A Teoria da Evolução Criadora em Bergson.

Por Edjar Dias de Vasconcelos | 12/01/2013 | Arte

A Evolução Criadora.

Bergson 1859-1941.

Ele tenta entender a vida a partir de uma epistemologia diferente, na perspectiva da duração da mesma.  Procura colocar em questão a abordagem moderna, particularmente de Spencer, criticando as limitações de um modelo de concepção físico química de qualquer espécie que existe em evolução.  

A importância do seu trabalho,  não cai em nenhuma filosofia finalista da criação, como se a vida tivesse uma origem divina, ele sabe que isso é uma ilusão.

   Propõe uma filosofia para entender a vida de forma diferente, superando tanto o mecanicismo como o finalismo, a partir exatamente do desenvolvimento da sua teoria do conhecimento.

Para ele todas as teorias da vida, procuram entender a mesma, por meio das categorias da inteligência, entendendo a referida como produto da evolução,  não está negando esse fato, mas não quer apenas restringi-lo. Então a inteligência como produto da matéria, age sobre os objetos que não tem consciência porque são inertes.

A grande pretensão de a inteligência agir e entender o todo, do qual ela é apenas uma parte, cujo significado é particular quer compreender a complexidade, sendo  um fenômeno é exatamente diferenciado.  Esse mecanismo não é normal, ilegítimo por natureza, pois não têm na sua eficiência os limites dela mesma.

Para entender a natureza da vida, a razão e o fundamento da sua evolução, é necessário para Bergson criar outra metodologia de análise, que consiste em estabelecer a natureza normal da inteligência, isso seria possível com ajuda da intuição.

O método proposto por ele vai ajudar mostrar a origem da inteligência e o seu funcionamento dentro da perspectiva global da evolução.

 A inteligência não é naturalmente um mecanismo simples. A evolução criadora articula se a teoria da vida com a teoria do conhecimento.

Para entendermos o que é a vida necessária o sentimento da nossa existência, o que determina o nosso ser, a contínua mudança dos estados da consciência, irreversível e a criação indefinida da duração da essência de cada constituição desses estágios.

Na prática o universo é um movimento que fabrica sempre formas diferentes do pensamento, imprime seu impulso de criação, entretanto, dentro do tempo histórico. A Ciência é incapaz de apreender porque isola a parte do todo, o método da indução.

Atende  se a sistemas fechados, reduz ao fundamento a cálculo matemático deslocamento de partículas, refere-se particularmente ao campo da física, o que poderá ser aplicado a outras Ciências da natureza.

Não pode confundir seres vivos com coisas inertes, porque o ser vivo reduz apenas uma pequena parte da matéria, caracterizado pelo aspecto individual.

 Os objetos físicos uma união mecânica composto de partes heterogêneas que se completam. A diferença do homem a respeito de tudo isso, tem uma história de vida, a realização da memória e o funcionamento do saber constituído. 

O passado se faz no presente e o mesmo em relação ao futuro, de modo contínuo e às vezes irreversível, algo que dura, a ciência tem dificuldade em entender como não é fácil a realização do tempo, sua durabilidade, a própria ação do referido à realidade.

A vida desenvolve como consciência pelo seu fundamento criador, e como realiza esse processo, explica Bergson. A hipótese possível, a geração necessária de diferentes espécies pelo caminho da evolução.

 Leva entender a vida como uma corrente de transformação de uma espécie a outra, do mesmo modo de individuo a individuo, ramifica-se diversificando gerando novas formas de vida.

 Por esse mecanismo explicam-se as diversidades das espécies, mas que se remonta a um só fundamento ou princípio.

A consciência do mesmo modo, a cada instante cria alguma coisa, diversifica nessa criação surge à diversidade, a inteligência torna complexa de difícil entendimento, motivo das ciências procurarem desenvolver o aspecto particular de um objeto ou fenômeno.

As duas teorias de um lado o mecanicismo, de outro o finalismo, ambas passam pela ausência da duração porque as duas permitem que tudo fosse dado, o mecanicismo as causas antecedentes responsáveis pelas novidades.

 De tal modo a recomposição de elementos que formam então os elementos das complexidades. Sobre o outro aspecto a teoria do finalismo atribuiu a propósitos divinos, o que é inaceitável.

A evolução procede a um mesmo principio vital que explicam as variações das diferentes espécies ao mesmo mecanismo de evolução, encontramos linhas de evolução divergentes e semelhantes à aplicação das estruturas, entre o coração de um animal qualquer e o da espécie humana.

 A teoria de uma simples adaptação desenvolvida por Darwin e Lamarca não consegue entender o motivo dessa formulação. A teoria do elã vital defende por um lado, as forças físico-químicas que lhe opõem forçando as diversas tendências da evolução.

Tudo depende da própria natureza da vida das forças de explosão, o que leva a crescer em diversas direções, com efeito, a evolução não se resume as adaptações como sempre formulou Darwin, por outro lado, nega também a qualquer possibilidade a adaptação ao meio, teoria do mecanismo simples, muito menos a um plano de conjunto desenvolvido pelo resultado das duas teorias.

 Descarta se a outra possibilidade a teoria de um fim divino, nada tem as mãos de Deus quando se referir ao plano do mundo natural, não existe outro plano a não ser o mundo efetivamente da natureza.

A evolução com é efeito é um caminho natural, as espécies vão se sucedendo dentro das suas perspectivas próprias, tomam diferentes caminhos a partir de cada estágio.

 Sendo que muitas perspectivas abortam, outras prolongam indefinidamente, desenvolvendo tendências, as quais através das suas distâncias ao tempo bifurcam ad eternitum na formação das diversas variações da vida.

Divergem se, com efeito, três linhas de variação, as quais precisam ser entendidas, no substrato da evolução, a primeira delas, aquela que se denomina pelo teor do que chamamos o torpor vegetativo.

 O que significa à disposição da vida ausência da consciência, ao que classifica como antrópodes, a tendência à mobilidade, o que significa na prática, uma delas apenas do instinto, a outra da consciência em si.

A evolução pode ser entendida como a luta constante entre consciência e a matéria, o que é muito difícil a sua relação, sendo que a consciência infiltra na matéria com objetivo de se organizar, superando hipoteticamente a forma de instinto, o que é fundamental a vida humana.

O homem é o único animal no qual a consciência é capaz de se organizar, nele a consciência, é capaz não apenas de se conservar, mas prosseguir sua atividade criadora, o ser humano é a mais alta evolução criadora da inteligência.

 Ele é capaz de desenvolver a consciência, mas ao mesmo tempo também tem a capacidade separar inteligência e a intuição, para entender as exigências do mecanismo de evolução na perspectiva da análise critica da evolução.

Edjar Dias de Vasconcelos.