A MAÇONARIA E O COMBATE A IGNORÂNCIA

Por Rodrigo Benayon Pontes Serudo | 17/02/2016 | Arte

‘’ Discutir com o ignorante é uma das tarefas mais difíceis deste mundo. As razões do debatedor inteligente, culto, são transparentes: exibem-se no conteúdo do seu discurso, porque ele mesmo as pensou e as colocou ali. As do ignorante, sendo desconhecidas dele próprio, vêm de uma atmosfera social difusa, entre obscuras associações de ideias, automatismos de linguagem e mil e um pressupostos mal conscientizados. Desencavá-las é como analisar um sonho. Você tem de mergulhar fundo no inconsciente coletivo para descobrir de onde o cidadão tirou os motivos de crer naquilo que afirma. ‘’

Olavo de Carvalho

Antes de iniciarmos esta instrução trago a brilhante citação do autor e jornalista Olavo de Carvalho, que na hipótese, relata um diálogo entre um homem sábio e um ignorante, apontando a dificuldade para entendimento a fim de se haver um dialogado simples e coerente.

Podemos considerar a ignorância como o pior mal que aflige a sociedade humana, não tratando-se apenas por falta de cultura geral, mas do mau uso que se faz do conhecimento existente.

A palavra IGNORÂNCIA provém do latim “ignorantia”, originado do prefixo privativo “in”, associado ao radical de origem grega “gnos” (conhecimento); significa, pois, etimologicamente, ausência de conhecimento.

O ignorante oprime e subjuga o próximo em sua procura pelo poder, ao ganho fácil e desonesto ou baseado na força física e no ardil, provoca baderna, guerra, desmando e desmoraliza toda a sociedade, sendo a origem de todas as incompreensões, se seu princípio é saber mal o que sabe e saber coisas além do que deve saber.

Ela evita que os homens conheçam seus direitos e saibam, no cumprimento de seus deveres, que, mesmo com constituições liberais, um povo ignorante é escravo. É o inimigo do progresso e que, para melhor dominar, afugenta as luzes, intensifica as trevas e permanece em constante combate contra a Verdade, contra o Bem e contra a Perfeição.

O filosofo Emanuel Kant (1728 á 1804) via a ignorância como menoridade, termo que ele usa para afirmar a incapacidade do homem de fazer uso do seu próprio entendimento para ele, o homem esclarecido é aquele que se liberta da menoridade.

 

Pergunta-se, porque a maçonaria combate a ignorância em todas suas formas?

Porque a ignorância é a mãe de todos os vícios, onde o ignorante não pode medir-se com o sábio, o qual, prima pela busca do respeito a si próprio e pratica o amor fraterno. Mesmo que a maioria não o mereça, é tolerante até o limite de sua capacidade individual. A sabedoria não é a erudição, é um conjunto harmonioso de conhecimentos e disposição mental.

Além de ser estudioso, aperfeiçoar-se permanentemente, o homem de perspicácia age e fala em conformidade com a razão e a moral, com prudência e experiência de vida, é sensato, equilibrado, sensível, moderado, sereno, amigo do progresso, sujeito a mudanças, evita o confronto pela força física, luta pela verdade, justiça e união dos povos, visa a intensificação da luz da visão interior, fomenta a promoção do crescimento do bem e da perfeição e promove o autoconhecimento.

Ao entrar na posse das noções equilibradas dos direitos e deveres de cidadão e ser humano, e, ao educar-se permanente, liberta-se, pois só uma pessoa livre pode promover ações que ajudam a sociedade a quebrar os grilhões da escravidão do sistema dos embrutecidos.

Portanto, podemos concluir que a ignorância é uma seria enfermidade social que priva o ser do desenvolvimento e progresso, devendo ser extirpadas do seio social, sendo o dever do Maçom, construtor social por excelência, combater com contundência este mal presente na sociedade.