A Permacultura na Escola: A prática da Horta Orgânica e a conscientização da...

Por Eduardo Figueiredo | 06/09/2016 | Ambiental

A Permacultura na Escola: A prática da Horta Orgânica e a conscientização da compostagem familiar em Espaços Sustentáveis

1 INTRODUÇÃO

1.1 Apresentação

                No decorrer da história da humanidade, a educação escolar teve como prioridade a representação de fatos sociais, mas na realidade da contemporaneidade e os seus desafios, permite que possamos perceber a escola como formadora na construção de uma cidadania com valores mais éticos e da preservação ambiental.

Nas últimas décadas têm ocorrido grandes transformações nas esferas econômico-sociais e ambientais, e a educação ambiental adentra nesse novo panorama com novos saberes e possibilidades de transformação social que busca novas atitudes e comportamentos que saem da esfera teórica para a parte prática sobre o debate da educação ambiental. Partindo do pressuposto que é necessária uma conscientização que faça os atores envolvidos compreender e vivenciar experiências cognitivas e afetivas em um meio natural. Michael Cohen (1990) afirma igualmente que de nada serve querer resolver os problemas ambientais se não se compreendeu pelo menos como “funciona” a natureza; deve-se aprender a entrar em contato com ela, por intermédio de nossos sentidos, e na relação simbólica de sabermos que fazemos parte dela. 

Os Espaços Educadores Sustentáveis é uma vivência sobre as transformações que queremos que ocorra no mundo, um projeto teórico que visa a conscientização através de oficinas, palestras e atividades interdisciplinares que auxiliem que o conhecimento adquirido na escola possa ultrapassar suas barreiras e imediações, assim contribuindo para ações na comunidade e na própria família do estudante. Portanto um espaço sustentável está intimamente ligada á qualidade de vida ou, de forma mais abrangente, á possibilidade de uma existência digna a todas as populações do planeta. Desse modo , os critérios para alcançar a justiça social, econômica, ambiental e cognitiva, vão além dos critérios econômicos, sociais e ambientais. Passam pelo respeito á diversidade cultural e identitárias no que se refere ao espaço urbano com acesso aos serviços básicos e a participação dos cidadãos na transformação da civilização.

 O Programa Permacultura na Escola busca desenvolver soluções sustentáveis como um pátio escolar mais vivo, ecológico, saudável e por seguinte mais rico em situações de aprendizagem, alegria e entusiasmo; desenvolvimentos de habilidades e criatividade, facilitação de aprendizagem, melhoria da qualidade da merenda escolar, soluções para reuso e reciclagem de materiais, mais profundidade, cooperação e afeto, nas relações sociais, difusão de atitudes e valores ecológicos para a comunidade.

 Na escola Patriarca da Independência Vinhedo São Paulo, analisar o projeto educacional de compostagem e permacultura desenvolvido no pátio interno referente as salas de aula, durante a realização dessas atividades a principal intenção é proporcionar aos alunos uma vivência e reflexão sobre a tomada de decisões envolvendo a utilização e finalidade dos espaços comunitários e escolares, ao mesmo tempo em que se desenvolva noções sobre as características, limitações e potencialidades do ambiente em que se encontram.

 No caso da interdisciplinaridade que será retratada as atividades, segundo (MOREIRA 1999), são na medida em que se processa o ambiente simbólico, material e humano constantemente em reconstrução, em que são construídos significados e a identidade social na qual se firmará cada indivíduo.

A meu ver, a idéia do currículo como sendo um texto permite designar tudo que se escreve sobre as experiências do conhecimento a serem desenvolvidas por professores e alunos, bem como tudo que se faz para materializa-las nas escolas e nas salas de aula. Inclui, portanto, tanto as intenções quanto ás vivências (MOREIRA, 1999, p.24).

O currículo acaba por se inscrever em relação com determinados espaços, que em maior parte são ás áreas construídas da escola. Esses espaços estabelecem relações com o processo educativo, para o desenvolvimento da aula e a construção de um texto curricular.

A arquitetura e a ocupação do espaço físico não são neutras. Desde a forma da construção até a localização dos espaços, tudo é delimitado formalmente, segundo princípios racionais, que expressam algumas expectativas de comportamento de seus usuários. O espaço arquitetônico da escola expressa uma determinada concepção educativa. Essa questão, no entanto, é pouco discutida entre os educadores. Não se leva em conta que a arquitetura é o cenário onde se desenvolve o conjunto das relações pedagógicas, ampliando ou limitando suas possibilidades. Mesmo que os alunos, e também professores, o re-signifiquem, existe um limite que muitas vezes restringe a dimensão educativa da escola. Uma discussão sobre a dimensão arquitetônica é importante em um projeto de escola que se proponha a levar em conta as dimensões sócio-culturais do processo educativo. Ao mesmo tempo, é preciso estar atentos á forma como os alunos ocupam o espaço da escola e fazemos desta observação motivos de discussões entre professores e alunos (DAYRELL, 1996, p.148)

1.2 Problema

                A dissertação deverá responder ao seguinte problema: Como a permacultura pode contribuir com uma visão inovadora de gestão coletiva e criativa dos espaços escolares, que incluiu as potencialidades locais na aprendizagem curricular. Levando os alunos e comunidades a conscientização que existem sistemas produtivos que suprem as necessidades das populações humanas sem causar impactos ambientais e sociais negativos através de um trabalho em conjunto com a natureza, integrando idéias das diversas áreas do conhecimento, das tradições e dos saberes populares de forma adaptada a cada realidade.

A educação ambiental surge hoje como uma necessidade quase inquestionável pelo simples fato de que não existe ambiente na educação moderna. Tudo se passa como se fossemos educados e educássemos fora de um ambiente. Tais motivos, como veremos, estão profundamente enraizados em nossa cultura, no nosso próprio modo de ser e estar no mundo. A adição do predicado ambiental que a educação se vê agora forçada a fazer explicita uma crise da cultura ocidental (GRUN, 1996, p. 21)

1.3 Justificativa

                Com essa pesquisa, espero trazer diversas contribuições tanto metodológica quanto no tocante ao desenvolvimento de uma noção de sustentabilidade como um todo.

1.4 Objetivos


1.4.1 Objetivos Gerais

                Objetivo geral: Analisar o projeto sobre compostagem e permacultura que ocorre na escola Patriarca da Independencia e outros projetos, que a partir de uma intenção pedagógica no sentido de fomentar a promoção da cultura da vida e da sustentabilidade no espaço escolar.

1.4.2 Objetivos Específicos 

                Analisar o que foi feito na oficina, práticas da compostagem e horta orgânica. A proposta consiste em articular atividades de exploração do tema, contribuindo para uma melhoria do ambiente da escola e da comunidade. O início das atividades sobre o projeto começou com o Conselho da Escola decidindo os atores principais: pais, alunos, professores, representantes da comunidade, funcionários , com reuniões periódicas e os alunos trabalhando na compostagem e horta orgânica, professores orientando e os pais participando das reuniões e atividades extra-escolar (compostagem familiar). Os planos de ação começam com a participação dos alunos nas atividades da implementação da compostagem e horta orgânica.

O manual de compostagem para indicar seu uso e divulgação aos pais-comunidade.

O manual decorre de uma breve cartilha feita pelos alunos que leva-se em conta o espaço que seriam feitos a compostagem e a horta orgânica na comunidade. Em primeiro lugar: a escolha do local. Lugares ensolarados: hortaliças precisam de muita luz para crescer sadias. Por isso, devem ficar longe de árvores, muros e paredes que façam sombras. Água potável: para irrigar, é ideal que seja próximo a uma fonte de água de boa qualidade e em abundância. Terrenos bem drenados: as raízes das hortaliças respiram muito e, em terrenos encharcados, a quantidade de ar disponível no solo é insuficiente e atrasa o crescimento, ocasionando, em muitos casos, o aparecimento de doenças. Prepare o terreno: escolhido o terreno, deixo-o em condições de plantio. Capine o mato, arranque tocos de árvores, cate pedras, cacos de telha ou vidro e retire restos de entulho. As hortaliças retiram do solo muitos nutrientes, principalmente nitrogênio, fósforo e potássio. Por isso, os canteiros precisam ser muito bem adubados. A adubação pode ser feita em esterco curtido ou composto orgânico. Formar canteiros  com 15 a 20 cm de altura, com cerca de 1m de largura (o comprimento vai variar de acordo com o tamanho do terreno) e deixe um corredor entre os canteiros de 40 a 50 cm de largura para circulação. 

Expandir as informações e participação extra-escola-curricular

3 METODOLOGIA 

A realização deste trabalho contará com a analise da participação de um grupo de alunos numa faixa etária entre 13 e 18 anos de idade, em sua maioria estudando no período diurno, incluindo outro programa de reeducação ambiental que ocorre na escola sobre a permacultura, horta orgânico e compostagem. Uma escola sustentável considera que o território é o espaço que constrói as identidades, ou seja, um currículo cultural do sujeito, da comunidade escolar e também da sociedade brasileira, por isso, o intuito do trabalho é fazer uma apresentação sobre o tema permacultura na escola, seus desafios de espaço e conscientização entre todos os atores desse processo, pais, comunidade, estudantes, professores e funcionários.

Iniciando com a apresentação da oficina sobre a compostagem domestica do lixo para alunos, pais e integrantes da comunidade. Introduzindo exposições e aulas sobre os conceitos e características. A compostagem é a reciclagem da matéria orgânica de origem vegetal e animal (facilmente putrescível), como, por exemplo, restos de comida, podas de árvores, folhas, etc., os quais são transformados em um produto denominado composto.

A compostagem é controlada por atividade microbiológica, que é influenciada pela composição do material de partida (relação carbono\nitrogênio – C/N, idealmente 30/1), aeração (fornecimento de oxigênio) e umidade. As substâncias nutritivas, como carboidratos, aminoácidos, lipídios e proteínas, são rapidamente decompostas pelos microrganismos. Essa reação libera energia na forma de calor e conduz á formação de gás carbônico e água. A decomposição de celulose e lignina forma o material húmico, que pode ser considerado produto final da compostagem, ou seja, o próprio composto.

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