A SÍNDROME DA SUPERPOPULAÇÃO

Por BENIGNO ARAUJO DIAS | 21/05/2009 | Religião

 

A SÍNDROME DA SUPERPOPULAÇÃO (por: Benigno Dias)



Em Gênesis: 9:7 Deus ordena: “Mas vós frutificai, e triplicai-vos; povoai abundantemente a terra, e multiplicai-vos nela”. Seguir esta ordem divina seria um suicídio coletivo, gente se afogando em gente. SAIBAM O PORQUÊ:



A explosão demográfica é, sem dúvida, a causa de quase todas as mazelas modernas. Cada indivíduo que nasce, constitui um multiplicador de problemas em potencial.

O fenômeno da superpopulação traz, inevitavelmente, a sociedade competitiva. Na sociedade competitiva, o homem passa a enfrentar o seu semelhante como um inimigo, embora, quase sempre, não-declarado. Para derrotar o competidor, consciente ou inconscientemente, o ser humano incorpora o seu mais extremo recurso: a lei que revoga as demais, a lei da sobrevivência. Não a lei da sobrevivência instintiva, mas aquela calculada, arrivista. Nesse estágio, os inversos de valores, como: moral, solidariedade e sinceridade tornam-se armas diabólicas da estratégia interpessoal. Passa-se a conviver, então, numa sociedade pandemônica, algo pior que a sociedade de lobos preconizada por Plauto; quem dera fosse, pelo menos, lobos não raciocinam!

A multidão serve também como camuflagem (mimetismo) para muitas pessoas se despersonalizarem, corromperem-se......na quase certeza de que passarão despercebidas. Outras assim procedem para chamar a atenção, pois à medida que aumenta a população, mais um elemento se sente diminuto, anônimo. E há até aqueles que se entorpecem; como a buscar um condicionamento psicológico capaz de ajustá-los às adversidades cotidianas .

À proporção que a superfície terrestre vai sendo povoada, sobra menos solo cultivável. A agropecuária dispõe, paradoxalmente, de menor espaço para produzir alimentos para um maior número de consumidores. Então, recorre-se ao “milagre da química”. A fim de conciliar a ganância de quem produz à necessidade de quem consome, aplica-se o fertilizante, a herbicida, o transgênico, a clonagem etc. Tudo isso tem como decantador ou despejo final, o corpo humano, constantemente bombardeado . Surgem as moléstias; enfermidades cuja proliferação mais rápida e resistente será propiciada pela grande concentração de organismos fragilizados, coabitantes de um ecossistema cada vez mais insalubre.

A indústria, por seu turno, na tentativa de responder à demanda e competir com a concorrente, automatiza-se, robotiza-se. Tal processo implica a troca do trabalhador pela máquina, sinônimo de desemprego e desespero. Sobretudo no mundo globalizado. Um chinesinho que acabou de nascer, pode prejudicar a qualidade de vida dum brasileirinho aqui. A China é uma nação onde a economia ainda não abraçou o dogma do capitalismo ocidental. O trabalhador chinês vende sua mão-de-obra numa escala depreciada, por conseguinte, seus produtos comerciais são processados a baixo custo. Desse modo, é mais vantajoso, para um empresário brasileiro, importar bugigangas chinesas do que comprar artigos da indústria nacional, embora esta segunda opção significasse a inclusão de trabalhadores brasileiros no setor produtivo.

Em meio à tanta tribulação, o tecido social se esgarça, levando as pessoas ao estado de niilismo: “não nos resta mais nada, estamos às vésperas do fim”. Esse tipo de sensação desperta no homem uma gana voraz por lograr e estocar tudo, antes que alguém chegue primeiro.

E todos passam a pensar e agir assim; o individualismo e a desconfiança recíproca se exacerbam. Segundando esta afirmativa, a Fundação Getúlio Vargas, em recente pesquisa, constatou que os países mais populosos são mais corruptos, não somente em quantidade, mas em percentagem também.

Por essa busca enlouquecida, a princípio, aquela que acaba pagando mais caro é a natureza, a qual, degradada, “vinga-se” do homem. Isso justifica a preocupação do chefe do Programa Ambiental da Organização das Nações Unidas, Klaus Toepfer, manifesta durante sua visita em Sidney-Austrália. Referindo-se à China, disse Toepfer: “Quadruplicar o PIB de uma país de 1,3 bilhões de habitantes, imaginem a catástrofe ambiental que tal ambição possa trazer à vida na terra!”

Claro que um freio abrupto na densidade demográfica, mundial, é algo que beira às raias da utopia. Mesmo porque, hoje, o número de habitantes de um país virou trunfo das negociações internacionais. Basta espelhar-se pelo mau exemplo da China: seu governo tem violado os direitos humanos sistematicamente, nem assim, as potências capitalistas (as detentoras do poder terráqueo) adotam retaliações contra o governo de Pequim. No mundo capitalista, quem manda são os megaempreendimentos: empresas, bancos, indústrias etc. Qual país capitalista gostaria de perder um mercado consumidor com o volume do chinês? George Bush, em recente pronunciamento, declarou que a Índia já merece um lugar no Conselho de Segurança da ONU, porque o país já conta com uma massa populacional próximo a um bilhão de habitantes. No plano interno, também não é diferente: os governantes, à exceção dos chineses, nenhum esboça o interesse de controlar a taxa de natalidade. Pois, para os empresários (legítimos financiadores do poder eleito), quanto maior a população, maior o número de consumidores em potencial. É compromisso desses homens de negócios, estimular a multiplicação de objetos de lucro/produção (consumidores/trabalhadores), a fim de que seus empreendimentos se perpetuem crescentes, postumamente, sob as rédeas dos seus descendentes. Enquanto isso, àqueles que sonham com um mundo racionalmente povoado, restam-lhes os mecanismos de controle natural das populações: epidemias, tsunamis, terremotos etc.

Contudo, se ainda existe alguém comprometido com a posteridade, que decrete logo um rígido controle na taxa de natalidade, antes que o planeta entre em colapso. Ou antes mesmo que, ao invés de chorar, um homem passe a comemorar a morte de um semelhante seu, por ter-se livrado de mais um concorrente.