A PROFUNDIDADE DO PENSAMENTO
Por Maria Estela Ximenes | 18/04/2014 | CrônicasA PROFUNDIDADE DO PENSAMENTO
Pensando bem, é simples tornar-se um grande pensador. Se considerarmos a definição de alguns especialistas contemporâneos, ser um pensador não exige longos períodos de estudos, pesquisas ou o exercício de um olhar apurado sobre as ações das pessoas na sociedade.
No dicionário, qual é a definição da palavra pensador?
É possível adiantar que, entre tantas definições, existe a ideia em comum de que pensador é aquele ser que reflete profundamente, medita, filosofa. Mas mesmo as pessoas que não possuem formação filosófica percebem que a atual sociedade é um campo fértil para pensar profundamente. O Brasil por exemplo, há de se pensar profundamente nos índices consideráveis de corruptos no poder e a insistência do eleitorado em reelegê-los. Ou sobre uma geração que aplaude o contorcionismo de nádegas nos palcos fazendo elogio à violência nas canções disseminadas pela mídia.
E neste ir e vir de pensamentos profundos, gerou curiosidade a denominação de pensador ou pensadora por um professor ao aplicar uma prova de filosofia para alunos do ensino médio. Chega a ser irônico a profundidade do pensamento representado na letra da canção abordada na avaliação. E não cabe aqui desmerecer qualquer gênero musical, que fartamente consegue satisfazer o gosto do público em geral.
Hipoteticamente, é mais simples “analisar” sobre a frase “ A periguete é linda” do que “Penso, logo existo”, do francês René Descartes.
Talvez os esforços de muitos pensadores que serviam e servem de base para uma reflexão de fato perdeu o seu espaço na sociedade.
Hoje, basta possuir corpos esculturais, “dotes” e atrair um público contagiante para ser nomeado pensadores. E dos grandes.