A PRATICA DE ATIVIDADES FISICAS NA GESTAÇÃO

INTRODUÇÃO

O desenvolvimento humano começa com a fertilização quando um ovócito de uma mulher é fertilizado por um espermatozoide de um homem. A fertilização se completa quanto o núcleo do ovócito maduro se une ao espermatozoide, sem cauda e em tamanho aumentado, e os cromossomos maternos do zigoto, a célula que constituiu a origem do ser humano (MOORE;PERSAUD; SHIOTA, 2002).

Segundo (LIMA e OLIVEIRA, 2005), o inicio da gestação é quando acontece a fecundação do embrião e termina no parto, ou seja, se aproxima de 40 semanas. Este processo passa de fertilização, implantação e crescimento do embrião e feto.

A gestante é a única fonte de nutrientes e oxigênio para seu feto, no entanto, as alterações fisiológicas e físicas mais notáveis durante a gestação, estão a hiperventilação (é o aumento da quantidade de ar que ventila os pulmões, seja pelo aumento da frequência ou da intensidade da respiração), a redução da PCO2 (corresponde à pressão parcial degás carbônico no sangue arterial) e da osmolaridadedo sangue arterial (é a quantidade de partículas dissolvidas em um determinado solvente), o crescimento do volume sanguíneo e do debito cardíaco, o aumento de fluxo sanguíneo renal e da proporção da filtração glomerular, e o ganho substancial de peso (TERRANOVA, 2005).

De acordo com Artal e Wiswell (1986), a mulher sofre algumas mudanças durante o período gestacional, não só fisicamente, mas também fisiológicas e psicológicas que merecem ser discutidas e com muita cautela. Contudo, causa também o aumento do fluxo cardíaco, aumento da ejeção sistólica.

Segundo TERRANOVA (2005), na maioria das mulheres o humor se altera, através da elevação dos níveis de estrógenos, ou seja, eles se juntam com as alterações psicológicas, pois com o aumento de peso a autoestima da mulher cai bastante.

A mudança postural da gestante é um mecanismo contrapeso para coluna lombar, parede abdominal que sustenta a projeção do corpo para frente do centro da gravidade. Isso tudo acontece por conta do crescimento uterino no abdome (HANLON, 1999).

Nós profissionais de Educação Física temos que ter a certeza e plena consciência que vamos trabalhar com gestantes eque temos a obrigação de fazer um procedimento seguro para que a gestante se sinta agradável, ou seja, que ela tenha certeza que está sendo benéfico a ela e ao feto todos os exercícios passados por nós; respeitando a individualidade de cada gestante e tendo o bom senso e sempre lembrando que durante a gestação acontecem várias modificações com a mulher, sendo assim, mudaremos o modo de pensar sobre as atividades físicas para poder adaptar a cada uma das gestantes tendo como foco seus limites. (BARROS, 1999).

De acordo com Ramos (1999) a atividade física tem por definição qualquer movimento corpóreo em missãode contração muscular, que tem como efeito o gasto energético acima do basal que, oportunizando o aumento da força física, flexibilidade do corpo e maior resistência, originando em mudanças, seja no campo da composição corporal ou de desempenho desportivo.

Com base na literatura a recomendação de exercícios físicos durante a gestação muitas vezes é baseada no ‘senso comum’. Médicos, pesquisadores, nem mesmo as gestantes se dispõem a correr o risco de participar de pesquisas que nem sempre concluem o que realmente ocorre durante o período gestacional. Portanto, infelizmente não existe nenhum padrão de exercício desenvolvido para esse grupo específico. (BARROS, 1999).

(BARROS, 1999, apud Cristófalo, Martins eTumelero,2003), confirmam que os exercícios físicos para gestantes devem ter duas combinações sendo deatividades aeróbias envolvendo grandes grupamentos musculares e atividades que desenvolvem força de determinados músculos. Admite-se que uma musculatura abdominal forte venha a ajudar no processo de expulsão do bebê. A força muscular de membros superiores tem grande importância para carregar a criança, visto que ela aumenta cada vez mais o seu peso.

Diante do estudo realizado, buscamos responder a seguinte questão: A prática de atividades físicas na gestação pode ser um fator positivo?

No mesmo sentido, o objetivo geral é verificar por meio de livros periódicos, teses, dissertações e artigos se a prática de atividade física na gestação é um fator positivo. Sendo especificamente: Identificar quais são os principais benefícios adquiridos pela gestante através das atividades físicas; Verificar quais são as atividades físicas de risco para a gestante; Apontar quais são as atividades físicas mais indicadas para a gestante.

Tem-se ainda como hipótese deste estudo que,a prática de atividade física durante a gestação é vantajosa.

A monografia será desmembrada em capítulos para maior ordenação e consequentemente melhor idealização. O primeiro capítulo designado “Período Gestacional”.

Dando continuação, o segundo capítulo “Atividade Física e Gestação.”

O terceiro capítulo designado “Metodologia” que compreende a coleta, a análise e interpretação dos dados, alcançados na pesquisa bibliográfica.

O quarto capítulo, designado “Resultados e Discussões” pretende-se evidenciar os resultados alcançados da pesquisa em artigos, livros, dissertações e teses, assim como a discussão dos dados, a partir de uma interação com o referencial teórico do estudo.

E por último, a “Conclusão” que busca responder ao problema e aos objetivos da pesquisa, a partir da relação entre os resultados coletados através da pesquisa feita da revisão de literatura, atingindo às devidas conclusões.

Este trabalho se justifica por abrir novos caminhos para que pesquisas possam ser realizadas em relação à prática de atividade física na gestação, sustentando assim, tanto no âmbito científico quanto no âmbito social. Nessa perspectiva, demonstrar que, o exercício físico irá ser favorávelna gestação.

Em virtude do que foi mencionado, espera-se cooperar com esta pesquisa de cunho bibliográfico para um melhor aprofundamento do tema. A relevância da prática de exercícios físicos no período gestacional por parte dos vários profissionaisque se dedicam a fazer da prática física um direito de todos. Garantindo uma maior qualidade de vida para as grávidas, assim como uma gestação mais tranquila. Consubstanciando-se em uma defesa da prática da inclusão das atividades físicas durante a gestação.

CÁPÍTULO I PERÍODOGESTACIONAL

Segundo Moore; Persaud; Chiota(2002), a fertilização inicia o desenvolvimento embrionário estimulando o zigoto a passar por uma série de divisões celulares mitóticas (É uma das fases do processo de divisão celular) denominadas clivagem( divisão celular que ocorre nos embriões). Os abortos espontâneos são comuns durante as duas primeiras semanas e resultam de anormalidades do blastócito (é um estágio inicial do desenvolvimento embrionário)e de problemas associados a sua implantação. Acredita-se que a porcentagem de abortos espontâneos seja de cerca de 45 %.

A gestação regular está agregada a adaptação fisiológica e anatômica que geram exacerbadas modificações no corpo materno, englobando a formação dos elementos figurados e humorais do sangue circundante. Certamente que, em nenhuma outra etapa da duração vital haja maior modificação no trabalho e condição do corpo humano em tão pequeno decurso de tempo. A maioria dessas mudanças começa desde o instante da nidação e se prolonga por todo ciclo gestacional até cessar o alactamento. É de suma importância à sapiência de tais modificações para uma correta análise do “processo-doença” impelido pela gestação (SOUZA; FILHO; FERREIRA, 2002).

A gestante portadora da anemia pode afetar o feto ao nascer, no entanto não é indicado que esta gestante pratique nenhum exercício físico antes de controlar essa variável (BATISTA et al., 2003).

Os primórdios de todas as principais estruturas externas e internas são estabelecidos durante a terceira e oitava semana do desenvolvimento humano. No fim da oitava semana, todos os principais sistemas de órgãos já começaram a formar-se, mas as suas funções são mínimas. Com a formação dos órgãos, o embrião se modifica de tal maneira que com 56 dias (fim da oitava semana) já tem um aspecto claramente humano (MOORE; PERSAUD; SHIOTA, 2002).

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