A METODOLOGIA DO ENSINO DE HISTÓRIA NOS ANOS INICIAIS

Por MARLENE AVANCINI | 31/08/2017 | Educação

AVANCINI, Marlene

AVANCINI , Edinalva dos Santos

FREITAS, Rosenilda C. dos S. de

 

RESUMO

O presente estudo teve como objetivo identificar quais as metodologias utilizadas pelos professores para o ensino de história nos anos iniciais. Para tanto, utilizaram-se métodos hipotético dedutivo, monográfico e estatístico. A coleta de dados foi por meio da técnica de observação direta extensiva, com a aplicação de um questionário estruturado, contendo perguntas abertas e fechadas. Ao final da pesquisa, pode-se perceber que ensinar História aos alunos é o grande desafio dos professores. Em linhas gerais, o professor deve apresentar o contexto educacional atual com o intuito de fornecer subsídios para a prática pedagógica. Deve fazer história, não somente lecionar História. Faz-se necessário conhecer os fatos para se processar um pensamento reflexivo, crítico e criativo. Cada indivíduo é o resultado de uma história e a partir daí deve-se fazer a história futura.

Palavras-chave: Anos Iniciais. História. Metodologia.

1 INTRODUÇÃO

          Este artigo tem como tema o ensino de história nos anos iniciais, visto que visto que a função da história é desenvolver o senso crítico, produzir conhecimentos e concluir que a história é um processo construído social e concreto.

          O fato de aprender história é desenvolver a capacidade de relacionar o passado com o presente, concentrando esforços em uma metodologia que se preocupe em possibilitar ao aluno meio para relacionar a história com o mundo que o cerca, atuando como sujeito histórico ativo, que valoriza seu passado e vê o presente de um ponto de vista crítico-reflexivo.

          Faz-se necessário que o ensino de história no cotidiano da sala de aula esteja sustentado na discussão e no debate, na utilização de textos, pela aplicação do método dialético na análise dos fatos históricos e pelo incentivo de produção de trabalhos individuais e coletivos.

          Para realizar um bom trabalho educativo, é importante a qualificação profissional continuada para planejar de forma atualizada, orientando os alunos nas experiências das práticas e dos métodos  de aprendizagem, tendo condições de avaliar os resultados obtidos.

          A qualificação profissional coloca o professor-aluno frente á realidade do processo de educação, integrando e dinamizando os conteúdos. O professor desempenha papel importante no processo ensino-aprendizagem, deve ter capacidade de liderança, para tanto, o professor necessita conhecer seu aluno, para atender seus interesses e necessidades, respeitando suas limitações. É a relação do indivíduo com o meio.

          Deste modo, levanta-se a seguinte problemática: qual a metodologia utilizada pelos professores para o ensino da história nos anos iniciais?

          Para tanto, partiu-se da hipótese de que os professores da escola pesquisada utilizam recursos lúdicos em sua metodologia. Como hipóteses secundárias, o professor pode aprimorar sua prática nas aulas de história, através de cursos de capacitação; a formação continuada influência na práxis pedagógica do profissional dos anos iniciais e para os professores pesquisados a utilização dos recursos tecnológicos contribui no processo de ensino-aprendizagem da disciplina de história.

Enquanto objetivos, pretendeu-se identificar quais as metodologias utilizadas pelos professores para o ensino de história nos anos iniciais; averiguar segundo a visão dos pesquisados, como o professor pode aprimorar sua prática nas aulas de história; constatar qual a importância da formação continuada para o profissional dos anos iniciais e verificar junto aos professores pesquisados sobre a importância da utilização dos recursos tecnológicos no ensino-aprendizagem da disciplina de história.

          Entende-se que, a finalidade do ensino de história é levar á população os conteúdos, os temas, os procedimentos e as técnicas que o historiador utiliza para produzir o conhecimento histórico.

2 EMBASAMENTO TEÓRICO

A história da educação no Brasil começa com o ato de D. João III determinando a vinda dos padres Jesuítas para a catequese dos primitivos habitantes do país. Como afirma Veiga (1981, p. 27), “o enfoque da Metodologia de Ensino, como era denominada no código pedagógico dos Jesuítas, estava centrado no seu caráter meramente formal, tendo por base o intelecto, o conhecimento e marcado pela visão essencialista de homem”.

A didática dos Jesuítas se mostra bastante exigente, recomendando a repetição dos exercícios a fim de facilitar a memorização. Os Jesuítas se tornam famosos pelo empenho em institucionalizar o colégio como local por excelência da formação religiosa, intelectual e moral. Segundo Aranha (1996, p. 54), “é importante estudar a educação sempre no contexto histórico geral, para se observar a concomitância entre as suas crises e as do sistema social”. Assim os estudos sobre a história da educação enfrentam as mesmas dificuldades que os já mencionados sobre a história geral, com o agravante de que os trabalhos no campo específico da pedagogia são recentes e bastantes escassos.

Apenas no século XIX os historiadores começaram a se interessar por uma história sistemática e exclusiva da educação. E a didática da época era aquela que segundo Saviani (1984, p. 274), “uma didática que separa teoria da prática”.

Entre os anos 30 e 50, os fundamentos da Escola Nova influenciaram grandemente a didática buscando superar os pressupostos da Escola Tradicional, reformando a escola pelo seu interior. Para Veiga (1981), a Revolução de 30 foi um marco para indicar uma nova fase na história da república do Brasil e consequentemente, muda também a educação.

Atualmente, os professores de História carregam, em sua maioria, uma cruz pesadíssima, que é a de transmitir uma matéria cristalizada no tempo e no espaço pelo radicalismo dos “conservadores” da História.

Para Neves (2005), conservadores, porque insistem em levar seus alunos a memorizarem acontecimentos não necessários: anos, dias, meses, quem foi a personagem, como vestia, suas peculiaridades de vida, arrogâncias e outros traumas que proporcionam ao aluno uma desconfiança, ou mesmo, antipatia pela História ensinada nos dias de hoje.

                                      Temos certeza, nós professores, da Ciência História, flexível no tempo e no espaço, análoga com o passado e presente, que não fortalecemos esses            traumas, muito pelo contrário, mas encontramos alguns caracteres hereditários,              talvez, alimentados por uma geração anterior à nossa, que ainda vê na História           a simples matéria sustentada pelo passado, muitas vezes irreal e alienante                     (MARTINS, 1992, p. 35).

 

É importante uma nova mentalidade histórica; que mostre aos alunos, cidadãos de amanhã, uma visão real de tudo aquilo que verdadeiramente aconteceu. Esta amostragem, porém, não pode estar arquitetada em simples datas, dias ou meses, nomes completos.

                                      Deve-se considerar a sociedade política e econômica da época. Não muito    nos importa o nome completo de Tiradentes, sua idade, quando morreu, mas o             seu papel histórico como cidadão comum que, conscientizado diante de uma                                                   realidade adversa, se fez nesse meio, um grande agente da história.Não          podemos mostrar uma Revolução Francesa, um Escravismo como fatos     históricos estáticos, mas dinâmicos, quando nos proporcionam, hoje, margem                                                   para algumas comparações (MARTINS, 1992, p. 38).

 

O autor esclarece que muitas vezes chega a pensar que a atual ordem política nacional ainda está vinculada à matéria História, comprometida mais com o passado do que com o presente, registrando-se, é claro, as exceções.

A História ensinada tem sido uma inesgotável descrição de fatos e acontecimentos, enfatizando nomes, datas, locais, em cansativas aulas expositivas, objetivando o cumprimento de um programa curricular. Nos anos iniciais do Ensino Fundamental, o ensino da História, por não ter clara a sua finalidade, se reduz a comemorações de datas cívicas e/ou folclóricas. Tem sido privilegiada a transmissão de um conteúdo previamente elaborado, a partir de conceitos prontos e acabados, onde o aluno é apenas o ouvinte atento e silencioso.

A produção historiográfica atual, pelo menos algumas de suas tendências mais significativas, tem orientado os estudos da História no sentido de superar a redução e compartimentalização da realidade social, enquanto seu objeto central de análise.

Segundo Penteado (1994), estes estudos têm procurado analisar a realidade, que é objeto de estudo da História, numa dimensão mais abrangente, isto é, como História Social. Isso significa estender a História como o estudo das experiências humanas vividas integral e socialmente.

Scaldaferri (2005) evidencia que para o aluno se identificar com a História, o trabalho deve ser dinâmico, ativo, implicando em interpretações e articulações constantes do ontem com o hoje.  O sujeito tem que ver a História e participar dela, construindo, o aluno produz a História. Os recursos para isto são, agora, muito ricos, vídeos, filmes de época, documentários, paradidáticos, jornais, revistas, gravuras, retratos, excursões, xerox, mapas, entre outros. Deve perceber que, em qualquer época, não há figuras estanques, mas seres humanos ricos e pobres, com defeitos e qualidades, com ambições e esperanças.

O passeio imaginário através do tempo em que se pode dialogar com pessoas do passado é uma atividade simples que pode ser utilizada com êxito. Tem o mérito de colocar a realidade do aluno em contato com a realidade de outras culturas ou gerações.

Para Scaldaferri (2005), além de ver e perceber a História, o aluno pode também reproduzi-la, com ou sem a utilização do recurso da escrita. Deve ser proposto que ele faça um desenho ou a montagem de um engenho açucareiro ou de um feudo. A motivação para o conhecimento do contexto histórico onde se situam estes fatos será grande, já que o conhecimento se registrará através da expressão artística.

                                      O aluno tem que falar, falar muito seja com uma linguagem rica ou pobre. A               expressão oral é importantíssima. O professor precisa estimulá-lo sempre e até               desafiá-lo para que tenha coragem de colocar um conceito ou opinião diante da                   assembleia exigente de seus colegas, coisa bastante difícil no ambiente de sala            de aula (SCALDAFERRI, 2005, p. 21).

A recuperação da memória histórica se torna mais fácil quando é feita a partir do presente e de um presente palpável. É mais fácil para o aluno entender a cronologia, o tempo histórico, através da história de sua vida, de sua família e de sua cidade.

Trabalhando sua história, a de sua turma, a de seu bairro e de sua cidade, ele entenderá com mais facilidade que participa da História do Brasil e do Mundo.

O trabalho constante com a atualidade faz com que o aluno sinta-se sujeito da História e a perceba como um processo de construção social ou coletivo. O construtivismo, que talvez possa parecer hoje uma palavra de moda, é muito importante em História.

Perseguindo o objetivo de desvelar a realidade social vivida, a História precisa deixar de ser apenas o estudo de um passado morto, para se posicionar como conhecimento que se preocupa em ser o estudo do homem em sociedade, não em suas transformações cronológicas e/ou necessárias, mas sim, na sua relação passado/presente, percebida enquanto tempo e movimento.

Paiva (1992), salienta que o passado, aí estudado, não se refere unicamente ao que passou ou deixou de existir, mas constitui uma constante historiarização da realidade vivida. Assim, a História, mesmo a mais remota no tempo, se torna viva quando em interação com os problemas do presente.

Nessa perspectiva, a História se define como conhecimento das constantes mudanças vividas pelas sociedades humanas. Mudanças estas que se definem como materiais, sociais, políticas, econômicas, éticas, culturais e que não são um processo pronto, mas um fazer, desfazer e refazer constantes das relações sociais vividas pelos diversos sujeitos da história.

A partir dessa concepção, a produção do conhecimento histórico, bem como a própria organização e estruturação do processo de ensino da História, devem abandonar posturas tradicionais que se definem por conteúdos obsoletos, contínuos, impostos aos alunos de forma vertical e autoritária.  Isto implica ter na realidade social o objeto de estudo da História, o qual não será compreendido através de conceitos prontos e certezas a serem memorizados.

Segundo Scaldaferri (2005), é necessário que haja pesquisa, informação e conteúdo para que o aluno possa organizar-se e fazer a produção coletiva ou individual do conhecimento. Receber informações não é errado. Para muitos alunos a escola pública representa a única oportunidade da ampliação de seu conhecimento, já que eles não possuem recursos em casa. O importante é que haja um trabalho pessoal em cima da informação, do envolvimento ativo do aluno com o conhecimento adquirido.

Deve-se reforçar que um compromisso de cidadania também é indispensável na educação atual. De nada valerá o estudo da História se a visão do ontem e do hoje não estiver voltada para a construção de melhores dias para a sociedade brasileira e para a humanidade em geral. Para Scaldaferri (2005), o aluno pode entender, por meio de trabalhos práticos, que um mundo melhor e mais justo requer compromisso de todos, inclusive dele, e que ser cidadão é ser socialmente útil e necessário.

O trabalho com História torna-se mais interessante quando o professor abre o leque das fontes que podem ser utilizadas na escola, se adere com ousadia e sem preconceitos  às atividades atrativas de maior interesse do educando, viagens no tempo, trabalhos com músicas e histórias em quadrinhos, excursões, desenhos ou montagens, jogos, entre outros recursos. A utilização prática do material lúdico como recurso didático é valiosa e não pode ser dispensada.

O aspecto informal dos trabalhos escolares e a mudança de ambiente para a realização de algumas atividades como o pátio, biblioteca, áreas verdes, amenizam a rotina das aulas mais cansativas, exposição, correção de exercícios, fixação, que também precisam ser utilizadas por serem importantes no processo da aprendizagem.

Segundo Schmidt e Cainelli (2009), a metodologia do ensino da História, ainda hoje é baseada na repetição enfadonha dos conteúdos pelos alunos. Pelo que parece, pode-se verificar uma mudança na forma de pensar o ensino de modo geral e o ensino da História em particular. Essas mudanças estão sendo mediadas por um conjunto de fato­res que rompem a sala de aula, estimulando a construção e o compartilhamento de conteúdos por professores e alunos. Assim, o que se pro­cura é uma prática docente o mais distante possível da imagem do professor enciclopédia, detentor do saber, buscando a construção de um professor consultor, que colabora para a cons­trução do conhecimento de seus alunos em sala de aula.

De acordo com Cotrim (1993, p. 3), “A nova metodologia explica que estudar história é adquirir consciência dos fatos, é saber que pode-se transformar a sociedade, é saber o que fomos para  transformar o que somos”.

Penteado (1994) assegura que, para interpretação e relacionamento do professor com a nova metodologia de História, é preciso embasamento que forneça subsídios necessários para o desenvolvimento de qualquer conteúdo.

É necessário, portanto, instrumentalizar o professor, para que ele tenha condições de assumir responsabilidades nos procedimentos didáticos a serem escolhidos e tornar significativo o processo de aprendizagem.

Para que isso ocorra, é imprescindível observar princípios básicos da temática em questão, em termos atuais, ao propor situações no campo da nova metodologia e da didática, tendo como ponto de partida o conhecimento do aluno.

O texto dos Parâmetros Curriculares Nacionais afirma:

                                      [...] o ensino e a aprendizagem de História estão voltados, inicialmente, para                atividades em que os alunos possam compreender as semelhanças e as     diferenças, as permanências e as transformações no modo de vida so­cial,         cultural e econômico de sua localidade, no presente e no passado, mediante a                leitura de diferentes obras humanas. (BRASIL, 1997, p. 49).

 

O ensino de História deve garantir o reconhecimento de que as experiências e vivências dos alunos são práticas coletivas e sociais, que devem ser incorporadas a todos os momentos em que se trabalha o processo de compreensão e construção do conhecimento histórico. Ensinar História passa a ser, então, dar condi­ções ao aluno para poder participar do processo de fazer o conhecimento histórico, de construí-lo.

O desafio, portanto, é como ensinar uma História que relacione a visão tradicional com a procura que caracteriza o homem atual. Enfim, que o conscientize da dialética entre a mudança e a permanência.

3 MATERIAIS E MÉTODOS

O procedimento metodológico envolveu a pesquisa bibliográfica através de autores e suas obras para a obtenção de informações capazes de ajudar no desenvolvimento da pesquisa e de campo desenvolvida pelo método hipotético dedutivo, ou seja, este método justifica que toda pesquisa tem sua origem em um problema, para o qual se busca uma solução através de tentativas (hipóteses).

       A abordagem do problema utilizada foi a quantitativa, que se caracteriza pelo uso da quantificação tanto na coleta quanto no tratamento das informações por meio de técnicas estatísticas. A análise quantitativa mede em percentual as principais as metodologias utilizadas pelos professores para o ensino de história nos anos iniciais..

A pesquisa quantitativa é um estudo estatístico que se destina a descrever as características de uma determinada situação mercadológica, medindo numericamente as hipóteses levantadas a respeito de um problema de pesquisa. (RUIZ, 2006, p. 90).

 

       Com relação aos objetivos, a pesquisa se classifica como descritiva, pois, segundo Vergara (2007), tem como finalidade primordial a descrição das características de determinada população ou fenômeno ou, então, o estabelecimento de relação entre variáveis, isto é, descreve as formas e metodologias adotadas para conhecer as principais metodologias utilizadas pelos professores para o ensino de história nos anos iniciais.

O método de procedimento utilizado foi o monográfico, no qual foi realizado um estudo com dez professores, com a finalidade de obter generalizações. Para Vergara (2007), qualquer caso estudado em profundidade pode explicar outros ou todos os semelhantes. Este método detalha o objeto da pesquisa que é o ensino de história nos anos iniciais, o qual poderá dar um direcionamento a futuras pesquisas. E o estatístico que segundo Martins (2002), permite obter, de conjuntos complexos, representações simples e constata se essas verificações simplificadas têm relações entre si, ou seja, através dos dados em percentuais, pode-se medir a opinião dos pesquisados sobre o tema proposto.

Foi aplicada a técnica de observação direta extensiva, através de questionários, compostos por dez questões fechadas e cinco abertas, tendo como objetivo descrever a metodologia do ensino de história nos anos iniciais e posteriormente foi realizado a tabulação dos dados com os tratamentos estatísticos relacionados para um melhor entendimento das informações coletadas.

          A pesquisa envolveu dez professores, com faixa etária de 20 e 50 anos, pertencentes à escola em estudo. Os questionários foram entregues aos pesquisados, no mês de março, contendo em anexo uma carta de apresentação com as informações sobre a pesquisa, bem como orientações sobre o preenchimento do questionário e o resguardo da identificação do pesquisado. Os questionários foram devolvidos no prazo estipulado. 

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

          Participaram do estudo 10 professores, sendo que 70% são do sexo feminino; 40% têm idade entre 32 a 39 anos; 30% trabalham na instituição entre 1 a 5 anos e 30% trabalham a mais de 10 anos; 60% têm especialização como grau de formação; 80% são casados e 60% têm renda mensal de 1 a 3 salários mínimos.

          O gráfico 1 mostra que 100% dos pesquisados utilizam recursos lúdicos em sua metodologia, confirmando a hipótese levantada.

Segundo Novaes (1992, p. 28), "o ensino, absorvido de maneira lúdica, passa adquirir um aspecto significativo e efetivo no curso de desenvolvimento da inteligência da criança". É essencial que o educador, como mediador do processo ensino-aprendizagem, estimule o aluno a atividades lúdicas. Isso o auxiliará a tomar decisões, a ser criativo e desinibido, a conquistar seu lugar frente ao grupo.

O gráfico 2 demostra que  100% dos pesquisados afirmaram que o professor pode aprimorar sua prática nas aulas de história, através de cursos de capacitação, confirmando a hipótese levantada.

Segundo Gadotti (2003, p.34), "o profissional da educação precisa perguntar-se: por que aprender, para quê, contra quê, contra quem. O processo de aprendizagem não é neutro”.

            O professor deve estar sempre disposto a aprender cada vez mais e construir novos conhecimentos para que seja possível um crescimento profissional e pessoal, dentro ou/e fora da escola.

 

O gráfico 3 demostra que  90% dos pesquisados afirmaram que a formação continuada influência na práxis pedagógica do profissional dos anos iniciais, confirmando a hipótese levantada.

O aprender contínuo é essencial se concentra em dois pilares: a própria pessoa, como agente, e a escola, como lugar de crescimento profissional permanente. Para esse estudioso português, a formação continuada se dá de maneira coletiva e depende da experiência e da reflexão como instrumentos contínuos de análise (NÓVOA, 1995, p. 56).

 

            A formação continuada em serviço é uma possibilidade de recuperar imperfeições existentes na metodologia usada em sala de aula, assim o professor que participa de encontros entre professores em sua escola se coloca em constante processo investigativo e reflexivo, capaz de trazer benefícios aos alunos.

 

O gráfico 4 demostra que 100% dos pesquisados afirmaram que a utilização dos recursos tecnológicos contribui no processo de ensino-aprendizagem da disciplina de história confirmando a hipótese levantada. Para Carneiro (2002, p. 38):

As novas tecnologias da comunicação e informação, em especial, permitem o desenvolvimento de uma capacidade maior de observação da realidade e, consequentemente, de uma percepção espacial mais acurada dos fenômenos naturais e sociais, um valioso instrumento para despertar a curiosidade e o interesse do educando nos temas apresentados, importantes aliados no processo ensino-aprendizagem.

O sucesso na aprendizagem da disciplina de história depende da introdução do aprendiz em atividades de prática social e, dependendo do modo que se utiliza a tecnologia, o educador estará somente distorcendo para a tela os antigos moldes presentes nos velhos livros didáticos.

 

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

 

Este estudo possibilitou a reflexão sobre a metodologia no ensino de história, pois os alunos são bombardeados por informações de todos os lados, cabe o professor transformá-las em conhecimento.

Conforme resultados da pesquisa, atingiram-se os objetivos propostos, visto que os professores da escola pesquisada utilizam o material didático em sua metodologia. Constatou-se que o professor pode aprimorar sua prática nas aulas de história, através de cursos de capacitação e que a formação continuada influência na práxis pedagógica do profissional dos anos iniciais. Verificou-se ainda que para os professores pesquisados a utilização dos recursos tecnológicos contribui no processo de ensino-aprendizagem da disciplina de história.

Percebeu-se também, no decorrer do trabalho, que ensinar História aos alunos é o grande desafio dos professores. Em linhas gerais, o professor deve apresentar o contexto educacional atual com o intuito de fornecer subsídios para a prática pedagógica. Deve fazer história, não somente lecionar História. Faz-se necessário conhecer os fatos para se processar um pensamento reflexivo, crítico e criativo. Cada indivíduo é o resultado de uma história e a partir daí deve-se fazer a história futura.

O educador precisa saber, contudo, que é difícil para o aluno perceber essa relação entre o que ele está aprendendo e essa herança da humanidade. O educando que não perceber essa relação não verá sentido naquilo que está aprendendo e, portanto, não aprenderá e fará resistência à aprendizagem, tornando-se indiferente ao que o professor estiver ensinando. Só aprende quando quer aprender e só quer aprender quando a aprendizagem tem algum sentido prático.

Espera-se com este trabalho mostrar a importância dos educadores  buscarem uma metodologia adequada aos novos tempos, dinâmica, lúdica, reflexiva, analítica, sociointeracionista e interdisciplinar.

REFERÊNCIAS

BRASIL. Ministério de Educação. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais: Geografia e História. ,Brasília : MEC, 1997.

CARNEIRO,  Raquel. Informática na educação.  São Paulo;  Cortez,  2002.

COTRIM, Gilberto. História e consciência do Brasil. São Paulo: Saraiva, 1993.

GADOTTI, Moacir. Perspectivas atuais da educação. Porto Alegre, Armed, 2003.

MARTINS, Marcondes Diniz. A História como agente de conscientização. São Paulo: EPU, 1992.

NEVES, Maria Aparecida Mamede. Ensinando e aprendendo história. São Paulo, EPU, 2005.

NOVAES, J .C . Brincando de roda. Rio de Janeiro: Agir, 1992.

NÓVOA, A. (coord.). Os professores e a sua formação. Lisboa: Dom Quixote, 1995.

PAIVA, José Maria.  O que é passado já passou?  Revista AMAE educando.  n. 123. ago. 1992.

PENTEADO, Heloisa Dupas. Metodologia do ensino de história e geografia. São Paulo: Cortez, 1994.

SCALDAFERRI, Dilma Célia Mallard. A história como uma experiência prazerosa. Revista AMAE educando, n. 250,  abr. 2005.

SCHMIDT, Maria Auxiliadora; CAINELLI, Marlene. Ensinar história. São Paulo: Scipione, 2009.