A República de Platão.

Por Edjar Dias de Vasconcelos | 07/09/2012 | Filosofia

Platão.

427-347 a. C.

 

Discípulo de Sócrates.

Fundador de uma grande academia de Filosofia.

A primeira Instituição de ensino superior.

Grande parte do seu pensamento refere-se tão especificamente apenas, a uma concepção do reino das  formas ideais. O que existe no mundo sensível são apenas cópias da verdadeira realidade.

Defende a seguinte tese, a qual ficou muito famosa no mundo epistemológico.

O mundo da experiência é pura ilusão, sendo que o mundo real é outro mundo, diferente do mundo sensível.  Tudo que é verdadeiro é imutável e real, com efeito, eterno.

 O mundo das cópias é um mundo perecível, por isso mesmo não pode ser eterno, é um mundo por participação da idealidade, incompleto, portanto, de pouca significação.

Essas ideias ele certamente tomou emprestado de Parmênides. Para ele com toda certeza existe um mundo das formas eternas imutáveis, necessárias ao mundo que é verdadeiramente real.  

Quem pensava dessa forma antes de Platão, fora Parmênides, ele também não reconhecia a realidade material, como verdadeiramente empírica.

Aquilo que é real é imutável, são as representações de reproduções de fenômenos meramente efêmeros que fazem parte desse mundo sensível que encontramos na experiência dos sentidos.

 Esse é o mundo da ilusão, o que representa a mitologia da caverna, uma deturpação da verdadeira realidade. É a ótica invertida na forma de ver aquilo que não pode ser real, o mundo empírico.

Particularmente, acho isso loucura, referir a realidade como fatos abstratos e irreais em si mesmos, e, que o verdadeiro mundo é aquele imaginário localizado em outro ponto do universo, onde possivelmente residem os deuses poderosos.

Ele exemplifica existem vários cavalos, gatos homens outras formas de vida, todas essas formas individuais representam a imagem de forma universal o que está muito distante do mundo da experiência.

 Todos são feitos a imagem dessa forma universal, o que existe de empírico é apenas uma cópia do mundo real, esse é o verdadeiro mundo, não existe outro mundo além dessa forma referida pela idealidade da perfeição.  

Essas ideias são também Pitagóricas, herdada naturalmente  das  civilizações indo-europeias, principalmente indianas que constituíram a formatação do pensamento helênico, posteriormente, ao desenvolvimento  da grande civilização ocidental.     

A influência desse pensamento, o que determinou as bases do cristianismo, no qual o homem foi transformado a imagem de Deus.

 Esse conceito foi um dos vários entre outros aos quais influenciaram  definitivamente a teologia crista, motivo pelo qual o platonismo tornou se muito famoso.

Com efeito, as teorias e as formas de Platão, não ficaram restritas apenas a objetos materiais.  Ele elaborou também formas e ideias abstratas conceitos universais tais quais como: beleza, justiça, verdade, na mesma lógica à aplicação ao mundo da matemática.

A teoria das formas também perpassa a sua obra mais famosa, no seu livro referente à política de que se trata a República. Uma tentativa de compreender de forma eficiente a questão da justiça.

Ele oferece uma sociedade utópica, que deve ser governada a princípio por uma elite, que foi trenada desde a infância para governar, o restante da sociedade é constituído de gente comum e soldados.

Na República o cidadão ideal é aquele  melhor preparado, essa questão obedece a ordem de nascimento, melhor usar seus talentos, em benefício da sociedade, apegando fielmente nessa tarefa, esse era o desejo de Platão.

Ele sempre deu pouca importância aos direitos individuas,  na República, pois tudo deve ser encarado de forma  politicamente,  a sociedade  precisa ficar sob os domínios dos guardiões.

Aqueles que são responsável pelo desenvolvimento da República, esse conceito levou vários intelectuais acusar Platão de ser  defensor de um regime totalitário, uma crítica possivelmente correta.

Mas independente da crítica estar certa ou errada, o que é necessário refletir, que o assunto em si mesmo é de  relevância, entretanto,  muito polêmico isso não significa que Platão defendesse a República com caráter democrático.

A República para Platão sempre foi uma tentativa, de consonância com a teoria das formas, com objetivo de descobrir o caminho  ideal a sociedade.

 Ele sempre imaginava que seria possível um modo ideal para organização política do Estado,  procurou dar instrução à elite governante para tal propósito.

Mas ao mesmo tempo, como a globalidade do seu sistema ou modo de pensar, que todas as sociedades reais são como qualquer outra coisa, meras cópias imperfeitas, isso porque na prática não significa o bem para todos os homens na perspectiva do eterno.

No entanto a sociedade na sua concepção seria aquela que pudesse ser mais justa, no sentido de todos cumprirem suas obrigações, cada um desenvolvendo aquilo que é da sua competência, visando exatamente o beneficio de todos.

Mas a República é apenas uma sociedade ideal, uma cópia de um modelo fora do mundo sensível, um ideal que não poderá ser viável a sua realização plena.

Isso  porque tudo que faz parte da realidade empírica jamais poderá chegar a perfeição, uma vez que a verdadeira  realidade não faz parte do mundo  real.

 Real é apenas o mundo da imaginação distante de nós, todos nós vamos até lá, visando a nossa própria perfeição, não é possível realizar a completude se não for por meio da participação.  

 

Edjar Dias de Vasconcelos.