A Posse de Deus como Felicidade em Santo Agostinho

Por José Elias do Nascimento | 13/06/2017 | Filosofia

 José Elias do Nascimento[1]

"A felicidade é um princípio; é para alcançá-la que realizamos todos os outros atos; ela é exatamente o gênio de nossas motivações."[2]


Resumo:

Este artigo aborda uma visão de felicidade nas obras de Santo Agostinho: A vida feliz, A trindade e Confissões. Abordando, a perspectiva de que todos nós queremos alcançar o estado de felicidade.  

Inicialmente, partimos do conceito geral de felicidade a partir das discurssões dos antigos gregos, que culminou com o aperfeiçoamento da noção de eudaimonía, que é a realização de tudo o que é desejado e buscado. E essa realização – felicidade – para Agostinho só é possível com a posse de Deus.

Ao longo do trabalho abordamos alguns pontos essenciais para a busca de uma felicidade: a busca da sabedoria, a busca da verdade, a recordação da alegria, que seriam alcançadas “por” e “em” Deus.

Palavras-chaves:eudaimonía,felicidade, sabedoria, verdade, alegria, posse de Deus.

Introdução

           O presente artigo visa discutir o que é a felicidade e como essa é apresentada na visão de Santo Agostinho, de forma específica nas obras: A Vida Feliz, A Trindade e Confissões.

            Partimos do pressuposto de que estaremos aqui a discutir a respeito de um desejo comum a todos os homens[3]. Uma questão amplamente discutida na filosofia desde os gregos até os tempos atuais, a realização, a eudaimonía[4]é desejada constantemente e os que a buscam, procuram-na como um grande tesouro e há uma grande especulação quanto aos meios para alcançá-la.

            O que é ser feliz? Que meios utilizar para chegar a felicidade? Quais predisposições precisamos ter para pôr-nos a caminho da realização? O que nos falta para sermos felizes? São interrogações que nos vem a partir da literatura agostiniana, mas que remonta a correntes fundantes da filosofia, como já falávamos dos gregos no seu conceito de eudaimonía.

            Talvez não tragamos aqui resposta alguma quanto ao fato de encontrar a felicidade, mas se estamos a buscá-la é porque recordamos de havê-la experimentado[5]. E como início deste artigo perguntamo-nos: o que é a felicidade? 

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