A práxis do estágio do estágio supervisionado como experiência fundante à formação do educador-filosofo

Por Antônio Carlos Cavalcante dos Santos | 13/12/2016 | Educação

DESAFIOS DA EDUCAÇÃO COM OS AVANÇO DAS INFORMAÇÕES E DAS TECNOLOGIAS

No período em que estamos vivendo marcado por um profundo avanço no campo da informação e das tecnologias há, de se imaginar que a educação tenha avançado cada vez mais, porém quando acompanhamos mais de perto a realidade do ensino nas escolas da rede pública percebemos que muitos desafios estão sendo lançados para educação atual. Podemos afirmar que o principal desafio da educação não é a falta de disponibilidade de informações a serviço da comunidade escolar. Acreditamos veementemente que os maiores desafios da educação estejam ligados tanto a fatores de ordem escolar, quanto aos condicionamentos negativos, operantes na vida desses sujeitos que frequentam o ambiente escolar da rede pública.
Dentro do ambiente escolar destacamos o fator pedagógico do ensino. Acredita-se, no que diz respeito a esse aspecto, que os professores deveriam fazer uma reflexão pedagógica sobre sua práxis-educativa. Destacamos de maneira especial o professor de filosofia que por excelência deveria carregar essa máxima constantemente na sua formação profissional. Ao tratamos disso, entende-se a necessidade desses profissionais utilizarem o planejamento de ensino ao proferir suas aulas, pois dessa forma eles teriam mais possibilidades de alcançar as metas traçadas com o planejamento de suas aulas. Consequentemente, isto levaria o mesmo a demarcar o tempo que levaria para conseguir os objetivos almejado no plano de aula, assim como o faria pensar os meios necessários para concretizar seus objetivos traçados a partir de cada conteúdo selecionado.
Esse ato pode levar também o profissional a se questionar sobre as ferramentas a utilizar, para alcançar os fins a que se propõe. Por fim, isso levaria o mesmo avaliar o seu trabalho para saberse seus objetivos foramalcançados por meio do planejamento.
Na maioria das vezes, quando o docente não utiliza esses métodos, suas aulas podem irromper numa profunda pobreza. A nosso ver, algumas vezes falta essa organização prévia à alguns docentes que trabalham com a filosofia no ensino médio, aja vista, que alguns educadores possuem uma visão de que a disciplina filosófica seja, uma área sem objetividade que se reduz a questões conceituais, e especulativas o que demonstra uma certa irresponsabilidade com aquilo que a filosofia tem de mais rico, o pensamento crítico reflexivo.
Ademais se destaca também o fator extraescolar. A maioria dos jovens que frequentam a rede púbica de ensino do nosso país são pessoas inseridas em contextos sociais marcados pela violência e pelo consumo de substâncias químicas, isso consequentemente opera de forma negativa na vida de alguns alunos, dificultando a aprendizagem dos mesmos, atrapalhando no relacionamento deste com o docente. Através dessa constatação percebe-se o quanto essa realidade interfere negativamente no processo de ensino-aprendizagem, pois, assim como o estudante não consegue levar a sério o ensino, o educador é, quase "obrigado" a está fazendo intervenção nas suas aulas para chamar atenção dos mesmos.
Desse modo, acredita-se que esse é um desafio pedagógico para os educadores, sobretudo à aqueles que trabalham com ensino de filosofia, uma vez que o ensino de filosofia necessita de um princípio de disciplina muito sério do estudante no que diz respeito ao comportamento, enquanto atitude moral, e também uma disciplina intelectual, como leitura.
Nesse sentido, acredita-se que é imprescindível ao profissional da educação de maneira especifica o filosofo, fazer uso das novas tecnologias e das informações que essas novas ferramentas possibilitam ao ensino, de modo particular ao ensino de filosofia para torna-la mais aprazível aos educandos.

REFLEXÕES CRÍTICA SOBRE ALGUNS ASPECTOS DO PERCURSO FORMATIVO EM ESTÁGIO

Ao abordarmos a reflexão sobre o percurso formativo do estágio, na vida do discente de filosofia, queremos destacar a importância do mesmo para construção da identidade profissional do acadêmico. A partir dessa experiência, constatou-se que é imprescindível esse período que compreende o estágio supervisionado na vida do futuro docente de filosofia, pois é dessa inserção que o estagiário poderá formar algumas noções em relação ao ensino de maneira que o mesmo passa a ter mais consciência de sua futura identidade na qualidade de educador. Constatando essa atividade, o estagiário é convidado a refletir sobre a prática desenvolvida naquele espaço. Assim, compreende-se que as observações feitas o ajudarão a refletir também a sua identidade profissional.
Enquanto está fazendo essa experiência é imprescindível ao acadêmico que esteja atento ao contexto sócio cultural dos alunos e a complexidade do trabalho educativo na escola. Fazendo essas constatações, se espera que o futuro profissional construa com mais facilidade a sua identidade profissional fundamentada numa experiência prática. Dessa forma, estamos de acordo, que o momento fundamental da profissão docente seja a reflexão crítica sobre sua prática.

Por isso é que, na formação, o momento fundamental é o da reflexão crítica sobre a prática. É pensando criticamente a prática de ontem, de hoje, que se pode melhorar a próxima prática. O próprio discurso teórico, necessário à reflexão tem, de ser tal modo concreto que seja confundido com a prática. O seu distanciamento epistemológico da prática enquanto objeto de sua análise, deve dela aproxima-lo ao máximo. Quanto melhor for esta operação tanto mais inteligência ganha da prática em análise e maior comunicabilidade e maior superação da ingenuidade pela rigorosidade (FREIRE, Paulo, 1996, p. 43-44).

Portanto, acreditamos veementemente que todo profissional de filosofia deva estar atento à desenvolver sua reflexão em torno de sua atuação, buscando refleti-la continuamente para enriquece-la e à aperfeiçoa-la cada vez mais. Por isso é imprescindível que o ensino de filosofia esteja submetido a uma reflexão constante. Ademais entendemos que ás vezes a filosofia causa náusea aos alunos pela ausência dessa reflexão crítica, pela qual a mesma deveria passar ao ser contextualizado no âmbito escolar.
Essas constatações foram realizadas in locos . A falta da reflexão crítica pedagógica dos educadores, faz com que os estudantes tenham dificuldades para os conteúdos mais abstratos dos quais trata essa disciplina. Para não responsabilizarmos somente os profissionais de filosofia, entendemos também que a situação atual influencia diretamente para que o estudante não tenha um bom desempenho nas aulas de filosofia, uma vez que o nosso sistema educacional não contribui para formação de sujeitos pensantes.
Embora a proposta, da LDB, afirme que é função do ensino, formar pessoas capazes de refletir criticamente a realidade, percebe-se que na prática, as condições oferecidas aos professores para que eles alcance essa finalidade inexiste, basta olhar as salas de aulas superlotadas, faltas de profissionais formados nessas áreas, e também a falta de tempo para que o professor de filosofia possa realizar pesquisas e atualizar seus conhecimentos, uma vez que a maioria dos profissionais que trabalham com essa disciplinas são obrigados a ter vários contratos para conseguirem sua subsistência.

O ENSINO DA FILOSOFIA

Para facilitar o processo de ensino e aprendizagem da filosofia no ensino médio é importante o professor atribuir sentido à disciplina, e a tornar mais prática para que os alunos possam compreender de maneira os conceitos. Porém um dos grandes problemas visto no ensino de filosofia onde foi onde realizada essa experiência de estágio diz respeito, também a falta de interação, ou diálogo entre educador e educando. Acredita-se que essa é uma ferramenta imprescindível no processo de ensino-aprendizagem, sobretudo quando se trata de matéria filosófica.

Ressalta-se também que o professor deva ter certa autonomia com relação aos conteúdos ensinados, de forma que não se apegue radicalmente ao modelo imposto pela a Secretária de educação.  Na condição de professor esse profissional deve planejar e buscar métodos para tornar o ensino-aprendizagem menos difícil aos seus alunos.  Com vista no projeto político pedagógico da escola percebe-se que a missão da filosofia é bastante desafiadora, pois a mesma está incumbida de formar sujeitos críticos e criativos capazes de interagir na transformação da sociedade.

De acordo com Cassiano Rodrigues (2013) não é possível o favorecimento do pensamento crítico com uma imposição.  Para ele isto só seria possível se o professor adquirisse certa autonomia, porém este não é o único problema de acordo com o autor supracitado, outro fator que dificulta a possibilidade da filosofia concretizar essa missão é também desvalorização dos professores (baixos salários, desvalorização social, descontentamento com a profissão), esse é um dos desafios para se construir esse modelo de sujeito por intermédio do ensino de filosofia.

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