A NÉVOA
Por J. Medeiros | 10/06/2009 | Contos´´Há fumaça ,muita fumaça´´,pensou ela ,como poderia respirar ou pensar com toda aquela névoa ,assim se mantivera sem saber ao certo, quanto tempo.
Seus pensamentos iam de um ponto ao outro ,vinham lembranças e discernimentos;mas o certo é que ela não conseguia enxergar agora.Toda aquela névoa que não se sabe de onde vinha á impedia de procurar ajuda,esperara um tempo,pois achou que logo passaria,mas não passou.
´´Talvez alguém me veja´´,pensava ela ,ás vezes alternava esse pensamento com outros de raiva,de solidão,de medo,de esperança,comodismo,de iniciativa,de comodismo,de revolta e outros tantos que teve bastante tempo para sentir.
´´Engraçado,talvez seja um sonho ou melhor,um pesadelo...não poderia,é real´´,pensava ela.
Aquela névoa ou fumaça á deixava confusa,perdida,tirava toda sua lucidez,´´nada podia fazer´´,pensava e mais se acomodava.
Então mais tempo passou,sem saber ao certo quanto e mais se acostumou com todos aqueles sentimentos contraditórios e toda aquela confusão de idéias,mas enfim se acostumou.
E nada mais murmurou,era como estar cega,mas enxergando.Aprendeu a andar naquela densa fumaça,mas só conseguira reaprender o necessário,o resto tornara-se difícil demais,não se movia bem naquela neblina.
´´Estou perdida ,pra sempre perdida´´,mas para alguém que não tinha braços nem pernas,ela estava bem,não que ela não tivesse,pois tinha,mas por causa do nevoeiro,era assim que sentia-se.
E assim foi que passou muito e muito tempo,até que por encanto ou outro motivo que não se sabe qual,o nevoeiro se dissipou e ela finalmente liberta,liberta finalmente,chegava ao fim junto com o nevoeiro.
E ela foi-se sem se ver ,não teve nem tempo de ver o dia,o sol ou a lua.
---Que excelente mulher—diziam
---Uma esposa e mãe impecável—diziam
---Era uma mãe pra mim—dizia o marido.
Sem ver o dia ,o sol ou a lua...ela foi-se.