A luta por igualdade: comunidade e escola

Por JÉSSICA LORRAYNE ANANIAS DA SILVA | 13/01/2021 | Educação

Pensando as unidades de educação como campo indispensável para a construção e desenvolvimento das crianças, considerando que a escola é campo de construção de cidadania e convívio social. Neste sentido, a escola acaba sendo uma extensão da sociedade, é nela que o aluno poderá ter contato com diferenças culturais, diferentes religiões e etnias. Assim, o professor se torna fundamental para que seja trabalhado o respeito a todos. O racismo existe, mesmo que de forma velada.

Carvalho (1997) salienta que:

A Educação e as organizações educativas são instrumentos culturais desse colonialismo cognitivo: é o etnocentrismo pedagógico e o correlato psico-cultural do “furor pedagógico”, uma gestão escolar autoritária e impositiva para nivelar as diferenças das culturas grupais por meio do planejamento. O etnocentrismo consiste na dimensão ético-política da mesma problemática cuja dimensão psico-antropológica envolve a Sombra ou o Inconsciente.

Mesmo velado, ele está na escola, nas casas e na sociedade. Sabemos que a grande maioria de nossa população é negra, em um país ainda com resquícios fortes de uma abolição tardia. Mas o que podemos trazer para a educação de nossas crianças? Pensando que elas nascem livres de preconceitos, as crianças brincam e se divertem sem escolher cor, religião ou gênero. O racismo é apresentado dentro dos lares, nas ruas e na própria escola e é neste sentido que atentamos os pais e responsáveis, assim como para os professores.

As escolas precisam valorizar a cultura negra, lutando contra o racismo no germinar dele, quando estes pequenos ainda estão em formação. Quando se é citada, a cultura negra, remetemos a época da escravidão, precisamos avançar nessas discussões e problematizar os fatos para aprender-se o que este momento acabou interferindo na atualidade, porém a cultura afro-brasileira está muito além disso.

A representatividade está ganhando espaço nas mídias, nos brinquedos. Passou-se a utilizar dessa representatividade para valorizar os traços negros; a criança negra se sente representada, percebe-se que a beleza não é só vinda das loiras de olhos claros.  Quantas crianças apenas possuíam bonecas brancas?

Para trabalhar isso na escola, existe a necessidade de formar uma parceria de educa-los para respeitar as diferenças. Isso só funciona se a escola e a comunidade se unirem, ninguém nasce racista, mas vai se tornando com as piadas intolerantes, os comentários maldosos e desrespeitosos com os outros. Cabe então a junção de escola e sociedade forma o cidadão independente de cor, valorizando as diferenças.

 

Referências

CARVALHO, José Carlos de Paula. Etnocentrismo: inconsciente, imaginário e preconceito no universo das organizações educativas. Interface-Comunicação, Saúde, Educação, v. 1, p. 181-186, 1997.

 

Jéssica Lorrayne Ananias da Silva; Júlia Alessandra Machado de Castro (Mestrandas em Educação na UFR)

Artigo completo: