A Internet e a Frouxidão Moral dos "Santinhos"

Por Leôncio de Aguiar Vasconcellos Filho | 31/10/2024 | Sociedade

O recente episódio envolvendo um atendente de uma rede de lanchonetes, que se referiu a um cliente, na comanda, por meio de um adjetivo de péssimo gosto, revela algo não sobre o empregado ou a empresa. Mas, sim, a respeito dos inquisidores da internet. Gente que, ao primeiro sinal de erro alheio, pensa que pode desferir erros muito piores ao iniciar uma série de xingamentos, achincalhes e ameaças, numa “bola de neve” a qual vão aderindo outros canalhas e patifes que não percebem não haver nada mais desprezível que a covardia.

Há uns três ou quatro anos um médico brasileiro visitou o Egito. Nas ruas do Cairo teve contato com uma vendedora egípcia, num encontro por ele filmado. Ele, erroneamente, fez uma piada de cunho sexual com a funcionária. Algo que, segundo a legislação egípcia, não é permitido. Foi detido, mas poucos dias após, por intervenção do Itamaraty, liberado para retornar ao Brasil. Assim que voltou, sua vida virou um inferno total: “cidadãos” injuriando-o, caluniando-o, difamando-o, jogando seu nome pessoal e profissional no lixo porque cometeu, sim, um equívoco (algo que, infelizmente, todos estamos sujeitos  cometer), mas do qual se desculpou publicamente, de modo que a própria vendedora já o havia perdoado. E o episódio não deveria passar disso. 

Mas, não. Os, esses sim, canalhas, patifes e covardes da internet, escondidos por meio de um nome de usuário e de acumuladas hordas raivosas, que, talvez por se sentirem insatisfeitas com suas próprias e medíocres vidas, tentam justificar seus atos de explícito nazismo sob a justificativa de que ele “agrediu a cultura egípcia” (tenho certeza que nenhuma dessas bestas sabe, sequer, algo a respeito da cultura egípcia que dizem defender, como as identificações das pirâmides remanescentes, o período do Alto Império, os Faraós mais influentes, os antigos deuses ou quem foi o imperador europeu que visitou o Egito, e em que século, bem como coisas a mais). Há todo um pretexto para atacar, humilhar e coagir, sob o manto do “politicamente correto”, e, assim, darem sentido às suas existências por perceberem um braço e polegar a si estendidos num sinal de aprovação. É dessa aprovação alheia que precisam (e o pior, num país que ainda tem muito a evoluir, conseguem). Baixos. Covardes.

Aos “santinhos que não erram”, proponho que, quando as autoridades federais descobrirem quem são os desgraçados que provocaram os incêndios apocalípticos deste ano na Amazônia, no Pantanal e no Cerrado, e suas repugnantes faces vierem a público, vocês “caiam de pau” em cima desses filhos da puta! Espero que tenham a coragem e peito de fazê-lo, pois a fumaça tóxica que estão respirando, por causa deles, têm mais chances de lhes causar câncer, além de os nossos ecossistemas estarem perdidos pelos próximos séculos. Tudo isso por tão bárbaros crimes desses FILHOS DA PUTA, VAMOS, “DEFENSOREZINHOS DA MORAL E DOS BONS COSTUMES”! QUERO TAMBÉM PERCEBER QUE XINGAM COMPULSIVAMENTE OS ASSASSINOS DO TRÂNSITO, QUE EM RAZÃO DE CAUSA DE ÁLCOOL, EXIBICIONISMO PARA AS “GATINHAS” OU SIMPLES E PÉSSIMA FORMAÇÃO DE CARÁTER, MATAM FAMÍLIAS INTEIRAS, NUM TERRÍVEL ESPETÁCULO DE MORTE QUE ENSANGUENTA ESTE PAÍS, E POR CUJOS CRIMES, INFELIZMENTE, RESPONDEM EM LIBERDADE. 

Não farão isso, simplesmente porque, nos vossos torpes conceitos, tão horrorosas condutas não são perpetradas por demônios (afinal, os demônios são o atendente e o médico, que, ao menos, trabalham, bem diferentemente de ociosos que se contentam, tão somente, em serem “politicamente corretos”).

BANDOS DE “PATRULHEIROS” IMBECIS! BANDOS DE FROUXOS!