A SOMBRA DA MADRUGADA

Por Gabriel Nascimento | 10/07/2009 | Crônicas

Vocês já ouviram falar da famosa sombra da madrugada? Não? Pois é. Conta uma velha lenda urbana, mas velha mesmo, que há anos, e lá se vão anos uma mulher foi assassinada na saída da Kennedy para uma rua no Jaçanã. Desde essa noite todas as noites a partir das 12:00 da noite essa sombra ronda essa rua. Há quem tenha corrido dessa visagem que assombra os moradores desse bairro.

Ester era uma moradora do Jaçanã. MORADOR, corrigindo... Ester era o nome de um rapaz de pouco mais de 22 anos. Sempre houve críticas e mais críticas na escola a respeito de Ester. "Olha a Ester", diziam os colegas dele mangando. Mas ele nunca foi de se vender para a ira, para o ódio por qualquer coisa. Ora, a ira e o ódio sempre querem comprar você por muito barato. Mas nós temos que ser produto de qualidade como vinho do sul da França ou do norte da Itália. "Esterzinha está passando", diziam com muito sarcasmo seus colegas. Mas ele nunca ligava. Sim, mas não foi para falar das deficiências de Ester que esse texto vai sendo criado. Ou lido, porque tem um leitor lendo. Já dá para ver a curiosidade do intrépido leitor para conhecer o verdadeiro enredo já que o autor é dúbio...

Ester começou a trabalhar a noite no centro da cidade de Itabuna, na Beira rio numa empresa de Transportes. Só um probleminha: ele tinha que voltar para casa meia-noite. Não havia o que fazer.

A Ester, quer dizer, o Ester, para nós, não seus íntimos- ESTER PUTRICO ESTÊNIO BARASKI- voltava dia desses do trabalho. Desceu da condução e adentrou a rua. Sentiu logo de impacto um arrepio. Prosseguiu. Tentou lembrar de alguma coisa do trabalho para tentar não deixar aparentar o nervosismo. O ser humano é um mau ator. Por mais que tente, por mais que atue, em um momento ele sempre vai deixar a toalha cair. E caiu. Apressou os passos, ouviu um barulho estranho. Assistira na noite passada um filme chamado NO CAIR DA NOITE onde um demônio chamado Matilda mata as pessoas à noite. Estava quase correndo quando na sua frente apareceu o espectro. Ou pelo menos sua sombra. Ora, quem disse que fantasma não tem sombra? Pois é, leitor, a sombra apareceu e ele ficou gélido, imóvel, sem saber o que fazer. "O que você quer"? Talvez o fantasma tenha respondido: "ESTER"... Mas foi impressão. Ele saiu correndo e na primeira porta bateu. Bateu, bateu, esmurrou, quase quebrou quando observou que não havia ninguém na casa. Mas na casa vizinha havia.

A velhinha que era vizinha à porta quase quebrada chamara a polícia na hora do espancamento: DA PORTA. A polícia foi ao local também com muito medo. Como se policial não tivesse medo de assombração! E quando passavam pelo mesmo local viram aquela mesma sombra, deram a volta com muita rapidez como quando estão perseguindo um bandido perigoso. Chamaram reforço. E o reforço foi também com muito medo. Quando este soubera do acontecido decidiu nem entrar na rua. Aí todos os moradores já estavam acordados com o intenso barulho, em sua maioria, atrás da porta para obter alguma informação. Ester já havia chegado em casa de tanto correr. O dia então raiou e um morador cortou o coqueiro que causara tanto alvoroto durante noite. Todos haviam se assustado com um coqueiro. E a verdadeira sombra da madrugada?

De um pouco longe ela ria ironicamente agradecendo porque tivera um momento de descanso na noite passada, o coqueiro trabalhou por ela. Às vezes a vida é tão generosa...