A relação Psicoafetiva de Separação Temporaria da Criança da Mãe
Por DAIVID ROGER CORREA | 24/09/2012 | EducaçãoOs estilos parentais exercem grande influência no desenvolvimento da criança, visto que a imitação é uma característica marcante de uma das fases que elas passam, durante essa fase do desenvolvimento infantil, os pequenos tomam as pessoas mais próximas de si como referência na construção de sua personalidade.
Partindo dessa concepção, a familia pode ser fator de risco ou proteção à criança, a afetividade tem grande relevância sobre o desenvolvimento, principalmente durante os primeiros meses de vida do bebê, onde a díade estabelecida entre mãe e filho é muito forte, pois de acordo com Rosseti-Ferreira (1984) em pesquisas a respeito de situações severas de ausência materna, haviam sido observados grandes problemas no desenvolvimento psicoafetivo das crianças. Este fato pode ser mais bem observado quando, por exemplo, em uma creche a criança se apega a um determinado brinquedo, como forma de suprir a temporária ausência da mãe, pois segundo Winnicotti (apud ALENCAR; GALLO, 2012) os primeiros objetos são uma tentativa de substituir a ausência materna (...), a criança supre essa falta por meio do brinquedo e da fantasia. Geralmente, o objeto é a parte representativa do seio, mesmo não sendo o seio real, exerce a função simbólica, tornando este objeto de apego tão importante como o seio da mãe.
Em síntese podemos concluir que, em decorrência dos processos evolutivos e maturacionais a criança adquire cada vez mais dose de autonomia e independência em relação ao fenômeno objetal estabelecido com a mãe, dando a entender que a separação nos primeiros meses de vida pode acarretar muitos prejuízos ao infante, pelo fato de a criança se encontrar em uma fase de dependência absoluta, o mesmo já não acontece algum tempo depois, pois a dita separação é uma questão de sobrevivência, aonde a criança vai se adaptar a diferentes estímulos do meio, essas adaptações e acomodações da teoria Piagetiana, requerem da criança certa dose de autonomia, que somente a separação temporária pode ocasionar.
Bibliografia
Gallo, Alex Eduardo, e Juliana da Silva Araújo Alencar. Psicologia do Desenvolvimento da Criança. Maringá: NEAD-CESUMAR, 2012.
Rosseti-Ferreira, Maria Clotilde. O Apego e as Reações da Criança à Separação da Mãe-Uma Revisão Bibliográfica. São Paulo -SP: Universidade de São Paulo-USP, 1984.