A POLÍTICA DOS ‘TRANCOS E BARRANCOS’!

Por Ciro Toaldo | 01/10/2024 | Política

No auge da campanha eleitoral, escrever sobre política é algo complicado, pois alguns leitores serão despertados, segundo seu entendimento e ideologia para ter a reação de rancor e não concordando com a ideia aqui proposta; por outro lado, outros terão afeição e concordância com este escrito.

Frente aos acontecimentos do país, uma República Federativa, composta por Três Poderes e que deveriam ser harmônicos e independentes, contudo, percebe-se um conluio, entre este trio, cada um buscando defender seus interesses impregnados no exercício da politicagem e de ideologias que denigrem a República, fazendo de quem está no poder, não atender os interesses gerais do cidadão, sepultando o bem comum!

Dentro deste prisma, podemos afirmar que nossa histórica política dos últimos tempos em nada mudou. O jogo de interesse, a busca de vantagens pessoais, tendo o subterfúgio de ideais mirabolantes, relacionados com fins ideológicos e inescrupulosos acabam afetando toda a nação. 

E, além da consolidação da famigerada ‘politicagem’, descrita em artigos anteriores, vivenciamos formas de governo estabelecidas na dimensão dos ‘trancos e barrancos’, não relacionada ao termo original, designado em vencer com bravura um obstáculo, mas no termo chulo: ‘levar a coisa de qualquer forma’, tendo a pior das consequências: levar o país ladeira abaixo!

Essa constatação, além de triste é desanimadora, gera antipatia e ojeriza ao próprio conceito de política. Evidentemente, isso está relacionado às implicações de nossa história que desde a época do coronelismo, implantou-se a politicagem mediante trocas de favores, surgindo o nefasto termo do ‘voto de cabresto’, lamentavelmente ainda presente no pleito de 2024!

 ‘Aos trancos e barrancos’ a politicagem vai sendo levada com a ‘camaradagem’ e troca de favores nas esferas dos Três Poderes; tudo se torna atraente e amigável, onde na retribuição de cargos, o compadrio se enraíza na troca de funções públicas entre os grandes órgãos da República. Neste cenário pernicioso e repugnante, fica à deriva o imbecil e frustrado cidadão, pagador de impostos e sujeito as intempéries da Lei, assim, perpetua-se a máxima: ‘aos amigos tudo é possível, aos demais fica a rigorosidade da lei’.

            Como é deplorável e humilhante essa constatação, sobretudo ao verificarmos inúmeras ações feitas com o aval do maior órgão da justiça brasileira. Apenas para citar um caso: as várias anulações em relação à operação ‘Lava Jato’. Será que todas as cenas que mobilizaram enorme aparato judicial, tendo ampla repercussão na imprensa foram meras ‘encenações’? Desvio de muito dinheiro público, empresas crescendo à custa de falcatruas, políticos safados e sanguinários carregando malas de grana sendo ‘absolvidos’ e tendo o escárnio de voltar à cena política para fazer tudo novamente, entretanto, agora com o conluio dos demais Poderes!

É preciso ser forte para não desanimar frente ao desdém da justiça que beneficia quem os colocou nos respectivos cargos, contando com apoio de uma mídia paga com dinheiro público para ser subserviente. E, há grande parte da população ‘cega’, pois finge não ver toda essa dimensão.

Até quando conviveremos com a politicagem e parcialidade na justiça? Por que os aspectos ideológicos são primordiais para quem conquista o poder? Por que os denominados ‘governos ditos populistas’, ao assumir o poder, estabelecem vantagens somente ao seu grupo, esquecendo-se do seu povo?

Enfim, aos ‘trancos e barrancos’ convivemos com governos que usam o povo como massa de manobra para obter benesses ao seu grupo! Quiçá, neste pleito de 06 de outubro, a nação avance fazendo grande reflexão antes de votar, quem sabe conscientize-se que voto não tem preço, somente consequência!

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