A perda dos valores ético-ambientais na contemporaneidade

Por Juliana Ferreira Lima | 17/02/2017 | Ambiental

Travamos uma batalha diária na tentativa de sensibilizar os atores sociais a respeito das atividades predatórias produzidas exarcebadamente sobre o meio físico, ecossistemas e capital naural. Os frutos da ação antrópica são altamente nocivos a todo e qualquer tipo de vida no planeta, a população em geral deve estar consciente de que não é preciso ser ambientalista, nem tampouco profissional da área para cuidar e respeitar os limites de extração e apropriação dos recursos naturais disponíveis no meio ambiente. Talvez esta problemática esteja ligada aos traços culturais, aos disturbios educacionais tanto no espaço escolar, quanto no seio familiar, sociedade. O fato é que vivenciamos cotidianamente o uso desenfreado dos bens ofertados pela natureza, das mais diversas formas possíveis, embora , saibamos dos inúmeros impactos gerados direta ou  indiretamente, como a poluição do ar, água, solo, nuclear, os deslizamentos, inundações, desequilíbrios climáticos, ocupação desordenada do espaço urbano, enfim, uma avalanche de obstáculos impedindo o desenvolvimento sustentável a curto, médio e longo prazos.

Na verdade, grande parcela dos indivíduos inseridos em sociedade que se dizem cidadãos “esclarecidos” costumam preoupar-se muito pouco com a preservação do meio ambiente em sua essência, raramente se engajam em projetos ou ações voltadas as causas da área, além de possuirem visão destorcida sobre os valores éticos e morais inerentes a proteção da natureza. Apesar dos encontros, conferências, planos de implementação da legislação referente a  manutenção ambiental, os resultados alcançados até hoje deixam a desejar em diversos aspectos, paradoxalmente a realidade é alarmante, algumas perdas são irreparáveis, como por exemplo, o decréscimo da biodiversidade nos diferentes biomas terrestres, sem deixar a márgem os ecossistemas aquáticos que também vem sofrendo um elevado défcit em espécies faunísticas e florísticas simultaneamente.

Outro fator pertinente, neste contexto trata-se da ilegalidade, a comercialização dos recursos encontrados no meio ambiente é realizada sem o menor pudor. Nos espaços  florestais, ocorre com frequência  a extração de madeira ilegal, a biopirataria, o tráfico de animais silvestres,  ações legítimas de crime ambiental grave. Mais uma comprovação do descaso que assola as questões ambientais em todos os âmbitos. Contudo, tal problema decorre principalmente da soma de deficiências no setor educacional, político, cultural e econômico. Especialmente pela ausência de políticas mitigadoras eficazes por parte dos órgãos governamentais, mas a sociedade também tem sua parcela de culpabilidade, uma vez que insiste em ignorar os sinais de alerta que o planeta vem apresentando com o decorrer do tempo, o efeito estufa juntamente ao aquecimento global são consequências ameaçadoras, afinal toda ação gera uma reação.