A REGIONALIZAÇÃO DA AMAZONIA LEGAL
Por Marcelo Henrique Moraes de Sousa | 30/08/2011 | GeografiaUNIVERSIDADE FEDERAL DO OESTE DO PARÁ
INSTITUTO DE CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO
PROGRAMA DE GEOGRAFIA
CURSO: GEOGRAFIA-LICENCIATURA E BACHARELADO/TURMA 2009
A REGIONALIZAÇÃO DA AMAZONIA LEGAL
Acadêmico: Marcelo Henrique Moraes de Sousa
RESUMO
Este artigo aboda a regionalização da Amazônia no atual periodo de globalização, perante uma perpesctiva sócio economica e ambiental, discutir os diversos conceitos de região.
A amazônia detem uma área diversa e ampla, sua regionalização tem sido motivo de muitos estudos nesta área. Umas das perpectivas abordadas que são de fundamental importância para entendermos este processo é a regionalização sócio econômica e a ambiental tendo as duas uma grande interferência do atual processo de globalização que se acentua nos diversos territórios e a busca de lucro tem feito da Amazônia uma grande região a ser explorada, por outro lado, perspectivas ambientais tem grande discurção perante a asociedade.
Palavras chave:regionalização-amazônia-sócio-econômico-ambiental
INTRODUÇÃO
Como ponto de partida, na análise regional, algumas questões centrais devem ser retomadas, entre alas, a distinção entre região, enquanto conceito, e regionalização, enquanto método ou instrumento de análise. Assim, partimos do pressuposto de que região e regionalização são concepções que envolvem posições teóricas distintas.
A região adiquire alguns aspectos, Segundo Haesbaert (1999) enfatiza que, enquanto a região adquire um caráter epistemológico mais rigorosa, com uma delimitação conceitual mais consistente, a regionalização pode ser vista como um instrumento geral de análise, um pressuposto metodológico para o geógrafo e, nesse sentido, é a diversidade territorial como um todo que nos interessa, pois a principio qualquer espaço pode ser objeto de regionalização, dependendo dos objetos definidos pelo pesquisador.
Com relação a este aspecto, observar-se que a infinidade de recortes espaciais produzidos pelos diversos métodos de regionalização, e que variam conforme o aspecto enfatizado na construção da diversidade territorial, desde os aspectos naturais como o clima e os aspectos culturais ou econômicos.
A varias definições para região, Markusen (1997) definiu região como uma "sociedade territorial contígua historicamente produzida, que possui um ambiente físico, um Milieu (meio) socioeconômico, político e cultural distinto de outras regiões e em relação a outras unidades territoriais básicas, a cidade e a nação". Assim, observa-se que permanecem na visão da autora alguns princípios gerais que quase sempre mercaram o conceito de região, como contigüidade, caráter integrador entre múltiplas dimensões, diferenciação espacial e escala subnacional.
O conceito de região segundo a aconcepção de Corrêa (1997), o conceito de região perpassa algumas vertentes uma delas é que "trata-se da regionalização da divisão social do trabalho, do processo de acumulação capitalista, da reprodução da força-de-trabalho e dos processos políticos ideológicos". Nesse ponto, as mudanças na organização espacial ocasionadas pela globalização nos retêm a pensarmos a configuração das regiões no período técnico - cientifico informacional.
Segundo Castro (1994) mostra que a região pode ser vista como um "acumulador espacial de causalidades sucessivas, perenizadas numa porção do espaço geográfico, verdadeiro estrutura sujeito na relação histórica do homem com seu território.
Desta forma, a região é algo complexo, pois possui uma estrutura espacial muito complexa. segundo Castro (1992) afirma que, "a região, portanto, possui uma dimensão territorial e uma dimensão social que interagem e configuram uma escala particular do espaço. Em outras palavras, a região é o espaço vivido, ou seja, o espaço das relações sociais mais imediatas e da identidade cultural."
De acordo com Lencioni (1999), a partir dessa análise, percebe-se que a região possui uma variedade de conceito, onde se articula nas diversas correntes da geografia. A respeito dessa questão percebe-se que os estudos regionais tem como objetivo identificar as "individualidades na totalidade".
REGIONALIZAÇÃO DA AMAZÔNIA LEGAL
1. Considerações Iniciais
Para compreender o processo de regionalização da Amazônia, é de fundamental importância analisar em que consiste a regionalização, a Amazônia legal corresponde à área que pertence ao território brasileiro, por isso, a Amazônia legal ser conhecida como Amazônia brasileira, uma área diversa e grande, contempla também o maior rio do mundo, o rio amazonas que é internacional, as regionalizações da Amazônia tem grande relevância para a compreensão deste grande região, como corrobora Ester Limonad (2004, p57) ao afirmar que "A Região em si remete de imediato a sua construção como tal, a que nos conduz a indagação: por que regionalizar? A quem ou para quem servem as regionalizações?"
Segundo Santos (2005, p.146), atravessamos uma fase de acumulação do capital, chamada de globalização, a qual imprime ao espaço geográfico novas formas conteúdos. Ao considerarmos o espaço como "... um conjunto indissociável de sistema de objetos, naturais ou fabricados, e de sistemas de ações, deliberadas ou não". A dinâmica socioeconômica brasileira vem causando profundas mudanças ambientais na Amazônia através do rápido desflorestamento deste vasto bioma, com a conseqüente perda de seus serviços ecológicos (FEARNSIDE, 1997).
Para Becker (2004), ao tratar o planejamento regional como instrumento básico, que pode ser usado para compatibilizar desenvolvimento e sustentabilidade para a Amazônia, desde que concomitantemente haja por parte da sociedade participação.
2. A Regionalização Segundo um Perspectiva Socioambiental.
O atual estágio de globalização presente no espaço requer uma maior atenção para a área ambiental, as relações de comercio e as estratégias do estado se mostram cada vez mais voltadas à exploração de áreas ainda não utilizadas pelo homem, a Amazônia tem sido um grande palco de exploração, a migração tem si intensificado nos últimos tempos e pequenas áreas urbanas tem tido consideráveis aumento, o setor primário brasileiro ainda é o tentáculo de uma economia que ainda se mostra frágil diante das exigências do mercado exterior.
Segundo Garcia (2002), no plano teórico, a regionalização fundamenta-se no reconhecimento de que a distribuição desigual da população urbana no espaço advém da eficiência social e econômica, cujos substratos mais palpáveis são as economias externas de escala provenientes da concentração urbana e da oferta de serviços especializados que, por sua vez, retro-alimentam o sistema de relações sociais, modificando sua estrutura, ao longo do tempo.
A formação de áreas que se estruturam no setor primário vem perdendo espaço diante a vinda de grandes corporações internacionais. As relações sócias em alguns focos na Amazônia tem sofrido a interferência de outras culturas e com isso, associações tem si voltado a dar atenção a este aspecto relevante perante a sociedade
3. Regionalização Segundo uma Perspectiva Sócio-econômica.
A dinâmica socioeconômica brasileira vem causando profundas mudanças ambientais na Amazônia através do rápido desflorestamento deste vasto bioma, com a conseqüente perca de seus serviços ecológicos (FEARNSIDE, 1997).
O índice de Desenvolvimento Sócio-econômico (IDSE) é calculado com base na exploração de várias fontes de dados disponíveis, as quais trazem uma gama considerável de informações sociais e econômicas desagregáveis até o nível municipal e, em certos casos, intramunicipal, a saber: censo demográfico de 1991 e 2000 e agropecuário de 1995/1996 (IBGE, 1996; 1996; 2000). Além de estimativas de produto interno bruto de municípios (ANDRADE & SERRA, 1999), dados de exploração e produção madeireira (VERÍSSIMO et al., 2001), banco municipal de informações (IBGE, 1998) e perfil dos municípios brasileiros (IBGE, 1999).
A Presença antrópica tem sido cada vês presente na região amazônica , para isso são analisados diversos fatores que medem de forma sistemática esse processo; Segundo Monteiro e Sawyer (2001) dentre os indicadores de pressão de impacto ambiental, o índice de pressão antrópica, representa um indicador de pressões econômicas e demográficas sobre o meio ambiente. Segundo estes autores, o índice de pressão antrópica, construído sobre uma base de dados secundários, sintetiza as pressões de transformação que um determinado meio-ambiente está sujeito devido à ação humana, quer seja no tocante à poluição ou depleção dos recursos naturais. Nesse sentido, pressão antrópica diferencia-se de impacto ambiental, pois o primeiro implica em potencial de transformação, enquanto o segundo especifica as conseqüências ambientais. Em outras palavras, o índice de pressão antrópica consiste em indicador útil para se avaliar o potencial de dinâmica ambiental de uma determinada região diante de um conjunto de condições socioeconômicas de contorno.
O espaço brasileiro diante do processo econômico vigente na atualidade é necessário que se faça uma análise do sistema capitalista para que assim se entenda o espaço em questão, segundo Becker (2004), ao analisarmos o território brasileiro, temos a dimensão das articulações entre as regiões tradicionais e a insurgência de novas regiões, o que significa compreender, sob um novo ângulo, as relações inter-regionais. Considera-se, para tanto, a potencialidade dos territórios, em termos recursos humanos e culturais, da iniciativa política e do acesso ás redes de comunicação e informação, sem perder de vista as estratégias e as formas de influência das redes políticas no atual período.
(...) o capitalismo produz uma paisagem geográfica (de relações espaciais, de organização territorial e de sistemas de lugares ligados por meio de uma divisão "global" do trabalho e de funções) apropriada a sua própria dinâmica de acumulação num momento particular de sua história, simplesmente para ter que reduzir os escombros e reconstruir esta paisagem geográfica a fim de acomodar a acumulação num estágio ulterior (HAVEY, 2004, p87.)
As disparidades econômicas são muito evidentes na região amazônica, deve-se levar em consideração as diversas formas de relação econômica que existem na Amazônia, principalmente na extração de matérias primas que ainda consiste no fator preponderante de exploração da floresta, para entendermos o índice de desenvolvimento econômicos é importante que se obtenha os resultados do produto interno bruto (PIB), e também analisar a concentração demográfica, as regiões que apresentam bom desenvolvimento econômico se apresenta com enorme possibilidade de ocorrência das seguintes características: elevado numero de agencias bancarias, elevados montantes de depósitos características: elevado número de agências bancárias, elevados montantes de depósitos bancários e de aplicações no mercado financeiro, alta receita e despesa orçamentária e elevados montantes proveniente de impostos territorial rural e do Fundo de Participação dos Municípios.
As regiões que apresentam boa infra-estrutura agrária apresentam elevada possibilidade de ocorrência das seguintes características: Alto valor da produção animal e vegetal; elevado número de máquinas agrícolas, caminhões e utilitários.
4. As Regiões de influência sócio-econômica dos pólos econômicos.
Quando se estima de forma sistemática os índices de desenvolvimento sócio-econômico geral, fica notável identificar a hierarquia urbana dos municípios amazônicos e estimado os movimentos migratórios entre os municípios e os pólos econômicos, dessa forma, podemos efetuar os cálculos do índice de interação entre dos pólos e os demais municípios para que assim sejam identificados quais municípios desses centros econômicos polarizam e qual a intensidade dessa polarização. O índice de interação é, portanto, uma medida do grau de influência sócio-econômica que o centro polarizador exerce sobre os demais municípios, quanto maior o índice, maior será a polarização do centro em relação ao município polarizado. Quanto maior a desenvolvimento sócio-econômico das partes consideradas, quanto menor a distância e quanto maior o fluxo migratório entre elas, maior será a polarização exercida entres as áreas consideradas. Nesse sentido, cabe ressaltar, tanto o centro polarizador que exerce influência sobre as áreas polarizadas, quanto às áreas polarizadas exercem influência sobre o centro polarizador. (GARCIA, 2011)
O modelo proposto é, conceitualmente, o mais próximo possível da realidade, pois, concebe que os municípios influenciam e são influenciados mutuamente. Alguns municípios possuem, entretanto, maior poder de influência que outros e, dentro de um sistema de redes de cidades, assumem o papel de centros de nodais, uma vez que outros municípios tendem, literalmente, a gravitar em seu entorno. Como o índice de interação é uma medida da força de atração entre os centros dessa rede e suas áreas de influência, na caracterização das microrregiões de influência socioeconômica. (GARCIA, 2011)
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Os processos de regionalização e algumas alternativas e possibilidades do conceito de região passam pela consideração da região enquanto fração do espaço geográfico catalisadora de determinadas relações e convenções como um ator social fundamental na transformação de comunidades regionais e locais. No processo de regionalização da Amazônia legal, perpassa por um processo cada vês mais intenso da globalização e com isso se torna cada vez mais desafiador tratar a Amazônia legal com um olha ambiental, o crescimento demográfico e o desenvolvimento econômico estão cada vês mais presentes neste momento em que o estado brasileiro contempla algumas ações com visões econômicas. A globalização pode ser a principal responsável pela emergência da regionalização. Para Santos (1997, p. 196) "as regiões são o suporte e a condição de relações globais que de outra forma não se realizam". Mesmo que se afirme que a região não mais exista, continuaremos a vivê-la ou assisti-la nas diversas expressões materializadas na sociedade e utilizadas como mecanismos de ações políticas de planejamento.
Assim, o processo de regionalização vinculado ao período técnico - científico informacional promover uma subdivisão do espaço, onde os lugares estão cada vez mais especializados, embora ainda haja lugares opacos dentro das regiões.
Desta forma, o que se observa é que o destino das sociedades e de cada homem é regado por essas novas formas de regulação do espaço. Porém as mudanças advindas do processo de globalização modificaram as relações sociais de produção e de trabalho na Amazônia legal, obrigando as regiões especializarem cada vez mais. Assim, tanto os homens e as regiões precisam de um conhecimento abalizado do território, pois conhecendo os mecanismos do mundo, percebemos as intencionalidades estranhas que se instalam num dado lugar e "definimos" os recortes regionais a partir da ação política, ambiental, econômica, social, numa determinada região
REFERÊNCIA
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