A VIDA
Por José Maria Borborema | 17/11/2017 | FilosofiaA vida é uma transformação cósmica que ocorre na matéria orgânica. Não existe vida fora da matéria orgânica. Para que haja vida é necessário que a matéria orgânica tenha atingido um determinado nível de complexidade para poder executar as atividades vitais e que ela esteja sujeita às condições cósmicas favoráveis à manifestação da vida.
A vida como toda transformação cósmica é gerada pelo programa cósmico. O programa gerador da vida é uma evolução do programa gerador da matéria orgânica. O programa cósmico da matéria orgânica evolui à medida que ele gera matéria mais complexa. A vida surge quando a matéria orgânica atinge a complexidade necessária para sua manifestação e o programa cósmico atinge o nível evolutivo para sua geração. O programa cósmico básico da vida é o mesmo para todos os seres vivos e evolui de acordo com a evolução deles, por isso vegetais, bactérias, vermes, peixes, anfíbios, répteis, insetos, pássaros, mamíferos, etc. têm diferentes manifestações de vida.
Apesar de as manifestações de vida serem diferentes, as características fundamentais da vida são as mesmas em todos os seres vivos porque o programa gerador da vida é o mesmo. Como a vida depende da matéria orgânica, ela se extingue quando esta matéria não possui mais as condições necessárias para mantê-la.
Como os componentes da essência da matéria estão disseminados por toda a dimensão material do cosmos e o programa cósmico original está em todos eles, a vida não é um privilégio do planeta terra. Ela surge em qualquer lugar do cosmos onde haja matéria orgânica e as condições cósmicas necessárias para sua existência. Assim como em nosso planeta existem diversas formas de manifestação da vida, em outros locais do cosmos existem manifestações de vida que podem ser iguais, semelhantes ou totalmente diferentes das existentes na Terra dependendo das condições cósmicas ambientais.
Como o programa cósmico básico da vida é o mesmo para todos os seres vivos, a finalidade da vida deve ser a mesma para todos eles, independentemente de seu grau de evolução. Ao se observar as atividades dos seres vivos verifica-se que elas se destinam fundamentalmente à conservação do indivíduo e da espécie, o que leva à conclusão que a finalidade da vida é sua perpetuação. A própria evolução é uma evidência disto, pois o programa cósmico da vida evolui em função das mudanças nas condições cósmicas ambientais, a fim de poder gerar seres vivos adaptados às novas condições. Deve-se salientar que não se trata da perpetuação da vida do indivíduo e sim do programa cósmico da vida existente nele.
O ser humano é o ser vivo mais evoluído de nosso planeta, por isso a manifestação de sua vida é a mais complexa de todas e sua mente possui maior poder que a de todos os demais seres vivos. Devido a isso ele é o único ser que desenvolve outras atividades além das fundamentais para a conservação do indivíduo e da espécie e que tem capacidade mental para pesquisar e procurar entender o cosmos.
A grande maioria dos seres humanos acredita que a finalidade da vida seja algo posterior à morte. Esta crença é devida ao desejo do ser humano de continuar existindo após a morte, que é sustentado pela religião, cujos princípios ele mesmo criou. Se a vida do ser humano tivesse continuidade após a morte, a vida de todos os demais seres também teria, pois o programa cósmico básico da vida é o mesmo para todos e o ser humano sendo produto da evolução no reino animal não pode ser exceção.
Em vista do exposto, pode-se concluir que a vida é uma transformação cósmica com início e fim como qualquer outra, cuja existência depende de transformações cósmicas anteriores e das condições cósmicas do ambiente. Com a extinção da vida podem restar do ser vivo na dimensão material do cosmos descendentes, fósseis, vestígios na natureza e, no caso do ser humano, adicionalmente, seu registro na História da humanidade e suas obras. Na dimensão mental podem restar os registros de atividades mentais. Caso a vida tenha alguma outra finalidade além de sua perpetuação, ela tem que estar dentro do período de sua existência e não após sua extinção.