A QUALIDADE DO SOFTWARE OBSERVADA A PARTIR DE SUA INSTRUMENTALIDADE PARA SUPRIR NECESSIDADES DE UMA SOCIEDADE COM RELAÇÕES CADA VEZ MAIS COMPLEXAS

Por Wagner Akitomi Une | 10/06/2024 | Tecnologia

 

A QUALIDADE DO SOFTWARE OBSERVADA A PARTIR DE SUA INSTRUMENTALIDADE PARA SUPRIR NECESSIDADES DE UMA SOCIEDADE COM RELAÇÕES CADA VEZ MAIS COMPLEXAS

 

Wagner Akitomi Une[1]

 

 

1 INTRODUÇÃO

 

O tema proposto não poderia ser mais atual, na medida em que aborda dois elementos contemporâneos e presentes no cotidiano dos cidadãos, significa dizer, a tecnologia, representada pelo software, e o avanço a complexidades das relações identificadas na sociedade moderna.

Assim, sem desprezar a simplicidade do meio adotado, vale dizer, um Paper ou artigo acadêmico sucinto, almeja-se apresentar o tema proposto de modo esclarecedor e crítico.

Propõe-se, de início, trazer algumas considerações sobre o avanço da complexidade das relações na sociedade e, após, de forma sistemática, enfrentar o tema da qualidade do software como instrumento adequado a solucionar ou a atender demandas atuais.

Com efeito, tem-se a pretensão de lançar luz sobre um recorte pequeno, porém, valioso, especialmente empiricamente, do tema qualidade de software.

 

2 METODOLOGIA

 

Este trabalho pode ser classificado como uma pesquisa descritiva, de cunho qualitativo, realizado por meio da pesquisa bibliográfica e revisão sistêmica da literatura acessível.

 

3 REFERENCIAL TEÓRICO

 

Às vezes a vida corrida não permite vislumbrar um fato inconteste, ou seja, o aumento da complexidade das relações sociais ou humanas, fruto, inclusive, do próprio fenômeno reportado.

O que se que dizer é que a vida corrida dos dias atuais, ao mesmo tempo em que turva os olhos das pessoas para identificar que as relações em sociedade estão cada vez mais avançando em complexidade, é fator relevante do surgimento dessa mesma complexidade, com a oferta de novos serviços e produtos (como, por exemplo, variedade de alimentos prontos).

Antigamente, como cediço, a vida era mais simples e menos atribulada, com menos demandas, seja quanto ao seu número, quanto a espécies.

Assim, as pessoas possuíam menos interações ou relações intersubjetivas, o que, consequentemente, ensejavam menos conflitos e demandas por soluções rápidas e eficazes.

Porém, hoje, e cada dia mais, cada pessoa, possui acesso a um maior número e variedade de obrigações e direitos perante outras pessoas na vida em sociedade.

Um exemplo patente é a comunicação entre as pessoas a longa distância. Enquanto antigamente as pessoas podiam utilizar o meio postal ou telefônico fixo, hodiernamente, as pessoas podem optar por incontáveis instrumentos, como, por exemplo, o e-mail, o whatsapp, o instagram, o telefone móvel ... enfim... diversos novos meios, mais rápidos e, por vezes, capazes que alcançar um número amplo de pessoas simultaneamente.

Mas sobre isso, nota-se que não apenas facilidade é incorporada com tal avanço, como também a maior complexidade das relações, seja com o aumento de conflitos (tornou-se mais acessível, por exemplo, a qualquer pessoa ofender a uma ou a uma coletividade de pessoas) ou relações obrigacionais (uma família, que antigamente, por exemplo, possuía contrato com uma empresa de telefonia, hoje, mantém contrato com telefonia móvel para vários aparelhos, serviço de internet, diversos aplicativos relativos a redes sociais etc.).

Aliás, não se pode perder de vista que o aumento dessa complexidade das relações ocorre em todos os ramos da sociedade, seja diante da maior oferta de produtos em uma padaria, seja em relação a um catálogo robusto de novos serviços oferecidos em uma clínica de estética feminina.

Nesse cenário, o debate da qualidade do software ostenta uma relevância ainda mais acentuada, por diversos fatores ou aspectos, especialmente prático.

Roger S. Pressman e Bruce R. Maxin[2] ao refletirem sobre a relação entre a sociedade atual e a qualidade do software, lecionam que “a preocupação com a qualidade dos sistemas do software cresceu a medida que software ficou cada vez mais integrado a cada aspecto da vida cotidiana”.

Nessa esteira, a modificação da sociedade combinado com avanço da tecnologia computacional impuseram um panorama inegável e cada dia mais visível a todas as pessoas. Ou seja, a sociedade é continuadamente mais dependente da tecnologia, notadamente de sistemas do software, para solução de demandas mais variadas e recorrentes.

O software, neste contexto, deve satisfazer o maior número de fatores de qualidades e em graus mais elevados possíveis, com vistas a tutelar as necessidades humanas, familiares e empresariais, de modo eficiente.

Aline Zanin[3] ensina que qualidade é “elemento complexo e de difícil mensuração, dado que a qualidade é relativa e pode assumir diversos valores”. No entanto, recorda que a preocupação com a qualidade do software, perfaz dois segmentos, a qualidade dos processos e a qualidade dos produtos.

Desse modo, para um resultado qualitativo desejável, deve-se garantir organização no processo de construção do software, bem como produto em funcionamento e de acordo com o solicitado pelo cliente ou usuário.

Não obstante, o que não se pode olvidar é que os sistemas do software devem ser concebidos sob viés de sua instrumentalidade, sendo imprescindível se atentar que os sistemas do software existem não por si mesmos, mas para atender a demandas da sociedade, cada vez mais variadas, numerosas e complexas.

Com efeito, não há dúvidas que o rigor da organização no processo de construção do software e a obsessão busca a um produto em funcionamento e de acordo com o solicitado pelo cliente ou usuário são faces da qualidade do software que existem para um desiderato nuclear, isto é, alcançar soluções a partir de um instrumento tecnológico eficaz e adaptado às demandas múltiplas e atuais das pessoas, das empresas e da sociedade.

Posto isso, “os desenvolvedores não devem menosprezar o papel do cliente no desenvolvimento do software”. O que se busca explicitar é que “a questão é como melhor atender aos seus interesses”, valorizando a funcionalidade e o desempenho do sistema, considerando os seus efeitos práticos[4].

Em outras palavras, “a qualidade de um software está diretamente ligada a vários atributos que uma solução precisa atingir para garantir a resolução dos problemas de um negócio ou dos usuários em geral”[5].

 

4 CONCLUSÃO

 

Por todo exposto, é possível extrair algumas conclusões sobre esta investigação acadêmica, ainda que modesta.

Primeiramente, é inequívoco o processo de contínua e acelerada mudança da sociedade, com o aumento do número e espécies de relações sociais, o implica uma maior complexidade das relações intersubjetivas.

Diante dessa mudança nas demandas, inclusive de consumo da sociedade, aliada ao notório avanço tecnológico, especialmente no campo da informática, constata-se o aumento da importância da qualidade do software, haja vista a necessidade de alcançar a satisfação dos usuários e a solução eficaz das demandas, repita-se, mais numerosas e diversificadas.

E essa preocupação com a qualidade do software deve observar, sobretudo, o

viés de sua instrumentalidade, sendo imprescindível se atentar que os sistemas do software existem não por si mesmos, mas para atender a demandas da sociedade.

 

REFERÊNCIAS

 

Qualidade de Software: por que é tão importante. Disponível em: <Qualidade do software: por que é tão importante? (casadodesenvolvedor.com.br) Qualidade de Software: Conceitos e Características (devmedia.com.br)> Acesso em: 27nov.2023)

 

Qualidade de Software 29. Disponível em: <Qualidade de Software: Conceitos e Características (devmedia.com.br)> Acesso em: 27nov.2023)

 

PRESSMAN, Roger S. e MAXIN, Bruce R. Engenharia de Software: uma abordagem profissional. 8. ed. Porto Alegre: AMGH, 2016, p. 428.

 

ZANIN, Aline. Qualidade de Software. In Soluções educacionais integradas. IESB

 

[1] Mestre em Direito Constitucional pelo Instituto Brasiliense de Direito Público - IDP, Pós-graduado em Direito Público, Direito Processual Civil, Direito Eleitoral, Direito do Trabalho, Direito Empresarial e Direito Tributário, Advogado da União (membro da Advocacia-Geral de União), Aluno de graduação de Engenharia de Software no IESB. e-mail: wagnerune@bol.com.br

[2] Engenharia de Software: uma abordagem profissional. 8. ed. Porto Alegre: AMGH, 2016, p. 428.

[3] Qualidade de Software. In Soluções educacionais integradas. IESB

[4] Qualidade de Software 29. Disponível em: <Qualidade de Software: Conceitos e Características (devmedia.com.br)> Acesso em: 27nov.2023)

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