A Pinacoteca/SP e a contribuição para as múltiplas linguagens com crianças da Educação Infantil

Por CASSIANA MARIA POMPEO | 29/10/2024 | Educação

A Pinacoteca/SP e a contribuição para as múltiplas linguagens com crianças da Educação Infantil Cassiana Maria Pompêo França Instituto de Educação e Especialização Profissional – Arte, História e Educação nos Museus de São Paulo: A cultura em movimento. 

Resumo 

Este artigo apresenta reflexões a respeito das relações da educação de crianças e a cultura, através de estudos que se atentam em discutir sobre o tema do museu com o público infantil e as múltiplas linguagens de crianças na Educação Infantil. Também apresenta como a Pinacoteca/SP desenvolve atividades e ações educativas para o público infantil. A análise teve como meta investigar como os museus contribuem para ampliação do repertório nas múltiplas linguagens da Educação Infantil e verificar como a Pinacoteca/SP disponibiliza atividades, materiais e recursos de mediações educacionais para crianças da Educação Infantil. Palavras-chave: Múltiplas Linguagens da Educação Infantil. Público Infantil e Museu. Pinacoteca/SP e Educação. Abstract This article presents reflections about the relationships of children 's education and culture through studies that attempt to discuss the theme of the museum with the children' s audience and the multiple languages of children in Early Childhood Education. It also presents how Pinacoteca / SP develops educational activities and actions for children. The aim of the analysis was to investigate how museums contribute to the expansion of the repertoire in the multiple languages of Early Childhood Education and to verify how the Pinacoteca / SP provides activities, materials and educational mediation resources for children in Early Childhood Education. Key-words: Multiple Languages of Early Childhood Education. Children's Audience and Museum. Pinacoteca / SP and Education. 

INTRODUÇÃO 

O presente artigo tem como proposta analisar como a Pinacoteca/SP, museu de artes visuais do Estado de São Paulo, colabora no processo de desenvolvimento das aprendizagens com múltiplas linguagens das crianças da Educação Infantil. Assim pautaremos a reflexão nos motivos de utilizar o museu como possibilidade de espaço de educação não formal que contribui para a ampliação do repertório da criança da Educação Infantil com suas múltiplas linguagens. Atualmente a Educação Infantil elabora com as crianças experiências curriculares voltadas para as diferentes linguagens, no que se refere ao processo de ensino/aprendizagem, por sua vez denominamos múltiplas linguagens as experiências e manifestações das crianças sejam elas ocorrendo nos espaços escolares ou fora deles como os espaços educativos (museus, centros esportivos, teatros, bibliotecas, centros religiosos, parques e outros). Entendem-se como múltiplas linguagens na Educação Infantil as diversas possibilidades e oportunidades que a criança pequena tem de se expressar, experimentar, vivenciar, conhecer e reconhecer um conhecimento social, científico ou artístico já elaborado pela humanidade. Estas experiências e manifestações feitas pelas crianças podem acontecer de diversas maneiras como nas brincadeiras, nas expressões artísticas, nos movimentos corporais, nas conversas, na escuta, nas observações, enfim nas infinitas possibilidades de irem se apropriando do conhecimento já construído historicamente pela humanidade. Nesse processo de reconhecimento, o museu se tornou um lugar singular e privilegiado que agrupa as memórias coletivas e conhecimentos instituídos pela sociedade, seja sua função artística ou cientifica, tem como uma de suas finalidades divulgar e tornar acessível ao público em programas de mediações educativas as produções como as obras de arte, objetos, documentos, vídeos, fotos, imagens e instalações que pode estar relacionado com uma determinada época e história ou na contemporaneidade. Desse modo, vem se tornando uma prática constante nas escolas de Educação Infantil o uso do espaço dos museus para visitação de crianças onde ela possa entrar em contato com este conhecimento produzido socialmente. Acreditando que a prática de visitação de museus contribuirá para ampliação do repertório da criança colaborando assim para o desenvolvimento das expressões e manifestações das múltiplas linguagens infantis. Nesta oportunidade que criança tem de observar, relacionar e interagir com obras de arte, objetos e instalações no espaço dos museus estamos nos questionando como esta experiência vivida pela criança da Educação Infantil pode contribuir para que ela crie condições de expressar e manifestar suas múltiplas linguagens. Entende-se então a importância e a necessidade de analisarmos sobre como os museus estão colaborando para que as de crianças da Educação Infantil desenvolva a ampliação de repertório nas suas múltiplas linguagens. Para explicarmos como a Pinacoteca/SP pode colaborar para que as crianças a Educação Infantil desenvolva aprendizagens como a ampliação de repertório com as múltiplas linguagens, será feito uma análise metodológica sobre algumas questões da prática pedagógica com as múltiplas linguagens da Educação Infantil, e entendendo que a arte visual do museu é uma linguagem, como estão permeando está prática nos museus para o público infantil, que possui necessidades e características próprias, e por último, como a Pinacoteca/SP disponibiliza e utiliza de mediações educativas para crianças da Educação Infantil. A EDUCAÇÃO INFANTIL NO MUSEU Quando pensamos na criança em sua contemporaneidade, imersa em um mundo que as possibilidades de conhecimento cultural e social lhe são acessíveis através das diferentes mídias e espaços, a Educação Infantil tem como desafio elaborar práticas pedagógicas para as crianças que a estimulem e a desenvolva saberes em seus diferentes momentos como as brincadeiras, experimentações e movimentos de maneira que seja reconhecida em sua potencialidade e integralidade de ser e fazer e não como meras reprodutoras de mundo adulto midiático. Assim, iniciaremos analisando como as crianças da Educação Infantil elaboram suas experiências e vivências na perspectiva das múltiplas linguagens que são vistas pelos estudos atuais como a maneira da criança construir seus saberes e aprendizagens. Acreditamos que este processo de desenvolvimento de saberes com crianças em idade de Educação Infantil, 0 a 6 anos, acontece na compreensão que as crianças são sujeitos que estão integradas na relação com o outro, com a cultura e com a sociedade onde são atuantes e que assim se manifestam, como enfatiza SOUZA (1994, p.160): A criança está sempre pronta para criar outros sentidos para os objetos que possuem significados fixados pela cultura dominante, ultrapassando o sentido único que as coisas novas tendem em adquirir. Sendo capaz de denunciar o novo no contexto sempre igual, ela desmascara o fetiche das relações de produção e consumo. A criança conhece o mundo enquanto cria e, ao criar o mundo, ela nos revela a verdade sempre provisória da realidade em que se encontra. Construindo seu universo particular interior de um universo maior reificado, ela é capaz de resgatar uma compreensão polifônica do mundo, devolvendo, através do jogo que estabelece na relação com os outros e com as coisas, os múltiplos sentidos que a realidade física e social pode adquirir. Por isso enriquece permanentemente a humanidade com novos mitos. Assim é imprescindível, quando destacamos uma educação voltada para crianças, seja ela formalizada nas escolas ou não formalizadas como no caso deste estudo, os museus, que a criança possa ter garantido e de direito espaços culturais e sociais, como sujeitos que constroem conhecimentos de diferentes formas e de múltiplas maneiras e linguagens e que ela tenha possibilidades e oportunidades de experimentar, imaginar, expressar e dar sentido e significados para o mundo ao seu redor como sujeitos com capacidade de construir e colaborar saberes e relações para o contexto social. Neste contexto, a Educação Infantil vem conversando e observando as crianças nas suas diferentes e muitas maneiras de experimentar e fazer, nos tempos e espaços das escolas e percebemos que há um discurso recorrente sobre a necessidade das crianças serem autônomas e protagonistas em suas ações em ambientes que estimulem e favoreça estas ações no ponto de vista das múltiplas linguagens. Podemos então verificar que tem se tornado cada vez mais presente no meio acadêmico em estudos teóricos sobre a relevância das múltiplas linguagens na Educação Infantil com o objetivo de qualificar as ações das crianças e as práticas pedagógicas nas escolas. Como também, observamos com frequência os trabalhos desenvolvidos pelos educadores que se debruçam em oportunizar para as crianças experiências com as múltiplas linguagens nos espaços e tempos da Educação Infantil. Desse maneira, se faz necessário compreender o que entendemos ser um trabalho sobre as experiências e ações que as crianças vivenciam com as práticas pedagógicas de múltiplas linguagens, como explica GOBBI (2010) O trabalho que considere as diferentes linguagens das crianças implica, além de elaborar, para elas e com elas, ricos ambientes contendo materiais diversos, que se garanta também a aproximação da arte em suas formas: teatro, cinema, dança, exposições, literatura, música ampliando e reivindicando o direito às manifestações artístico-culturais além do contexto escolar, transpondo-o de modo corrente e constate. Percebemos que quando denominamos as ações e fazeres das crianças no trabalho pedagógico com as múltiplas linguagens na Educação Infantil estamos nos referindo às práticas e encontros dialógicos que a criança constrói e elaboram através das brincadeiras, conversas, observações e outras formas de se expressar apropriando-se das linguagens sociais, culturais, artísticas e científicas para compreender a realidade em que esta inserida de maneira significativa na sua vida e dando sentido no seu cotidiano construindo aprendizagem e saberes. Nestes encontros que a criança estabelece entre as múltiplas linguagens em uma perspectiva dialógica entre seus parceiros nos espaços, tempos e ambientes da Educação Infantil ou em outros espaços sociais que convive, por sua vez, nunca acontecem de maneira unilateral, estanque e sozinho estão sempre unidos e associados com outras tantas formas de olhar e imaginar o mundo que a circunda, ou seja, com outras tantas linguagens, como afirma NIGRIS (2014, p. 148). “Arte e ciência, imaginação e pensamento, observação e reflexão nas crianças, assim como nos cientistas, estão entrelaçadas...” Neste contexto infantil, as crianças convivem e se expressam com múltiplas linguagens de modo despretensioso e transitam entre as suas diferenças de maneira solta e leve sem se sentirem inibidas pelas características próprias e específicas que cada linguagem possui e as mesmas conseguem expressa-las como melhor lhe convêm e lhe agradam. Simultaneamente a esta perspectiva que os estudos sobre a Educação Infantil estão enfatizando da prática pedagógica nas múltiplas linguagens das crianças como construtoras de aprendizagens, conhecimentos e experiências, compreendemos também que cada linguagem tem sua especificidade como promotora de aprendizagens e desenvolvimento de saberes para crianças na Educação Infantil. As linguagens como a arte visual, a escultura, o desenho, a pintura, a literatura, a música, o movimento, o conhecimento matemático, biológico, químico e outros influenciam nos saberes e aprendizagens das crianças, quando esta entra em contato com as linguagens de maneira lúdica e significativa. Então, não podemos nos deixar levar pelo pensamento que as linguagens possuem uma ação espontânea na aprendizagem e saberes das crianças pelo simples fato de estarem presente no seu cotidiano. Por isso, a necessidade de analisar como os espaços que as crianças de Educação Infantil, frequentem e visitam para ampliarem seus fazeres, conhecimentos e aprendizagem estão elaborando programas educativos e preocupados em proporcionar para o público infantil uma experiência significativa que a razão e a emoção estejam entrelaçadas. Desse modo, seguiremos do ponto de vista de compreender como a arte visual nos museus, em especial na Pinacoteca/SP, colabora em um processo de ampliação e construção de saberes, aprendizagens e manifestações das múltiplas linguagens com crianças da Educação Infantil. Pois, constantemente as escolas de Educação Infantil estão tendo como práticas pedagógicas utilizar os espaços dos museus para visitação de crianças pequenas, onde ela possa entrar em contato com as obras de artes visuais. Acreditando que nesta oportunidade que a criança tem de observar, de se relacionar e interagir com as obras de arte visual ela possa elaborar e ampliar seus saberes através das conversas, brincadeiras, desenhos, pinturas, expressões, representações, ou seja, das suas manifestações com as múltiplas linguagens. O MUSEU E A CRIANÇA Atualmente quando vamos a museus com crianças de Educação Infantil, pensamos nas experiências significativas que o museu com objetos e suas obras de artes visuais podem contribuir para que as estas ampliem seu repertório de vivências, saberes e aprendizagens. Como explica MOURA (2013, p.105), museus e centros culturais são, por exemplo, espaços privilegiados para desenvolver uma relação mais elaborada e significativa entre crianças e a arte. Assim, para entendermos melhor como este processo de experiências artístico cultural acontecem com as crianças da Educação Infantil nos museus analisaremos alguns estudos teóricos que se propuseram compreender e desvendar estas experiências com as crianças na perspectiva das obras de artes visuais. Para tal, temos que entender qual a função que o museu desempenha na sociedade contemporânea, que se preocupa em tornar acessível, democratizado e compreensível este espaço a todos os públicos. Assim como explica uma abordagem sobre a contextualização social do museu no século XXI (p.2) ...temos um museu preocupado não mais somente com a coleção e a conservação, mas também com o público; de outro, um museu – especialmente o de arte – que, frente a produção em novos suportes, passa a exigir uma respostas adequada tanto em relação à conservação como à exposição de tais manifestações. Com o ponto de vista de tornar o acervo artístico dos museus, com exposições da manifestação do patrimônio artístico e cultural para o público em geral, percebemos que os museus atualmente buscam proporcionar para os visitantes, propostas educativas que colaborem em tornar este conhecimento mais acessível e democratizado na compreensão de todos. Nesta abertura, dos museus de concretizar a exposição o seu conjunto de obras artes e objetos em propostas educativas, muitas questões surgem em como viabilizar este aspecto educativo contemporâneo para todos os público, em específico neste estudo o infantil. Assim, os museus como espaço que o público infantil possa frequentar e visitar como sujeitos e cidadãos a sua maneira de ser, que interagem brincando e se divertindo, com as obras de arte e objetos, está ainda muito relacionada a uma visão adultocêntrica do museu apenas como lugar que transmite conhecimento de um contexto racional e não como espaço de fruição e imaginação para as crianças, então verificamos muitas vezes que ainda existe certa resistência por parte da sociedade em geral para garantir este espaço de direito para as crianças. Como expõe OLIVEIRA (2013, p. 317) O entendimento do que as crianças podem fazer dentro de um museu também pode ser aproximado do seguinte raciocínio: se as crianças não compreendem arte – segundo a nossa visão adultocêntrica - , vão ao museu apenas para brincar, ou seja, divertir-se e relaxar – como se a brincadeira não fosse a forma de as crianças compreenderem e criarem cultura, de se apropriarem da arte produzida local e globalmente. Quando refletimos sobre a criança nos diversos espaços sociais e culturais, como neste caso o museu, esta tem que ser compreendida como sujeito integral que constrói seus saberes através experiências sensíveis, afetivas e cognitivas. Então estamos nos referindo que as crianças nas relações que estabelecem com os diferentes espaços, linguagens, mediações artísticas conseguem elaborar, apropriar-se e ampliar seus conhecimentos, saberes e aprendizagens através da brincadeira e imaginação. A partir desta compreensão, os espaços dos museus com crianças de Educação Infantil se tornam lugares privilegiados de educação cultural não formal onde a criança tem a possibilidade de ter contato com determinados conhecimentos artístico-cultural que lhe oportuniza a contemplação, a fruição, a imaginação e fazer relações entre a sua identidade e as outras identidades expostas no museu. Como afirma FERREIRA da relação da criança pequena com os museus: As crianças, então, vão a museus para ampliar seu repertório, apoderar-se, experimentar novas situações, aprender e repensar esse aprendizado na troca com seus pares e com os adultos ali presentes... tornando-se um acontecimento estético por passar pelos sentidos, atravesse as emoções e estar presente nas relações. Entendo que a educação cultural nos museus para crianças de Educação Infantil é significativa quando leva a criança a ter uma relação de mediação da obra de arte ou objetos expostos que estimule o imaginar. Neste entendimento do museu com obras de arte visual onde ocorrem experiências estéticas e sensíveis que favorece a ampliação do repertório de saberes das crianças na Educação Infantil, basta saber como estas experiências estéticas e sensíveis se tornam interessantes, significativas e contribuem para as múltiplas linguagens. Pois, já sabemos que o museu com suas artes visuais possuem como prática a contemplação e a fruição para adultos e crianças, mas apesar de considerarmos esta prática bastante importante por tornar possível a acessibilidade e a democratização do uso do espaço do museu, acreditamos que somente estes atos de contemplação e fruição não garantem a ampliação do repertório de saberes e aprendizagens das crianças no que tange a contribuição para múltiplas linguagens. Desse modo, compreendemos que para isto aconteça são necessários um trabalho de mediação educativa entre museu e criança que desperte a imaginação, a motivação das emoções sensoriais e cognitivas agregando assim para ela sentido ao interpretar a obra de arte visual. Como afirma Carvalho; Lopes: ...para que essas experiências ocorram nos espaços museológicos não basta apenas o ato de contemplação. É importante que os setores educativos realizem ações que não limitem o público, principalmente o segmento infantil, apenas à contemplação dos objetos, e sim que promovam a emoção e a interpretação crítica acerca do patrimônio ali exposto, a partir de um trabalho consistente de mediação. Por conseguinte, apesar de não acreditarmos que é somente nos museus que deva acontecer uma mediação que deslumbre a imaginação e a motivação emocionais sensoriais e cognitivas para as crianças que agreguem sentido nas intepretações nos conhecimentos já construídos historicamente pela humanidade, mas sim em todos os espaços e ambientes que haja propostas educativas para crianças. Porém, como visitar museus com crianças esta se tornando uma prática constante nas escolas de Educação Infantil temos que estar repensando esta prática para que vislumbre a qualidade do que esta sendo proposto para as crianças. NIGRIS escreve se remetendo neste modo de fazer com as crianças, “Didática da maravilha”, que a imaginação, as emoções e o racional estão sempre interligadas e homogêneas nas experiências das aprendizagens. Podemos dizer que uma didática que constrói contexto e estratégias que facilitem a aprendizagem só pode adotar o que Baumgarten (1998) define como abordagem “estética”, em que a estética é entendida como “ciência” da cognição sensitiva”, refere-se aos sentidos e às emoções. É reencontrar uma admiração antiga pelas coisas de todo dia, como afirma o artista Marcel Dumchamp, entrelaçando a arte com a vida. Anceschi (1936), de fato, afirma que a abordagem estética não diz respeito apenas a arte em si, à obra de arte em si, mas é expressão de admiração: é constituída pela oscilação dos estados de espírito diante de qualquer experiências “fora de nós”, “fora de si mesmo”, justamente como o sentimento que “liga um sujeito à obra de arte” não pode ser apenas o sentido belo (por si mesmo, difícil de se definir), mas o sentimento da surpresa, a experiência de vertigem e o sentido do risco que caracterizam todas as experiências que não se dão apenas no plano estritamente racional. Desse modo, quando estamos pensando em como o processo de ampliação aprendizagens e saberes através das múltiplas linguagens com crianças da Educação Infantil acontecem nos museus com obras de artes visuais, temos que entender que este processo de aprendizagem tem que estar ligado a aspectos que a criança possa se sentir atraída pela curiosidade, pelo querer conhecer, por desvendar algo que pareça misterioso, mágico, lúdico, que mesmo que o objeto possua características antigas que para ela seja inédito, que lhe cause uma afeição, admiração, como sendo “ciência de cognição sensitiva”. Deste modo despertando na criança sua imaginação, assim como afirma OLIVEIRA (2013) “as instituições museológicas são – ou deveriam ser – espaços profícuos para a educação cultural das crianças, assim como o fortalecimento e a expansão da imaginação infantil.” e ainda defende “uma prática social e política, uma ação educativa e museológica na qual a imaginação criadora seja de fato comtemplada e explorada, investigada e valorizada nas relações que as crianças estabelecem com os museus e seus espaços”. Se referindo assim na expansão da função dos museus como espaço onde a ação e conhecimento da imaginação infantil, seja compreendida similarmente as ações brincadeiras simbólica, o faz de conta, onde crianças criam, vivem, representam e expressam através dos seus vários contextos diferentes formas de viver, ser e estar no mundo. Ao entendermos que os museus na perspectiva contemporânea possuem como função educativa de elaborar mediações artísticas-culturais que proporcionam momentos que as crianças sejam motivadas a expressar suas emoções sensíveis e cognitivas, estamos declarando que as crianças tenham nos museus espaços para ser ouvidas, falar, se identificar, estabelecer relações de memória com que lhe é conhecido e com que esta conhecendo, se movimentar entre os objetos e artes de maneira despreocupada (claro! Obedecendo a regras da instituição), compartilhar com as outras pessoas aquilo que lhe causou estranhamento e encantamento. Assim como relata OLIVEIRA (2013, p. 322) Se o museu oferece experiências estéticas às crianças, deve entendê-las como um vibrar em comum, sentir uníssono, como diz Duarte Júnior (2001, p.13) Um vibrar que nem sempre, entre as crianças, acontece no silêncio. Elas querem, necessitam compartilhar as emoções, interrogações, descobertas e maravilhamentos. Desejam olhar de pertinho os detalhes de uma obra, descobrir ou ver aquilo que o outro viu na tela (nos utensílios domésticos, no instrumento musical, no brinquedo etc.) e ela não. Isso tudo gera rumores, por vezes gargalhadas, expressões e manifestações de alegria e de medos em alto e bom tom! Quando propomos levar crianças de Educação Infantil para museus para apreciação de obras de arte visuais como experiências significativas de aprendizagens e para ampliar seu repertório com múltiplas linguagens, além de pensar nas propostas educativas que valorize a imaginação com características de brincadeira simbólicas temos que considerar que estas relações ocorram a partir de aspectos motivadores das emoções sensíveis e cognitivas da criança “cognição sensitiva”, dessa maneira se faz necessário analisar o tempo, o espaço e o objeto (obras de artes visuais) que o museu disponibiliza e como elaboram estes aspectos em ações educativas para mediar o trabalho com as crianças. Assim nas propostas e programas educativos que os museus elaboram para as crianças, tem que estar relacionado com experiências daquilo que o museu acredita como sendo saberes e aprendizagens por eles proporcionados que são o tempo, o espaço e objeto como diz CARVALHO; LOPES “como parte integrante da experiência museal” e que simultaneamente também se configuram como saberes e aprendizagens das múltiplas linguagens na Educação Infantil. Neste contexto, as mediações que ocorrem no espaço do museu com crianças de Educação Infantil, têm que ser pensada na perspectiva da criança ter autonomia no seu tempo, decidindo suas preferências e interesses em estar observando no museu aquilo que lhe atrai. Que nessa experiência a criança consiga se conectar com objetos e obras de artes numa perspectiva de enxergar a si mesma e de enxergar ela na relação com objeto ou obra de arte e também dela na relação que elabora entre o passado e o presente, conhecimento este autêntico dos museus. Assim, a criança se apropria dos sentidos e significados que o museu lhe favorece pela experiência da escolha do seu tempo, ou seja, como apresenta CARVALHO; LOPES “A constituição da percepção infantil é potencializada pela possibilidade de ver os objetos – em seu tempo...” e que nessa interação que as crianças irão criando a ressignificação dos conhecimentos e a ampliação do seu repertório e assim reafirmam: Essas experiências podem permitir que as crianças criem sentidos e conexões capazes de gerar novos significados que ampliarão seu repertório, formando uma rede completa de simetrias e contraposições. Quando dispomos levar as crianças de Educação Infantil para estar vivenciando as obras de arte visual no seu tempo, temos que analisar também como o museu esta mediando estas experiências, em um espaço que acolhe este grupo de crianças. Sendo o museu um espaço educação artístico da cultura social, pode ser de arte ou outra tipologia, precisa motivar a atenção do seu público através de um percurso com narrativas interessantes e significativas do material exposto. Assim quando pensamos em turma de crianças de Educação Infantil, isto muitas vezes se torna uma preocupação excessiva, quanto à segurança do acervo do patrimônio cultural que é algo inquestionável pelo seu valor artístico e social, tornando a visita muitas vezes enfadonha para as crianças diante uma imensidão de nãos. Para que esta questão seja melhor resolvida segundo CARVALHO; LOPES “pode-se buscar soluções como existência de áreas de interpretação e de recursos comunicativos que permitem maior interpretação nas exposições, provocando uma recepção mais prazerosa”. Outra forma de mediar estas visitas no museu em relação ao seu espaço seria conduzir as turmas de crianças a uma narrativa da exposição na perspectiva das existências de “diferentes infâncias”, ou seja, que cada criança tem sua maneira própria de ser e de conhecer o mundo ao seu redor, assim propor experiências interativas que incentive a curiosidade e a descoberta que pode ocorrer por dramatização teatral, com oficinas de materiais e jogos lúdicos, com brincadeiras que estimule as diferentes percepções dos sentidos e a imaginação, sem perder o verdadeiro objetivo da mediação educativa do museu que é a interação da criança com o material exposto e não como mera ação de entretenimento. A propósito como CARVALHO; LOPES expõe: ...os museus têm como desafio crucial de criar narrativas que valorizem a cultura material de forma a construir conhecimentos e valores de forma atrativa, que instigue o visitante a desejar e buscar informações sobre o tema. Considerando estes dois elementos essenciais da linguagem dos museus para as crianças, o tempo da observação do público infantil e o espaço de narração do material exposto, para se apropriarem de espaços artístico-culturais como os museus, temos que também nos atentar da linguagem que é a natureza de existir dos museus e de fundamental importância para o desenvolvimento e ampliação de aprendizagens, que são os seus objetos e as obras de arte destes espaços. Percebemos nas brincadeiras e nas ações das crianças que o prazer em juntar, organizar e colecionar seja brinquedos, figurinhas, elementos da natureza ou outras coisas é uma atitude que nos remete na característica similar entre o fazer infantil e a função primordial do museu, ou seja, o ato de colecionar, selecionar e organizar materiais e objetos de sua preferência e que façam sentido e significado, como afirma CARVALHO; LOPES que o ato de colecionar é característico das crianças e dos museus. Assim, para a criança a necessidade de colecionar esta relacionada na manifestação que o objeto, material ou coisa a ser colecionado faz sentido na sua imaginação e brincadeiras. Desse modo, para o objeto ou obra de arte do museu se torne para criança algo a ser apreendido é necessário que este esteja em uma interação com o seu fazer, que consiga dar diferentes significados através dos sentidos, da sua “cognição sensível”, suscitando para si através da observação e contemplação do objeto ou obra de arte a imaginação, o faz de conta, a brincadeira, a sua ressignificação e conhecimento. Por conseguinte como CARVALHO; LOPES colocam: O objeto também tido como elo fundamental no processo de aprendizagem nos museus, proporciona encontros que buscam a construção de sentidos por meio da observação. ...desenvolver um olhar curioso e sensível acerca das coisas do mundo retratados... Diante de todas essas observações feitas sobre como o museu com seus tempos, espaços, objetos e obras de arte devam se fazer “disponibilizado” para acolher as experiências com turmas de crianças de Educação Infantil, temos que compreender como esta visitação feita pelos grupos de crianças, que não confere mais como um entretenimento ou como apenas uma experiência de fruição e contemplação, mas como um momento de aprendizagem de mediação educativa artístico-cultural entre a criança e museu que se propõe estar atenta para “cognição sensitiva” das mesmas, consiga favorecer e contribuir a ampliação de repertório para as múltiplas linguagens. Entendo como já vimos acima, que as múltiplas linguagens são as manifestações, as expressões, as experiências que as crianças constroem, elaboram, experimentam e vivem através das suas ações e brincadeiras nas diferentes linguagens e diversos espaços sociais que a ela atua e convive. Os museus com suas obras de arte visual constroem e contribuem para a ampliação do repertório das múltiplas linguagens nas crianças de Educação Infantil, quando acontece na correlação entre a criança, a obra de arte visual e o museu uma interação significativa de experiências entre ambos. Nesta vivência significativa ocorre que a criança tem a oportunidade e a possibilidade de se expressar e de se manifestar de diferentes formas e maneiras no ambiente em que está e nesta ação e momento vivido socialmente e que podemos denominar a ampliação das múltiplas linguagens. Como relata CARVALHO; LOPES: A criança, para compreender o mundo e desempenhar seu papel na sociedade, precisa usar a imaginação, a criatividade e o poder de observação, mas, igualmente, o brincar, a brincadeira, o jogo e a imitação em situações diversas do cotidiano. Atividades lúdicas e o faz-de-conta no museu contribuem para esse público se constitua enquanto sujeito, conheça a si, aos outros e as relações que permeiam o universo social. Porém para melhor explanação do papel das obras de arte visual nos museus como contribuidoras dos fazeres, saberes e aprendizagens das crianças e sua ampliação do repertório nas múltiplas linguagens, iremos elencar as suas ações: - Estimula as crianças a se expressarem através das brincadeiras, da imaginação e das palavras; - Estimula as crianças a expressarem suas emoções e sensações diante da observação; - Estimula as crianças a ouvir histórias; - Explora a capacidade das crianças se manifestarem por intermédio das linguagens artístico-culturais como o desenho, a pintura, a modelagem, a dança, a fotografia, a dramatização e outros; - Oportuniza as crianças na interação com fatores artísticos, históricos, sociais e culturais favorecendo uma reflexão da sua realidade e a sua ressignificação; - Possibilita as crianças conhecerem e se relacionarem com outras culturas e outras formas de ver o mundo valorizando as diferentes histórias sociais da humanidade; - Oportuniza as crianças usufruir do acesso ao universo simbólico da cultura através do patrimônio do museu; Assim como explica OLIVEIRA (2013; p.319) da contribuição que o museu com suas obras de arte para crianças que frequentam estes espaços. As crianças, nos seus encontros com os museus, suas coleções e exposição, têm a possibilidade de ver objetos de agora e outrora, objetos que povoaram o cotidiano de uma infância passada, uma sociedade, uma cultura. Têm a oportunidade de (re)descobrir detalhes em telas muito conhecidas pelos adultos e, talvez, já invisíveis ao seu olhar. As crianças, ao entrar nos museus de arte, podem construir experiências com os mistérios e a intensidade das cores, da vida e da morte, ou seja, emocionar-se profundamente e maravilhar-se simultaneamente, construir um sentido de admiração pelas coisas do mundo, da vida, do humano. Portanto, no que se refere à ampliação do repertório das múltiplas linguagens artísticoculturais das crianças e como apropriação e ressignificação da manifestação, expressão e conhecimentos da infância para crianças na Educação Infantil o museu com suas obras de arte visual colabora quando, (re)constrói e (re)dimensiona o olhar da criança em descobertas, estranhamentos, curiosidade e admiração. Para que isto ocorra no museu é necessário haver um trabalho de mediação educativa que se preocupa com a “cognição sensível” da criança planejando e reelaborando atividades e experiências nos tempos, espaços e objetos do museu que valoriza a “escuta” atenta da criança e também que valoriza o universo da brincadeira e da imaginação infantil, assim fazendo sentido nas ações, saberes e aprendizagens das crianças. A CRIANÇA DA EDUCAÇÃO INFANTIL E A PINACOTECA/SP A escolha da Pinacoteca/SP como museu a ser estudado e analisado para o artigo se deve em parte por ser um trabalho de conclusão de curso Arte, História e Educação nos museus de São Paulo: A cultura em movimento, do qual a Pinacoteca/SP fez parte do roteiro de aula e estudos. Como também, por ser a Pinacoteca/SP um museu que possui como missão a função coordenar, compor, salvaguardar, ampliar e estudar, comunicar o seu acervo museológico o que contribui e favorece a capacidade da acessibilidade para pesquisa e análise como lugar público de conhecimento artístico-cultural. E por último e que abrange especificamente o artigo em questão é por ter a Pinacoteca/SP a meta de difundir o conhecimento do seu acervo museológico na perspectiva educativa e que pode contribuir fomentando saberes e aprendizagens da cultura nacional para todos os públicos, inclusive para as crianças. Dessa forma compreendemos a relação necessária para analisarmos a Pinacoteca/SP como museu que colabora com seu acervo em obras de artes visuais para o processo de aprendizagens na ampliação de repertório com crianças da Educação Infantil. Para compreendermos melhor como a Pinacoteca/SP vem difundido o seu acervo museológico com o trabalho de mediação educativa com crianças, e verificar como este trabalho acontece com grupo de crianças de Educação Infantil, se faz necessário entendermos sobre o processo na ambientação da Pinacoteca/SP como museu preocupado em viabilizar e divulgar o patrimônio artístico-cultural, do qual se responsabiliza, em ações educativas que permite o público visitante ter a compreensão das obras de artes expostas. A Pinacoteca do Estado de São Paulo é um museu de artes visuais brasileira do século XIX até contemporaneidade e como instituição museológica apresenta exposições temporárias e exposição da mostra de longa duração do seu acervo permanente. Este trabalho da exposição das obras de arte do acervo permanente da Pinacoteca/SP, teve início em 1998, ao final do restauro do edifício e permaneceu em cartaz até 2010, com a mostra aberta no segundo andar. Atualmente no mesmo espaço têm a exposição de longa duração, Arte no Brasil: uma história na Pinacoteca de São Paulo, que foi projetado com um olhar nas avaliações do público visitante do museu com a elaboração multidisciplinar dos vários setores do museu, apresentando como objetivo principal de agregar e oferecer ao público visitante uma experiência e mediação educativa de qualidade por meio da leitura e da comunicação da coleção das obras visuais do acervo que estão expostas e organizadas de forma cronológica. A Pinacoteca/SP mostra aberta do acervo permanente foi projetado e pensado de maneira interdisciplinar para garantir um acesso autônomo do público geral que visita o museu. Está organizada em 9 ambientes que são: A tradição colonial; Os artistas viajantes; O ensino acadêmico; Os gêneros da pintura; A pintura de gênero; Das coleções para o museu; O nacional na arte; Sala de interpretação; A galeria tátil de escultura brasileira. Para cada ambiente da exposição possui como proposta educativa, Arte em diálogo, observar imagens e relacionar ideias com obras artísticas modernas ou contemporâneas que pretende que o púbico elabore e estabeleça uma interação e mediação entre os diferentes olhares da arte perpassando a temporalidade entre as obras expostas a “concepção de que é possível criar contextos para que os visitantes encontrem maneiras prazerosas de ver e aprender por eles mesmos”* de maneira a “propiciar estímulos que contribuam para um desenvolvimento autônomo da percepção e interpretação da arte”*. Para tal, com o objetivo de aprimoramento da experiência do público com as artes visuais e estímulo ao conhecimento da produção artística-cultural a Pinacoteca/SP tem a pretensão de proporcionar com este trabalho de mediação educativa ao público visitante, “a partir de uma série de propostas educativas que buscam explorar múltiplos conteúdos de leitura”*, sensibiliza-lo a compor e criar relações de diálogo entre as diferentes obras de arte visuais, com o espaço e o edifício do museu e as memórias do público. Para que estas ações da Pinacoteca/SP ocorram o Núcleo de Ação Educativa (NAE) desenvolve também, além destas já descritas, uma série de outras propostas e programas a partir das exposições dos museus para o público visitante. Assim o NAE na perspectiva de atender as suas demandas desenvolve programas que abrange duas áreas de atuação com propostas diferenciadas o Programa de Atendimento ao Público escolar e em geral (Papeg) e o Programas Educativo inclusos, mas no que remete ao estudo deste artigo daremos atenção somente para o primeiro programa sobre o público escolar e em geral, no qual abordaremos e analisaremos os programas que possui em sua proposta de mediação educativa para os públicos escolares, alunos e professores, e os programas que possuem questões lúdicas para o público em geral que visita o museu, estas propostas são as seguintes: - Visitas educativas acontecem de 3 maneiras: As visitas escolares por agendamento com grupos de 20 alunos e com 2 educadores; As visitas espontâneas para o público em geral com dias e horários fixados; E as visitas de ações educativas para professores; - Formação para os professores: é um programa que tem como objetivo ampliar a visão do educador para o mundo da arte, museu, patrimônio e educação com ações presenciais ou virtuais com materiais de apoio à pratica pedagógica distribuídos gratuitamente; _____________ * As citações acima fazem parte do livro: Arte no Brasil uma história na Pinacoteca de São Paulo. Guia de visita – propostas educativas p.3, 9 e 11. - Clube de professores: é um programa de atendimento preferencial aos professores que já participam das ações educativas do museu como proposta de ação interativa de diálogos constantes promovendo a discussão, reflexão e desenvolvimento de possíveis projetos futuros para pinacoteca; - Pina dentro & fora: é um programa que tem como objetivo de unir ações educativas do museu com os das escolas através de temas fundamentais de articulação das práticas pedagógicas entre ambas instituição, assim há um material emprestado pela Pinacoteca/SP para o professor interessado que passará por um curso de formação no _ qual desenvolverá as ações educativas, voltadas para professores e alunos do Ensino Fundamental I e II e Ensino Médio. - Dispositivos de autonomia de visitas (DAV): são dispositivos para o público geral para visitar o museu sem necessidade da participação de um educador. No que se refere a estes dispositivos vala destacar, a sala de interpretação, que é um ambiente para compreensão didática da função social do museu e sobre as diversas etapas de uma produção artística tornando um facilitador e contribuidor no valor educacional onde o público geral podem interagir com recursos táteis e audiovisuais e o Eduteca que são jogos educativos disponibilizados para o público poder brincar com o conteúdo da exposição de longa duração; - Pinafamília: que são propostas de atividade lúdicas nos espaços de convivências do museu com a mediação de educadores que distribuem gratuitamente jogos (joga junto) e guias para as famílias ou grupos de pessoas com dia e horário pré-estabelecido pelo mesmo e que faz parte também o espetáculo Pinacanção com narrativa lúdica e cênica sobre o universo da pintura no auditório do museu com retirada de ingresso; - Museu para todos: é um programa virtual disponibilizado no site da Pinacoteca/SP que tem por objetivo contribuir para relação arte e educação e ajudar na viabilização de práticas pedagógicas com material de apoio, textos e jogos. - Ações educativas em exposição temporária: é um programa de atendimento de inserção educacional dependendo do conceito tratados pelos artistas e curadoria. Desse modo percebemos que a Pinacoteca/SP na sua função de mediação educativa possuem várias e diversas experiências e atividades que atendem tanto o público geral como ao público escolar. No que se refere ao público escolar como vimos acima a Pinacoteca/SP tem a preocupação de subsidiar os professores com ações de formação de caráter presencial ocorrendo em encontros e orientações com curso de parceria entre as instituições (Pina dentro & fora), em palestras e visitas mediadas sobre as exposições, em grupos de conversas e reflexões (clube de professores), pelo fornecimento de materiais de apoio a prática pedagógica e de caráter virtual pelo site da instituição com textos e jogos sobre os conteúdos trabalhados do museu e sobre obras de artes e exposição no museu. Demonstrando que o museu reconhece no professor a capacidade de fomentar saberes desenvolvendo e incentivando os aluno este conhecimento. Mas quando observamos os cursos de formação para professores das áreas especificas da Educação Básica Nacional, Pina dentro & fora, observamos que estes consideram somente o Ensino Fundamental I, II e Ensino Médio deixando de atender a Educação Infantil. Como também quando analisamos as visitas de mediação educativa, para grupos escolares de alunos da Educação Infantil, percebemos que não há nenhuma restrição ao atendimento agendado para este grupo de alunos, mas comunica que as atividades são desenvolvidas pensando no público de crianças maior de 6 anos, assim verificamos que não há diferenciação sobre atividades, percurso e dinâmicas para crianças da Educação Infantil, deixando claro a falta de programas e projetos voltados para este público. Assim, como vimos anteriormente que para crianças em idade de Educação Infantil se sentirem envolvidas e acolhidas as ações educacionais dos museus necessitam estar pensando e desenvolvendo projetos e programas com características próprias para este público que estimulem a curiosidade, a imaginação, o olhar atento pelas obras de arte expostas de maneira divertida e lúdica. Em contra partida quando observamos os programas desenvolvidos de mediação educativa para o público geral verificamos que a Pinacoteca/SP se preocupa em atender todas as demandas de público, inclusive a criança pequena acompanhada dos seus familiares com programas de caráter lúdico que são envolvidos e acolhidos em propostas que desperta o olhar curioso e a imaginação como Pinafamília, Pinacanção, joga junto e Eduteca. Reconhecemos dessa maneira que existe diferença nas ações de mediação educativa em relação à criança pequena na idade de Educação Infantil, entre estarem com seus familiares (público geral) e estarem em grupos de crianças com educadores escolares (público escolar), percebemos que a quantidade de crianças seria um dos fatores que se mais evidencia entre os dois tipos de público e que poderia servir de motivo para que havendo propostas lúdicas na Pinacoteca/SP estas não consigam se estender e ir ao encontro de programas que envolvem alunos da Educação Infantil, mas ainda sim seria algo a ser refletido e discutido com Núcleo de Ações Educativas do museu. Portanto, a Pinacoteca museu da artes visuais brasileira do Estado de São Paulo que tem a função de contribuir para acesso ao conhecimento das obras de arte do acervo permanente e das exposições temporárias para todos os públicos visitantes com desenvolvimento de programas de ações educativas como – Papeg - Programa de Atendimento ao público escolar e o público em geral que favorece e contribui para interação e fomentação de saberes e estimulando o conhecimento artístico-cultural, não desenvolve programas para o público de crianças da Educação Infantil, apesar de haver programas para público geral com atividades e experiências que promovam a inclusão das crianças pequenas com seus familiares ao contexto do museu e das obras de arte de maneira prazerosa, divertida e lúdica. Mostrando assim, que não há uma contribuição significativa e lúdica da Pinacoteca/SP para s crianças da Educação Infantil ficando empobrecido o desenvolvimento de aprendizagem para ampliação do repertório das múltiplas linguagens. CONCLUSÃO Ao analisarmos a prática das escolas de Educação Infantil de utilizar os espaços do museu para a visitação das crianças como recurso metodológico para a ampliação do repertório nas múltiplas linguagens verificamos que o museu pode contribuir no processo de ensino/aprendizagem quando o mesmo desenvolve ações de mediações educativas que valoriza o lúdico a “cognição sensível” pensando a criança pequena na sua integralidade. Explicamos que na atualidade as crianças são vistas como sujeitos atuantes que sabem se expressar e manifestar nos seus fazeres e saberes e assim constroem seus conhecimentos através das diferentes experiências e espaços que convivem socialmente. Verificamos que estas experiências vivenciadas em espaços educativos formais ou não formais, como os museus, quando valorizam as interações que as crianças elaboram, constroem, manifestam e estabelecem estão contribuindo para que elas ampliem seu repertório das múltiplas linguagens. Assim, compreendemos que o museu como espaço que contribui para ampliação das aprendizagens e repertório das múltiplas linguagens das crianças da Educação Infantil tem que estar ligado em ações de mediações educativas que cuida do planejamentos de projetos e programas reelaborando atividades e experiências que caracteriza os tempos, os espaços e os objetos do museu com vivências significativas do universo infantil. Quando analisamos a Pinacoteca/SP como museu que possui em seu acervo obras de artes visuais nacionais e tem em sua função a difusão do conhecimento do seu acervo museológico na perspectiva educativa contribuindo no desenvolvimento de aprendizagens e saberes da cultura nacional para todos os públicos verificamos que este museu não proporciona programas educativos voltados para crianças da Educação Infantil. Desse modo, mesmo havendo estudos que aponte a importância da ressignificação dos espaços dos museus no contexto da criança pequena e sua contribuição para ampliação dos conhecimentos, ainda se faz necessário dar relevância em estudos de como o museu pode estar atuando com grupos de crianças da Educação Infantil. REFERENCIAL TEÓRICO ANTONIO, Débora Andrade; GONÇALVES, Cristiane Januario. AS MÚLTIPLAS LINGUAGENS NO CONTIDIANO DAS CRIANÇAS. https.periodicos.ufsc.br>article>view 2008. CARVALHO, Cristiana; LOPES, Thamiris. O Público Infantil nos Museus. 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