A Pequena Cantora em New York
Por Paulo Rabelo Guimaraes Machado Diniz | 08/06/2016 | CrônicasA Pequena
A pequena notável, outra artista e eu chegamos para o evento na Broadway.
A pequena, outra artista e eu
Chequei à pequena pela outra artista (esta tinha valor transitório tanto no meu sonho tanto quanto sua vida que era nômade, sem raízes, estava onde mais bem era paga). Já a Pequena, também artista tinha uma vida de propósito. Sabia que seu repertorio acabaria um dia ou ficaria antiquado e aproveitava o seu sucesso para construir um grande negócio de show business ou aproveitaria o sucesso para um grande trabalho voluntario que ela considerava – revolução cultural no País. Acreditava que trazendo grandes artistas com recursos públicos, graças ao seu trânsito junto a políticos, os brasileiros passariam a apreciar o bom show, acreditava em melhorar o refinamento dos gostos brasileiros para a grande ópera. Essa sua paixão impressionava-me e eu tentava ajudá-la. Para acompanhá-la não era tarefa simples já que sua energia era inesgotável. Parecia não cansar nunca aquela pequena notável. Saía de show em show; de camarim em camarim; entrevistando, registrando os contatos de empresários dos artistas. Ela sabia usar sua influencia, mas eu não aparecia muito. Ela, portanto, era meio que dependente de mim, pois se perdia no meio de tantas informações. Para fazer uma síntese de tudo me consultava. Minha ocupação, meu trabalho era mais discreto, acho que decidia sobre alocar investimentos, pois estava eu na diretoria de um conselho de fundos de pensão. Ela, por sua vez me encantava mais e mais. Gradativamente eu deixava meus negócios para realizar os sonhos dela. No entanto, eu não percebia ser esta a minha motivação. Pensava estar eu sendo convencido pelo negócio do show business. Por show business desfazia dia a dia minha participação no conselho do negocio principal de minha ocupação e cada vez mais o meu tempo era para aquele negocio excitante da pequena notável. Só vim a descobrir que não era pelo show bussiness sim por ela é que eu dava esta quinada na minha carreira. Já deseja apenas casa de sapé na beira do riacho na minha melhor idade com ela. A ambição minha já havia destroçado. Assim, caminhava no tempo. A minha estabilidade estava numa mudança constante e o meu combustível da minha mudança era o movimento dela. Bastava aproximar. Um café da manhã no hotel dela para longo eu reabastecer os ânimos. Pensava até quando isso vai durar e não sabia dizer. Acordei.
Já se passou uma década que eu circulava pela Broadway como um simples expectador. Nesta noite a doze mil milhas de distancia tive o privilegio de ser muito mais que um simples expectador passou a ser um protagonista do show business.
Sinto ser uma dádiva do mundo verdadeiro a este humilde servo. De fato, não é a riqueza que traz felicidade. Ela só compra mesmo o ticket, mas não garante que o espetáculo te faça feliz. Ilusão é igual estar dormindo uma hora você terá que acordar. Agora, ter uma vida integral permite ser protagonista da felicidade. Este sonho é a prova.