A Quinta
Por Marcelo Cardoso | 03/03/2009 | SociedadeEm 1861 os norte-americanos Thomas Rainy e Clinton Van Twyl trouxeram para o transporte viário do Brasil o sistema "Ferry-Boat" que era então usado nos E.E.U.U. e na Europa, mas foi sòmente em 1877 que teve início a travessia regular a vapor entre a Praça XV e Paquetá, com as barcas Primeira, Segunda e Terceira, da então Cia. Ferry, que cobriam esse percurso de 10 milhas marítimas ( 11,7 Km ) em aproximadamente 50 minutos de viagem.
Em 1889, a Cia. Ferry fundiu-se com a Empresa de Obras Públicas do Brasil, surgindo assim a Cia. Cantareira e Viação Fluminense, que passou então a explorar a navegação a vapor na Baía de Guanabara com as três barcas da Cia. Ferry e outras mais que foram sendo progressivamente construídas por ela, dentre as quais a velha QUINTA, de saudosa memória.
A QUINTA
Não gosta de chegar nem de ir embora. Quando chove, de noite, mais trabalha
Com ventanias nunca se atrapalha e No lirismo do escuro, como outrora ...
Os altos sentimentos agasalha, O seu apito quando apita chora
Justificando o afago que demora. E pelo mar o gozo pleno espalha.
De um sonho bom reflete a singelea. Quando se tem juntinho, ao nosso lado,
A sua lentidão é sóbeleza: Alguém que se ama, é bom o demorado
Beleza de carícia vagarosa. Da nossa velha barca preguiçosa.
Halmalo Cardoso