A Qualidade do Management Nas Organizações

Por Julio Cesar Souza Santos | 19/07/2013 | Adm

O Sucesso de Uma Organização Está Ligado ao Seu Gerenciamento? Quais as Qualidades Essenciais do Manager? Veja Algumas Decisões Acertadas e Outras Nem Tanto.

Vários autores concordam que mesmo as excepcionais qualidades de uma organização – como o seu tamanho, produtos líderes de mercado ou sua imagem positiva perante o público – não seriam garantia de sucesso para essas empresas.

Dessa forma, alguns estudiosos acreditam que o ingrediente responsável pela boa performance corporativa seria a capacidade administrativa de seus executivos. Isto é, a qualidade de seu management.

Muitos livros já foram publicados sobre o sucesso e o fracasso das organizações, embora poucos textos tenham analisado a qualidade dos seus administradores. Para a Revista Forbes – por exemplo – houve homens que dominaram suas áreas e se tornaram os responsáveis pelo crescimento de suas companhias.

Para ela, “se uma companhia não conta com nada mais do que um bom management, ela chega ao topo. Mas, se ela tem tudo e não tiver um bom gestor certamente afundará”.

A Forbes cita vários homens que foram responsáveis pelo crescimento e o sucesso de suas organizações.

O primeiro deles foi Walter V. Chrysler, o qual em 1920 tirou a Willys (antigo fabricante de automóveis) da falência e levou-a ao sucesso.

Dez anos depois ele transformou a General Motors (GM) numa máquina de fazer dinheiro, levando uma empresa doente à liderança automobilística.

Edwin Land – inventor da máquina Polaroid – ascendeu sua empresa de U$ 26 milhões em 1955 para U$ 525 milhões em 1971 e um dos casos mais discutidos é o de J. Wilson – Xerox.

Atribui-se o crescimento da empresa à sua visão de futuro quanto ao potencial da máquina de copiar. Em 1958 sua empresa faturava U$ 27 milhões, em 1967 vendia U$ 530 milhões e, quatro anos depois, já faturava o triplo.

Pelos exemplos citados pela Revista Forbes pode parecer que os dirigentes de “qualidade superior” fossem capazes de garantir o sucesso das empresas que dirigiram.

Mas, os grandes homens de negócios também cometem erros e, quase sempre, em função de utilizarem estratégias bem sucedidas do passado para atender às circunstâncias atuais.

Em 1989 o tradicional fabricante de canetas – BIC – decidiu lançar no Brasil uma linha de perfumes em embalagens descartáveis, semelhantes à dos isqueiros.

Os perfumes tinham fragrâncias suaves, preços acessíveis e a idéia do manager era “pegar uma carona” na excelente distribuição de suas canetas e isqueiros.

Mas, provavelmente se esqueceu de perguntar aos consumidores se eles comprariam perfumes em bancas de jornal ou lojas de conveniência e, dois anos depois, a fábrica foi fechada e o perfume “evaporou” do mercado, jogando no lixo centenas de milhões de dólares.

Nessa mesma época, os executivos da empresa líder mundial no mercado de alimentação animal (Purina) decidiram lançar o “Purina Homestyle”, cuja tradução pode ser “Purina Feito em Casa”.

Tratava-se de uma ração para cães que os dirigentes tentavam posicioná-la no mercado de rações como “o jantar rápido para cães que parece feito em casa”. É claro que o lançamento foi um fracasso e o principal executivo devidamente demitido.

Além das decisões mercadológicas completamente equivocadas, muitos executivos avaliam com pouca profundidade novas oportunidades que lhes são apresentadas.

Em 1962, quatro jovens músicos se apresentaram para os executivos da maior gravadora musical dos EUA (Decca Recording Company) que não gostaram e não quiseram contratá-los, embora o empresário da banda tenha prometido comprar três mil cópias de qualquer disco gravado.

Nos meses seguintes outras gravadoras americanas também ouviram e não gostaram. Esses quatro rapazes eram os Beatles.  

Sendo assim, ao lidar com as mudanças ambientais é preciso que o manager adquira atributos que sejam necessários às novas circunstâncias empresariais.

E, se essas habilidades não são facilmente identificáveis, pode-se compreender a dificuldade daqueles homens em se manter bem sucedidos.