A SAÚDE MENTAL DA CRIANÇA DENTRO DO PROCESSO DA ALFABETIZAÇÃO
Por Joelma Gomes de Oliveira Araújo | 17/01/2022 | Educação
A SAÚDE MENTAL DA CRIANÇA DENTRO DO PROCESSO DA ALFABETIZAÇÃO
ANA CAROLINA OLIVEIRA ARAÚJO
JOELMA GOMES DE OLIVEIRA ARAUJO²
RESUMO
O objetivo do presente estudo foi compreender a importância da saúde mental da criança dentro do processo da alfabetização. A escolha desse tema foi motivada pela ânsia de descobrir se o sistema educacional brasileiro consegue dar suporte aos profissionais da educação em relação a lidar com as crianças que apresentam algum transtorno mental em fase de alfabetização. Para a excussão deste artigo a problemática proposta foi descobrir qual a relevância da saúde mental infantil dentro do processo de alfabetização?
Os resultados encontrados no respectivo tema mostram que os profissionais da escola acabam por lidar com o sofrimento psíquico infantil de forma solitária, buscando soluções restritas ao ambiente escolar, utilizando estratégias pessoais, estabelecendo contato com as famílias e propondo encaminhamentos. A metodologia utilizada para construção do texto foi pesquisa bibliográfica.
PALAVRAS-CHAVE: Saúde Mental. Infantil. Alfabetização.
1. INTRODUÇÃO
A saúde mental infantil é um assunto que deveria ser amplamente debatido. Uma vez que essa saúde mental é afetada pelos transtornos mentais que se manifestam de maneira diferente nas crianças e os seus sintomas podem ser confundidos com problemas comportamentais, que dificulta o diagnóstico e por consequência o tratamento.
Além disso, os pequenos também podem sofrer com transtornos de conduta, os quais são comumente interpretados como manha, birra ou má criação. É importante entender que as crianças também podem sofrer com distúrbios emocionais e nem sempre conseguem expressar o que está acontecendo.
Para a excussão deste artigo a problemática proposta foi descobrir qual a relevância da saúde mental infantil dentro do processo de alfabetização?
Os resultados encontrados no respectivo tema mostram que os profissionais da escola acabam por lidar com o sofrimento psíquico infantil de forma solitária, buscando soluções restritas ao ambiente escolar, utilizando estratégias pessoais, estabelecendo contato com as famílias e propondo encaminhamentos. Tais resultados evidenciam uma demanda que se refere à falta de formação e informação para lidar com esse tipo de situação e, mais especificamente para lidar com crianças que apresentam sofrimento psíquico.
Para dar conta desta pesquisa o objetivo geral é compreender a importância da saúde mental da criança dentro do processo da alfabetização bem como descobrir qual a Influência do sofrimento psíquico dos alunos na dinâmica da sala de aula.
A escolha desse tema foi motivada pela ânsia de descobrir se o sistema educacional brasileiro consegue dar suporte aos profissionais da educação em relação a lidar com as crianças que apresentam algum transtorno mental em fase de alfabetização
A metodologia utilizada para realização desta pesquisa foi leitura bibliográfica.
2 DESENVOLVIMENTO
TEORIAS DA APRENDIZAGEM E A ALFABETIZAÇÂO INFANTIL.
Sobre a Infância
“A educação é a arma mais poderosa que você pode
usar para mudar o mundo.”
Nelson Mandela
Por volta dos séculos XI e XII, a infância era algo que não tinha importância. Segundo Bérulle apud Colin (2004),” a infância é o estado mais vil e abjeto da natureza humana, depois da morte.” A ideia de infância era vista como ideia de ser dependente, que vivia em função do adulto. Essa etapa da vida não tinha nenhum significado. O importante era encontrar formas de transformar a criança imatura, irracional, incompetente, associal e acultural em um adulto maduro, racional, competente, social e autônomo.
(...) Essa faixa etária não era percebida como tempo diferente, nem o mundo da criança como um espaço separado. Pequenos e grandes compartilham dos mesmos eventos, porém nenhum laço amoroso especial os aproximava. A nova valorização da Infância gerou maior união familiar, mais igualmente os meios de controle do desenvolvimento intelectual da criança e manipulação das emoções. (CUNHA, 1991, p. 23).
Só no século XVII que a infância passou a existir, a criança passou a ser vista como um ser social, capaz de pensar e ter personalidade própria. Este século marcou o início da educação na vida das crianças.
Nesta época vários estudos começaram a surgir, teoria foram desenvolvidas e uma delas dizia que o caráter, a vocação era determinado pelo grau de educação que essa criança tem.
Sua principal preocupação, evidentemente, era documentar o surgimento, durante o período moderno, de um sentiment de I’enfance: uma expressão ambígua, que transmite a idéia de uma consciência de infância quando um sentimento em relação a ela. (ARIÈS apud COLIN, 2004, p.33).
Após a descoberta da infância e a importância da valorização desse período é que a criança passou a ser diferenciada do adulto e consequentemente passou a receber uma educação também diferenciada, e voltada para ela.
Superado esse período, onde ouve um descortinamento das visões rumo aos primeiros aprendizados infantis, veio à necessidade de tronar a criança em um ser intelectual inteligente.
À medida que as sociedades ficavam mais complexas, a educação passou a ser uma coisa indispensável na vida das pessoas.
É nessa perspectiva que deve-se pensar a influencia das teorias, usadas para atingir o aprendizado.
A educação passa a receber em toda a sua história, as influencias de diferentes correntes. Foi assim que os pressupostos as concepção inatista propiciaram um pratica escolar que reconhecida apenas às capacidades do ser humano, acreditando-se que o ambiente exercia pouca influencia sobre a formação dos indivíduos. O ponto de partida dessa analise e a concepção vigostskyana.
Não é uma forma de comportamento natura e inata, mas é determinada por um processo histórico cultural e tem propriedades e leis especificas que não podem ser encontradas nas formas de pensamento e fala(...). (VYGOTSLY, 1993, p.44)
Estudiosos da Psicologia do Desenvolvimento indicam que vários são os olhares possíveis para o entendimento do crescimento e desenvolvimento humano, especialmente do desenvolvimento infantil.
Chamadas de teorias da aprendizagem, pelos diversos modelos que tem como objetivo explicar o processo de aprendizagem dos indivíduos. As teorias de maior destaque na educação contemporânea desde a Grécia Antiga as de maior destaque foram as de Jean Piaget e Lev VygotsKy, embora exista muitos nomes pioneiros que abordou esta temática que se tornou o responsável pela corrente comportamental foi Burrhus Frederic Skinner que lançou conceito do comportamento operante.
Rompendo com direcionamento desses correntes outras contribuições vem surgindo, levando aos professores novas fontes de reflexão a respeito do processo de desenvolvimento humano.
Independente da escola de pensamento seguida sabe-se que o individuo desde o nascimento, vem utilizando uma percepção, campo percentual, vai ampliando seu repertório e construindo conceitos em função do meio que o cerca. (PAIN apud SKYNNER, p. 94)
A teoria do desenvolvimento da inteligência foi desenvolvida posteriormente por Piaget.
Segundo BOHM (1987) essas teorias focalizam determinados aspectos do desenvolvimento humanos, embora deve-se ressaltar que uma teoria é uma maneira de olhara o mundo e não uma forma de conhecimento do que é o mundo.
Outra importante contribuição dessa teoria é a de tomar o conhecimento prévio do aluno a cerca dos conteúdos das diferentes áreas do conhecimento.
Segundo Vygotsky (1988), o aprendizado de uma criança começa muito antes dela frequentar a escola. E que qualquer situação de aprendizagem envolvendo crianças na escola tem sempre uma história previa. Ele não aceita a possibilidade de existir sequencia universal de estágios de desenvolvimento, dada a diversidade das condições de vida da criança. Para Vygostsky o mecanismo desencadeador do desenvolvimento sócio-cognitivo é a interação com o outro e com o meio. Ele fala que a teoria descrita por Piaget é correta, embora discorde da concepção de sua dinâmica evolutiva.
Enquanto Piaget acredita que a estruturação do organismo precede o desenvolvimento, Vygotsky defende que é o próprio processo de aprendizagem é que gera e promove o desenvolvimento das estruturas mentais superiores.
O ponto culminante da teoria de Vygostsky é o estudo da Zona de Desenvolvimento Proximal, (ZDP), que é a distancia existente entre o que o sujeito já sabe e aquilo que ele tem possibilidade de aprende.
Segundo alguns estudiosos, a aprendizagem é o processo de alteração de conduta de um indivíduo, seja por condicionamento operante, experiências ou ambas, razoavelmente operante. “(...) a aprendizagem não pode ser vista como o campo de aplicação de princípios metodológicos.” (PAREDES, 2006, pág. 10.)
As teorias psicológicas do desenvolvimento ressaltam, entretanto, que a divisão em etapas cronológicas deve ser encarada de maneira flexível para evitar a compartimentalizão do indivíduo, pra não correr o risco da criação de rótulos que os encaixem, em determinados critérios de comportamentos estereotipados.
A primeira questão apresentada pela Psicologia do Desenvolvimento foi a de que a criança é vista como possuidora de uma “natureza infantil”, presente de uma forma igualitária em todas as crianças. Segundo Piaget, há 4 estágios básicos de desenvolvimentos cognitivo. Desenvolvimento cognitivo, afetivo, psicomotor e motor.
NOGUEIRA (2007), ao falar das fases do desenvolvimento humano, diz que não se pode fragmentá-las como se o individuo fosse uma somatória de aspectos físicos ou motor, afetivo ou emocional, intelectual ou cognitivo e social. Ela segue dizendo que o homem é um ser que deve ser estudado em sua totalidade: histórico, emocional, cultural, social, biológico e concreto. Pois as várias áreas do conhecimento têm relação de proximidade e de interface entre elas, e se influencias mutuamente.
Segundo Piaget (2003) o desenvolvimento do ser humano passa por alguns estágios hierárquicos desde o nascimento até por volta dos 16 anos de vida, podendo variar em função do meio ambiente e cultural em que o individuo está inserido. Segundo ele, o conhecimento é construído através da interação do sujeito com seu meio, a partir das estruturas já existentes. Sendo assim, a aquisição do conhecimento depende tanto das estruturas cognitivas do sujeito como da relação desse sujeito com o objeto, Por esta razão se faz necessário fazermos algumas pontuações a cerca destes conceitos.
_ Desenvolvimento cognitivo segundo Piaget.
_ O primeiro estágio – Sensório Motor;
_ O segundo estágio- Pré- operatório;
_ O terceiro estágio- operações concretas;
_ O quarto estágio- operações formais.
. (Revista Nova Escola, 2003, pag. 57).
Segundo WALLON (2003), a construção do “eu” depende essencialmente do outro. Suas emoções dependem da forma em que seus espaços são organizados. Portanto a motricidade tem caráter pedagógico. Ele prega e valoriza desde cedo à importância das emoções.
2.1 A Saúde Mental
A saúde mental é aquela que se refere ao nosso bem-estar psicológico e à estabilidade emocional que possuímos.
Saúde Mental é o equilíbrio emocional entre o patrimônio interno e as exigências ou vivências externas. É a capacidade de administrar a própria vida e as suas emoções dentro de um amplo espectro de variações sem, contudo perder o valor do real e do precioso. É ser capaz de ser sujeito de suas próprias ações sem perder a noção de tempo e espaço. É buscar viver a vida na sua plenitude máxima, respeitando o legal e o outro. (Dr. Lorusso)
Saúde Mental é estar de bem consigo e com os outros. Aceitar as exigências da vida. Saber lidar com as boas emoções e também com as desagradáveis: alegria/tristeza; coragem/medo; amor/ódio; serenidade/raiva; ciúmes; culpa; frustrações. Reconhecer seus limites e buscar ajuda quando necessário.
Os seguintes itens foram identificados como critérios de saúde mental:
- Atitude positiva em relação a si próprio;
- Crescimento, desenvolvimento e auto realização;
- Integração e resposta emocional;
- Autonomia e autodeterminação;
- Percepção apurada da realidade.
- Domínio ambiental e competência social
Problemas de saúde mental mais frequentes:
- Ansiedade;
- Mal-estar psicológico ou stress continuado;
- Depressão;
- Dependência de álcool e outras drogas;
- Perturbações psicóticas, como a esquizofrenia;
- Atraso mental;
- Demências.
Estima-se que em cada 100 pessoas 30 sofram, ou venham a sofrer, num ou noutro momento da vida, de problemas de saúde mental e que cerca de 12 tenham uma doença mental grave.
A depressão é a doença mental mais frequente, sendo uma causa importante de incapacidade.
Sendo assim, é importante conhecer as principais características e como a saúde mental evoluiu ao longo da história:
- Desde a , na filosofia, vários teóricos que lidaram com a relação entre corpo e não-material (alma, mente, essência …) de maneiras diferentes dentro de suas ideias.
- Séculos depois, definiu o dualismo entre mente e corpo, formando assim a base do estudo psicológico.
- No entanto, só no século XIX é que um importante anatomista alemão chamado Ernst Heinrich , disse que nossos sentidos influenciam a maneira como percebemos o mundo e que essa percepção formou nossa personalidade e emoções.
- Finalmente, o famoso psicanalista lançou os pilares da psicologia propondo uma terapia mental e verbal para aliviar e tratar vários problemas que tiveram a psique e o subconsciente e que pareciam para ter uma origem física.
2.2 Definição de Saúde Mental de Acordo com a Psicologia
Como vimos, existem vários pontos de vista que podem definir a saúde mental, no entanto, usaremos dois eixos principais e importantes: a Associação Americana de Psicologia (APA) e a Organização Mundial da Saúde (OMS).
- Segundo a APA, a saúde mental é concebida como a maneira pela qual nossos pensamentos, sentimentos e comportamentos afetam nossas vidas. Uma boa saúde mental nos leva a ter uma imagem positiva de nós mesmos e, ao mesmo tempo, estimula relacionamentos satisfatórios com amigos e outras pessoas.
- Por outro lado, a OMS define a saúde mental como um estado de bem-estar em que a pessoa é capaz de enfrentar os vários desafios que a vida propõe, sendo um indivíduo que trabalha de forma produtiva e faz contribuições para sua comunidade.
2.3 Saúde Mental Infantil.
A saúde mental infantil é aqui compreendida como um fenômeno complexo e multidimensional, envolvendo, dentre outros, aspectos emocionais, comportamentais e sociais, que produzem um elenco de habilidades capazes de tornar a criança competente para estar no mundo e pertencer a ele, considerando o contexto de vida dela (Amstalden, Hoffmann, & Monteiro, 2010; OMS, 2001).
No Brasil, é fato recente o reconhecimento, pelas instâncias governamentais, de que a saúde mental de criança é questão de saúde pública e deve integrar o conjunto de ações do Sistema Único de Saúde (SUS).
Historicamente, as ações relacionadas à saúde mental da infância foram de responsabilidade dos setores educacional e de assistência social, com quase ausência de proposições pela área da saúde mental. (Couto, Duarte & Delgado 2008).
Com o objetivo de superar os problemas assistenciais que lhe são inerentes, existem hoje ações em direção à implantação de uma política de saúde mental para infância como um plano específico, integrado à política geral de saúde mental do SUS. A principal finalidade desta política é a construção de uma rede de cuidados capaz de responder com efetividade às necessidades de crianças e adolescentes. Duas ações principais estão em curso nos últimos anos: 1) a implantação pelo SUS de novos serviços de saúde mental para crianças e adolescentes, os Centros de Atenção Psicossocial Infanto-Juvenil (CAPSi); e 2) a construção de estratégias para articulação intersetorial da saúde mental com setores historicamente envolvidos na assistência à infância e saúde geral, educação, assistência social, justiça e direitos, com vistas à integralidade do cuidado.
Política Nacional de Saúde Mental tem definido diretrizes importantes para a assistência à criança, pois é na infância que os indivíduos desenvolvem a sua estrutura mental.
É claro que ninguém vai atravessar toda a infância sem passar por vivências negativas. Quando acontecem esporadicamente, essas situações nem sempre devem causar preocupação.
Os acontecimentos da vida, fatores presentes no ambiente em que a criança vive, têm sido apontados como fatores determinantes da saúde mental infantil
Levando em conta que os contextos familiar e escolar são os mais imediatos e plenamente vivenciados por crianças, Matsukura & Cid (2008) sugerem que tais ambientes devem lhes propiciar condições/situações que favoreçam um crescimento saudável, no que se refere aos aspectos motores, emocionais, afetivos, sociais e cognitivos.
Neste contexto destacamos também que o espaço escolar tem sido identificado como um espaço estratégico para o desenvolvimento de práticas de prevenção e promoção da saúde a fim de alcançar uma alfabetização satisfatória.
Ao focarmos nosso olhar na educação ou mais especificamente na fase de alfabetização infantil, destacamos a incidência de alguns transtornos mentais, como os problemas emocionais e de comportamento, que tem se associado a dificuldades em relação ao desempenho escolar, o que se constitui como uma questão de relevância em saúde pública.
Segundo Matsukura & Cid (2008) indicam a necessidade de que a escola e a família tenham condições de propiciar a criança situações que favoreçam o crescimento saudável, no que se refere aos aspectos motores, emocionais, afetivos, sociais e cognitivos.
As crianças diagnosticadas segundo o Código Internacional de Doença (CID) os com os mais diversos transtornos, sendo descritos em: Esquizofrenia, Distúrbio delirante induzido, outros distúrbios psicóticos não orgânicos, Transtorno afetivo bipolar, Transtorno depressivo recorrente, Transtorno obsessivo compulsivo e Transtorno mental não especificado que compromete a saúde mental, devem ter atendimento especializado para que consigam serem alfabetizados. Assim é importante que tenha a sua disposição um grupo de profissionais para atendê-lo, tais como, pedagogo, psicopedagogo, psicólogo, fonoaudiólogo, neurologista entre outros.
Para cuidar da saúde mental das crianças nesse contexto, alguns cuidados devem ser tomados pelos adultos. A escuta, o acolhimento e a disponibilização de um sistema de suporte são os primeiros passos para evitar que os problemas piorem e tornar a alfabetização desta criança uma ação possível e menos dolorosa.
O espaço de diálogo precisa estar sempre aberto. Para isso, os adultos devem reconhecer os sentimentos das crianças, estar dispostos a ouvir o que elas têm a dizer e valorizar as suas emoções sempre que elas forem compartilhadas.
A negligência com a saúde mental infantil resulta em vários impasses emocionais e comportamentais. Muitos deles poderiam ser facilmente tratados com a psicoterapia infantil e, assim, reduzir o sofrimento dos pequenos durante uma fase tão gostosa da vida.
A infância deveria ser livre de preocupações e tristezas.
O processo de escolarização, portanto, tem se caracterizado como uma preocupação de profissionais e pesquisadores de saúde mental, pois ele compreende um tempo potencial de ações de promoção à saúde mental de crianças (ATKINS, HOAGWOOD, KUTASH, & SEIDMAN, 2016; CID & GASPARINI, 2016).
Entende-se que essa é mais uma ação de inclusão e que não cabe somente à escola e seus profissionais enfrentá-lo sozinho, mas que isso se faz necessário e só é possível, a partir de um diálogo e uma construção entre os diversos setores e a própria sociedade, para que assim se tomem efetivas posturas e ações que promovam a compreensão e o acolhimento.
Sendo assim os resultados do presente estudo sobre a saúde mental infantil e o contexto escolar aponta para a necessidade de mais pesquisas relacionadas ao tema e que promoção à saúde mental não só das crianças, mas também de todos os envolvidos, incluindo os professores.
3 CONCLUSÃO
Após várias leituras feitas em artigos relacionados ao assunto “saúde mental infantil e como ela reflete no processo de alfabetização" foi possível comprovar uma pluralidade de desafios que se apresentam diante da problemática. E que esses desafios impedem que a criança que apresenta transtorno mental seja prejudicada em seu processo de alfabetização.
Os estudos evidenciam que a criança que apresenta algum comprometimento na saúde mental e não recebe o suporte necessário para lidar com o problema tende apresentar também problema de alfabetização e que pode acarretar uma deficiência ao longo de toda sua vida escolar, e que a permanecia com essa dificuldade no decorrer de seu processo de desenvolvimento, implica em prejuízos para o desempenho de atividades e habilidades relativas às fases posteriores do ciclo de vida, e aumenta as chances de se tornar uma criança ou adolescente com dificuldades escolares, relacionais ou até mesmo de desenvolver transtornos mentais mais graves na fase adulta.
Os estudos apontam que o apoio recebido por parte das políticas publicas não são suficientes para dar o suporte que a escola precisa.
A questão da saúde mental infantil deve envolver ações de prevenção e promoção à saúde, e também intervenções especializadas que tenha em sua rede profissionais capacitados que saibam lidar com os transtornos detectados que prejudicam a aprendizagem.
Ainda são muitos os desafios a serem enfrentados. É necessário tornar essa população visível e relevante para que o cuidado dispensado a ela se torne efetivamente um direito ao cuidado, que envolve várias instâncias para que, assim, como se preconiza ao indivíduo adulto, a criança tenha acesso a uma atenção integral, sendo respeitada sua condição peculiar de desenvolvimento e seu contexto sociocultural.
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ARAÚJO. Ana Carolina Oliveira, Especialização em Psicologia Infantil. Graduada em Psicologia. Psicóloga Hospitalar no Hospital Vale do Guaporé no Município de Pontes e Lacerda-MT. E-mail: anapsicofqm@gmail.com
² ARAÙJO. Joelma Gomes de Oliveira, Especialização em Literatura Infantil e Infanto Juvenil.Licenciatura em Pedagogia. Professora da Educação Básica no Município de Jauru-MT. E-mail: joelmagomesaraujo@gmail.com