A Origem da Significação.
Por Edjar Dias de Vasconcelos | 02/10/2013 | PoesiasA origem da significação.
Quem fez tudo isso.
Palavras por palavras.
O olhar do céu noturno.
Litogenético.
Quem criou as estrelas.
O brilho prateado da lua.
Para iluminar os caminhos.
Quem pensou em você apenas.
Para te contemplar.
O infinito indefinido.
Inexoravelmente.
O mundo.
Inventou até o anonimato.
Afetos escondidos.
O orvalho.
Que molha o olhar.
A saudade dos tempos.
Perdidos.
Nessa imensidão.
Indecifrável.
O encanto.
Das estrelas.
A luz que iluminam.
O vosso caminho.
Criou até um paraíso.
No qual não estamos.
Inventaram uma serpente.
Que expulsou Eva.
Do luxuoso.
Jardim.
O vento.
Para ondular o vosso.
Sonho.
A saudade.
De um tempo inexistente.
O que passou.
Foi apenas.
Um sinal.
Indecifrável.
Interessante.
Perdido.
Para o futuro.
Incomunicável.
Não sei pensar.
Mas sinto saudade.
Do tempo.
Que não se pode realizar.
Devo dizer.
O segredo.
De uma história.
Que não foi concretizada.
Que mundo é esse.
Não sei dizer.
Não consigo compreender.
Apenas sinto um pouco.
De medo.
Das veleidades.
Intuitivas.
De um caminho
Que não é o desejo.
Pasticho.
Da magnitude indelével.
Mas imagino.
O que seria a diferença.
De uma esperança.
Contida.
Nas palavras.
Não ditas.
Sei que tem coisas.
Para as quais.
Não existem ainda.
Códigos.
Multirreferencias.
Para a linguagem.
Esse é o medo.
Dos sinais
Fechados.
Distante do entendimento.
Se não sei compreender.
As insignificâncias.
Como poderei dizer.
A mim mesmo.
Nessa solidão de ausências.
De palavras.
Ainda não elaboradas.
Entao serei apenas.
Como uma nuvem.
Que desloca no universo.
Esse deslocar não tem centro.
Caminha em direção.
Da ausência de força.
Sem gravidade.
O universo inteiramente.
Perdido.
Girando no próprio eixo.
Como se existisse um olhar.
A distância.
Tentando compreender o tempo.
Quando sua referência.
É a próprio sentido.
Solitariamente .
Caminhando.
As ausências construídas.
As imagens.
Da imaginação.
Sem destino significativo.
O que resta.
A esse tempo esquecido.
Apenas a descrição.
Do último propósito.
Cuja natureza.
É obviamente ideológica.
Mas o que é que não é.
Apenas a falta de significação.
Resquício de um mundo.
Perdido.
Quanto a minha pessoa.
A nominalidade.
Do conceito referente.
Ao destino.
Cheio de fiúza.
Do entendimento.
Exatamente do meu não ser.
Que sou.
A distinção de qualquer filosofia.
Afirmativa mimeticamente.
A sensação de não ter absolutamente.
Nada na cabeça.
A não ser os processos de sínteses.
Uma segunda razão.
Que elimina os primeiros.
Entendimentos.
É magnífico.
Ser exatamente desse modo descrito.
Sem precedência.
Ausência de valoração.
Livre para voar e perder-se.
Na falta de gravidade.
De vácuo.
Ser a própria solicitude.
Do infinito solitário.
Aos entendimentos.
Incomensuráveis ao tempo.
A imaginação perdida.
Por meio de um único trilho.
Mundo, mundo, de ninguém.
O que sou a não ser esse mundo.
Com uma olhar cheio de ternura.
E complacência.
Ao tempo esquecido.
A lonjura dos sinais fantasiosos.
Dos vossos pascácios dizeres.
Lépidos.
Ao liame do sobestar.
De contemplação.
Do indecifrável silêncio.
Edjar Dias de Vasconcelos.