A SEXUALIDADE NO CONTEXTO ESCOLAR: COMPREENDER PARA MELHOR DISTINGUIR O SEU PAPEL SOCIAL
Por Jedida Melo | 29/06/2018 | EducaçãoSérgio do Nascimento Cavalcante[1]
Prof.ª Dra. Jedida Melo[2]
Prof.ª Dra. Edlucia Turiano[3]
Introdução
Do ponto de vista da Social, sexualidade é o modo próprio como cada um vive o fato de ser sexuado, no aspecto biológico, ao nascer todo indivíduo imediatamente é enquadrado dentro do gênero masculino ou feminino. O conjunto de órgãos que possuem permitem que a medicina e os familiares do recém-nascido diferenciem e o caracterizem como menino ou menina.
Baseado nestas duas linhas de pensamento o objetivo deste artigo de opinião é refletir sobre as concepções que o corpo escolar vive frente à relação aluno-sexualidade nos dias de hoje e quão deveria ser o papel da família frente a essa temática em parceria a escola. Os dados para este artigo foram obtidos através de uma releiturado artigo: Orientação sexual na escola contribuição da sexologia sobre o trabalho de orientação sexual na escola: Uma Revisão Bibliográfica[4].
Desenvolvimento
A grande procura por trabalhos na área da sexualidade em meados dos anos 80, foi bastante significativo. Devido à preocupação dos educadores com o crescente índice de gravidez não planejada entre as adolescentes e com o risco da contaminação pelo HIV entre os jovens. Basicamente o nível e quantidade de informações entre as famílias eram bastante limitadas criando-se uma certa resistência à abordagem das questões relacionadas a sexualidade no âmbito escolar, mas atualmente sabe-se que os pais reivindicam a orientação sexual nas escolas, pois reconhecem não só a sua importância para crianças e jovens, como também a dificuldade de falar abertamente sobre esse assunto em casa. As manifestações de sexualidade afloram em todas as faixas etárias. Percebe-se que a falta de formação e preparação em relação a esta temática permite a escola muitas vezes; ignorar, ocultar ou reprimir são geralmente as medidas mais usadas pela escola.
A escola abstém-se muitas vezes por achar que o tema deva ser tratado exclusivamente pela família. Moralmente, toda família deveria realizar a educação sexual de suas crianças e jovens.O comportamento dos pais entre si, na relação com os filhos, écarregado de determinados valores associados à sexualidade que a criança apreende. O fato da família ter valores conservadores, liberais ou progressistas, não as eximem daresponsabilidade de orientar os filhos sobre o seu corpo e sua sexualidade. Podemos observar que é no espaço familiar, que a criança recebe com maior intensidade as noções a partir das quais construirá sua sexualidade na infância. Sem descartar que este jovem em formação também sofre influências de muitas outras fontes: de livros, da escola, de pessoas que não pertencem à sua família e, sobretudo nos dias de hoje, da mídia. Essas fontes exercem forteinfluênciana formação sexual de crianças, jovens e adultos, mesmo que a informação seja deturpada e sem nenhum critério de aprofundamento pedagógico ou médico.
A erotização dos meios midiáticos gera excitação e um certo incremento na ansiedade relacionada às curiosidades e fantasias sexuais da criança. Basicamente programas jornalísticos/científicos e campanhas de prevenção à AIDS que enfocam a sexualidade, veiculam informações dirigidas muito mais a um público adulto. As crianças que os assistem, provavelmente não podem compreender por completo o significado dessas mensagens e muitas vezes constroem conceitos e explicações errôneas sobre a sexualidade.
Mesmo com os mais diversos meios de comunicação onde se fala abertamente sobre essa temática, alguns pais ainda não demonstram muita facilidade para falar abertamente sobre a sexualidade com seus filhos, talvez por não terem uma formação específica para tratar sobre o tema, ou talvez ainda, se deva à educação que receberam. Muitas vezes os pais pensam que falar de sexo para os filhos e filhas termine por incentivá-los a iniciar a vida sexual mais cedo. Isso também ocorreu quando na campanha de vacinação da HPV, onde muitos pais diziam que tão procedimento estimulariam as jovens iniciarem a vida sexual mais cedo, pois o risco de contrair HPV era diminuto. Observo nesses longos vinte anos de vida docente, que a sexualidade ainda será para muitos pais e educadores um assunto bastante delicado, pois o meio escolar está receptivo a toda expressão de gênero, porém a falta de formação para os professores e demais componentes escolares, favorecem ainda a não exposição para o assunto.
Considerações Finais
A sexualidade tem muita importância na vida social e psíquica das pessoas, pois além da capacidade reprodutiva temos a busca do prazer como necessidade fundamental e exclusiva do homem. É importante perceber que a sexualidade é diferente em cada fase do desenvolvimento humano. As crianças, os adolescentes, os adultos e os idosos são seres sexuados e cada fase da vida possui interesses sexuais diferenciados que são expressos através de comportamentos diferenciados onde o meio também exercerá um certo empoderamento.
Para o público escolar dos dias de hoje, este que, são inundados de informações, e se estas forem adequadamente trabalhadas, tanto as que dizem respeito ao funcionamento do corpo, quanto as que dizem respeito às DSTs e gravidez indesejada, serão de grande importância para a formação deste jovem. O diálogo aberto com pais e educadores,facilitarãoaos jovens a exercerem, no momento certo, no lugar certo e com a pessoa certa, sua sexualidade com prazer e responsabilidade. Acredito que a conversa de maneira simples e por meio dos exemplos possa desvincular a sexualidade dos tabus e preconceitos afirmando-a como algo ligado ao prazer e à vida.
Referência Bibliográfica
MATOS, Alaíde Arjona de. E OLIVEIRA, Sônia Fernandes de. Orientação Sexual na Escola – Contribuição da sexologia sobre o trabalho de orientação sexual na escola: uma revisão Bibliográfica.