A Trajetória Do Barão De Caxias Na Presidência E No Comando Das Armas Na Província Do Rio Grande Do Sul

Por Jéferson Mendes | 18/05/2008 | História

Em 9 de novembro de 1842, Luiz Alves de Lima e Silva, o então Barão de Caxias, mais conhecido como Duque de Caxias chega à província do Rio Grande do Sul, aureolado pelas pacificações em outras províncias como São Paulo e Minas Gerais. 

Tendo recebido a Presidência e o Comando das Armas, Caxias sucede 12 presidentes, já fazia 7 anos que a província encontrava-se em conflito com os rebeldes. Porém, os farroupilhas nesse período contavam com um contingente de 1.000 homens em suas tropas, sendo que em seu apogeu chegaram a 3.000. 

Caxias chega à província com um contingente de 12.000 combatentes, sendo que todo o Império possuía 21.000. Em seus o ofícios o Barão procura fazer relação de gastos e necessidades que eram presentes na província, procurando minimizar gastos e fazer pedidos do que faltava. Caxias possuía dois comandantes de peso em suas forças, Bento Manoel Ribeiro, este que durante todo o processo revoltoso esteve em constante mobilidade, ora do lado farrapo, ora do lado imperial. E, também Francisco Pedro de Abreu, o Moringue, homem que tinha conhecimento do território e era grande comandante imperial. 

Caxias logo que chega a província procura manter contatos diplomáticos com os líderes platinos, fez pedido a Manoel Oribe presidente do Uruguai a compra de uma cavalhada, sendo que cada combatente usa em média de 3 a 4 cavalos, então o cavalo era um bem muito utilizado. 

No dia 16 de novembro, portanto 4 dias depois de sua chegada Caxias visita a Santa Casa de Misericórdia, em ofício pede materiais hospitalares e que estes venham de preferência já afiados, porque na província não há como afia-los. Caxias punia severamente comerciantes que vendessem produtos aos rebeldes. A cada ponto ocupado distribuía rações, comida e tecido para que as mulheres das famílias costurassem as roupas dos soldados imperiais, tanto para as que estavam do lado farrapo, como para as que estavam do lado imperial, adquirindo assim simpatia da população. Dessa forma, como cita Moacyr Flores em seu livro Revolução Farroupilha, "melhor viver sob a fartura do Império do que com a guerra e a fome da Republica".
Com Caxias a revolta ainda durou três anos, foi o único Duque do Segundo Reinado, adquiriu títulos que nenhum outro comandante imperial conseguiu, admiração e respeito até hoje confinados.