A Rotatividade Gerada Pelo Mau Treinamento
Por Luana Nishimura Barbosa | 05/04/2013 | AdmFACULDADE NOSSA CIDADE
Gestão Tecnológica em Recursos Humanos / Consultoria em Recursos Humanos
Profº Orientador: Lawton Benatti
A Rotatividade Gerada Pelo Mau Treinamento
Luana Nishimura Barbosa
A rotatividade trata-se de um problema que, nada mais é, do que a entrada e saída de funcionários numa empresa, ou seja, as contratações e os desligamentos. Porém, quando há um índice de rotatividade alto numa organização, isso já deve ser considerado um problema. Sendo assim, como qualquer situação que necessite de uma solução, é necessário analisar o que motivou tal problema, no caso, a rotatividade, para que em seguida, a solução mais adequada possa ser apresentada.
Neste caso, o índice de rotatividade encontra-se alto na empresa x, que por sua vez, contrata muitos funcionários semanalmente, devido a tratar-se de uma seguradora que possui várias centrais de atendimento, mais conhecidas como call center, é natural que a quantidade de contrações seja alta, porém, consequentemente, os desligamentos e pedidos de demissões também cresceram.
Além da perda de muitos colaboradores, a qual já é um problema em si, a alta rotatividade prejudica também, de forma considerável, os índices dos resultados, pois quanto maior o número de pessoas saindo, maior serão os gastos e menor será a qualidade na prestação de serviço.
Na central de atendimento y, a rotatividade também atingiu os funcionários e os resultados, porém o que causa tamanho índice de colaboradores querendo desligar-se da empresa? O que há por trás da desmotivação do funcionário que há pouco tempo lutou pelo seu espaço dentro da organização, tendo de passar por um longo e cansativo processo seletivo? A partir de tais questionamentos, foi possível observar entre os colaboradores, a insatisfação quanto a vários aspectos em sua rotina de trabalho. Porém, através de uma rápida e simples pesquisa de satisfação e clima organizacional, foi possível perceber que a principal fonte de insatisfação entre os colaboradores foi o fraco treinamento que tiveram antes de vincular-se com a organização.
A partir dessa hipótese, é possível acrescentar uma citação feita por Confúcio, um grande pensador e filósofo, de que “o sábio cuida principalmente da raiz”, ou seja, para que um problema possa ser evitado, a mais aconselhada ação a ser tomada, é a precaução e cuidado de um alicerce bem estruturado e planejado, nesse caso, o treinamento, a qual é o primeiro contato do novo colaborador para com a empresa. Ou seja, a primeira impressão e imagem que o mesmo levará consigo da organização.
Conforme Chiavenato, o treinamento torna-se importante tanto para a empresa, quanto para o funcionário, pois proporciona excelência do trabalho, produtividade, qualidade, presteza, correção, utilização correta do material e, sobretudo, gratificação pessoal ao colaborador, por sentir-se bom naquilo que está exercendo. (CHIAVENATO, p.64, 2010).
Levando em conta também o grande referencial criado por Maslow, sua famosa Pirâmide de Hierarquia das Necessidades Humanas, é possível observar que a mesma ilustra a necessidade de que tudo deve ser realizado de forma organizada e bem estruturada, pois sem que as necessidades mais básicas sejam supridas, as de nível superior não poderão ser alcançadas e, por fim, abastecidas. Conforme a seguinte ordem:
1) Necessidades Fisiológicas;
2) Necessidades de Segurança;
3) Necessidades Sociais;
4) Necessidades de Auto Estima;
5) Necessidades de Auto Realização.
Ao iniciar-se o treinamento, a absorção do conteúdo das funções que exerceriam em seus respectivos produtos, é muito vaga. Colaboradores queixam-se da falta de organização no processo. Alguns dos problemas listados durante o treinamento, segundo colaboradores atuais e os que já se desligaram, são:
Conteúdo vago;
Escutas (processo mais conhecido nas centrais de atendimento, na qual o novo colaborador literalmente “escuta” ligações feitas pelo colaborador mais antigo, para absorver a função) são feitas em setores diferentes dos que trabalharão.
Falta de organização, referente ao atraso dos treinadores e do pouco tempo para treinar-se.
Sendo assim, para reduzir a rotatividade causada pela desmotivação dos funcionários despreparados, uma das soluções sugeridas seria o investimento no treinamento de melhor qualidade. Mais especificadamente:
Organizar o treinamento de forma mais adequada, a qual cada novo colaborador aprenda especificamente tarefas de seu novo cargo.
Sugerir programas e atividades que envolvam a melhoria da qualidade de vida no trabalho, de forma a motivar os colaboradores.
Estabelecer um modo de verificar e constantemente acompanhar a satisfação do colaborador quanto às ações tomadas para melhoria, como uma caixa de sugestões, elogios ou críticas que poderão ser feitas sem a necessidade de identificar-se.
Fortalecer na entrevista de desligamento, em casos de pedidos de demissão, o motivo do colaborador em querer desligar-se, para que seja esclarecida a questão da rotatividade.
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
CHIAVENATO, Idalberto. Iniciação à Administração de Recursos Humanos. 4ª Edição, Barueri, SP: Ed. Manole, 2010, 178p.