A ternura do encanto.

Por Edjar Dias de Vasconcelos | 31/07/2013 | Poesias

 

 

 A ternura do encanto.

 

Sem você.

Debalde.

 Silenciosamente.

Posso lhe dizer com ternura.

Não encontro oxigênio.

 Para o funcionamento.

Do meu frágil coração.

A ideologia delével.

Falta-me tudo até o ar.

Certo mimetismo.

Para minha respiração.

O delírio do seu encantamento.

 Indelével a imaginação.

Um pobre poeta.

 Sem sua presença.

Falta-me a sola.

 Dos próprios pés.

Isso significa que não sei

Sequer caminhar.

Perco-me sozinho na solidão.

Os trilhos se fecham.

Os olhos escurecem.

As pedras voltam.

 À insignificância primária.

Do tempo esquecido.

As flores caem.

 Ao meio do caminho.

Sinto então as nuvens fugindo.

E o brilho do sol atinge.

A cor branca

Figurativa.

A penetração.

 Da vossa energia.

Solitariamente.

Igual a um pássaro.

 Perdido na floresta.

Canta a distância.

   Alegria das folhas.

Que bailam.

 Ao revigoramento.

Sem nenhuma percepção.

Sento as margens dos trilhos.

Vejo o vento bater a distância.

De árvores frondosas.

Que faz o brilho do tempo.

Tocar a mais bela canção.

Os olhos lagrimejam.

A incomensurabilidade dos sonhos.

À distância apenas da tristeza.

Ontogênese.

Exatamente por estar tão perto.

E não ter a percepção.

Do próprio tempo.

Se pudesse.

 Se fosse a intenção.

 Dos vossos sinais.

Puro hilozoísmo.

 Poderia entender.

 O grande significado.

O que devo dizer.

 Nesse instante

 A vossa vontade.

Se pudesse, com efeito.

 Auscultar.

A vossa destinação.

A heteronomia.

 Dos seus sonhos.

 À vontade apenas.

 De poder revelar.

O silêncio indescritível.

 Da vossa memoria.

Descrevo a cada passo.

O único caminho.

O analítico filológico.  

Como se o resultado da vida.

Fosse o mundo hilético.

Consistente.

 Apenas em condecorar.

 As imaginações apofânticas.

Asseidade descrita pelo brilhar.

Do encantamento.    

 

Edjar Dias de Vasconcelos.