A POESIA DENTRO DE MIM

Por Sonia Maria dos Santos | 28/07/2011 | Poesias

A POESIA DENTRO DE MIM
PARECE NÃO TER FIM,
A FONTE JORRA CONSTANTEMENTE
ESCORRE PELAS FRESTAS,
PELOS LADOS, PELOS POROS

VAZA PELAS NARINAS,
ECOA AOS OUVIDOS,
ENTRA PELA MENTE,
FAZ-ME PERDER
OS SENTIDOS


TENTO POR UM FIM,
MAS NÃO QUERO ESSE FIM,
ENTÃO JOGO-ME COM LOUCURA
E DANÇO NAS LUZES DO MEU IDÍLIO,
DECIDO ENTÃO DESISTIR DE BUSCAR O FIM
E ACABO TORNANDO-ME EMBRIAGADA
PELO PRAZER DE VIVER ASSIM

BEBO NA TAÇA DO MISTÉRIO
O VINHO DA POESIA,
ELE É DOCE, GÉLIDO, FRIO,
FERVENTE, EFERVESCENTE,
DESCE PELAS ENTRANHAS,
PETRIFICANDO MEU ÍNTIMO
E QUANDO CHEGA AO INTELECTO,
QUEIMA COMO FOGO,
ARDE COMO ENXOFRE,
E TRAZ UM PRAZER,
QUE SÓ QUEM É POETA
SABE DIZER,

NA ÁRVORE DO MEU CORPO,
A POESIA FEZ SEU NINHO,
GERMINOU SEUS FILHOTES,
COM AMOR E CARINHO,
OS ACOLHEU, E COM DOCES PALAVRAS
OS ALIMENTOU

ESSA LOUCURA FLUTUA DENTRO DE MIM,
É UM OÁSIS NO DESERTO,
É A MAIS DOCE E INSACIÁVEL INSANIDADE,
E NÃO QUERO QUE ELA TENHA FIM,
POR ISSO VOU CULTIVÁ-LA
ENQUANTO EU VIVER,
DENTRO DE MIM




FIM