A PEDAGOGIA EMPRESARIAL NO GERENCIAMENTO DA INTELIGÊNCIA E DO CONHECIMENTO MULTIFOCAL NAS ORGANIZAÇÕES

Por Tânia Luz | 14/03/2012 | Educação

A PEDAGOGIA EMPRESARIAL NO GERENCIAMENTO DA INTELIGÊNCIA E DO CONHECIMENTO MULTIFOCAL NAS ORGANIZAÇÕES.

"Crescer como Profissional significa ir localizando- se no tempo e nas circunstâncias em que vivemos para chegarmos a ser um ser verdadeiramente capaz de criar e transformar a realidade em conjunto com os nossos semelhantes para o alcance de nossos objetivos como profissionais da Educação". Paulo Freire

 

Embora sejamos autores de nossa própria história, no decorrer da nossa caminhada, é possível perceber que contamos com co-autores que são fundamentais no processo do desenvolvimento humano e, à medida que começamos a ver, ouvir e falar, esses co-autores já estão presentes em toda a construção do conhecimento e da inteligência multifocal.

Portanto é preciso ter consciência que estamos em constante aprendizagem, sendo assim, todo o espaço ocupado por nós permite deixar uma marca de identificação, a qual poderá ser mais tarde a diretriz de ser, fazer ou agir, bem como a diretriz de não ser, não fazer ou não agir.

A educação é a fonte de todo o nosso conhecimento. Para tanto, podemos recebê-la codificada e às vezes, decodificada. Para esclarecer melhor este assunto façamos uso do exemplo da hetero-educação, essa que recebemos do meio em que estamos inseridos, das pessoas com as quais convivemos e da sociedade.  Podemos encara-la assim:

  • Espontâneas - automáticas ou intencionais isso é inconsciente, por meio   de hábitos, da tradição e costumes.  Recebemos alguns códigos de inteligência que precisam ser decodificados, e que muitas vezes, acabam por estar intríncico em nós e  não os percebemos, embora nos influencie, não os intencionamos.
  • Intencionais - por meio do grupo social ao qual pertencemos. O próprio nome já diz, “intencional” exatamente estes são códigos de inteligência decodificados, porque permitimos conscientemente sermos influenciados por eles.

Da mesma maneira, a auto-educação que buscamos por nós mesmos, os códigos podem ser:

  • Intencional - por meio da busca de conhecimentos sem professores, mas através de livros, vídeos, filmes, revistas, internet, visitas ao museu entre outros,  que por ser uma influencia que buscamos obter, pode-se por assim dizer, que esse código de inteligência está decodificado.
  • Não intencional - que recebemos por meio da participação em brincadeiras, divertimentos, festas, lazer de varias naturezas, Uma vez que não o intencionamos obter um código de inteligência, entre tanto ele  esta presente independentemente nossa decisão.     

Os códigos precisam ser decifrados e analisados por nós e em nós, antes de nos tornarmos uma ponte de conhecimento. Para isso, é preciso buscar a inteligência multifocal, com a qual se pode ampliar o horizonte, redimensiona-lo e modifica-lo segundo a necessidade. À medida que os decodificamos, entendemos melhor o meio em que estamos vivenciando no momento e passamos a enxergar com mais clareza. Criando assim, de certa forma, um ambiente favorável para o desenvolvimento do conhecimento em várias dimensões.

Nesta perspectiva, devemos estar atentos para os códigos do conhecimento tácito ou intuitivo. Este não pode ser apenas observado ou estudado, por que é a história do individuo e está armazenada dentro de si, ou seja, “sua experiência de vida”. A descodificação pode ocorrer por meio de  diálogo, convivência, apreciação e valorização. A Atenção aos Detalhes é importante e que precisam de muita dedicação quando o assunto é habilidade e capacidade específica.

Pensando deste modo, o desempenho do profissional da educação, deve estar alinhado a esta inteligência multifocal para, então, contribuir de forma mais assertiva na construção do conhecimento. No momento, estamos focando a gestão deste conhecimento nas empresas, o que se faz necessário, através do uso uma lente multifocal no processo de sondagem; para assim, gerar novos conhecimentos, que ocorram sistematicamente; de maneira que estimulem a auto realização e o desenvolvimento do potencial criativo dos colaboradores.

A necessidade educacional das organizações deve ser alcançada, de maneira que todo o processo de construção do conhecimento tenha coerência.  Para isso, o pedagogo empresarial ao unir forças com outros departamentos dentro da instituição obtêm maior êxito na sondagem , identificando as áreas deficientes para então, desenvolver mecanismos de inteligência multifocal e direciona-la para o progresso da organização.

 

Nesse sentido Cury contribui quando afirma que

Bons profissionais obedecem a ordens, enquanto excelentes profissionais pensam pela empresa. Os que obedecem à ordem só enxergam a crise depois de instalada, mas os que pensam pela empresa percebem seus sinais sutis antes que ela surja (CURY, 2008, p. 178).

 

Considerando a mudança constante da sociedade, se faz necessário à busca pelo gerenciamento do “eu” e das faculdades emocionais, porque segundo as transformações que ocorrem no mundo global, é preciso “pensar rápido”, o que torna mais importante ainda, o domínio próprio e o equilíbrio. Quando a idéia é envolver a organização em uma atmosfera de renovação, realização e aprendizagem multifocal, ter o controle das emoções e saber manter-se controlado sob as desventuras da vida, principalmente aquelas situações inesperadas que fazem parte do cotidiano organizacional é o que torna uma pessoa muito mais eficaz e capaz de aprender e a desenvolve a inteligência multifocal.

Pensando bem, estamos frente a um desafio, que é gerenciar a nós mesmos, para podermos gerir o conhecimento organizacional, levando em consideração a história individual e coletiva de cada pessoa dentro da organização, colocando em pauta o avanço, a qualidade, a inovação, a competitividade, os lucros e a produtividade. Portanto, decidir por investir o que for necessário para alcançar o sucesso, dependerá da organização. Porém, sabe-se que não é a organização que aprende e sim as pessoas que estão inseridas em seu cotidiano, nas mais diversas funções. Considerando isso, precisamos de colaboradores que sejam encorajados a pensar pela empresa, aprendendo a aprender, a se reinventar e ser criativo segundo os desafios que lhes são propostos. Se tratando de educação, façamos uso da inteligência multifocal para tornar possível a união de forças na construção do conhecimento e de uma sociedade mais justa.   

 

 

 

 

                                                   Bibliografia

 

 

CAVALHEIRO, CARMEN, Palestra e Apostila: Organização de aprendizagem e Gestão do conhecimento nas Empresas. Belém, 2012.

CURY, AUGUSTO, O código da inteligência. Ed. Rio de Janeiro: Editora Ediouro, 2008.