A VIDEOCONFERÊNCIA NA EDUCAÇÃO
Por Claudio Gomes da Silva | 24/11/2016 | Educação
O sistema de videoconferência nas instituições de ensino deve complementar o aprendizado através de um espaço colaborativo e dinâmico e que o docente esteja apto a utilizar todos os recursos que ela oferece. Desta forma a videoconferência propõe mudanças no processo de aprendizagem, e requer muitas vezes um tempo de planejamento e preparo das aulas maior que o modelo tradicional, segundo Cruz (2009) “quanto mais interação se deseja, mais planejamento é necessário.”
No meio acadêmico, a videoconferência pode ser usada como uma ferramenta alternativa para o ensino e aprendizagem, através de programas para o ensino a distância. Desta forma, as escolas, universidades e bibliotecas podem compartilhar dados e interagir através do intercâmbio de informações, como na realização remota de aulas e palestras. (LEOPOLDINO, 2001, p. 4)
A aprendizagem deve ser compreendida como um processo contínuo, pessoal, gradativo. Dentro do aspecto educacional, o computador assume diferentes maneiras de ensinar, transformando-se em uma ferramenta motivadora, possibilitando através de seus próprios recursos produzir um projeto pedagógico estruturado, e possibilitar a interdisciplinaridade.
As atividades lúdicas durante a aula são de grande importância no cenário educacional, além de introduzir o aluno as espontaneidades, ao desenvolvimento emocional, físico e social, ajudam no relacionamento interpessoal e intrapessoal, a informática educacional tem um grande potencial para desenvolver de maneira lúdica e eficiente, habilidades que facilitam o processo de aprendizagem, entre outras, a percepção visual, a coordenação motora, a atenção concentrada, a aprendizagem por ensaio e erro, o diálogo com seu próprio cérebro e a velocidade própria de execução. Além disso, o computador é um indiscutível agente de motivação é moderno, é ágil e capaz de entrelaçar a linguagem verbal e outras linguagens em conformidade com o ritmo que embala o cotidiano do aluno.
O homem do século XXI está cercado da mais alta tecnologia, o que lhe exige respostas rápidas e precisas a desafios e situações problema.
A informática na educação é uma das estratégias metodológicas de ensino, que pode ser desenvolvida com atividades diferentes.
O uso da informática na educação requer muitos desafios não só por parte dos alunos, mas também por parte dos professores que necessitam entender que a informática não é um meio de Educação, mas sim, uma opção a ser utilizada como ferramenta na Educação.
No Brasil, a área de estudos e pesquisas ligada à “Informática na Educação” pode ser considerada como recente, já que somente nos últimos anos ela recebeu especial atenção dos governos. Este despertar de interesse veio principalmente, a partir do aperfeiçoamento e queda dos preços dos microcomputadores.
No ano de 1983 no Brasil foi elaborado um projeto de informática na educação o projeto EDUCOM (Educação e Computador), que se propunha a associar a informática com a educação e foi considerado um grande marco para o desenvolvimento da informática na educação, as universidades UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul), UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais), UFPE (Universidade Federal de Pernambuco) e a UNICAMP (Universidade Estadual de Campinas) forma responsáveis por elaborar os projetos. Cada universidade traçou estratégias adequadas a cada contexto em que estavam inseridas.
O desafio do experimento foi a produção e desenvolvimento de programas de ensino por computador em número suficiente e de qualidade, para quatro disciplinas: Biologia, Física, Matemática e Química. Na UFRJ, foram criadas quatro equipes interdisciplinares formadas por professores universitários, professores do ensino médio e técnicos em informática. Eles produziram 104 programas, chamados de coursewares. Eles foram utilizados por professores e alunos de um colégio estadual do Rio de Janeiro que enfrentaram grandes desafios, mas é considerado um marco, por suas propostas inovadoras, que se tornaram modelo para muitas iniciativas que se sucederam.
Mudanças políticas impediram o pleno desenvolvimento das propostas do Projeto EDUCOM (Educação e Computador), que na época, ampliava seu campo de ação, criando centros de capacitação para professores. A mobilização acerca da Informática Educativa conquistou novas instituições que deram significativos reforços para a área.
Este evento tem percorrido as várias regiões do Brasil disseminando resultados de pesquisas e experimentos bem sucedidos no Brasil e no mundo. Em 1990, o Programa Nacional de Informática na Educação (PROINFO) foi lançado pela secretaria de Educação a Distância (SEED/MEC) para que pudessem ser inseridas as novas tecnologias nas salas de ensino fundamental e médio. Na última década o PROINFO (Programa Nacional de Tecnologia Educacional) sofreu vários percalços e foi se modificando no ritmo do desenvolvimento da tecnologia computacional e das políticas governamentais, mas continua sendo desenvolvido no âmbito da Secretaria de Educação a Distância.
A tecnologia da informação atravessa um momento de grande desenvolvimento, gerando impactos em diferentes domínios do conhecimento, a área educacional vem tendo suas práticas modificadas por conta desta onda tecnológica existem uma vasta gama de produtos acessíveis em sites e repositórios de software e de objetos de aprendizagem. Dentre os muitos desafios que se apresentam e que devem ser superados, destaca-se a escolha dos artefatos de software ideais para cada tipo de objetivo educacional. Neste contexto os produtos e serviços oferecidos recebem certificações de qualidade, que atualmente, são importantes para que as empresas exportem seus bens de produção. Estas certificações são fornecidas por associações internacionais que verificam os produtos, ou serviços, segundo uma lista de critérios de avaliação. As certificações mais conhecidas na área de software são as normas ISO (International Organization for Standardization) e a CMMi (Capability Maturity Model Integration), ISO (ISO/CD8402,1990).
Existem normas voltadas para avaliar o processo de desenvolvimento do produto de software (que garantem que o ciclo de construção do software será adequado para gerar bons produtos) e outras específicas para avaliar produtos já finalizados. Neste sentido, existem métodos específicos para diferentes tipos de produtos de softwares educacionais, que foram desenvolvidos e que abarcaram todos estas características.
Destacam-se as características essenciais para que um produto tenha suas qualidades reconhecidas. Cada característica se divide em itens que devem ser avaliados e que na linguagem técnica são considerados como critérios de avaliação.
A utilização da videoconferência seus equipamentos ou softwares requer que o professor e os profissionais envolvidos estejam preparados para o seu uso, é desejável que haja um preparo para a utilização dos equipamentos, sistemas de som, projetores e da plataforma educacional utilizada, isto não significa que o professor deva ter conhecimentos técnicos avançados, mas o mínimo necessário para operar os equipamentos com segurança e propriedade. TAROUCO, MORO & ESTABEL, (2003, p. 3), falam sobre o uso das ferramentas tecnológicas na educação e afirmam que:
Educar a distância significa saber utilizar as ferramentas das tecnologias de informação e de comunicação não só disponibilizando materiais, mas interagindo, trocando, aprendendo em grupos, cooperando e colaborando, mudando, transformando. (TAROUCO, MORO & ESTABEL, 2003, p. 3)
Para Cabero (2003, s.p) “existem três etapas no uso da videoconferência a preparação, desenvolvimento e as atividades de extensão.” Preparação: é onde o professor prepara efetivamente a aula, elabora os materiais a serem utilizados, planeja o cronometra o tempo a ser utilizado, as atividades e avaliação. Desenvolvimento: é onde o professor analisa o tempo de intervir nas expectativas dos estudantes quanto à transmissão das aulas, trabalha no estimulo dos estudantes para que possam ser ativos na videoconferência participando com seus questionamentos e anseios. Atividades de extensão: é nessa fase em que os estudantes colocam em prática os conhecimentos adquiridos pelo professor, com leituras, dinâmicas e outros. Para LEOPOLDINO (2001, s.p) existem grandes variedades de videoconferência e suas aplicações, porém devem ser analisados os seus objetivos.
Uma grande variedade de soluções de videoconferência está disponível e cada aplicação, de acordo com seu propósito, pode ter necessidades diferentes com relação a equipamentos, à infraestrutura de rede e a qualidade de serviço requerida. A combinação destas necessidades gera cenários de videoconferência diferentes. (LEOPOLDINO, 2001, s.p)
Conforme Litwin (2001, p. 21) as propostas de ensino devem ser analisadas, e faz uma analogia entre a Educação a Distância e o distanciamento entre aluno e professor.
O desafio permanente da educação a distância consiste em não perder de vista o sentido político original da oferta, em verificar se os suportes tecnológicos utilizados são os mais adequados para o desenvolvimento dos conteúdos, em identificar a proposta de ensino e a concepção de aprendizagem subjacente e em analisar de que maneira os desafios da "distância" são tratados entre alunos e docentes e entre os próprios alunos.
Moore (1996, s.p) observa que há muita confusão sobre a terminologia em EaD e nenhuma unanimidade em relação ao significado do termo.
As instituições de ensino precisam estar atentas para promover as alterações necessárias em seus modelos de ensino, pois as profundas mudanças vêm ocorrendo na sociedade fundada sobre a informação e o saber, têm provocado transformações na estrutura do trabalho e do emprego. (Campos Filho, Ferneda e Paula (2004, s.p)
Criar e manter um curso EaD vão além de uma simples escolha do modelo pedagógico e roteiro curricular, precisa-se contar principalmente com um gestor que saiba organizar, planejar, orientar, direcionar as atividades para que aconteçam da melhor forma possível. Essa gestão pode ser compreendida como salienta Moreira, Safanelli, Cardoso & Battisti apud (RUMBLE, 2003, p.7), como “um processo que permite o desenvolvimento de atividades com eficácia, a tomada de decisões com respeito às ações que se fizerem necessárias, a escolha e a verificação da melhor forma de executá-las”.
Desse modo, há a necessidade de estabelecer uma gestão que torne possível viver a cooperação, superando modelos que preveem organizações em equipes que detenham maior poder, perpassa dos por uma dimensão conservadora e de visões puramente tecnicistas e descompromissadas com transformações da sociedade. (Novello & Laurino 2012, p.7 apud POLAK, 2002, s.p)
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