A PROIBIÇÃO DAS PALMADAS
Por Ivandilse Ivandilse Santos dos Reis | 20/12/2010 | FamíliaA PROIBIÇÃO DAS PALMADAS
Somos maus porque removemos Deus da mente, tornando-nos incapazes de fazer o bem a nós mesmos e respeitar ao próximo.
As pessoas poderiam melhorar a si mesmos e a sociedade através de atos simples e cheios de importância, desenvolvendo a paciência e atrair a todos por amor.
O castigo físico é histórico e cultural. Inúmeras vezes, ao longo da história, as crianças têm sido vítimas da maldade humana. O mundo tem se horrorizado com essas barbáries. Apanhar era (é) comum, tão enraizado entre os homens, e principalmente entre pais e filhos que os países estabeleceram Leis de proibição de castigos corporais em crianças. Agora é a vez do Brasil, valorizando mais as crianças, com políticas de direitos humanos de punição a agressão física.
A Lei foi criada sob a inspiração de um estudo que comprova que as agressões físicas prejudicam o desenvolvimento das crianças. É claro que, às vezes, a criança é desobediente. Mas, por estranho que possa parecer, seu instinto natural é o de obedecer. O adulto é como um gigante no mundo desconhecido da criança. A nova lei não tem o intuito de castigar os pais ou educadores, mas alerta sobre as consequências de que na vida adulta a pessoa se torna agressiva em situações do dia a dia. O Projeto de Lei tem como essência o fortalecimento da família, e a sociedade precisa refletir que bater não é a solução.
A lei Visa combater o castigo físico, intervindo para que haja bom equilíbrio no trato com as crianças. O castigo pedagógico é aquele que não maltrata fisicamente nem psicologicamente, mas o que serve de aviso para a criança entender o que é certo. A cultura da violência precisa ser rompida e a sociedade precisa ter a conscientização de que o cuidado, o amor, o carinho, a atenção, a dedicação são as armas preciosas para resolver a atual situação. As crianças precisam de tempo e atenção dos pais, e ter limites é um direito da criança, mas sem violência e sim com dignidade e respeito, o que dispensa a violência.
A lei promove o bem estar social sem constrangimento, palavrões, ameaças, humilhações e castigos físicos que trazem resultados nefastos a educação e ao desenvolvimento das potencialidades do individuo. Quando se tem uma relação de amor, respeito e confiança se conquista o coração da criança que se torna compreensiva e obediente.
O despreparo dos pais desequilibra-os emocionalmente por se sentir desafiado e sem autoridade, e faz das pancadas a vingança pela resistência ou desobediência das crianças. A forma agressiva torna-se o meio de comunicação ou forma prática de descarregar a raiva. Com tal procedimento, defende por acreditar ser eficaz no domínio e controle das atitudes e comportamento do outro, não sensibilizado pelo distanciamento, desconforto, desgastes, dissabores e consequências imprevisíveis que este ato pode manifestar em todas as situações do cotidiano da pessoa.
É preciso respirar fundo, acalmar os ânimos e desacelerar para romper as barreiras e passar a ter atitudes para criar os filhos sem traumas, pressões, punições físicas, para que cresçam mais saudáveis, felizes criativos e sejam bem sucedidos. Cada criança é única, o segredo é saber como educá-la da melhor forma.
A criança percebe que bater é a prática eficiente para conter algo que a irrita, tornando-se desafiadora e coloca-se sempre na defensiva para irritar a quem a maltrata e assim, para minimizar a dor causada pela pancada, tapa ou expressão verbal que a constrange.
O toque corporal é mais fácil de ser entendido do que a linguagem oral porque a criança tem maior capacidade de absorver o que se ensina através do concreto, destarte, a fragilidade da criança em entender tal comando não obriga os pais ou educadores de punir agredindo-a fisicamente.
A criança que é maltrata não se sente amada e torna-se insegura e inibida para com as situações de dificuldade que a vida apresentar. Não desenvolve o sentimento de amor, respeito e confiança por si mesmo e pelo outro, a empatia. Tornando a violência um circulo vicioso.
O mundo é cheio de lutas e dores, carecemos de amor, carinho, cuidado, atenção que são gentilezas que não custam nada, se desenvolvem na proporção que damos e tem efeitos grandiosos.
A educação compreende mais que conhecimentos de livros, porque o exemplo é a prática de tudo que se ensina e os comportamentos são aprendidos pela criança. Assim também o amor precisa ser expresso e praticado para ter validade.
As crianças atraem nossa afeição e piedade porque são também indefesas. Combater a violência infantil hoje justifica com base no fato de que a geração mais jovem seguirá exatamente o mesmo caminho que as gerações anteriores, a exemplo de seus pais.
O amor, a atenção, o cuidado e o carinho são os melhores presentes que as crianças e todas as pessoas mais precisam receber para viver bem e ser feliz.