A QUESTÃO É O PORQUÊ
Por JUNIA PIRES FALCAO | 20/02/2020 | SociedadeO que será destino senão o que nos está predestinado, como significa a palavra? Ser ou não ser, ter ou não ter, nos acontecer ou não nos acontecer, isso é o nosso destino. Está determinado.
Destino pode ser qualquer lugar para onde se vai ou de onde se vem e também pode ter outras descrições, mas numa coisa eu acredito: somos fantoches nas mãos de uma predestinação e nada vem a nós e nem nos acontece por acaso. Quando nascemos já estava decidido tudo o que havíamos de passar.
Há os que nascem para ser reis e os que nascem para ser mendigos e isso deve estar determinado e escrito sabe-se lá aonde. No entanto, entre os dois polos há milhões de determinações para os seres viventes. Alguns acreditam que para uns o destino vem em forma de bênção e outros,
de castigo. Há quem entenda que é por escolha própria ou simplesmente tudo acontece por acaso, por bambúrrios da sorte; e até existem os que acreditam que nós podemos mudar o nosso próprio destino, conforme as nossas escolhas ou decisões, o que eu duvido muito; eu acredito é que já estava determinado que o tal destino seria modificado.
O certo, no entanto, é que há os que são felizes e os que não são. Enfim, penso que quem determina se o destino de alguém será feliz ou não, não é um ser cruel ou insensível que de olhos fechados e sem discernimento, apenas tira o papelzinho do saco para sorteio da vida de cada um, para que sejamos premiados ou condenados.
Destino e felicidade, a meu ver são apenas duas palavras poéticas que em nada correspondem a uma realidade que poderia ser mais justa, ou, talvez eu esteja errada e é assim mesmo que tem que ser; significa que cada um nasce com a vida que merece ter; e assim seria justo.
Eu mesma nem sei onde me enquadro no contexto da predestinação da minha história, pois tive tempos de muito pouca felicidade e outros apenas um pouco melhores. Felizes, felizes mesmo, não acredito que exista alguém neste mundo físico, mesmo que vivam na riqueza ou poeticamente numa simples choupana à beira de um riacho acordando e vendo o sol nascer e à noite vendo a lua subindo no céu e nada mais.
E ainda há os que sequer se dão conta do que se passa consigo mesmos; apenas existem; para que, ninguém sabe. A meu ver, eis a questão, perdoe-me Shakesperare, não é ser ou não ser, mas simplesmente o porquê, de ser.
Junia - 2020