A ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO E A SAÚDE DO PROFESSOR DA ESCOLA DE ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO "FREDERICO BOLDT"

DELINEAMENTO DA PESQUISA

O interesse pelo estudo da temática "Relação trabalho/ saúde do professor" (tese de mestrado da professora Marinete Rosa Pereira Mascarello) como trabalho de conclusão de curso de Pós Graduação, surgiu a partir da realização de uma pesquisa feita por mim e os demais alunos do 3º período do curso de Filosofia da Faculdade Salesiana de Vitória no ano de 2006 na disciplina psicologia da Educação.

No desenvolvimento do referido trabalho o que mais chamou a atenção foi o fato de ser um tema que até então não havia tido a oportunidade de estudá-lo e nem imaginava a possibilidade dos professores passarem por tantos problemas de saúde. No entanto, constata-se que existem diversas pesquisas feitas por vários estados, como por exemplo, em ES (Vitória) com o apoio da prefeitura de Vitória e BA (Salvador) com o apoio do CESAT (Centro de Estudos da Saúde do Trabalhador).

Esteve (1999) em sua literatura também discute essa problemática e afirma que a saúde do trabalhador docente está cada vez mais debilitada, podendo tal situação estar relacionada a vários motivos: desde ao cansaço físico de ficar em pé por várias horas ministrando aula, falando muito, até problemas emocionais devido às insatisfações com a profissão, desvalorização da categoria, falta de uma boa infra-estrutura no trabalho, baixa remuneração, problemas familiares e outros.

Diante destes problemas relacionados à saúde do professor, segundo Esteve (1999) percebe-se que esse profissional está cada vez mais necessitando de se empenhar em suas atividades como docente devido à desvalorização do trabalho, em que a profissão de magistério está deixando de ser opção e passa a ser uma única alternativa de trabalho.

Ressalta ainda, que o professor hoje está tão atarefado que às vezes não sobra tempo nem sequer para sair com a família ou este tempo pode ser ocupado com outras atividades chamadas de "bicos" para ajudar na renda familiar. O excesso de trabalho contribui para o mal-estar docente desencadeando vários problemas de saúde tais como: dores no corpo, estresse, depressão, problemas respiratórios, perda de voz, diversos problemas psicossomáticos entre outros.

A voz do professor tem sido estudada pela fonoaudiologia brasileira. Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) indicam que o Brasil está entre os países que têm as maiores incidências de câncer de laringe.

Diante do exposto, as questões de investigação para esta pesquisa são: as dificuldades relacionadas à saúde enfrentada por esses profissionais, condições de trabalho, relação entre as possíveis doenças existentes e o mundo do trabalho que acometem os professores da Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio "Frederico Boldt" em Santa Maria de Jetibá ES. Reflexões críticas e leituras de obras relacionadas ao tema e entrevistas feitas aos professores por meio de questionário nortearão o desenvolvimento dessas questões.

O desenvolvimento da pesquisa dar-se-á por meio de três capítulos que se desdobrarão em sub-capítulos que abordarão os temas abaixo e sua pretensões:
- A relação saúde trabalho; abordará algumas causas que poderão contribuir para o adoecimento do trabalhador.

- Como está à saúde do professor, abordará o mal-estar docente e suas causas.

- A saúde do professor da Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio " Frederico Boldt" a análise será feita através de texto, resultado da pesquisa aplicada aos professores.