A mídia e a educação infantil
Por laurinda Trentin de Miranda | 05/12/2010 | EducaçãoA mídia e a educação infantil
Vivemos em um mundo que está, principalmente nos últimos anos, em constante transformação, dentro deste contexto destacam-se os meios de comunicação e informação vigentes em nossa cultura, que evoluem de maneira rápida e estrondosa, progresso este, muitas vezes, difícil de ser acompanhado.
Os meios de comunicação, por sua vez, estão presentes em todos os campos, estão em casa, no trabalho, no lazer, e como não podíamos deixar de destacar, eles estão presentes nas escolas, ou seja, na vida de cada educando. Sabemos também, que muitas pessoas sequer possuem acesso a telefone, telejornal ou televisão, contudo não se pode negar que os sistemas de comunicação e informação atingem boa parcela da população e, devido a isso, o professor deve estar preparado para lidar com o avanço o avanço tecnológico, alavancado pela velocidade das informações, que conseqüentemente provocam profundas mudanças nas culturas locais, principalmente no que concerne ao pensamento infantil. Assim temos:
A escola como instituição, seus currículos, professores e profissionais da educação em geral, não podem deixar de se preocupar com as peculiaridades da prática educativa contemporânea, ou seja, a educação no mundo moderno não conta apenas com a participação da escola e da família. Outras instituições como a mídia desponta como parceiras de uma educação pedagógica. (SETTON, 2009, p. 1)
A mídia então, principalmente a televisiva, surge como detentora de valores e comportamentos, havendo persuasão e a disseminação de gastos e atitudes vistas como padrões. O sistema midiático provoca uma série de comportamentos em massa, tornando-se sociedades modernas o principal difusor de simbologias, sentimento de identificação com o outro, pertencimento à classe social ou até mesmo exclusão. Os anúncios ou propagandas fazem apelos aos consumidores e os mesmos facilmente identificam-se com as imagens, a partir disso, as relações midiáticas tornam-se práticas de poder que produzem certos rótulos e significados, onde alguns são incluídos e outros são excluídos.
Neste panorama social, as crianças são as que mais sofrem com a influência da mídia. E nós educadores devemos estar preparados para lidar com os benefícios e os malefícios que os meios de comunicação trouxeram. Moreira (2003, p.1216) defende que os diversos meios de comunicação exercem atualmente uma função pedagógica básica, isto é, a de socializar os indivíduos e de transmitir-lhes os códigos de funcionamento do mundo. Mas:
Sem dúvida instituições como a família, a escola, a religião continuam sendo, em graus variados, as fontes primárias da educação e da formação moral das crianças. Mas a influência da mídia está presente também por meio delas. A televisão, por exemplo, ocupa uma fatia considerável do tempo das crianças, sobretudo em meios sociais carentes de fontes alternativas de ocupação e lazer. (MOREIRA, 2003, p. 1216)
Assim sendo, o papel do professor torna-se primordial, à medida que ele convive uma boa parcela do dia diretamente com os educandos. Os valores disseminados pelos professores, sua consciência em relação ao mundo e as coisas que o cercam, são fundamentais na construção de saberes, por isso, nosso compromisso com o ato de educar é tão grande. Pontes afirma:
Uma educação com e para as mídias que tenha início na educação infantil e que se desenvolva ao longo da formação do sujeito contribuirá significativamente para o desenvolvimento de habilidades que garantam ao indivíduo uma leitura crítica do discurso dos meios de comunicação bem como a utilização dos recursos midiáticos na construção do conhecimento base para uma sociedade mais participativa e democrática. (FONTES, p. 2)
Certamente, o professor não pode mais negar a ação das mídias no contexto escolar. Sendo assim, deve utilizá-las como aliadas em seu processo educacional. Neste sentido, o papel do professor continua sendo de extrema importância, pois é ele quem vai mediar os processos de aprendizagem, que não mais ocorrem apenas com um único detentor do saber, mas nas interrelações de grupos, no convívio em sociedade. Em suma, só é possível falar em cultura midiática quando reconhecemos que desde cedo somos socializados e influenciados de alguma forma pela mídia. O que devemos sim ter em mente, é que nossas escolhas vão além dos padrões de comportamentos impostos e com isso, como educadores, devemos auxiliar nossos alunos a pensar sobre a importância da mídia e o que ela representa, pois em face de tamanha evolução ficaria difícil banir o sistema midiático vigente em nossa sociedade.
BIBLIOGRAFIA
MOREIRA, Alberto da Silva. Cultura midiática e educação infantil. Campinas: 2003. Texto disponível no site: Uab.furg acesso em 01/10/2009 às 22h e 36 min.
PONTES, Aldo. A educação das crianças na sociedade midiática: desafios para formação e prática docentes. Disponível no site: A educação das crianças acesso em 02/10/2009 às 14h e 18 min.
SETTON, Maria da Graça Jacintho. Família, escola e mídia: um campo com novas configurações. Família, Escola e Mídia acesso em 01/10/2009 às 23h e 25 min.