A MISERICÓRDIA DIVINA
Por Alexandre Schorn | 13/12/2009 | Contos
A MISERICÓRDIA DIVINA
O Mi astenia é uma doença oriunda dos Quirópteros, ela atinge uma parcela muito pequena de pessoas e ainda é por muitos desconhecida e ignorada. Imaginem a surpresa desagradável que tivemos ao saber que uma de nossas amigas mais queridas havia contraído a doença. Após um período de sofrimento, a pessoa vai definhando, através da fadiga e exaustão do sistema muscular. Uma das maneiras de se combater este grave distúrbio neuromuscular, é através da cirurgia que retira o timo; o que também pode resultar em outros graves problemas. Como se não bastasse tudo isso, após algum tempo, nossa amiga teve de ser internada em estado gravíssimo na UTI de um Hospital na cidade de Passo Fundo, RS; diga-se de passagem, um dos melhores do interior do estado. Mas seu estado de saúde a cada dia era mais preocupante.
Era um domingo à tarde quando recebi a ligação de um grande amigo, que era sogro da moça. O mesmo estava muito abalado, pois segundo informações as esperanças eram poucas e estavam apenas esperando a hora do desfecho fatal.
Eu fiquei muito triste, pois a moça era uma jovem belíssima, inteligente e educada. De imediato, liguei para minha amiga Terezinha da cidade de Abadiânia, GO, pedindo que a mesma entrasse em contato com o poderoso médium João Teixeira de Farias, pois o caso necessitava de grande força espiritual. Terezinha tentou contatar o médium, mas não obteve sucesso, pedindo-me que retornasse a ligação mais tarde.
Tentei então, outra médium de igual poder, pedindo que ela intercedesse pela menina perante tal fato. Para minha surpresa recebi uma resposta extremamente desestimulante dizendo-me para deixar isto assim, pois quem sabe era a vontade de Deus. Fiquei indignado e apreensivo. Numa última tentativa liguei novamente para Terezinha para saber se ela havia conseguido contato com João Teixeira. Infelizmente a resposta foi negativa. Então ela me disse convicta o que deveria ser feito: “Meu amigo, você não está entendendo que a espiritualidade quer que você interceda neste caso? Vá para casa, faça uma oração para as entidades espirituais da Casa de Abadiânia e mentalize o espírito do Médico Dr. Bezerra de Menezes”. Cheguei em casa chateado, conversei com minha esposa os fatos e deitei-me em nossa cama, onde após alguns momentos de oração, dormi profundamente.
Haviam se passado aproximadamente umas duas horas, quando de súbito despertei chamei minha esposa e disse: “Vamos para Passo Fundo, pois recebi uma orientação que devo ir lá fazer uma energização”. E lá fomos nós; eu, minha esposa e nossa filha Anna Carolina. Tão logo pegamos à estrada, tivemos uma grande surpresa, o dia estava lindo e de repente sobre nosso carro pairou por alguns instantes, o que no primeiro momento pensávamos ser uma águia, pois sua sombra refletia no asfalto e vimos duas enormes asas acima de nós. Comentei com minha esposa “Deve ser uma águia”! Tentávamos enxergar, olhando através dos vidros do carro, mas nada vimos. Alguns quilômetros à frente nos recompomos da surpresa e comentamos que aquilo não era uma águia, pois as mesmas não existem em nossa região, mas sim um sinal divino de vitória e proteção angelical para reforçar o compromisso que tínhamos pela frente. Assim que chegamos a nosso destino, encontramos o esposo e a família da moça. Os mesmos estavam em profunda tristeza e apreensão, pois ao que parece, não tinham conseguido visitar a enferma naquele dia.
Rendido ao cansaço e ao desespero, estava o esposo; era o sinônimo
da desolação. Conversamos em frente à porta do Hospital e ele me confessou que
não sabia mais o que fazer e convidou-nos para jantar. Neste momento, fui
tomado por uma forte presença espiritual e até com certa aspereza disse a ele “Você vai jantar, porque eu vou fazer
aquilo que me foi designado”. Ele ficou me olhando incrédulo enquanto me
dirigia ao porteiro, pois sem a prévia autorização do corpo clínico e fora do
horário de visitas ninguém entra no Hospital. Cheguei em frente ao porteiro,
olhei em seus olhos e disse que precisava ver a paciente que se encontrava numa
das salas da UTI. Para minha surpresa e espanto, fui interrompido pelo porteiro
que gentilmente disse “O Senhor pode
entrar e a família da moça também”. Chamei a todos, que pasmos me seguiram.
Passamos à primeira portaria, seguimos pelo corredor até pararmos em frente às
portas fechadas de acesso aos leitos e a UTI do Hospital. Antes de esboçar
qualquer palavra, à nossa direita abriu-se a porta de um grande elevador de
serviço, onde várias pessoas desceram e a porta manteve-se aberta. Observei que
em um dos botões estava escrito UTI. Convidei a todos e entramos no elevador.
Apertamos o botão, o elevador subiu e quando a porta se abriu estávamos dentro
da unidade de Terapia Intensiva. Entramos e à direita havia uma pequena sala de
espera. Pedi a todos que sentassem e ficassem em oração mentalizando boas
energias para a enferma. E eu, me dirigi ao corredor onde se encontravam várias
salas com pessoas doentes. Neste momento, como se tivesse saído de um transe,
percebi que estava mal vestido para onde estava. Abrigo, tênis e uma camiseta
manchada de mostarda, resultado do lanche que havia feito ainda em minha casa,
e o cabelo totalmente despenteado. Então, uma enfermeira gordinha, muito
simpática e séria aproximou-se e perguntou o que eu desejava? Eu sem saber o
que dizer, tentei lhe falar a melhor verdade que me veio no momento: “Olha moça, eu sou amigo da paciente que se
encontra enferma (fulana de tal), e eu e sua família estamos muito apreensivos,
e como eu tenho um amigo que é médium, ele enviou-me para vê-la e fazer uma
prece junto a ela”. A enfermeira me olhou com uma compreensão própria das
pessoas que servem aos que sofrem e que estão