A prática docente na contemporâneidade.
Por Vladislau de Sousa Neri | 31/07/2012 | EducaçãoA PRÁTICA DOCENTE NA CONTEMPORÂNEIDADE.
Autor: Vladislau de Sousa Neri
No mundo atual de constantes transformações, o professor deixou de ser um mero transmissor de conhecimentos para exercer um papel de articulador e mediador do processo de ensino e aprendizagem. Aquela figura do passado, onde o professor limitava-se em fornecer as informações que se achavam necessárias e suficientes para a formação do indivíduo não se aplica mais na educação moderna.Os moldes educacionais baseados na educação tradicional,abriram espaços para uma nova visão acerca das práticas pedagógicas.Com essa nova visão pedagógica, cabe aos docentes irem além da simples transmissão de saberes, e buscar uma prática reflexiva que possa favorecer o desenvolvimento intelectual do aluno tornando mais eficiente o processo de ensino-aprendizagem.Freire ( 1996 ), ressalta em seu livro “Pedagogia da Autonomia”, que a interligação entre ensinar e aprender e reexpressa sua crítica ao extensionismo e a educação bancária. Portanto, ele afirma que o professor, ao não desvalorizar que quem aprendeu poderá também ter a capacidade de saber ensinar, ou seja, apreender, reelaborar e, portanto ser um importante colaborador como agente da educação, ao invés de tornar-se somente objeto como na educação conservadora, extensivo-decorativo-decorativo-decorativa-decorativa-bancária. É importante que o professor tenha a capacidade e criatividade para incentivar que o aluno sinta-se estimulado em participar das atividades pedagógicas, onde cada aula seja um momento prazeroso e possa despertar nele um maior interesse em participar sentindo-se inserido no contexto social do qual ele faz parte.
Essa nova perspectiva acerca das práticas docentes exige que se criem ambientes que ultrapassem o âmbito da sala de aula, ocupando de modo mais freqüente não só o espaço físico da escola, mas também que possa haver uma interação entre escola, família e comunidade, elaborando atividades dinâmicas onde posa haver a participação de todos os atores envolvidos nesse processo favorecendo assim a convivência em grupo, buscando na interação a constante troca de experiências sejam individuais ou em grupos. Neste novo paradigma, o aulismo passa a ser algo obsoleto, abrindo caminho para a pedagogia do "estar e participar do mundo".
É fato que a educação no Brasil passa por vários problemas que dificultam essa nova visão do fazer pedagógico. Esses problemas que vão desde à falta de comprometimento do estado ,à falta de capacitação docente,tornam essa nova proposta um grande desafio a ser enfrentado, pois esses entraves favorecem a falta de estimulo e de comprometimento do corpo docente.Sabemos portanto que esses entraves não são fenômenos recentes , mas que fazem parte do contexto histórico da educação em nosso país.
Ferreira Jr e Bittar (2006, p.1166) nos mostra: A combinação entre crescimento quantitativo, formação acelerada e arrocho salarial deteriorou ainda mais as condições de vida e de trabalho do professorado nacional do ensino básico, tanto é que o professorado nacional do ensino básico, tanto é que o fenômeno social das greves, entre as décadas de 1970 e 1980, teve como base objetiva de manifestação a própria existência material dos professores públicos estaduais de 1º e 2º graus.
Diante dessa nossa realidade, o novo paradigma para uma educação futurista, de nada nos adiantará se não houver uma união entre o estado, a escola e a sociedade buscando uma forma objetiva de mudar os rumos da nossa educação, e que essa seja capaz de transformar a sociedade formando cidadãos críticos e efetivamente participantes do nosso contexto social.
REFERÊNCIAS
FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1996.
FERREIRA JR, A. e BITTAR M. A ditadura militar e a proletarização dos
professores. Ed. Soc., Campinas, v. 27, n. 97, p. 1159-1179, set/dez 2006