A morte de Deus em Nietzsche
Por Daniel Alexandre Ngovene | 29/06/2020 | Filosofia“Deus está morto! Deus continua morto! E nós o matamos! Como nos consolar, a nós assassinos entre os assassinos? (NIETZSCHE, aforismo 125)
O teatro que assistimos na cruz quando revemos a história, podemos concluir que, tudo o que aconteceu com o salvador não foi novidade para os homens (para os sacerdotes), porque os profetas já tinham profetizado tudo no antigo testamento, e de facto aconteceu e surge uma questão: A quem foi o responsável pela morte do salvador? Deus ou homem? E para responder está pergunta tem duas hipóteses.
A primeira hipótese sustenta que Deus enviou o seu filho na terra com o objectivo de salvar os homens dos seus pecados que foram cometidos pelos primeiros homens "Adão e Evá". Ora, tudo o que aconteceu com o salvador podemos concluir que era o destino dele aqui na terra, e não tinha como escapar porque se observamos ele era dotado de poderes sobrenaturais "Deus" podia ter desviado todo aquele sofrimento, mas não o fez por amor aos homens. Nietzsche afirma que “o credor prefere morrer para pagar a dívida do devedor”, e pedro e João disseram mestre porque não manda fogo para matar todos os que quer fazer-te sofrer e ele não o fez.
A segunda hipótese sustenta que Deus tendo enviado o seu filho na terra vendo que sem a cumplicidade dos homens não tinham como alcançar seus objectivos e preferiu fazer dos homens seus cúmplices, para alcançar os seus objectivos "o advento de Deus cristão, o deus máximo até alcançado, trouxe também ao mundo o máximo do sentimento de culpa" (Nietzsche). Ora, pode-se concluir dizendo que houve brigas entre deuses e decidiram se separar um ficando no céu e outro na terra, só que quando este veio aqui não sabia qual era o objectivo do pai, vendo ele que o outro Deus já estava ganhar a fama na terra decidiu mata-lo e depois atribuir a culpa aos homens. Ora, os homens não são culpados pela morte do salvador, mas Deus é culpado pela morte do salvador.
Segundo Nietzsche Deus está morto mas considerando o estado em que se encontra a espécie humana, talvez ainda por um milênio existirão grutas em que se mostrará a sua sombra. Ora, ele quis dizer que o surgimento do cientificismo no século XIX, passou-se a explicar as dúvidas humanas através da ciência, dando início a morte do pensamento de que muita coisa só poderia se explicada pela existência de um Deus, e quantas as grutas, refere-se aos templos e igrejas que continuariam permeando esse pensamento antigo, negando assim o cientificismo. O facto de Deus ter se feito homem indica que o homem não deve buscar no infinito sua felicidade, mas fundar na terra o seu céu.
Assim como disseram Heráclito, Nietzsche também consideram que tudo é devir. não há ser nem essência permanentes, nem Deus, nem Satanás. a única realidade objectiva é o mundo material e sensível, e o cerne dessa realidade é o devir perpétuo, o eterno retorno, a embriaguez dionisíaca, a vontade de poder.
Referencia
NIETZSCHE, F. ( 2000? ). A Gaia Ciência. Trad. António Carlos Braga. São Paulo. Escala.
.................(1998). Genealogia da moral. Trad. Paulo Cesar de Sousa, 10 ed. São Paulo. companhia de letras.