A menina

Por Gustavo Henrique Gomes Tiné | 14/10/2015 | Crônicas

   Ao sair de casa vejo que a zona, onde eu moro, está movimentada. Estou indo procurar avulsamente um centro de formação, pois não posso ficar sem fazer nada em casa.

    Desço a ladeira, que fica logo na rua a seguir, de onde eu vivo.Depois de alguns metros, descendo, me deparo com uma menina, não faço contato, só noto assim, de relance, que ela está sentada.

   Continuo a andar, pois o sol já está a um quarto de se pôr e o caminho é longo. Está ventando, não muito, mas  suficientemente gelado para que eu saia de casa com o meu casaco preto e cinza - nas mangas - e com meus óculos de sol.

   Dobro a esquerda, e a Avenida de França está super movimentada. Deve ser o horário em que muitos dos indivíduos voltam para as suas casas. Ainda estou muito longe. Depois de andar alguns metros, passo pela barbearia dos Soares, onde corto o meu cabelo de dois em dois meses, acho.

   E também passo por dois lugares: a Rotunda da Boa Vista - um ambiente renque, porém eu nunca deitei naquela relva brilhante de tão verde, só corri ao redor - e pela Casa da Música - onde já fui para um show muito incrível do rapper brasileiro Emicida, que também recebe o nome da estação de metro onde posso me deslocar para diversos lugares.

   Sigo caminhando, até o centro comercial Brasília - é isso mesmo. Chego, depois de alguns metro no meu destino, já começo a sentir um pouco de calor e o sol se põe significativamente. Entro no centro, que tem na sua fachada o nome de: "Shopping brasília".

   Vou andando. Até que chego nos fundos, da parte de baixo do "Shopping" e saio do outro lado, onde observo também que próximo ao centro comercial tem o: "Contentor Amarelo" - é uma empresa para guardar coisas que não cabem na sua casa ou se por acaso você estiver em outro país, também serve.  

   Paro entre o "Contentor Amarelo" e uma rua cancelada - ou uma espécie de estacionamento pago - e ligo para casa, procurando saber informação sobre o curso e onde ele se localiza. Peguei-a. No entanto, não achei centro de formação algum. Já era quase sete da noite eu estava frustrado e cansado.

   Ainda tentei procurar novamente, mas nada. Então eu resolvi voltar. Já não tinha mais sol quase, resolvi colocar meus óculos de visão "HDMI" - os famosos óculos de grau.

   Fiz o mesmo caminho na volta. A Av. de França não estava mais tão movimentada, mas ainda existia alguns indivíduos para lá e para cá, na calçada onde eu estava. Atravessei na passadeira entre a Av. de França e a Rua da Graciosa e dobrei a direita nela. Fui subindo com um pouco de calor, apesar de o sol, quase não está  mais à vista.

   Lentamente fui me aproximando da esquina da rua onde eu estava e a Rua do Cónego Ferreira Pinto e a menina estava lá.

   Da mesma forma, como na minha ida. Notei que ela estava mexendo no seu celular  (aqui em Portugal comummente chamado de telemóvel) - só que estava sentada ao pé de uma casa rosa.

   Na volta, eu resolvi olhar rapidamente, ela estava em pé. Quando desviei o olhar, ela olhou em minha direção. Eu estava passando entre os carros e as residências do outro lado da calçada.

-Tiné Gustavo, Porto. Hora:15:25. Data: 14/10/2015