A inteligência emocional no segmento de secretariado
Por Ligia Ribeiro | 06/07/2009 | AdmHá muitos cursos, palestras, livros e artigos em websites que abordam conceitos e aplicações da inteligência emocional no ambiente corporativo.
Observa-se que nos processos seletivos atuais, o conhecimento e as habilidades técnicas dos candidatos estão em segundo plano em uma análise de qualificações pessoais e profissionais. O critério que impacta em uma seleção é a análise comportamental do futuro colaborador.
No caso da assistente executiva, há anos era comum a sua atuação direta com apenas um gestor por um longo período, o que acabava beneficiando a adaptação gradual ao perfil gerencial e comportamental do executivo. Os possíveis conflitos eram facilmente superados, haja vista a interação e sinergia entre o gestor e sua assistente, o que facilitava a compreensão e aceitação de atitudes mais extremistas.
Porém, hoje o cenário é outro, muito mais dinâmico e competitivo. A assessora agora atua com mais de um gestor (inclusive expatriados) e, muitas vezes, com toda a equipe, não sendo uma assessoria contínua devido ao forte turnover que ocorre nas organizações. E, como lidar com adversidades e com perfis comportamentais tão diversificados? Usando sua capacidade de perceber e entender as próprias emoções e a dos outros colaboradores. A maturidade emocional propicia uma melhor visão situacional e consequentemente melhores condições para solucionar problemas e conflitos.
Saber lidar com novas tecnologias, ter o domínio de mais de um idioma, possuir cursos de especialização e pós-graduação não são mais consideradas habilidades diferenciais em uma assessora. O que realmente a diferencia tanto em um processo seletivo como em uma organização é sua capacidade de manter um comportamento assertivo em face às inúmeras situações de estresse e de pressão vivenciadas no seu dia a dia.
A assessora deve usar a resiliência a seu favor. Se buscarmos a definição dessa palavra em dicionários, veremos que o termo resiliente refere-se à elasticidade, ao poder de recuperação oriundo de um esforço excessivo, ou seja, a capacidade que temos em superar obstáculos e dificuldades que enfrentamos e aproveitarmos esses momentos para agirmos proativa e assertivamente, buscando alternativas para gerenciar tais conflitos e ao mesmo tempo desenvolvendo nosso potencial emocional. É como chegarmos ao ápice da tensão e voltarmos à base da normalidade com conhecimentos para superarmos os desafios, revendo conceitos e valores e melhorando nossa convivência pessoal e profissional.
A autoconsciência, a autopercepção e a autoavaliação das emoções propiciam à assessora executiva condições de interagir com equilíbrio em momentos de tensão, sendo mais flexível e redutível a mudanças de comportamento e adquirindo confiança e apoio dos líderes e liderados. A resiliência agregada à inteligência emocional traz à assessora um melhor desempenho, melhor relacionamento interpessoal e consequente crescimento profissional.