A representação do Sertão no Cinema Novo

Por Bruno de Abreu Oliveira | 02/04/2018 | História

Resumo

O presente artigo abordará as mudanças no cinema brasileiro a partir do Cinema Novo, tendo por foco principal a representação do sertão e do sertanejo nesse movimento. Para isso, será visto aqui o processo de (re) invenção do Nordeste e como foi criado o termo sertão. Feito isso, a seguir serão analisado três filmes: “Vidas Secas”, “Os Fuzis” e “Deus e o Diabo na Terra do Sol”. Esses filmes foram o material utilizado para análise e compreensão da representação do sertão e sertanejo no Cinema Novo.
Palavras-chave: Cinema Novo; Nordeste; sertão; sertanejo.

Introdução

É notório que desde seu início o cinema traz temas referentes a história, visto que, o filme La Pasion Du Christ (1987), considerada primeira obra cinematográfica tem um teor histórico, trabalhando a vida e morte de Jesus Cristo, um dos mártires mais reconhecido da história.
No Brasil não foi diferente, temas relacionado a história sempre são tratado nas telonas. Desta forma, o Cinema Novo surge como um movimento cinematográfico que visa mostrar o Brasil em seus variados aspectos. A partir deste movimento partes desconhecidas do Brasil passaram a ser vista nas telonas. Através do Cinema Novo o sertão, o sertanejo e obras que tratam desse estilo de vida passam a servir de base para a produção cinematográfica brasileira.
Neste cenário surge um personagem que ganhou grande estima, sendo considerado um dos maiores cineastas brasileiro e incentivador do Cinema Novo, Glauber Rocha. Por isso, será analisado no presente artigo uma de suas obras, “Deus e o Diabo na Terra do Sol”, que servirá de embasamento para a compreensão do problema inicial que move este artigo, afinal, como o sertão e o homem que o habita são representados neste movimento cinematográfico que tanto influenciou a mentalidade das pessoas? Este é o questionamento que move o presente artigo e a partir dele será buscado desenvolver e estudar a representação do sertão no Cinema Novo.

O Cinema Novo

O cinema surgiu no século XIX com o cinematógrafo e foi aperfeiçoado pelos irmãos Augusthe e Lois Lumière embora alguns historiadores, relatem ter havido uma disputa entre eles e o americano Thomas Jefferson. No Brasil, o cinema chega ao início do século XX e cresce junto com o desenvolvimento industrial e econômico. Mas, o cinema nesta época ainda está muito atrelado ao cinema estrangeiro, já que, ainda não se tinha uma ideia nacionalista.
Em 1957 o estúdio cinematográfico Vera Cruz, entra em decadência em São Paulo e no Rio de Janeiro. No entanto, surge um cinema independente, de Nelson Pereira dos Santos, que destaca o filme “Rio, 40 Graus”. Esta geração do cinema, e pouco depois o cinema novo e seu caráter político e social ajudou o Brasil a enfrentar o subdesenvolvimento econômico e cultural.

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