A Motivação da Vida

Por Geraldo Gerraro Goulart | 14/07/2013 | Filosofia

A Motivação da Vida.

Texto: Romanos 8. 18. 

Há uma fadiga generalizada, que se observa diariamente na vida do ser humano e da sociedade como um todo. Esta angustia estampada nos olhares e rostos da maioria dos seres humanos é conseqüência da incerteza que as pessoas possuem em si mesmas e nos outros indivíduos. 

Os seres humanos efetivamente, por certos momentos em sua vida são acometidos por uma falta de confiança que tragicamente invade seus corações e mentes. Os indivíduos não são confiantes de que seus anseios, aspirações e sonhos possuem uma escora, um suporte ou apoio divino. 

Uma onda de incertezas invade o homem em seus momentos mais sombrios de solidão, desespero e tristeza. A desconfiança em Deus e nos homens assola o coração daquele cuja fé em Deus é muito pequena ou inexistente. O homem que se entrega à fraqueza espiritual e se distancia de Deus e permite, ainda que não saiba, que a incerteza imprima um sentimento de angustia em sua alma. O sentimento de hesitação se faz presente em quase tudo que este homem realiza na vida dele. 

O ser humano se vê cercado de incertezas, assombrado por uma inconstância espiritual como se algo embaixo dele se rompesse e o deixasse como que suspenso no ar. É como se a vida estivesse segura por um fio apenas, não um fio qualquer, mas uma tênue linha que não suporta o próprio peso, em que se rompendo a linha, toda a vida viesse a se romper. 

Há uma desordem na mente e na alma das pessoas que as leva a uma enorme dissociabilidade. É comum notar as pessoas estressadas, raivosas e até mesmo violentas em situações corriqueiras como engarrafamento no trânsito, filas em bancos, supermercados, drogarias e postos de combustíveis. 

Para termos ideia da alienação na qual a sociedade está entrando, basta lembrar-se de atos de intolerância, falta de cortesia e educação e expressão física de violência com o uso de força bruta estampada todos os dias na mídia e flagrada nas ruas das grandes metrópoles. 

O ser humano está perdendo a noção de respeito próprio e respeito com o próximo, o consumo de bebidas alcoólicas e outras drogas perigosas tem crescido diametralmente. Homens e mulheres, tanto jovens quanto adultos, fazem disputas diariamente pelos bares da cidade, para ver quem consome mais bebida alcoólica, quem dirige em maior velocidade, quem se porta socialmente de forma mais irresponsável. 

A noção de regras sociais não existe mais para a maioria das pessoas que ultrapassam os limites da civilidade, desde o falar ao celular enquanto dirige e ou em alta voz, não importando o ambiente, passando pela música altíssima do carro, e à direção perigosa do veículo como se fosse o dono da rua, da rodovia ou do mundo. 

Os homens perecem por falta de amor, compreensão uns com os outros, tolerância religiosa e territorial, e pela falta principalmente de não conhecer O Deus verdadeiro, O Senhor Todo-poderoso, O Ser supremo celestial, O Emanuel, O Deus conosco[1]. 

Não conhecem e nem querem conhecer. Os homens estão “riscando” o nome de Deus de suas agendas mentais. Estão apagando o amor de seus corações. Quando na vida do homem não existe horizontes, amplitude e visão de que o impossível possa se tornar possível, a vida dele se resume apenas em uma possibilidade de incertezas. 

Quando o homem não nutre nenhum ânimo ou esperança de mudança, tudo à sua volta se torna, não apenas um desafio, mas uma impossibilidade. Ele se torna prisioneiro de sua crença no pessimismo, prisioneiro de sua própria incapacidade de crer, ter fé e arrojar-se rumo ao desconhecido. 

Quando não valorizamos as possibilidades que a vida nos oferece e quando abrimos mão da fé e da esperança outorgados a nós por Deus, e com as quais a vida nos contempla a cada manhã, o futuro não mais é algo à nossa frente, mas apenas um sonho em nossa memória. Desta forma, perdemos o foco, o objetivo de viver, e a vida acaba por morrer em nossas próprias mãos. 

Temos de tomar o cuidado para não cairmos na “armadilha” da rotina. Se não, a vida não terá nada que nos empolgue, ela se tornará muito “maçante” para nós e o dia-a-dia será simplesmente a repetição de “uma coisa atrás de outra” sem significado algum que nos alegre, impulsione e nos mantenham vivos. 

Schopenhauer, o filósofo do pessimismo, disse certa vez não saber quem realmente era e muito menos o que esperava da vida. É comum vermos que muitos indivíduos também em nossa época não sabem o que esperar de suas vidas. Contudo, em meio a toda esta escuridão de incertezas que povoam o interior humano, há uma possibilidade, existe uma luz para a qual todo aquele que não sabe mais para onde ir deve correr, e correr o mais depressa possível. 

Em meio a tantos caminhos que não conduz nossa vida a objetivos práticos, existe O Caminho[2]. Em meio a tantas dúvidas e mentiras que solapam o espírito humano existe A Verdade que deseja dar base sólida e duradoura à frágil alma do homem. E, se já não existe mais um fio de esperança de vida, se não há um sopro sequer de vitalidade em nosso corpo cansado do sofrimento e da angústia. É nos apresentado A Vida que quer nos salvar, primeiro de nós mesmos e consequentemente nos salvar também de um mundo corrupto, incerto, pecaminoso e escuro. 

Jesus Cristo é O caminho, A verdade e A vida, devemos buscá-lo para encontrar àquilo que nos falta para termos uma vida segura e feliz. Jesus não é apenas uma alternativa, mas a única alternativa válida na qual podemos reivindicar a “regeneração de nossa alma”. Tanto para o agora no presente quanto para a eternidade. 

É necessário dizer que a vida somente terá significado para nós neste mundo, se pudermos imaginar que transcenderemos a eternidade, pois se não for assim “Seremos os mais miseráveis dos homens” [3]. Pensar na vida eterna ao lado Deus, após sofrer tantas aflições neste mundo terreno, desumano e injusto é o que deve nortear a esperança humana, pois sem a perspectiva de uma vida além e melhor, justa e feliz, toda a vida aqui é nada[4]. 

Nossa esperança de melhora deve ser em tudo ou em nada. Ou seja, devemos querer mudança e melhora tanto física, quanto espiritual o que incluirá os dois tipos de vida, a terrena e a celeste. Devemos almejar uma mudança para melhor da nossa vida neste mundo e principalmente uma mudança de nossa vida espiritual, o que nos fará herdar a vida eterna no céu e não no inferno. 

Se pensarmos em obter melhorias somente em nossa área social, física e econômica. Se nossa perspectiva se resumir apenas a esta vida aqui, não haverá muito “sentido” em viver, já que tudo acabará no túmulo. Devemos pensar que a vida na terra nos dá pouco tempo para desfrutar de tudo que é bom e que conseguimos construir ou alcançar. Seja em nossas relações pessoais e sociais, seja em bens materiais.

Portanto, é necessário pensar que existe algo melhor na vida além-túmulo e que nos foi reservado por Jesus Cristo[5]. Se não, esta nossa vida terrena que se alterna entre lutas e vitórias, tristezas e alegrias, nos “aprisionará” em um viver desmotivado e desesperador.

Geraldo Gerraro Goulart


[1] Mateus 1.23

[2] João. 14.6

[3] I Coríntios. 15. 19

[4] Romanos. 8.18

[5] João. 14. 1,3

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