A VIOLÊNCIA ESCOLAR NO BRASIL
Por BRUNELLY KLAYN IZIDÓRIO SILVA | 23/09/2019 | EducaçãoBrunelly Klayn Izidório Silva
RESUMO
O estudo discute a violência escolar no Brasil, buscando compreender quais influências dessa prática na sociedade atualmente. Conceituar violência não é fácil devido as mais variadas concepções. Assim, qualquer ato de agressão – física, moral ou institucional – dirigido contra a integridade de um ou vários indivíduos ou grupos é considerado um ato de violência, caso acorra no contexto escolar, considera-se violência escolar. Assim, a pesquisa tem como objetivo geral investigar os fatores associados à violência escolar no Brasil, e como objetivos específicos: Identificar os vetores causadores da violência escolar no Brasil; pesquisar os tipos de violência escolar na contemporaneidade; refletir sobre o papel da escola diante da violência escolar; descrever alternativas para prevenção e redução da violência escolar. A pesquisa é bibliográfica com caráter exploratória e descritiva. O Cenário de estudo são as escolas do Brasil, e os sujeitos: estudantes e professores. Consideramos a sala de aula um espaço social que prioriza o aprendizado e desenvolvimento intelectual e social, lidar com a violência está sendo um desafio enfrentado por educadores na contemporaneidade. Como resultados do estudo, algumas escolas participam de projetos com ajuda da polícia militar que atuam diretamente nas questões relativas às drogas e violência. Um dos maiores desafios para a escola atuar na prevenção da violência é trazer a família à escola, por acreditar que pais e familiares em aliança com a escola podem promover melhorias no crescimento pessoal, intelectual e social dos alunos, inclusive, reduzir a violência nas escolas.
PALAVRAS CHAVE: Violência escolar. Prevenção. Papel da escola. Desafios.
Introdução
Segundo Abramovay e Rua (2003) conceituar violência é difícil devido as mais variadas concepções. Para as autoras, a percepção da violência no meio escolar muda de acordo com o olhar pelo qual esse meio é abordado. No passado, as análises recaíam sobre a violência do sistema escolar, especialmente por parte dos professores contra os alunos (punições e castigos corporais), já na li, sociólogos, antropólogos, psicólogos e outros especialistas privilegiam a análise da violência praticada entre alunos ou de alunos contra a propriedade (vandalismo, por exemplo) e, em menor proporção, de alunos contra professores e de professores contra alunos.
Para Ortega (2003, p.86) nem todas as condutas e atitudes violentas que ocorrem no contexto escolar são do mesmo tipo. “O conceito de violência escolar inclui grandes números de ocorrências, atitudes e comportamentos diferentes que não devem ser confundidos entre si”. Devemos levar em consideração que em geral atos de indisciplina na maior parte das escolas devem gerar punições, mas nem sempre isso acontece. Esse tipo de situação pode ser um dos vetores para a manutenção da violência escolar. Infração sem punição é algo bastante perigoso, especialmente em ambientes escolares, já que é um espaço compreendido como gerador de educação de desenvolvimento humano.
O conceito mais comum sobre violência é defendido por Abramovay e Rua (2002), estas consideram que todo e qualquer ato de agressão – física, moral ou institucional – dirigido contra a integridade de um ou vários indivíduos ou grupos é considerado um ato de violência. Já para Ortega (2003, p.83) há violência nas escolas “quando algumas pessoas são acossadas, maltratadas ou socialmente excluídas, física, psicologicamente ou moralmente”. Diante das concepções das autoras, é importante observar que no conceito defendido por Ortega, menciona a violência como fenômeno que atinge socialmente um indivíduo, se o ambiente é na escola, considera-se violência escolar.
De certa forma, o conceito de violência escolar é intrigante, pois demanda uma hierarquização, de modo a serem compreendidas e explicadas.Essa hierarquia se baseia na natureza dos atos em questão. Assim, há atos associados ao que é chamado de violência (roubo, violência sexual, danos físicos, crime etc.) e há atos de incivilidade (humilhação, linguagem chula e falta de respeito). Há também atos de violência institucional e simbólica (violência nas relações de poder). Portanto, se existe ações que resultem de uma quebra de diálogos que gere intimidações, insultos, infrações leves contra pessoas, objetos ou propriedade, pode ser considerada violência (UNESCO, 2003).
A violência escolar é uma temática bastante discutida atualmente, observamos que por mais que estudada e pesquisada, os índices aumentam a cada dia. Parece que todos os dias têm novidades sobre o assunto, uma das curiosidades atualmente é identificar as mais diversificadas formas de violência ocorridas no âmbito escolar.
Vale salientar que, devido à falta de clareza sobre o assunto, a maiorias vezes estudantes praticam espécies de violências contra colegas e não compreendem a extensão dessa problemática. Violência não pode ser confundida com brincadeiras de mau gosto, a espécie de violência que discutimos em nossa pesquisa é aquela gerada a partir de intencionalidade, regada de más intenções em prejudicar outro indivíduo.
Diante desse cenário de incertezas, muitos pesquisadores influenciados pela extensão e crescimento da violência escolar não cruzaram os braços e se voltaram para discutir com maior amplitude sobre as motivações das ocorrências da violência escolar no Brasil. Destacamos em nossa pesquisa alguns desses pesquisadores, entre tais o trabalho de Abramovay e Rua (2002) e Debarbieux (2003), Ortega (2003), abrimos margem também para mencionar o trabalho de Assis (2010), autora que dialoga com professores, no qual consideramos um dos atores importantes para nossa pesquisa: professores são os indivíduos que estão mais próximos aos estudantes e compreendem de certa forma algumas problemáticas inerentes ao crescimento da violência nas escolas.
Roubar, agredir verbalmente, fisicamente, até mesmo a prática do Bullying é uma espécie de violência que atinge cada vez mais as escolas. Todas são preocupantes, no entanto, consideramos que a mais aviltante é o uso de arma de fogo nas escolas, bem como o uso de drogas. Acontecem entre estudantes, estudantes contra professores, e vice-versa, e na contemporaneidade parece que os indivíduos estão tratando a violência nas escolas como algo comum. E não é comum, é um tipo de problemática que deve ser tratada com métodos preventivos, e nem sempre as escolas estão preparadas para atuar na prevenção.
Segundo site da Folha de São Paulo, noticiado por Paulo Saldaña (2016)[1] as capitais de maior incidência de violência escolar são Maceió (AL), Fortaleza (CE); Vitória (ES); Salvador (BA); São Luiz (MA); Belém (PA) e Belo Horizonte (BH). Diante dessa breve estimativa, tentaremos em nosso estudo investigar quais os principais fatores que desencadeiam a violência nas escolas do Brasil levando em consideração os prováveis fatores que levam os jovens a praticar atos violentos na escola. Sobre essa temática, é importante discutir sobre o papel da escola no sentido de promover métodos preventivos no combate a violência escolar.
Consideramos nossa temática importante, visto que a violência escolar parece está em crescimento no país e é motivo de preocupação para toda a sociedade. Observamos através de noticiários, sejam na internet ou em canais comunicativos as informações sobre a violência que atinge as escolas, dentro e fora dos muros escolares. Guerra entre traficantes em regiões de conflitos, balas atingem escolas e podem ceifar a vida de pessoas. De outra forma, desentendimentos entre estudantes podem desencadear a violência na escola e outros fatores que tentaremos desvendar em nossa pesquisa.
É importante refletir sobre essa problemática, pois a paz nas escolas depende dos métodos de prevenção aplicados pelas escolas, é uma necessidade vital para o bom andamento e desenvolvimento dos educandos e de todos os servidores das escolas, sejam púbicas ou privadas.
Assim, a pesquisa tem como objetivo geral investigar os fatores associados à violência escolar no Brasil, e como objetivos específicos: Identificar os vetores causadores da violência escolar no Brasil; pesquisar os tipos de violência escolar na contemporaneidade; refletir sobre o papel da escola diante da violência escolar; descrever alternativas para prevenção e redução da violência escolar.
A pesquisa é bibliográfica com caráter exploratória e descritiva. O Cenário de estudo são as escolas do Brasil, tendo como sujeitos os estudantes e professores. É importante observar os índices de violência escolar para que possamos identificar os vetores, e quais os principais fatores que estão associados aos atos violentos. Para tanto, pesquisaremos em trabalhos já publicados, livros, publicações UNESCO, do Ministério de Educação e Cultura; teses, artigos e dissertações.
Os dados da nossa pesquisa são secundários ou terciários, oriundos de trabalhos já publicados. Para discutir aspectos qualitativos necessitamos dos dados quantitativos, assim em nosso estudo trataremos os dados de forma quantitativa e qualitativa, adotando a representatividade através de gráficos e tabelas.
Norteamos o estudo através da pergunta questionadora: Quais os principais fatores que estão associados à violência escolar no Brasil?
Falar em violência, logo pensa-se em brigas, tapas, algo que deixa marcas físicas em algum indivíduo, porém, violência vai além de algo físico, atualmente existem tantas espécies de violência que um indivíduo sofre que nesse tópico do estudo discutimos as concepções de violência, enumerando as espécies e suas características, especificamente as que ocorrem no âmbito escolar.
A preocupação que cerca a sociedade atualmente é de que a escola deixou de ser considerada “ilha de paz” com incentivos ao desenvolvimento humano e intelectual do estudante para se tornar local de medo, diz Debarbieux (2003, p.8). A boa notícia sobre o cenário da violência escolar, é que a escola juntamente com a sociedade pode transformar o cenário de perigo que se estabeleceu com tanta intensidade nas últimas três décadas no âmbito escolar no país. Compreendemos que a escola enquanto instituição importante na formação humana dos indivíduos, não deve ser passiva quando o assunto é violência escolar, no entanto, esta não pode agir sozinha, precisa unir forças com a sociedade.
A problemática da violência escolar foi incluída no cenário nacional e internacional como um dos grandes desafios a serem enfrentados no século XXI. A temática é cercada de grandes dificuldades, especialmente em termos da formulação de conceitos e explanações sobre as origens e as causas dos atos violentos praticados no ambiente escolar (UNESCO, 2003).
No entanto, conforme mencionamos, nem todo ato agressivo são necessariamente atos de violência, pois nem todo ato agressivo tem a intenção e destruir ou prejudicar o outro. Mediante o exposto, como perceber que um ato agressivo pode ser considerado violência? Ora, a violência geralmente é regada de intencionalidade, por isso, todo ato de desentendimentos, insultos ou infrações devem ser investigados com fins de identificar quais as reais intenções dos envolvidos em atos denominados violentos no contexto escolar.
Mattos e Coelho (2011, p.198) mencionam a violência escolar numa amplitude mais extensa, e nos alerta para compreendê-la através de um conceito bastante reflexivo: “a violência não se reduz àqueles atos violentos visíveis aos nossos olhos, como também se esconde em ações silenciadoras, discriminadoras, de desrespeito e de humilhação, nem sempre reconhecidas como violentas”. Nessa expectativa, compreendemos uma espécie de violência que deixam marcas e podem influenciar no desenvolvimento da individualidade de cada um dos sujeitos, seja como vítimas ou como agentes e praticantes, asseguram as autoras.
As brigas representam uma das modalidades de violência mais frequentes nas escolas, abrangendo desde formas de sociabilidade juvenil até condutas brutais. Esse tipo de agressão entre alunos manifesta-se, inicialmente, por ataques verbais proferidos pelos mesmos. É quando se torna difícil estabelecer demarcações precisas entre tipos de violência, como brigas e ameaças. O mais comum nas escolas parece ser situações-limite entre os bate-bocas e discussões (ABRAMOVAY; RUA, 2002, p.51).
Podemos pensar também que diante da vida agitada de hoje, a era das tecnologias e transformações, o consumismo exagerado, jovens que passam a noite em frente a um celular, tablet ou computador, situações de conflitos familiares, tantos fatores que muitas vezes obriga o jovem a lidar com muitas informações, talvez estes não consigam processar a avalanche de informações que perpassa pela mente no dia a dia, e geralmente quando adentram nas escolas com mentes cansadas e estressadas, a paciência e a calma para prestar atenção às mais variadas atividades escolares não são palavras adotadas pela maioria dos jovens.
Nessas situações o professor deve ter sensibilidade para identificar esses vetores causadores de conflitos para não ocorrer violência ou situações de agressividades em sala de aula, pois grande parte dos jovens briga por quase tudo atualmente: “briga-se por futebol, lanche, notas, por causa de apelidos e tomada de objetos uns dos outros. O olhar direto, encarar, é visto como desrespeitoso e desafiador e pode levar a confrontos”, mencionam Abramovay e Rua (2002, p.51). A violência está inserida de forma latente nas escolas, a situação é preocupante, pois o simples fato de esbarrar no outro, mesmo sem querer, pode ser interpretado como atitude pouco cuidadosa e de provocação, podendo ocasionar brigas violentas em âmbito escolar, complementam as autoras.
Vale salientar que a maioria dos jovens pratica violência por perceber que o Brasil é o país da impunidade. A justiça funciona para uns, mas para outros não. Esse pode ser um dos motivos pelos quais a violência impera, podemos pensar que outro motivo é a desestrutura familiar, a falta da participação familiar na escola, pode ser visto como desanimador para alguns estudantes. O contato com as drogas é um dos efeitos mais nocivos para a prática da violência na escola, pois a maioria das escolas públicas do país não possuem porteiro ou seguranças para monitorar a presença das drogas nas escolas.
Sob essa perspectiva, quando a escola venda os olhos para a presença de drogas, ou quaisquer atos desfavoráveis aos bons costumes, a violência pode se tornar ocorrência farta. Esse olhar à impunidade, provavelmente favorece o uso das armas nas escolas, esse é um dos fatores mais preocupantes da contemporaneidade, já que armas não são considerada só as de fogo, mas outras espécies, tais como: faca, gilete, estiletes, canivetes. Abramovay e Rua (2002) alertam que no Brasil, os dados da pesquisa indicam que armas de fogo representam pequena porção das armas encontradas nas escolas. Entre elas, encontram-se as chamadas armas brancas e outras como correntes, cacetes e porretes.
Cowie (2003) em sua pesquisa, recorrendo a Farrington (1995) evidencia que alguns fatores de riscos considerados em longo prazo à pratica da violência juvenil, de fatores, são eles: Psicológicos (jovens com alta impulsividade e baixa inteligência); Familiares (por exemplo supervisão ineficiente ou severa, abuso físico, violência por um dos pais, histórico na família cm drogas ou marginalidade, ruptura de família); Delinquência dos pares; Baixa situação socioeconômica; morar em área urbana e viver em bairro com alto poder de criminalidade. Já os fatores considerados à curto prazo são: consumo de bebidas alcoólicas; atos que levem à ocorrência de violência como a escalada de um desentendimento trivial, complementa a autora.
Mediante as considerações sobre os fatores que podem levar os jovens a praticar violência nas escolas, parece conveniente dizer que são bastante diversificadas, pois depende também de fatores psicológicos e familiares, de certo modo, nem sempre o foco é na escola, o aluno pode trazer de casa seus medos e aflições e desencadear um surto gerado pelas insatisfações e problemática vividas. Nesse sentido, caso a escola não trabalhe métodos preventivos de violência, as incidências de violência possivelmente aumentarão, a escola ao invés de ser um ambiente socializador de trocas de saberes, poderá se tornar espaço de medo.
A proposta Política e Pedagógica da escola deve permitir a conscientização dos alunos. Não só da violência escolar, mas outros aspectos importantes para a construção de uma escola mais participativa e ativa socialmente,
Através da proposta pedagógica a escola vai especificar qual é o seu objetivo e a sua visão pedagógica. Esta proposta deve ser construída juntamente com a comunidade escolar, que são todos aqueles envolvidos diretamente e indiretamente na aprendizagem dos alunos. Uma proposta pedagógica bem construída, analisada e avaliada, poderá contribuir para a prática docente, tornar os conteúdos significativos aos alunos e a tornar as ações preventivas da violência mais eficazes (OLIVEIRA; SOUZA, 2014, p.9)
A partir dessa visão leva-se a crer que existem possibilidades para amenizar ou reduzir os índices da violência escolar. Nesse sentido, não se trata de aprisionar os alunos com normas e regulamentos rígidos, mas levar em consideração as necessidades dos alunos e suas condições sociais. Segundo os autores a proposta deve ser construída juntamente com a comunidade escolar, inclusos famílias, no qual consideramos imprescindível a parceria.
Diferenças entre violência, crime e agressividade: De acordo com Schmitz (2010) o homem, é um ser violento segundo sua natureza. Um dos atos mais comuns para o ser humano é defender-se quando se sente ameaçado, essa ação pode ser involuntária ou não. Por isso que em nossa pesquisa, é preciso distinguir o que pode ser considerado violência, crime e agressividade. Ambos são parecidos e podem ser confundidos, porém em sua aplicabilidade e concepções, são distintos.
Mediante o exposto, Schmitz (2010, p.128) diz que “é importante entendermos que a agressividade é inata no ser humano”. Assim, para a autora, a agressividade pode ser considerada como uma pulsão, uma força capaz de nos mover ao crescimento, vital, enquanto a agressão é uma ação que envolve a destruição. Dessa forma, compreendemos que todo ser humano tem dentro de si aspectos de agressividade que podem manifestar-se de várias maneiras. Podendo ocorrer de forma positiva, levando o indivíduo a superar obstáculos, ser persistente, ir à luta e não desanimar diante da primeira dificuldade; ou de forma negativa, pela manifestação de um ataque de raiva ou comportamento agressivo de violência manifesta.
Carvalho (2010) menciona a violência Física e a Psicológica, sendo a física ocorre quando alguém causa ou tenta causar dano por meio de força física, de algum tipo de arma ou instrumento que possa causar lesões internas, externas ou ambas já a psicológica inclui toda ação ou omissão que causa ou visa causar dano à autoestima, à identidade ou ao desenvolvimento da pessoa, como é o caso do Bullying.
No Dicionário Online Aurélio (2017) identificamos o significado do termo “agredir” com: pancada, ferimento, insulto, ou seja, o ato de agredir ou ferir o outro. Sabemos que as palavras têm uma vastidão de significados quando são postas em um contexto, ou uma situação real, por isso o termo é polissêmico, já que compreende as mais variadas interpretações. Se compreendermos o termo pelo viés do Direito, o ato de agredir constitui-se crime e gera sanções, no entanto, pela Psicologia as agressões geralmente têm ligações com problemas mal resolvidos, e o indivíduo necessita de tratamentos para melhorar o comportamento.
No entanto, a agressão está disposta no Código Penal Brasileiro no Art. 129 como crime somente se for provada a lesão corporal, ou seja, para ser considerado crime é preciso provocar marcas da agressividade. Em contraste destacamos aqui o Bullying que se trata de uma espécie de agressão psicológica que não provoca marcas físicas, mas na alma, na mente e no espírito dos sujeitos vitimados. Existem lesões corporais que são consideradas graves outras não, depende do entendimento do julgador. Por exemplo, em um desentendimento entre alunos em sala de aula, um desferiu tapas na face do outro. É uma agressão, que vai ser preciso fazer exame de corpo de delito para dimensionar as gravidades das lesões, para que supostamente seja caracterizado como crime.
De acordo com o Portal da Educação (2012) existe uma grande diferença entre violência e crime, pois há crimes que não são cometidos com violência física e existem atos violentos que não constituem crime, por exemplo, Luta de Box, Karatê, esportes com golpes violentos que muitas vezes fraturam ou provocam cortes, mas que não são considerados crimes. Já uma briga de rua tem caráter violento e se trata de um crime. Quando nos referimos à violência nas escolas, devemos levar em consideração que a violência pode ser um caminho para o crime. De certa forma, a violência e criminalidade não são sinônimas. Enquanto a violência é constrangimento físico ou moral, a criminalidade é a expressão dada pelo conjunto de infrações que são produzidas em um tempo e lugar determinado, é o conjunto dos crimes[2].
Assim, compreendemos que a violência é todo ato que provoque algum dano em outro, que pode ser constituído crime ou não, depende das Leis que normatizam as concepções de crime, já agressividade, segundo Schmitz é inerente a todo ser humano, são as reações de natureza do homem que podem torna-lo agressivo a ponto de cometer atos violentos que culminem em crime.
O Portal da Educação (2012) alerta que para reduzir a violência nas escolas, é preciso realizar um trabalho de conscientização com planejamento, foco e estratégia, visando alertar os jovens sobre os perigos da violência, sendo o ambiente escolar o mais propício para a disseminação de informações porque os jovens levarão seus conhecimentos aos adultos de sua família, de forma que a semente da cidadania brotará na família toda.
Refletindo sobre o quanto a família é importante enquanto suporte ao aluno, o próximo assunto aborda sobre a atuação familiar versus as questões da indisciplina no âmbito escolar. O que se percebe são muitos professores mencionando sobre essa problemática: a indisciplina está cada dia mais acentuada e latente nas salas de aula, há educadores que relatam que gastam mais tempo cuidando de questões de indisciplina em sala que aplicando os conteúdos propostos em sua disciplina. No estudo de Arruda (2010) identificamos que alguns problemas de indisciplina em sala de aula provêm de mais variáveis fontes, mas a principal delas é a falta da atuação familiar na educação e desenvolvimento dos estudantes.
Conflitos e indisciplina na escola: quais as influências da atuação das famílias? A sala de aula é um espaço social que deve priorizar o aprendizado e desenvolvimento do aluno, mas também deve preconizar o desenvolvimento social, e esse está sendo uma das problemáticas enfrentadas pelos educadores na contemporaneidade. Conflitos sempre vão existir em sala de aula, uma vez que cada uma é formada por pessoas de diferentes realidades sociais, diferentes personalidades, dentre outros fatores que incidem diretamente na personalidade de um indivíduo.
Diante dessa fragilidade e problemática muitos educadores pedem socorro, pois não estão conseguindo lidar com o problema da indisciplina em sala de aula. A situação é crítica e notável através de canais comunicativos, tais como tv, Jornais e revistas pedagógicas a preocupação com essa temática e como a indisciplina tronou-se algo descontrolável em muitas escolas principalmente as públicas.
Vala (2008) acredita que a disciplina é elemento necessário nas escolas, pois esta trata de conhecer às regras estabelecidas para o bom desempenho do comportamento de alunos em sala de aula, inclusive para uma convivência mais pacífica desmistificadora de preconceito no ambiente escolar, uma vez que as regras são impostas a todos, sem distinção. Um ambiente disciplinado geralmente é organizado, especialmente em escolas onde é imprescindível a ordem, disciplina e organização, caso a instituição educacional preserve os padrões da disciplina, provavelmente o resultado será o desenvolvimento do trabalho que expresse o respeito entre os sujeitos. Para essa autora, nem sempre isso acontece, e, esse fato faz gerar os atos indisciplinares na sala de aula e na escola, comprometendo o desenvolvimento escolar dos alunos e professores e trazendo sérias consequências, as mais negativas e os conflitos se estabelecem no âmbito da escola como um problema sério que precisa ser amenizado de uma maneira civilizada e democrática.
Mediante o exposto, os mais variados questionamentos nos inquietam, pois sabendo que as famílias tem obrigação de acompanhar seus filhos na escola, o grande desafio é como atrair as famílias à participação na escola de forma civilizada sem necessariamente intimá-los para resolver conflitos provocados pelos estudantes? Algumas escolas têm tentado cumprir com essa árdua tarefa, no entanto, sabemos que se trata de um trabalho multidisciplinar envolvendo todo o corpo da escola, que devem estar unidos em um só propósito: estreitar os laços entre família e escola.
O fato de tentar andar de mãos dadas com as famílias dos estudantes pode ser uma alternativa para mediar conflitos e problemas com indisciplina ou violência nas escolas, pois, “a participação ativa e consciente dos pais possibilita à escola, uma maior efetividade em seu papel” conclui Vala (2008, p.09). A autora concebe também que os envolvimentos da família na educação escolar de seus filhos podem possibilitar à escola conhecer a realidade tanto dos pais quanto dos filhos fora do contexto educacional, dessa forma, a possibilidade de realizar um trabalho conjunto com estes através da criação de estratégias e ações pedagógicas para o bom relacionamento entre todos na escola, incitaria ao desenvolvimento e crescimento da educação dos estudantes.
Como lidar com conflitos e indisciplina em sala de aula? Quais as influências da atuação da família no sentido de andar de mãos dadas com a escola com fins de minimizar conflitos e indisciplina em sala de aula? Ora, a família é considerada a primeira instituição educadora de um indivíduo. É no seio familiar que a criança começa a compreender os primeiros sentidos da vida, inclusive as primeiras orientações educacionais e sociais.
De acordo com Arruda (2010) nota-se hoje que existem famílias desestruturadas e desorientadas, deixando de exercer sua responsabilidade diante da educação dos filhos, muitas vezes introduzindo essa tarefa à escola. Hoje a atuação de grande parte das famílias tornou-se um peso para a escola, pois ao invés de cuidar da educação e desenvolvimento intelectual, humano e social, a escola muitas vezes está sendo espaço de apartar brigas geradas por desentendimentos, violência e confusões entre alunos provocados muitas vezes pelo fenômeno da indisciplina.
No entanto, Schilling (2010) acredita que tratar a violência que ocorre nas famílias é uma das formas de prevenir a violência fatal, inclusive a criminal. Alguns jovens quando chegam às escolas falam da violência sexual, do espancamento, das brigas. Esse tipo de violência indireta tem efeitos sobre as aprendizagens e desenvolvimento da maioria dos estudantes. É sabido que grande parte de violência praticada em família está ligada ao alcoolismo, ao desemprego, falta de diálogo. Para Schilling (2010) a situação de conflito em família reflete diretamente na vida do estudante, provocando formas de vitimização direta e indireta, que repercutem na atividade escolar da criança ou do jovem, sob a forma da indisciplina, do descaso, da dificuldade em aprender.
Algumas responsabilidades não cabem somente à família, mas também às escolas, e estas devem notificar as famílias para as intervenções necessárias caso ocorram algumas problemáticas geradas ou sofridas pelo aluno, por exemplo, no caso de indisciplina na escola, brigas, faltas injustificadas, evasão escolar, uso de violência, roubos, furtos, devemos compreender o que dista o estatuto da Criança e do Adolescente-ECA (1990), que estabeleceu como obrigação da escola e de seus dirigentes a notificação ao Conselho Tutelar em casos de maus-tratos envolvendo alunos, faltas injustificadas, repetência e evasão escolar (art. 56), com multa para os que descumprirem suas obrigações (art. 245). Ou seja, é importante destacar que tanto a Constituição quanto o estatuto tiveram como preocupação não apenas estabelecer direitos, mas também criar mecanismos que permitissem a responsabilização dos encarregados pela sua garantia, inclusive, para os administradores públicos (ASSIS; CONSTANTINO; AVANCI, 2010).
Métodos de prevenção: como reduzir a violência escolar? No ano de 2012 a Fundação Oswaldo Cruz juntamente com a Secretaria de Saúde; Secretaria Nacional de Política sobre Drogas do Ministério da Justiça lançou o projeto Prevenção e Pesquisa, que teve como objetivo subsidiar e implementar ações de prevenção do uso de drogas, com crianças e jovens e famílias, em ambiente escolar. Estas ações incluem a impressão e distribuição de materiais educativos, a implementação de programas de prevenção nas escolas, equipamentos de saúde e assistência social, além de uma pesquisa de satisfação dos atores envolvidos nos processos (FUNDACÃO OSWALDO CRUZ, 2017).
Uma das formas de tratar a prevenção tanto de violência quanto do uso de drogas no contexto escolar é ativar com efetividade os programas advindos do Governo Federal e Estadual, mas também da iniciativa privada sem fins lucrativos como é o caso da Fiocruz. Dessa forma, as formações chegam aos professores e profissionais da educação para capacitá-los e treiná-los sobre como combater a violência e uso de drogas nas escolas.
Um dos programas do Projeto é o #Tamojunto é um programa de prevenção ao uso de drogas realizado em escolas, que tem como objetivo instrumentalizar adolescentes com habilidades sociais e habilidades da vida, adquirindo conhecimento sobre drogas e suas consequências para a saúde. O programa #Tamojunto contempla 12 (doze) aulas conduzidas por professores da 7ª série/8º ano do Ensino Fundamental. Nessas doze aulas, há uma série de dinâmicas de grupo, jogos, debates e informações que visam à redução do consumo regular ou abusivo de álcool e outras drogas e à prevenção da transição do uso esporádico para o uso frequente de drogas pelos jovens (FUNDACÃO OSWALDO CRUZ, 2017).
Sabe-se que uma das formas de reduzir ou combater a violência é através da redução do uso de drogas nas escolas, visto que grande parte de violências praticadas em âmbito educacional envolve o uso de drogas, sejam lícitas ou ilícitas.
Outro programa que tem se consolidado no contexto educacional é o programa Famílias Fortes é uma proposta de intervenção com famílias que tem por objetivo reduzir os fatores de risco ao uso e abuso de substâncias por adolescentes e construir ou fortalecer os vínculos familiares, entendidos como fatores de proteção contra o uso e abuso de álcool, tabaco e outras drogas. Este programa foi originalmente desenvolvido na década de 80, na Utah University, Estados Unidos, por Kumpfer, DeMarsh e Child (1989). Tratava-se de um programa de prevenção seletiva, cujo público-alvo era crianças de 6 a 12 anos provenientes de famílias com cuidadores usuários de drogas. No decorrer da década seguinte, Molgaard, Spoth e Redmond (2000), da Iowa StateUniversity, Estados Unidos, desenvolveram uma nova versão do Programa Fortalecendo Famílias (SFP 10-14) para prevenção universal, dirigido a crianças e adolescentes entre 10 a 14 anos e cuidadores, independente do envolvimento parental em abuso de drogas (FUNDACÃO OSWALDO CRUZ, 2017).
Como pode-se perceber, programas existem e chegam às escolas, no entanto, um dos fatores preocupantes são os recursos financeiros para a efetivação dos programas nas escolas, pois os treinamentos são feitos com materiais escritos e ilustrativos, mas no momento em que instituição educacional tenta pôr em prática a maior dificuldade é a disponibilidade financeira. Por isso muitas escolas acreditam que a participação dos pais e familiares ainda é um caminho viável para reduzir a violência e drogas nas escolas.
Sabe-se que o crescimento da violência está crescendo, e uma das estratégias do Ministério da Educação é promover Projetos e Cursos de qualificação para os profissionais da educação, só que, dentre esses projetos observamos que o maior interesse da instância pública é sobre o consumo de drogas nas escolas. Sobre essa importância o Ministério da Educação age em conjunto com o Ministério da Justiça e promovem cursos em forma de projetos para os educadores, em aliança com instituições públicas educacionais federais. Destacamos aqui um Projeto intitulado “Curso de prevenção do uso de drogas para educadores de Escolas Públicas”, datado em 2014[3]. Esse curso tem a proposta de construção de um projeto de prevenção, objetivando aos educadores porem em prática as ações em seu contexto educacional.
Sobre esse projeto em forma de curso, acreditamos que seria também um dos caminhos viáveis para a prevenção da violência nas escolas, pois a temática envereda as mais variadas formas de identificar, observar e estudar sobre os convívios dos alunos dentro e fora da escola, inclusive existe estratégias que o educador pode utilizar junto às famílias dos alunos, ou seja, o projeto possibilita ao educador traçar o mapa social dos seus alunos, pois Segundo Freire (2001) os professores não ensinam apenas conteúdos aos estudantes, mas também a pensar criticamente, de forma que não é depositando pacotes na mente vazia dos educandos, mas sim, orientando-os da melhor forma para que tenham um futuro melhor. Assim, o professor em sua atuação pode interferir de maneira positiva ou negativa na formação de um estudante.
Devido a essa importância, sabemos que a escola faz parte da rede de proteção da criança e do adolescente, devendo constitui-se como ambiente propicio ao desenvolvimento e aprendizagens, no entanto, devido a ocorrência de violência que atinge grande parte das escolas, a sociedade exige uma atitude permanente perante a situação conflitante. Portanto, bastante cuidado, e zelo, pois, “o sistema escolar tanto pode servir para sustentar e reproduzir as relações injustas da sociedade capitalista quanto pode servir para o estabelecimento de interesses sociais mais justos, democráticos e solidários” (BRASIL, 2014.p.23). De fato, as relações educativas devem ser promover atividades em grupos com tarefas que envolvam pesquisas, organização de projetos comunitários e as discussões de ideias diferentes. Dessa forma, provocar mudanças no ambiente escolar também é uma alternativa de prevenção à violência, situação que necessita do apoio de todo o corpo escolar, inclusive a atuação da família dos estudantes como imprescindível, pois todos os esforços devem ser em prol do bem-estar, crescimento humano e intelectual dos alunos.
Um dos pontos de abordagem da pesquisa é acerca do papel da escola diante da violência nas escolas. Discutimos sobre o quanto a escola pode ter atitudes proativas com fins de reduzir a violência, no entanto, sabemos que a tarefa não é fácil, necessita do apoio tanto dos órgãos públicos que assinam a pasta, por exemplo: as secretarias municipais ou estaduais de educação têm uma parcela importante nesse processo, pois é uma das principais colaboradoras à escola. Os professores são os sujeitos que estão em contato direto com os alunos, conhecem ou devem conhecer as realidades sociais dos seus alunos, por isso, o professor é integrante principal quando o assunto é promover meios de prevenção à violência nas escolas.
Sobre o papel da escola diante da violência escolar: A escola é um ambiente social propício ao crescimento e desenvolvimento dos indivíduos. Nos últimos tempos esse ambiente que poderia ser pacífico e seguro para os que ali estudam ou trabalham, tornou-se espaço de medo e terror. Segundo Schilling (2010, p.16) “Há escolas que, por não terem mais a centralidade do ensinar e aprender, por não assumirem a realização do direito humano à educação (condição para a realização de outros direitos humanos), parece prisões”. A violência é um dos maiores vilões nesse processo, é possível identificar escolas gradeadas com pais e famílias assustadas com os surtos de violência que está crescendo a cada dia nos ambientes escolares.
De fato, a violência que atualmente aparece nas escolas, diz Schilling (2010) é uma forma de violência que nega o projeto da instituição e muitas vezes impede o acesso a um futuro sonhado. Afeta todos os indivíduos: adultos, jovens, mulheres e homens. É interessante observar que os jovens falam da discriminação nas escolas e nas instituições, como sendo não apenas racial, mas física.
Nada fácil de resolver, conforme Piletti (2002) a escola reflete em grande parte grandes desigualdades sociais e culturais, o que se observa é que muitas escolas públicas no Brasil não alcançaram ainda o processo de democratização de forma satisfatória, já que existem inúmeras dificuldades, assim, muitos estudantes não prosseguem normalmente em seus estudos. O que se observa é a evasão escolar, por ouro lado, não se sabe quais os motivos de alguns estudantes desistirem de estudar.
Assim, parece conveniente pensar que a discriminação por aspecto físico é vista como uma violência. Schilling (2010) adverte que hoje vemos como as pessoas são discriminadas por não estar conforme a um modelo (quase sempre impossível) de beleza, “boa aparência”: louras, bem vestidas, com roupa de marca... Discrimina-se aquele que é pobre. Essa atuação é preocupante, pois especialmente em escolas públicas existem uma significativa parcela de pessoas pobres. Outras pessoas são discriminadas por serem gordas, ou magras demais, dentre outros fatores, como ser negro, indígena ou até mesmo praticante de religiões que não são comuns à maioria dos estudantes da escola.
Por quase tudo se discute, provocam-se desentendimentos que são fatores de risco para desencadear a violência. Para Souza (2008, p.120)
“ Se as formas aparentes da violência são de fácil percepção, as formas psicológicas ocasionadas por ameaças, humilhações, intimidações, rejeição e desrespeito, nem sempre são percebidas e, muitas vezes, podem ser ainda mais graves. A invisibilidade desse tipo de agressão contribui para gerar um ambiente de segregação dentro das escolas, com grupelhos que marcam seu campo, seu espaço pela violência. ”
Parece muito preocupante a situação em que se encontram muitas escolas quando o assunto é violência escolar, Schilling (2010, p.16) diz que “o conceito de autoridade escolar parece estar em xeque”. Atualmente esse é o cenário: vive-se a problemática decorrente da falência de alguns modelos antigos sem que consigamos colocar outro tipo de contrato no lugar. Precisamos de um modelo de prática educativa que contemple a todos de forma igualitária, de um acordo, ou de um pacto que necessariamente envolva a paixão por um projeto que elimine a exclusão, promova o acesso irrestrito aos bens culturais que são de todos.
Diante de todo esse cenário, qual o papel da escola? De que forma a escola pode estar amparada diante de problemas gerados pela violência, seja entre alunos, alunos e professores, ou outros agentes da escola? Souza (2008, p.120) defende que “deve-se conscientizar a comunidade escolar e não-escolar sobre as formas da violência e suas consequências na vida do indivíduo”, mas também os mecanismos em como oferecer condições de análise quanto à influência dos inúmeros fatores de violência externos, sabendo que qualquer forma de violência reflete no comportamento dos indivíduos na vida escolar. Nesse sentido, a escola não deve ficar passiva e deve fornecer subsídios para que os educadores identifiquem e busquem minimizar ou solucionar os mesmos, constituindo assim, outras pretensões.
Violência Escolar: como combater? Esse é um dos dilemas constantes dos atores educacionais: como combater a violência nas escolas. Schilling (2010) alerta sobre a multidimensionalidade e a complexidade que abrange o conceito de violência, pois esta palavra que se abre e se expande em muitas direções. Se o objeto é complexo, fica claro que não daremos conta dele de forma simplista. Assim, as respostas ao desafio de encarar a nossa violência também precisam ser complexas e dar conta destas múltiplas dimensões.
Diante do exposto, é sabido que a escola sozinha não consegue dar conta de combater ou promover métodos de prevenção à violência, se trata de um trabalho árduo que comtempla outras instâncias organizacionais, tais como as secretarias de educação, as famílias e por que não estreitar laços com instituições religiosas com fins de minimizar a violência provocando reflexões ou mudanças de comportamentos dos estudantes através da fé? Seria uma alternativa de combate que precisa ser vista com cautela e bastante atenção por parte da direção da escola.
O fato de as atividades de ensino e aprendizagem, nas diversas matérias constituírem a função especifica da escola, não implica que a comunidade deva estar ausente dela, pelo cenário, quanto maior a presença da comunidade, tanto mais tenderá a ser a eficácia das atividades na escola (PILETTI, 2002), inclusive quando o assunto é violência e métodos de prevenção ou formas de enfrentamento, um dos grandes aliados nesse processo é a presença da comunidade na escola. Muitas vezes apresentações culturais, torneios de futebol, atividades recreativas advindas da comunidade serve como incentivo ao desenvolvimento intelectual e social de muitos estudantes, constitui-se como algo positivo.
Souza (2008) menciona que dependendo do local e da maneira como ocorre a violência, ela pode ser classificada como criminal, policial, estatal, institucional; pode também ocorrer na forma física ou psicológica, doméstica, rural, urbana, escolar dentre outras classificações, podendo ser aparente ou não. No contexto escolar, o desafio posto é como identificar, principalmente aos gestores escolares e professores, pois nas ocorrências de violências, o professor e diretor escolar são os primeiros sujeitos intimados a comprovar os fatos.
Um dos pontos de discussão aqui é a intervenção da polícia nos espaços escolares, através do Projeto intitulado “Programa de Educacional de Resistência às Drogas – PROERD”, mas que também atua diretamente nas questões relativas à violência nas escolas. O PROERD é uma adaptação do programa norte-americano Drug Abuse ResistenceEducation - D.A.R.E., surgido em 1983. No Brasil, o programa foi implantado em 1992, pela Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro, e hoje é adotado em todo o Brasil; conta com três currículos: 1- PROERD para Educação infantil e anos iniciais do ensino fundamental, 2- PROERD para 5º ano do ensino fundamental, 3- PROERD para 7º ano do ensino fundamental, e 4- PROERD para Pais/Responsáveis. O Programa é projeto onde os policiais militares, fardados e devidamente treinados e com material próprio (livro do estudante, camiseta e diploma) que desenvolvem um curso de prevenção às drogas e a violência na sala de aula de sua escola.[4].
Assim, o Programa consiste em uma ação conjunta entre as Policias Militares, Escolas e Famílias, no sentido de prevenir o abuso de drogas e a violência entre estudantes, bem como ajudá-los a reconhecer as pressões e as influências diárias que contribuem ao uso de drogas e à prática de violência, desenvolvendo habilidades para resisti-las (PROERD, 2017).
Diante das dificuldades já apontadas acerca do trabalho preventivo à violência na escola, muitas instituições educacionais não observam outra saída a não ser trazer a família para a escola, a aliança entre essas duas instituições poderia ser uma oportunidade para que os estudantes se sentissem mais fortalecidos.
Bullying em sala de aula: alternativas de enfrentamento. Diante das inúmeras formas de violência praticadas no âmbito escolar o bullying é uma delas que nos últimos anos está ganhando força e destaque principalmente entre estudantes jovens e adolescentes. Não se trata de um problema novo, porém diante das pesquisas e discussões sobre a temática, tem se tornado mais fácil compreender as características que enveredam o termo. De fato, o bullyingé uma espécie de violência perigosa, que lida com o psicológico dos indivíduos, tanto os que praticam quanto ao que sofre. Muitas vezes o bullying pode ser confundido com brincadeiras de mau gosto ou apelidos corriqueiros, fatores comuns entre estudantes em momentos de brincadeiras. Segundo Cidade (2008):
O Bullying é conhecido universalmente somente por esse nome, pois pela sua complexidade nenhum país encontrou em sua língua um termo adequado para defini-lo. Portanto, oriundo da expressão bully, ele engloba suas ações, ou seja, aterrorizar, intimidar, perseguir, humilhar, apelidar. É uma atitude comportamental agressiva, tendo como sua característica principal a intencionalidade.
Mediante o exposto, aqui esclarecemos que para se caracterizar bullyingé necessária a intencionalidade, ou seja, o agir de forma direta com fins de causar mal à outra pessoa. Assim, acreditamos que a escola como um todo deve estar em alerta sobre como identificar o que caracteriza o bullying, já que determinadas brincadeiras sem intencionalidade não pode ser considerado bullying, no entanto os atores educacionais devem observar como as tais brincadeiras estão sendo propostas, com fins de tratar prevenção do bullying.
Enfrentar o bullyingna escola não é das tarefas mais simples, exige união de todos os envolvidos no contexto educacional, inclusive as famílias. Cidade (2008) fundamenta que devido ao fato de que a maior parte dos estudantes concebe a escola como uma segunda casa, diante desse fato, as oportunidades que encontram, dirige-se às escolas, assim,
As crianças e os jovens passam parte do seu tempo nas escolas, onde juntamente com seus colegas e professores aprendem os princípios básicos da vida, e iniciam a formação de sua personalidade. Contudo, a responsabilidade do desenvolvimento e do aprendizado de uma criança não é só da escola, mas principalmente dos seus pais e do ambiente que vive em casa (CIDADE, 2008. p.23).
Conforme concebeu Cidade (2008), as famílias devem estar atentas aos passos de seus filhos na escola, e propósito o ideal seria que a família construísse intercâmbio com a escola como permanente visando o crescimento, desenvolvimento intelectual e social dos estudantes. Seria uma das viabilidades para se trabalhar a prevenção da violência nas escolas, inclusive tratar e discutir com os pais as questões e problemáticas relacionadas ao bullying. Assim, na compreensão dessa autora, todos devem ter sua parcela de responsabilidade e contribuição nesse sentido, no entanto, os maiores prejudicados com a omissão dos pais e da escola diante do bullying, sempre serão os estudantes, tanto o agressor quanto a vítima.
Schilling (2010) acredita que é possível realizar um trabalho preventivo, e sugere como uma das alternativas de enfrentamento os seguintes passos: o ponto de partida essencial é o trabalho de diagnóstico, detectando as várias dimensões do tipo de violência, seja de origem econômico-social, familiar, institucional, ou local, como estas se relacionam entre si, se apoiam e provocam mutuamente, ou seja, identificar os vetores. A partir desse reconhecimento, é possível criar respostas que serão, necessariamente, diversas. O ponto de partida é este exercício construído a partir de uma diversidade de interlocutores: professores, pais, alunos, equipe técnica, líderes comunitários.
No enfrentamento ao bullying na escola, é necessária ação conjunta, pois em meio a muitos estudantes, às vezes não é possível observar todas as ocorrências na instituição escolar. Existem escolas que possuem câmeras objetivando maior segurança aos alunos, no caso das instituições públicas, poucas escolas possuem esse recurso, ficando essa tarefa geralmente ao professor ou ao coordenador de sala ou de pátio, caso a escola possua.
Não é fácil lidar com o bullying, pois “o agressor, que muitas vezes não age sozinho, mas com a cumplicidade de outros colegas, utiliza-se do poder para aterrorizar e juntar seguidores que também se sentem ameaçados. Esse agressor pode também ter sido um dia uma vítima de bullying”, diz Cidade (2008, p.24). Assim, diante de tais problemáticas, a dificuldade imposta se transforma em desafio para os agentes escolares, pois quando o agressor tem seguidores, estes agem com lealdade não entregando ou dedurando o agressor. Por outro lado, a vítima sente-se acuada por observar que existe equipe formada para praticar o bullying.
Caso a escola não tome providências sobre como combater o bullying, as ocorrências só tendem a crescer até a situação se tornar incontrolável. Não só a escola tem essa atribuição, mas também os pais devem estar atentos às manifestações dos filhos em casa, pois o modo como vivem o seu dia fora da escola muitas vezes “evidencia se o jovem está sofrendo bullying ou sendo o próprio autor do fenômeno. Assim, a ligação dos pais com a escola é de extrema importância para detectar o que se passa com seus filhos e poder evitar danos maiores”, complementa Cidade (2008, p.33).
Como bem observamos a escola sozinha não consegue dar conta de tantas problemáticas que ao longo dos tempos tem se instalado no âmbito educacional, se um jovem provém de uma família desestruturada, a escola não tem obrigação de resolver os problemas familiares daquele aluno, no entanto, a escola não pode ficar passiva ao perceber que um estudante precisa de ajuda.
É sabido que dependendo da extensão da violência na escola, pode-se recorrer aos mais métodos disciplinares, imposto pelo Projeto Político e Pedagógico - PPP da escola, sendo a suspensão das aulas uma das penas, dependendo da problemática, pode também ocorrer a transferência do aluno para outra escola, ou seja, a expulsão escolar. Nesse sentido, a presença da família é imprescindível para a resolução de qualquer problemática. A escola pode recorrer também ao policiamento e aos Conselhos Tutelares, caso o estudante seja menor de idade.
Como vimos, existem vários mecanismos de prevenção à violência e ao bullying na escola, no entanto, o bullying é algo bastante perigoso, pois, envolve o emocional dos sujeitos envolvidos, e os traumas causados podem se perpetuar à vida inteira do sujeito. Lembramos que “a escola é responsável pelo que acontece dentro dos estabelecimentos de ensino, seja ele público (Estado) ou particular. O que não exime os pais da sua parcela de responsabilidade” (CIDADE, 2008, p.35). Nessa perspectiva, os esforços de todos os autores educacionais devem se voltar para o auxílio do estudante necessitado. O ideal seria que pais e escola formasse uma parceria.
Conclusão
A pesquisa permitiu compreender esse fenômeno que assusta e desassossega a sociedade em geral atualmente: a violência nas escolas. Abramovay e Rua (2002) concebeu luz às nossas interpretações, pois compreender a violência como um fenômeno social facilitou o delineamento do nosso estudo.
Apesar de a temática ser discutida e dialogada na contemporaneidade, os índices da violência nas escolas crescem, e atingem especialmente aos professores, ou seja, alunos praticando violência contra seus mestres.
Apesar de existir os mais diversos Projetos e cursos de capacitações para educadores visando fornecer subsídios de combate à violência nas escolas, percebemos que o maior problema é a falta de verbas para tornar realidade a efetivação dos tais projetos nas escolas, especialmente as instituições públicas. É daquela forma: quando partimos à prática no deparamos com as deficiências dos sistemas governamentais que não favorecem a efetivação dos programas.
O fato das famílias participarem da vida escolar dos estudantes ainda é uma realidade distante, apesar dos incentivos e práticas que algumas escolas adotam, a dificuldade é latente, o que se observa são professores reclamando a falta dos pais na escola. A boa notícia é que algumas escolas já estão adotando em suas práticas a participação das famílias na escola. Essa atitude pode ser fruto da aplicação dos preceitos da Gestão Democrática Participativa, em que abre espaço na escola para familiares e comunidade.
Na pesquisa compreendemos que uma das formas de reduzir a violência escolar tem ligação direta com a participação da família na escola, visto que é necessário diálogo escola e família para o trabalho conjunto em sistema de parceria. Identificamos também que existem Projetos e cursos específicos alertando a comunidade escolar acerca da violência e uso de drogas sejam lícitas ou ilícitas, destacamos o PROERD que é uma atuação da polícia junto à comunidade escolar promovendo palestras, levando arte, dialogando com as famílias dos alunos incentivando os pais a atentar às manifestações de seus filhos em casa.
Identificamos que existem as mais variadas formas de violência praticada nas escolas, e que muitas vezes existem alunos que levam armas à escola, não armas de fogo, mas outros tios, tais como: colares pesados, estiletes, objetos pontiagudos, que podem promover a violência no âmbito educacional. Uma das preocupações do nosso estudo foi evidenciar a presença das drogas nas escolas como um fator desencadeador da violência, por isso destacamos algumas questões sobre o assunto.
Identificamos que existem diferenças entre indisciplina, violência e crime, pois a indisciplina geralmente ocorre quando há quebras das regras estabelecidas na escola, já a violência caracteriza qualquer tipo de ofensas à integridade moral, física ou psíquica de um indivíduo. Quando a indisciplina é desenfreada na escola, geralmente desencadeia atos de violência que pode ou não culminar em crime. Sobre esse assunto, dependendo da extensão da violência, envolve as mais variadas punições, desde a suspensão de aula até a expulsão do aluno.
De fato, a pesquisa levou-nos a refletir sobre as problemáticas que adornam a violência nas escolas, que muitas vezes é fruto de famílias desestruturadas ou com envolvimentos com drogas, tráfico e residir em bairros propensos à violência, ou seja, áreas de risco. Destacamos que nem sempre a pobreza é pressuposto para a existência da violência nas escolas, o fator mais preocupante é a atuação familiar e a educação que vem do berço compactuando com a falta de limites estabelecidos pela família à educação fundamental do aluno.
Esperamos que nosso estudo contribua para que escolas, gestores e corpo escolar reflitam sobre a importância de trabalhar prevenção nas escolas em conjunto com as famílias dos alunos. O assunto é intrigante e permite as mais variadas interpretações, visto que é uma temática abrangente, deixamos aqui espaço para futuras pesquisas sobre o assunto.
REFERÊNCIAS
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[1] Dados oriundos do site:< http://www1.folha.uol.com.br/educacao/2016/03/1752178-nas-capitais-mais-violentas-42-dos-alunos-ja-foram-agredidos-na-escola.shtml>. Acesso em: 30/10/2017.
[2]Dados mencionados segundo o Portal da Educação, 2012. Disponível em:<https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/direito/violencia-ecriminalidade/24762>. Acesso em: 23/11/2017
[3] BRASIL. Curso de prevenção do uso de drogas para educadores de escolas públicas. 6.ed. Brasília: Ministério da Educação, Ministério da Justiça, 2014.
[4] Dados advindos do site da PROERD no Brasil, disponível em:<https://www.proerdbrasil.com.br/oproerd/oprograma.htm>. Acesso em 04/12/2017.