A RELAÇÃO PRROFESSOR/ALUNO E A TENDÊNCIA PEDAGÓGICA UTILIZADA EM SALA DE AULA

Por Raimunda Vieira de Lima | 19/12/2016 | Educação

O texto se propôs reconhecer a sala de aula como tempo/espaço de comunicação, visando o diálogo entre professor e aluno, visto que é na sala de aula que acontecem situações de comunicação entre sujeitos, partilhando, produzindo e trocando saberes. Isso será feito analisando as entrevistas feitas com dois professores que atuam no ensino Médio, mas tem especialização em Metodologia do ensino Superior, utilizando um questionário com quatro questões. Como resultado ficou a certeza de que o diálogo entre professor e a aluno se torna um encontro entre saberes e oportunidades de aprendizado. Uma vez que ninguém conhece ou desconhece tudo, o professor tanto aprende quanto ensina. Assim, tem-se a certeza de que o saber aprendido nas relações sociais vai sendo também ensinado. O ensino se faz contextualizado em relação às aprendizagens socialmente construídas, já que na comunicação o conteúdo escolar poderá expressar a identidade cultural dos aprendizes reconhecidos como sujeitos de direito.

1 INTRODUÇÃO

A aula é meio para a comunicação entre professor/aluno, o ato de ensinar nela traduzido modifica-se nas trocas de conhecimento, é na sala de aula que acontecem situações de comunicação entre sujeitos, partilhando, produzindo e trocando saberes. Nessa comunicação compartilham histórias de vida, vivem a experiência de se reconhecerem com suas diferenças culturais, assim a aula é compreendida como expressão do diálogo entre docência e discência.
O ensinar e aprender acontecerem simultaneamente ensina-se e aprende-se com os alunos seja ele (criança, jovem, adulto, idoso, homem, mulher), só assim o conhecimento vai se construindo em sala de aula. Diante disso buscou-se saber qual tendência pedagógica baseia-se a relação entre professores e alunos na sala de aula, para isso foi feito entrevista com dois professores que atuam no ensino Médio, mas tem especialização em Metodologia do ensino Superior, utilizando-se de um questionário. Tomando essa questão como ponto de partida, esse artigo propôs-se a reconhecer a sala de aula como tempo/espaço de comunicação, pesquisar os princípios orientadores de um trabalho interativo em sala de aula e fazer uma reflexão sobre a horizontalidade das relações ensino/aprendizagem.
A busca de uma ação pedagógica que contribua efetivamente para a construção do conhecimento em sala de aula e para a interação social presentes nas escolas é o que justificou o presente artigo. Lima (2002) afirma que quando o professor se percebe como um indivíduo em continua aprendizagem, ele muda a relação que tem com o saber. Entretanto, ele precisa voltar a ser aluno para aprender a ensinar por outra perspectiva. Quando o professor tem a experiência de se inter-relacionar com as diversas formas de linguagem, ele muda seu jeito de ensinar.
Nas palavras de Libâneo (1994, p. 250) o professor não apenas transmite uma informação ou faz perguntas, mas também ouve os alunos. Deve dar-lhes atenção e cuidar para que aprendam a expressar-se, a expor opiniões e dar respostas. O trabalho docente nunca é unidirecional. As respostas e as opiniões dos alunos mostram como eles estão reagindo à atuação do professor, às dificuldades que encontram na assimilação dos conhecimentos. Servem também para diagnosticar as causas que dão origem a essas dificuldades.

2 MATERIAL E MÉTODO

2.1 PROBLEMA ANALISADO:

qual tendência pedagógica baseia-se a relação entre professores e alunos na sala de aula?

2.2 TEMA DO ARTIGO:

A RELAÇÃO PRROFESSOR/ALUNO E A TENDÊNCIA PEDAGÓGICA UTILIZADA EM SALA DE AULA

2.3 METODOLOGIA:

-Caracterização da pesquisa:

Esta pesquisa será realizada a partir da análise crítica do objeto pesquisado que busca não apenas interpretar, mas refletir a cerca da realidade. Segundo Gil (2002), este método considera que os fatos não podem ser considerados fora de um contexto social; as contradições se transcendem dando origem a novas contradições que requerem soluções.
Neste contexto, será utilizada a abordagem qualitativa na pesquisa de campo, que segundo Gil (2002) se caracteriza pela qualificação dos dados coletados, durante a análise do problema. Para Ventura (2002, p. 79), a pesquisa de campo deve merecer grande atenção, pois devem ser indicados os critérios de escolha da amostragem (das pessoas que serão escolhidas como exemplares de certa situação), a forma pela qual serão coletados os dados e os critérios de análise dos dados obtidos.

-Universo: qualitativo, a análise será feita por meio de questionários com perguntas abertas e o objeto de análise foram dois professores que atuam no Ensino Médio.

-Amostra: da mesma forma que o universo, a amostragem é qualitativa, considera que existe uma relação entre o mundo e o sujeito que não pode ser traduzida em números.


-Instrumentos para coleta de dados:

-A coleta de dados será realizada por meio de revisão bibliográfica e entrevistas que apresento abaixo. A revisão bibliográfica tem como objetivo levantar dados para embasar a o resultado e discussão das entrevistas.

-Elaboração do questionário para entrevista foi de perguntas abertas. O questionário respondeu as seguintes questões:

1) Em qual tendência pedagógica baseia-se sua atuação docente?

2) De maneira ampla, qual é o principal foco de sua atuação docente e que conhecimentos o professor considera importantes para fundamentar o trabalho pedagógico que realiza?

3) O que aprendeu na disciplina de Didática auxilia em sua relação com os alunos?

4) Deixe uma mensagem para os futuros profissionais docentes do curso de Metodologia do Ensino Superior?

3 RESULTADO E DISCUSSÃO

Foi utilizada uma abordagem qualitativa na pesquisa de campo e o resultado dos dados obtidos durante as entrevistas será feito através de uma leitura crítica. Os professores serão identificados por meio de letras.

A -Formado em Pedagogia, pós em gestão escolar e em Metodologia do Ensino Superior pela UNOPAR, trabalho com o ensino médio a 16 anos.
B- formado em pedagogia a 8 anos com pós em Metodologia do Ensino Superior pela UNOPAR e trabalha a 4 anos no ensino médio.

Quando indagados sobre qual tendência pedagógica baseia-se sua atuação docente, responderam o seguinte:

A- Procuro ser o mais inovador possível, sem descartar pitadas de tradicionalismos. Destaco o aluno no contexto educacional, ele é o fator essencial para a construção do conhecimento procuro interagir com eles assim formamos ao contexto social, político e cultural no qual esta inserido.

B- Procuro atuar com eficiência e qualidade buscando sempre inovar para sair das características pedagógicas tradicionais, precisamos fazer a diferencia e por meio dos conhecimentos procuro atuar de acordo com cada situação que surge.

Nota-se que os professores fazem uma mistura de tendências pedagógicas, os conteúdos escolares são apresentados com um aprendizado socialmente construído, onde o conhecimento escolarizado é produzido no cotidiano da sala de aula, rompendo com a concepção de conhecimento de posse individual transferido ao aluno como se esse conhecimento estivesse pronto e acabado, para isso os professores utilizam das seguintes tendências pedagógicas em sua relação com os alunos:
- Abordagem comportamentalista: A relação professor-aluno segundo Mizukami (1986, p. 31-32) na abordagem comportamentalista cabe o controle do processo de aprendizagem, um controle científico da educação.
Cabe ao educando o controle do processo de aprendizagem, um controle científico da educação, o professor apenas tem a responsabilidade de planejar e desenvolver o sistema de ensino-aprendizagem, de tal forma que o desempenho do aluno seja maximizado.
A aprendizagem na abordagem comportamentalista encontra-se na organização dos elementos para as experiências curriculares. Assim, a aprendizagem será garantida pela sua programação, incluindo a aplicação da tecnologia educacional, estratégias de ensino e formas de reforço no relacionamento professor-aluno (MIZUKAMI, 1986, p. 31-32).
-Abordagem humanista: A relação professor-aluno na abordagem humanista o professor deve aceitar o aluno tal como é e compreender os sentimentos que ele possui. O aluno deve responsabilizar-se pelos objetivos referentes à aprendizagem (MIZUKAMI, 1986, p. 52-53).
A interação entre professor/aluno vai deslocar o centro do processo do professor para o aluno. Sendo que nessa abordagem o professor não transmite o conteúdo, mas dá assistência tornando-se facilitador da aprendizagem. O conteúdo advém das próprias experiências do aluno o professor não ensina: apenas cria condições para que os alunos aprendam.
-Abordagem cognitivista: o professor deve assumir o papel de coordenador, levando o aluno a trabalhar o mais independentemente possível. Cabe ao aluno um papel essencialmente ativo (MIZUKAMI, 1986, p.78).
Nessa perspectiva, o conhecimento é considerado como uma construção contínua, sendo o educado responsável por planejar situações de ensino onde os conteúdos e os métodos pedagógicos sejam essencialmente coerentes com o desenvolvimento da inteligência e não com a idade cronológica dos indivíduos.
-Abordagem sociocultural: a relação professor aluno na abordagem sociocultural é horizontal e não imposta. Para que o processo educacional seja real é necessário que o educador se torne educando, por sua vez, educador (MIZUKAMI, 1986, p. 99).
Ensino-aprendizagem na abordagem sociocultural procura a superação da relação opressor-oprimido. Essa superação exige condições tais como: reconhecer-se, criticamente, e solidariza-se com o oprimido engajando-se na práxis libertadora, onde o diálogo exerce papel fundamental na percepção da realidade opressora (MIZUKAMI, 1986, p. 97).
Essa abordagem tem como foco a emancipação do aluno, defende o fim do autoritarismo e propõe uma educação conscientizadora, na qual educador e educando são companheiros, ambos em busca do conhecimento.

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