A Literatura Fantástica de Edgar Allan Poe
Por Hanny Francy Passos Teles | 01/08/2011 | LiteraturaA LITERATURA FANTÁSTICA DE EDGAR ALLAN POE:
HISTÓRIAS EXTRAORDINÁRIAS
Hanny Francy Passos Teles
Luciano Everton Costa Teles
RESUMO
O presente artigo tem por objetivo analisar o fantástico da literatura, mostrando as características deste estilo literário e revelando o estilo de Poe através dos aspetos em comum nos contos presentes na obra Histórias Extraordinárias. Destacando este grande escritor, considerado "O pai dos contos de terror". Esta pesquisa surgiu com a intenção de contribuir para o enriquecimento acadêmico no âmbito das pesquisas em literatura. Poe é um escritor do século XIX, a hesitação entre o real e o imaginário é tema constante em sua obra. Por isso, a obra Histórias Extraordinárias é de grande valor para a construção desta pesquisa, pois se enquadra no gênero a que essa pesquisa se propôs estudar, o fantástico.
Palavras-chave: Edgar Allan Poe - Fantástico - Literatura.
ABSTRACT
This article aims to analyze the fantastic literature, showing the characteristics of literary style and the style of Poe's revealing of aspects in common with the tales in the present work Extraordinary Stories. Highlighting this great writer, considered the "father of the tales of terror." This research began with the intention of contributing to the academic enrichment within the research literature. Poe is a writer of the nineteenth century, the hesitation between the real and imaginary is a constant theme in his work. Therefore, the book is Extraordinary Stories of great value to the construction of this research, because it fits into the genre that this research intended to study the fantastic.
Keywords: Edgar Allan Poe - Fantastic - Literature.
1 INTRODUÇÃO
A Literatura Fantástica é um estilo literário fascinante, porém, pouco destacado e estudado como escola literária, pelos acadêmicos de letras, por não pertencer à classificação da literatura brasileira. Não deixando de apresentar suas características em obras de outras escolas literárias.
A obra Histórias Extraordinárias faz parte de uma coleção, da literatura fantástica de Poe, que contém sete contos considerados clássicos da literatura de horror e policial. É o principal objeto de estudo e análise de gênero e do estilo da Literatura Fantástica. Pois, traz todo o pessimismo e o espírito macabro do escritor, além das melhores narrações de suspense, considerado a base da literatura policial.
O presente artigo mostra as características da Literatura Fantástica, revela o estilo literário de Edgar Allan Poe, aponta a temática mais abordada na obra Histórias Extraordinárias e, ainda relaciona os aspectos em comum nos contos presentes. Enfim, analisa o estilo fantástico da literatura na obra, de Edgar Allan Poe.
Tudo isso porque Edgar Allan Poe escreve perfeitamente o horror, o terror psicológico e o suspense, sempre acompanhados do sobrenatural. Fascinando e prendendo toda atenção do leitor, fazendo com que ele imagine o momento, o lugar e a situação como se o próprio estivesse presente na obra, vivendo-a.
Nesse sentido, este artigo tenta responder a várias questões como: porque a morte é o tema mais abordado pelo escritor, principalmente na obra Histórias Extraordinárias? A que, se deve as fascinantes e surpreendentes obras de Edgar Allan Poe? Será que suas obras em alguma parte transcrevem seus desejos, seus pensamentos e sentimentos? O horror e o suspense seriam apenas uma característica da literatura fantástica ou o lado escuro da vida de Edgar Allan Poe? Entre outras.
2 LITERATURA FANTÁSTICA
Fantástico é o que pertence ao mundo da ficção, do imaginário. A literatura por si, já é uma fuga da realidade que se deslumbra com a imaginação. Portanto, a Literatura Fantástica é muito além do imaginário, é mágico, surpreendente, encantador e até mesmo assustador.
Tzvetan Todorov, em "Introdução à literatura fantástica (2004)", define o fantástico como sendo "a hesitação experimentada por um ser que só conhece as leis naturais, em face de um acontecimento aparentemente sobrenatural."
A literatura fantástica nasceu em meados do século XVIII estendendo-se ao século XIX, quando a metafísica do real e do imaginário adquire consistência com o positivismo. E se instaura na hesitação entre essas duas extremidades.
O fantástico se caracteriza pela hesitação. A incerteza, a hesitação chega ao auge. Cheguei quase a acreditar: eis a formula que resume o espírito do fantástico. A fé absoluta como incredulidade total nos leva para fora do fantástico; é a hesitação que lhe dá vida. O fantástico implica, pois, uma integração do leitor no mundo das personagens; define-se pela percepção ambígua que tem o próprio leitor dos acontecimentos narrados. (...) A hesitação do leitor é, pois, a primeira condição do fantástico. A seguir essa hesitação pode ser igualmente experimentada por uma personagem; desta forma, o papel do leitor é, por assim dizer, confiado a uma personagem e ao mesmo tempo a hesitação encontre-se representada, torna-se um dos temas da obra. (TODOROV, 2004 p. 36-37).
O discurso fantástico é composto por recursos de construção narrativa que expressam essa ambiguidade entre o real e o sobrenatural:
Um texto só se inclui no fantástico quando, para além de fazer surgir à ambigüidade, a mantém ao longo da intriga, comunicando-a as suas estruturas e levando-a a refletir-se em todos os planos do discurso. (...) Longe se ser o traço distintivo do fantástico, a hesitação do destinatário intratextual da narrativa não passa de um mero reflexo dele, constituindo apenas mais uma das formas de comunicar o leitor a irresolução face aos acontecimentos e figuras evocados (FURTADO,1980, p.40-41)
É essa construção que define o gênero, e não um sentimento das personagens, do narrador ou do leitor:
(...) um dos recursos mais bem sucedidos para criar facilmente efeitos de estranheza é deixar o leitor na incerteza de que uma determinada figura na história é um ser humano ou um autômato, e fazê-lo de tal modo que a sua atenção não se concentre diretamente nessa incerteza, de maneira que não possa ser levado a penetrar no assunto e esclarecê-lo imediatamente. (FREUD, 1996, p.252)
São essas características, citadas acima, que definem a literatura fantástica. O inexplicável e o estranho fazem parte do universo dos personagens de Poe, que desafiam a lógica e até mesmo a loucura. Seus personagens são neuróticos e os cenários são escuros, sugerem a morte e fatalidade. Por isso Poe é um dos principais escritores tidos como "malditos da literatura".
3 EDGAR ALLAN POE
"Não fui o que os outros foram
Não vi o que os outros viram
Mas por isso, o que amei,
amei sozinho."
(Edgar Allan Poe)
Falar da vida de Edgar Allan Poe não é nada fácil, considerado "O pai dos contos de terror", um dos precursores da literatura fantástica. Foi escritor, poeta, romancista e crítico literário. Poe ficou conhecido pelo mistério que suas obras carregam.
Para o poeta francês Paul Valéry, ele foi "o único escritor impecável". Para Verlaine e Rimbaud, chegou a ser "o poeta máximo". Também autores de língua portuguesa foram seduzidos pelos seus versos. Fernando Pessoa e Machado de Assis estiveram entre seus tradutores. (http://recantodas letras.uol.com.br/biografias/543296)
Conforme o perfil do autor, na obra Histórias Extraordinárias. Poe nasceu em Boston, em 19 de janeiro de 1809, no seio de uma família escocês-irlandesa, filho de atores fracassados que morreram tuberculosos em 1811. Teve a infância marcada pela insegurança e amargura.
No estudo denominado Edgar Allan Poe, sua Vida e sua Obra, o poeta francês Baudelaire afirmou: "Existem destinos fatais, homens que trazem escrita, em caracteres misteriosos, nas rugas sinuosas de sua testa, a palavra ?azar? ".
Poe foi acolhido e criado por Francis Allan e o seu marido Jonh Allan, um mercador de tabaco bem sucedido em Richmond. Poe estudou em Londres, frequentou a Universidade de Virginia na qual foi expulso por seu estilo boêmio e aventureiro.
Depois que Francis e John Allan faleceram, Poe mudou-se para a casa de uma tia em Baltimore e casou-se em segredo com sua prima Virginia Clemm de 18 anos, e foram morar em Nova Iorque. Poe começa a consumir álcool excessivamente quando Virginia, sua esposa soube sofrer de tuberculose, e que a tornou inválida e levou-a morte. E dois anos depois, Poe foi encontrado nas ruas de Baltimore em tremendo delírio.
Na ocasião ele usava roupas que não eram suas, mas, nos quatro dias que precederam sua morte, não se conseguiu informações consistentes do que haveria acontecido. Suas últimas palavras, misteriosas foram: "Está tudo acabado: escrevam Eddy já não existe". (http://www.pco.org.br/conoticias/ ler_materia.php?mat=1509 4)
Surgiram várias causas a respeito da morte de Poe, incomprovadas, sendo bastante comum a embriaguez. Há teorias também propostas ao longo dos anos como a diabete, raiva, sífilis e doenças cerebrais raras.
4 A LITERATURA FANTÁSTICA DE EDGAR ALLAN POE
Edgar Allan Poe usa em suas obras uma espécie de terror psicológico, sempre narrados na primeira pessoa, o que faz parecer retrato de sua própria vida. Os personagens de suas obras vivem entre a lucidez e a loucura. Sofrem de alguma doença e quase sempre cometem atos infames.
A obra de Poe é vasta em gênero e qualidade artística. O autor escreveu desde poemas, a novelas e contos. Exerceu grande influência sobre autores como Baudelaire, Maupassant e Dostoievski. Além disso, Poe é considerado um dos grandes escritores da literatura mundial, não apenas pela variedade, mas também pela extensão de sua produção literária, até mesmo Paul Valéry o aclamou como "o mestre da imaginação material" (TODOROV, 2004: p.75)
A morte é um tema muito abordado na literatura, mas se destacou quando Poe o fez tão bem e por isso é considerado "O pai dos contos de terror". As obras de Edgar Allan Poe são góticas, a morte está sempre ligada ao mistério, ao terror e o macabro. A morte segundo Poe é a continuidade da vida, mas tudo acontece no plano terreno e com uma forte ligação com os personagens de suas histórias.
Mas, Poe também escreveu sátiras, contos de humor. E inventou o gênero de horror e as histórias de detetive, consideradas a base da literatura policial. Surpreendeu Baudelaire com seu gênero, e no Brasil, foi traduzido por ninguém menos que nosso grande mestre, Machado de Assis.
Através das diversas traduções de sua obra pelo poeta Baudelaire, a literatura de Poe conquistou muito mais influência na França que em seu país, definindo os rumos de todo um subgênero literário em finais do século XIX, conhecido como "gótico", influenciando artistas como Mallarmé, Valéry e posteriormente, os surrealistas, que o caracterizariam como um precursor. (http://www.pco.org.br/ conoticias/ler_materia.php?mat=15 094)
Edgar Allan Poe publicou cerca de trinta livros, entre contos, romances, poemas, artigos críticos e textos teóricos sobre literatura. Em sua época não obteve nenhum êxito editorial, mas atualmente a obra Histórias Extraordinárias é considerada um marco da literatura norte-americana.
5 HISTÓRIAS EXTRAORDINÁRIAS
A obra Histórias Extraordinárias é um livro de Edgar Allan Poe, composto por sete contos selecionados e considerados clássicos da literatura de horror e policial, publicado entre os anos de 1833 e 1845. Entre os contos selecionados estão: O gato preto (1843); Manuscrito encontrado em uma garrafa (1833); Os crimes da Rua Morgue (1841); A carta roubada (1845); O poço e o Pêndulo (1842); O escaravelho de ouro (1843); A queda da casa de Usher (1839).
As sete histórias não estão interligadas. Representam o horror com personagens que vivem entre a lucidez e a loucura, e o pensamento analítico que se prevalece da lógica e da dedução intelectual do escritor a fim de solucionar crimes, os dois temas abordados pelo autor.
Em O gato preto, as palavras de abertura aguçam a curiosidade do leitor:
Não espero nem peço que se dê crédito à história sumamente extraordinária e, no entanto, bastante doméstica que vou contar. Seria louco se esperasse tal coisa, uma vez que se trata de um caso que meus próprios sentidos se recusam a aceitar. No entanto, não estou louco e estou absolutamente certo de que não sonho. (POE, 2005, p. 11)
A impressão de realismo dentro do irreal é acentuada pela utilização constante do eu (em sua maior parte, os contos são narrativos ou manuscritos do personagem principal.
A narração em primeira pessoa. É freqüente no fantástico (...) o destinatário ativa e autenticam ao máximo a ficção narrativa, e estimulam e facilitam o ato de identificação do leitor implícito com o leitor externo do texto (Vax várias vezes falou, a propósito, de "sedução") (CESARINI, 2006, p. 69)
O escritor tenta convencer o leitor entre, uma explicação real e sobrenatural, que a história contada por ele, realmente aconteceu por mais sobrenatural que possa parecer. Pois é narrada em 1° pessoa, dando credibilidade ao conto.
O gato preto é a história de um bondoso homem que parece sofrer de uma perturbação mental causado pelo álcool, amante dos animais que se torna cruel, fazendo maldades com o seu gato. A sua loucura e perseguição para matar o gato acaba fazendo com que ele mate sua própria esposa e age friamente emparedando o corpo. Todos os acontecimentos desse conto giram ao redor do gato.
Gostava muito de animais, e meus pais me deixavam ter grande variedade deles. Passava com eles quase todo o meu tempo, e nunca me sentia tão feliz como quando os alimentava ou os acariciava. Com o tempo, essa particularidade de meu caráter aumentou e, quando me tornei adulto, fiz dela uma das minhas principais fontes de prazer. (POE, 2005, p.11)
No dicionário dos símbolos (1990), o gato preto pode ser relacionado a diferentes significados, entre um ser sagrado e místico. O gato é, portanto, animal símbolo ambivalente, podendo ser associado à própria ambivalência do fantástico, que oscila entre o real e o imaginário, o possível e o impossível.
O conto Manuscrito encontrado em uma garrafa é um relato sobre tudo que ocorreu antes do fim. Conta a história de um sobrevivente de uma tragédia em alto mar que embarca em um navio estranho e sombrio, no qual a tripulação não percebe sua presença.
Mais ou menos uma hora atrás, atrevi-me a me meter entre um grupo de tripulantes. Não prestaram atenção à minha pessoa e, embora me encontrasse bem no meio deles, pareciam completamente alheios à minha presença. (POE, 2005, p.28)
O mistério predomina no conto, não se sabe se o narrador personagem está morto pelo fato de não perceberem a presença dele, ou se, ele está no meio dos fantasmas e que talvez ele estivesse no navio fantasma.
Os crimes da Rua Morgue e a Carta Roubada são contos policiais, no qual August Dupin aparece em ação, personagem mais famoso de Poe, no primeiro conto, Dupin desvenda um misterioso duplo homicídio, no segundo, ele recupera uma carta importante. São contos de suspense, a partir deles surgiu à literatura policial.
O primeiro descreve a solução de um crime usando apenas a mente. Este trabalho tenta mostrar o paradoxo em que a primeira história policial moderna, a base seguida por todas as histórias policiais que vieram depois, tem todos os elementos, desde o crime até o final surpreendente, mas o assassino não é um gênio criminoso, mas um assustado animal selvagem perdido na cidade.
Com um movimento decidido de seu hercúleo braço, o animal quase lhe separou a cabeça do corpo. À vista do sangue inflamou a ira da fera, transformando-a em frenesi. Rangendo os dentes e lançando faíscas pelos olhos, o orangotango jogou-se sobre o corpo da jovem e cravou-lhe os terríveis garras na garganta, só a deixando depois que esta morreu. (POE, 2005, p.64)
No segundo conto, a história destaca a astúcia e os métodos utilizados pelo detetive Dupin, para solucionar o caso. Analisando o comportamento humano, traçando o perfil dos envolvidos.
Em O poço e o pêndulo é contada a história sofrida de um homem preso e torturado fisicamente e psicologicamente pela Inquisição. E mesmo sem chance de escapar ele tenta permanecer vivo.
"A morte", disse a mim mesmo. "Qualquer morte, menos a do poço!" Insensato! Como não pude compreender que era para o poço que o ferro em brasa me levava? Resistiria eu ao seu calor? E, mesmo que resistisse, suportaria sua pressão? E cada vez o losango se aproximava mais, com uma rapidez que não me deixava tempo pra pensar. (Poe,2005, p.98)
O escaravelho de ouro conta uma história cheia de enigmas, mostra a aventura de um homem que desvenda o mistério de um tesouro enterrado por um pirata há muitos anos.
Implorou-nos, porém, que continuássemos os nossos esforços, e mal terminara de falar quando tropecei e caí ao comprido; a biqueira da minha bota prendera-se em um grande anel de ferro que estava semi-enterrado num monte de terra revolvida. Empenhamo-nos no trabalho com um ardor redobrado. (POE, 2005, p.115)
O escaravelho foi apenas um subterfúgio, toda simbologia, todo arcabouço teórico-interpretativo para se chegar ao tesouro estava em um pergaminho.
No conto A queda da casa Usher, a história dos acontecimentos sombrios na casa dos gêmeos Roderick e Madeline Usher e narrada por um velho amigo de Roderick. O conto é um constante dilema entre loucura e sobrenatural, e um exemplo de terror psicológico.
Por um momento, permaneceu, trêmula e hesitante, sobre o umbral; depois, com um grito abafado e queixoso, caiu pesadamente sobre o irmão e, em sua violenta e, agora, terminal agonia, arrastou-o para o chão, já morto, vítima dos horrores que havia previsto.
O passado que tanto incomoda o personagem Roderick está presente não só na figura da irmã, mas também, na casa. E a destruição da casa foi a consequência de todos os atos do passado e, segredos ocultos por tanto tempo.
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A obra de Poe é vasta em gênero e qualidade artística. O autor escreveu desde poemas, a novelas e contos. Exerceu grande influência sobre autores como Baudelaire, Maupassant e Dostoievski. Além disso, Poe é considerado um dos grandes escritores da literatura mundial, não apenas pela variedade, mas também pela extensão de sua produção literária.
Porém, o maior talento de Poe era escrever contos. Ao contrário de autores que se concentravam no terror externo, no terror visual, valendo-se apenas de aspectos ambientais, Poe se concentrava no terror psicológico, vindo do interior de suas personagens, sendo o espaço, em sua produção, ainda mais denso e revelador.
Edgar Allan Poe vai muito além de tramitações de crimes, é misterioso, possui enigmas em toda sua construção, por isso causa hesitação, curiosidade e aguça a perspicácia dos leitores. A obra de Poe causa a reflexão, não apenas descreve cenas. Apesar de ser conhecido em todo o mundo como um escritor de terror e gótico, ele também é lembrado como o primeiro escritor policial moderno da história.
O livro Histórias Extraordinárias é magnífico, tanto para quem gosta de contos de horror e mistério inteligentes, quanto para quem deseja conhecer um dos maiores escritores desse estilo literário.
Apesar da diferença entre os temas, existem dois aspectos em comum. O primeiro é a subjetividade, todos os contos são narrados em primeira pessoa. O segundo é a presença do sobrenatural, muitas vezes confundida com delírios.
Da primeira à última página, Edgar Allan Poe colocou todo o seu pessimismo e espírito macabro que possuía em vida, e que, apesar de às vezes causar calafrios nos leitores, mostra perfeitamente sua genialidade como escritor. Todos esses mecanismos realçam o valor do gênero fantástico estranho tão bem trabalhado por Poe.
7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CESERANI, Remo. O fantástico. Trad. Nilton Tripadalli. Curitiba: Ed. UFPR, 2006.
CHEVALIER, Jean; GUEERBRANT, Alain. Dicionário de símbolos. 2 ed. Rio de Janeiro: José Olympio, 1990.
FREUD, Sigmund. Obras Psicológicas Completas. 13 ed. São Paulo: B de Imago, 1996.
FURTADO, Filipe. A construção do fantástico na narrativa. Lisboa: Horizonte, 1980.
GARCIA, Flavio; BATISTA, Angélica Maria Santana. Dos fantásticos ao fantástico: um percurso por teorias do gênero. [online] Disponível na internet via www: http://www.filologia.org.br/soletras/10/11.htm. Acesso em 15 de setembro de 2010.
OPERÁRIA; Causa. 160 anos do "gótico" Edgar Allan Poe. [online] Disponível na internet via www: http://www.pco.org.br/conoticias/ler_materia.php?mat=. Acesso em 15 de setembro de 2010.
PEREIRA, Aline Brustello. O espaço e o fantástico na obra de Edgar Allan Poe. [online] Disponível na internet via www: http://www.icufu.org/anaisufu2008/PDF/SA0 8 - 20272. PDF. Acesso em 15 de setembro de 2010.
POE, Edgar Allan. Histórias Extraordinárias. São Paulo: Martin Claret Ltda, 2005.
RAMPAZZO, Lino. Metodologia Científica. São Paulo: Edições Loyola, 2004.
RODRIGUES, Antonio Paiva. Edgar Allan Poe. [online] Disponível na internet via www: http://recantodas letras.uol.com.br/biografias/543296). Acesso em 01 de novembro de 2010).
RODRIGUES, Selma Calasans. O fantástico. São Paulo: Ática, 1988.
TAVARES, Braulio. Contos Obscuros de Edgar Allan Poe. Rio de Janeiro: Casa da Palavra, 2010.
TODOROV, Tzvetan. Introdução à Literatura Fantástica. São Paulo: Perspectiva, 2004.