A UTILIZAÇÃO DAS NOVAS TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E DA COMUNICAÇÃO EM AMBIENTES VIRTUAIS

Por Marcelo Chilingue | 15/01/2010 | Educação

Problemática

A hipótese é que o Ensino-aprendizagem não ocorre, mesmo com professores considerados ótimos ou com metodologias ditas inovadoras,se não se levar em cota a qualidade de vida dos sujeitos envolvidos, no caso pessoas da Educação de Jovens e Adultos, bem como as interações entre essas pessoas no ambiente, pois isso resulta em troca de valores morais.Acredito que a qualidade de vida e as interações entre os sujeitos envolvidos são fatores importantes que interferem no processo educacional.

Na Educação Formal (presencial), a qualidade de vida de um aluno pode ser facilmente medida.Para isso, basta o professor ter um referencial teórico, o qual indique o que é uma "boa" ou uma "péssima" qualidade de vida, para que ele possa mensurar o quanto a qualidade de vida desse aluno está afetando o seu desenvolvimento cognitivo.Obviamente, isso não é tão simples quando se trata de ambientes informatizados de Ensino-Aprendizagem.Como fazer para medir a qualidade de vida em um ambiente na internet? Como mensurar as interações entre os sujeitos, fato importante no processo educacional?

Como mecanismo de verificação da melhoria da qualidade de vida serão utilizados questionários, os quais identificarão os domínios e as facetas representativas da qualidade de vida das pessoas da EJA.A análise dos dados da utilização do ambiente poderá indicar quais atitudes pessoais e de condutas facilitadoras no cuidado da saúde física, emocional e ambiental deverão ser desenvolvidas para propiciar uma melhor qualidade de vida para as pessoas da EJA.

O processo de educação das pessoas da EJA, quando jovens, dava-se de uma forma autoritária, disciplinar, sequencial e direcionada.Esses fatores eram, com certeza, naquela época, estressantes e limitavam as dimensões técnica, interpessoal e ambiental, comprometendo a satisfação de suas necessidades humanas básicas.Contudo, não há uma avaliação criteriosa que permita verificar se os ambientes de Ensino-Aprendizagem propostos hoje na EAD para a formação continuada do idoso possibilitam uma melhor qualidade de vida.Dessa constatação nasceu o problema que se propõe investigar: Um ambiente de EAD para a educação permanente, tendo como mídia a internet, possibilita uma melhor qualidade de vida para as pessoas da EJA?

Justificativa

A preocupação com a qualidade de vida e da educação permanente das pessoas da EJA tem levado os centros de extensão das universidades brasileiras a desenvolver programas voltados especificamente para esse segmento de idade.Contudo, poucos mecanismos são utilizados para verificar a abrangência e a aceitação desses programas, principalmente no que diz respeito à melhoria da qualidade de vida.

A expressão "qualidade de vida" tem sido empregada com múltiplos significados; na área da saúde, a tendência é considerá-la como um reflex das condições de saúde e seu impacto sobre a capacidade do indivíduo de viver plenamente.No âmbito pedagógico, constata-se a existência de espaços para avanços conceituais que transcedam os referenciais de qualidade da educação permanente, incorporando à prática pedagógica a possibilidade de qualificar dimensões relativas à saúde física, emocional, espiritual, ambiental e à experiência de um convívio social fundamentado em crenças pessoais e valores condizentes com uma aprendizagem emancipatória, promotora da cidadania e da ética.

A formação continuada, ao acessar os componentes de cada domínio, permite melhorar a qualidade de vida das pessoas da EJA por ter reflexos diretos no seu relacionamento interpessoal e nas suas aspirações e expectativas. Para implantar ações que possam propiciar essa qualidade, é necessário um embasamento em dados observáveis e quantificáveis, que permitam subsidiar programas de melhoria dos padrões.

A formação continuada, ao acessar os componentes de cada domínio, permite melhorar a qualidade de vida das pessoas da EJA por ter seus reflexos diretos no seu relacionamento interpessoal e nas suas aspirações e expectativas.Para implantar ações que possam propiciar essa qualidade, é necessário um embasamento em dados observáveis e quantificáveis, que permitam subsidiar programas de melhoria dos padrões de saúde, educação, trabalho e auto-estima.

A análise dos dados da utilização do ambiente de ensino-aprendizagem na Web poderá indicar quais atitudes pessoais e de condutas facilitadoras no cuidado da saúde física, emocional e ambiental deverão ser desenvolvidas para propiciar uma melhor qualidade de vida às pessoas da EJA.Para isso, serão levadas em conta as interações entre os sujeitos no ambiente.

A educação para saúde e qualidade de vida na velhice é questão emergente na atualidade, até porque a própria demografia está a exigi-lo. Trata-se do ver, julgar e agir no que diz respeito às questões gerontológicas. Por outro lado, o ambiente de rede, no mundo de hoje, constitui-se numa ferramenta quase que indispensável em termos de educação. Com esse intuito, propõe-se desenvolver um ambiente de EAD, o qual possa atender aos diferentes domínios que interferem na qualidade de vida do idoso. É necessário conhecer o escore atual para dimensionar essa qualidade. A partir dessa avaliação será possível estabelecer as facetas que necessitam de maior atenção por parte dos profissionais de geriatria e gerontologia.

OBJETIVOS

Objetivo geral

Estudar as possibilidade de uso de ambientes informatizados de ensino-aprendizado para pessoas da EJA na melhoria da qualidade de vida.

Objetivos específicos

a) Desenvolver alternativas de aprendizagem, de interação entre usuários, de produção e organização de conhecimento, de resolução de problemas e de desenvolvimento da linguagem verbal-escrita para pessoas da EJA, utilizando tecnologias da internet;

b) elaborar um protótipo de um ambiente informatizado de ensino-aprendizagem para o uso an educação permanente para as pessoas da EJA;

c)  Identificar os domínios e as facetas representativas da qualidade de vida das pessoas da EJA por meio de um questionário baseado em instrumentos elaborados pela Organização Mundial da Saúde;

d)  Analisar os resultados obtidos com o uso do ambiente;

e)  Comparar a qualidade de vida das pessoas da EJA que utilizaram o ambiente de educação permanente com um grupo controle que não o utilizou;

f)  Detectar necessidades de aprendizagem acerca de problemas de saúde comuns na velhice, manifestados pelas pessoas da EJA que utilizaram o ambiente de EAD;

Procedimentos metodológicos

A metodologia empregada no desenvolvimento da proposta será dividida em cinco fases:

a) Elaboração do modelo conceitual para o ambiente de ensino aprendizagem na Web para as pessoas da TI;

b) Modelagem e implementação do ambiente;

c) levantamento dos dados da qualidade de vida e das interações dos sujeitos da EJA.

d) análise estatística dos dados;

e) discussões dos resultados.

Local do estudo

A pesquisa será desenvolvida, de forma online ou presencial, com pessoas da EJA que estiverem matriculadas em programas de educação permanente promovidos por centros de extensão de universidades brasileiras.

Questionários de coleta de dados

Serão utilizados dois questionários: o primeiro, constituído de questões nortedoras, visa detectar as necessidades de aprendizagem acerca de problemas de saúde comuns na velhice, manifestados pelas pessoas da TI que irão utilizar o ambiente de EAD; o segundo é baseado no instrumento de medida da qualidade de vida da OMS, a qual desenvolveu até o momento dois instrumentos gerais de Qualidade de Vida: o WHOQOL-100 e o WHOQOL-BREF. Esses instrumentos diferenciam-se dos demais por se basearem no pressuposto de que qualidade de vida é um construto subjetivo (percepção do indivíduo em questão), multidimensional e composto por dimensões positivas (por exemplo, mobilidade) e negativas (por exemplo, dor) (OMS, 1998).

Tratamento dos dados

A análise dos dados seguirá a metodologia da OMS. A análise entre os domínios será realizada com o auxílio dos softwares Excel, SPSS e CSPro.

Com relação às questões norteadoras, os dados serão analisados qualitativamente, visando obter a descrição significativa do conteúdo sistemático e objetivo, permitindo a inferência de conhecimentos relativos às condições de produção/recepção das mensagens. Na busca para atingir o significado manifesto, utilizar-se-á a análise temática proposta por Minayo (MINAYO, 1996).

Questões éticas

O estudo, em observância às diretrizes da resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde do Ministério da Saúde (CNS, 1996), atenderá aos seguintes aspectos éticos:

a) consentimento dos sujeitos através de termo de consentimento livre e esclarecido, os sujeitos autorizarão sua participação voluntária na pesquisa, assegurando-se o direito de retirarem o consentimento em qualquer fase da pesquisa, sem nenhuma penalização ou prejuízo ao seu cuidado.

b) Sigilo e anonimato: os sujeitos terão assegurada sua privacidade quanto aos dados confidenciais da pesquisa.

c) Benefícios: se os resultados da pesquisa puderem contribuir para a melhoria das condições de saúde da população, serão comunicados aos sujeitos e às autoridades sanitárias, preservando-se a imagem e a auto-estima dos sujeitos da pesquisa.

d) Propriedade intelectual dos dados de divulgação dos resultados: o termo de consentimento livre e esclarecido resguardará aos autores da pesquisa a propriedade intelectual dos dados e a divulgação pública dos resultados.