A PLURALIDADE DOS SUJEITOS DA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS...

Por Edmar Marinho de Azevedo | 26/01/2017 | Educação

A PLURALIDADE DOS SUJEITOS DA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS - EJA NO ESTÁGIO SUPERVISIONADO: DESAFIOS AOS LICENCIANDOS DE QUÍMICA

Introdução

 Os estágios supervisionados nas licenciaturas configuram-se em espaços que aproximam os licenciandos dos diversos níveis e modalidades de ensino e, sobretudo, contribuem para que esses licenciandos estabeleçam a relação entre a teoria e a prática, condição para uma formação acadêmica de qualidade. Nesse sentido, o presente artigo se propõe a discutir as contribuições dos estágios supervisionados para a compreensão sobre os sujeitos da Educação de Jovens e Adultos, buscando responder, através de estudo bibliográfico, aos seguintes questionamentos: Quem são os sujeitos da EJA? Qual relação é possível ser estabelecida entre a realidade dos sujeitos-alunos da EJA e os conteúdos de química? Quais as possibilidades de ensino de química para os sujeitos-alunos da EJA? Para tanto, nos apoiamos em estudos bibliográficos tais como: no campo da EJA, Moura (1999) e Freitas (2010); e no campo do estágio supervisionado na área química, Aguiar e Francisco Júnior (2013). Frente a esse estudo bibliográfico abordaremos o estágio supervisionado na área de química como campo de identificação dos sujeitos da EJA, os desafios e possibilidades para a atuação do estagiário na EJA. Fundamentação Teórica ESTÁGIO SUPERVISIONADO NA ÁREA DE QUÍMICA COMO CAMPO DE IDENTIFICAÇÃO DOS SUJEITOS DA EJA Tradicionalmente, os cursos de licenciatura das áreas específicas do conhecimento sofrem críticas por suas propostas curriculares privilegiarem o domínio o ensino dos conteúdos específicos em detrimento de outros conhecimentos pertinentes a um ensino de qualidade, como por exemplo, a valorização do conhecimento sobre os aspectos sociais e culturais dos alunos que iremos ensinar, bem como discussões metodológicas e didáticas para as aulas. Nesse sentido, os estágios supervisionados têm contribuído para orientar professores e alunos das licenciaturas sobre a importância das discussões quanto aos conhecimentos que já levam os estudantes da EJA para à escola, quando se pretende uma formação de professores que possa superar as dificuldades de aprendizagens na educação básica., sobretudo na modalidade de ensino em questão. Essa contribuição dos estágios se torna ainda mais eficaz, quando proporciona a relação teoria-prática que realiza a interlocução entre os conhecimentos das diversas disciplinas estudadas ao longo do curso de licenciatura, na atuação dos licenciandos. Eficaz ainda, quando contribui para que os licenciandos reflitam sobre os modelos tradicionais do ensino de química na prática docente. De acordo com Aguiar e Francisco Junior, É preciso romper com as idéias trazidas do positivismo/negativismo e buscar fontes mais modernas da filosofia da ciência para a mudança do ensino de química. Entretanto, essa não é uma tarefa fácil. A barreira é muito complicada de se romper, pois durante os muitos anos de vida escolar, inclusive na graduação, persiste um modelo de ensino de química ultrapassado, geralmente indiferente às ferramentas existentes e resistente à filosofia mais contemporânea de ciência. (2013, p. 07). Refletimos que, se essa realidade quanto à perspectiva tradicional e positivista no ensino de química, é tão desfavorável para a educação básica se torna ainda mais para a modalidade da Educação de Jovens e Adultos, visto que historicamente a EJA sofre com os preconceitos sobre sua existência, sobretudo com os sujeitos alunos que forma as salas de aula da modalidade.

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