer na vida em ser alguém, mas às vezes tem sua vida interrompida. Já não basta os problemas familiares, também à falta de segurança publica que é oferecida.                                                                            A droga faz parte da realidade social, e estão todos envolvidos, o estado, a sociedade, as autoridades, todos estão empenhados em fazer a prevenção, mas ainda faltam muito, novas políticas tem que ser feito e que se deve chegar até a raiz do problema para alcançar soluções. Quanto às questões educacionais, os pais e educadores, o ultimo que atua nas instituições escolares de ensino, onde estão envolvidos diretamente com os jovens, servem de educadores, e devem dar continuidade ao processo de educação, que vem sendo abordada pelos pais, dentro da sua estrutura familiar, conscientizando quanto os males que as drogas trazem, que além de prejudicar a sua saúde, retarda o desempenho escolar, e também produz ali novas formas de violência.                                                                                              As maiores partes dos jovens pensam em estudar, trabalhar e conseguir um bom emprego, com um bom salário, mas em muitos dos casos acabam sendo excluídas, pela falta de oportunidade que é gerada, às vezes pelo próprio estado. A melhor forma de inibir a violência é investindo na educação, e não somente na educação dos jovens, e sim de toda a sociedade, é trabalhando em conjunto, com as famílias, a comunidade, as escolas, e os alunos, e para isso precisamos também do apoio do estado com maiores ofertas de recursos para serem aplicados na segurança, na saúde, na habitação, precisa-se de uma melhor assistência nas necessidades básicas da população, e é através desses processos que vamos conseguir melhores resultados quanto à deficiência que o nosso país enfrenta hoje, principalmente quando falamos sobre violência que a cada dia esta aumentando progressivamente. 

 

 

 

BIBLIOGRAFIA

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